The Rise of Darkness escrita por moonfall


Capítulo 5
The Lost Staff


Notas iniciais do capítulo

Estou muito empolgada com o rumo que essa história está tomando então já estou preparando os próximos capítulos e vou dizer uma coisa: Preparem-se para a treta.



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– O Natal chegou adiantado para nós! – Black disse com gosto, cantarolando

Logo após chamar por ele nas sombras, Pitch apareceu segurando o cajado de Jack Frost.

– Como ele pode ter esquecido tal preciosidade na neve? – alisava a peça de madeira com olhar de pena

– Uma coisa aconteceu... – Wind começou hesitante

– Shhh! Não estrague o momento. – interrompeu-a, dramático

– Mas... Frost me viu. – completou antes de ser cortada novamente

Imediatamente ele abriu os olhos, franzindo o nariz.

– O que?! – a surpresa era evidente em sua expressão

– Eu tentei fugir mas ele me seguiu, mas não se preocupe, não revelei nada.

– Então agora os guardiões já devem saber de você... Teremos que acelerar os planos... – disse pensativo

A preocupação e o receio se instalaram em Pitch, que pensava fervorosamente em uma maneira de contornar a situação.

– Mas pelo menos eu acertei Frost. – ela disse sutilmente

– Hum?

– É, foi por isso que você encontrou o cajado nele na verdade...

– Há há! Não sei o que faria sem você! – saltitou até ela e beijou a testa da garota que recuou – Com Frost sem poderes teremos muita vantagem... É melhor se preparar, a noite de amanhã será muito longa.

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Wind vasculhava o solo em busca de lenha, uma quantidade considerável de madeira já estava presa em baixo de seu braço esquerdo. A lua iluminava a neve, fazendo-a cintilar em um brilho fantasmagórico, os gravetos negros se ressaltavam como ranhuras no solo alvo. Quando concluiu que havia coletado madeira suficiente, voltou para a toca seguindo suas pegadas para achar o caminho.

O vento gélido atravessava sem dificuldades sua blusa de lã então apressou os passos para voltar ao calor de sua casa, adentrou na toca e deixou a madeira cair aos seus pés. Com movimentos rápidos transferiu a umidade da madeira para o ar e acrescentou a lenha ao braseiro. Pitch já havia saído, gostava de trabalhar na calada da noite mesmo com a lua cheia, Wind deitou-se em seu nicho tentando relaxar, ouvia periodicamente gritos que ecoavam da cidade para a floresta mas chegando à toca sem perder a intensidade afinal os ventos ajudavam a carregar o som através das árvores.

Encarou o teto de terra acima, observando atentamente as formas abstratas que se formavam conforme o fogo consumia os gravetos, a dança voraz das sombras e da luz laranja a embalou em um sono nada tranquilo.

Ouvia gritos, altos. As pessoas eram jogadas para cima e caíam brutalmente nas calçadas, carros eram arrastados pelo vento através das ruas, descontrolados, galhos das árvores se soltavam caóticos acertando as vidraças, quebrando-as. Estava em uma cidade grande, prédios se erguiam em direção ao céu cinzento, cortando a ventania. O terror era quase palpável e o choro das crianças formava uma cacofonia misturado aos outros sons da cidade destruída. O vento uivava ao redor, carregando tudo em seu caminho. Notou então que ela causava tudo aquilo, movimentava-se no ar destruindo tudo ao redor mas a pior coisa era que não estava fazendo nada daquilo por vontade própria. Seus olhos brilhavam em vermelho e suas vestes estavam negras, lutava para se libertar de seu próprio corpo mas sem sucesso, estava aprisionada em sua mente. O único som que se elevava sobre o caos eram as gargalhadas de Pitch Black.

Acordou repentinamente, sua pele estava coberta por gotículas de suor. O braseiro ainda estava aceso, indicando que pouco tempo se passara desde que caíra no sono. A luz da lua atravessava o buraco no teto iluminando o lugar em que repousava, porém minutos deopis encontrava-se no escuro novamente. Ainda estava chocada com o que vira em seu sonho e não conseguia se acalmar, seu peito subia e descia em um ritmo acelerado quando tentava aspirar o ar da madrugada mas o oxigênio parecia não ser o suficiente, estava se sufocando.

Correu para a abertura da toca, desesperada, o ar gélido tocou sua pele esfriando seu corpo. Caminhou cambaleante para fora mas tropeçou, caindo de bruços na terra mas faltavam forças para se levantar, respirou pesadamente sentindo o frescor do lado de fora, seu corpo tremia incontrolavelmente contrastando com o ar estático ao redor. O mundo pareceu girar antes que apagasse por completo.

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O mal estar na manhã foi o que a despertou. Encontrava-se deitada, no interior do buraco, seu estômago estava inquieto e Wind nunca ficara tão desnorteada. Sentou devagar na terra, enjoada, esfregou os olhos com calma.

– Tudo bem? – Pitch perguntou se aproximando

– Acho que sim. – respondeu, não sabia por que estava daquela forma

– Encontrei você caída lá fora nessa madrugada. Tem alguma coisa a dizer sobre isso?

– É mesmo? Eu... Não lembro.

– Tem certeza que está tudo bem?

– Aham. Obrigada Pitch. – agradeceu, jogou-se em cima do outro em uma tentativa falha de abraça-lo

– Temos que nos apressar, há muito trabalho a ser feito. – disse retirando os braços da garota de seu tronco

Wind postou-se ereta ao lado do outro, usando a parece curva como apoio. Black agarrou o cajado de Frost que estava sobre o banco e tocou o ombro da morena, numa fração de segundo depois eles foram envolvidos pela escuridão e desapareceram da toca.

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– Wind? – Norte perguntava intrigado – Aquela Wind?

– Isso aí. – Bunnymund confirmou

– Mas como é possível? – o de vermelho indagou

– Não sabemos, mas é ela.

O coelho voltou-se para Sandman que estava com o ar de preocupado, ele sabia o que tudo aquilo significava mais que ninguém. Símbolos reluziram em dourado sobre a cabeça do mais baixo e Bunny não encontrou dificuldades em interpretá-los.

– Não fui eu quem a viu... – começou

– Fui eu. – Jack interrompeu, odiava quando o garoto o fazia

Os olhares voltaram-se para o garoto.

– Pela descrição é ela. – completou

– Hã... Com licença mas alguém pode me dizer o que está acontecendo? – a fada estava completamente perdida – Por favor?

Os outros guardiões se silenciaram, Sandy começou a formar inúmeras imagens com sua areia dos sonhos mas elas mudava em uma velocidade impossível de se acompanhar.

– Muito obrigada... – ela por fim disse Sandman – Mais alguém?

Bunnymund queria explicar a ela mas não encontrava as palavras necessárias.

– Por que nunca ouvi falar dessa Wind? – ela estava fervendo de dúvidas

– Tudo começou antes de você e Jack se transformarem. – Norte começou – A era das trevas finalmente estava se enfraquecendo mas aí... O mundo virou o caos. Tornados, vendavais, ondas gigantes, tempestades devastadoras, os humanos estavam embebidos no desespero. Eu, Sandy e Bunny fomos investigas as possíveis causas quando encontramos Wind. Ela era forte, quase demoníaca, até hoje não consigo compreender como o homem na lua pôde transformá-la. Wind nos vencia em força e velocidade, foi bem trabalhoso superar tamanho poder, para poder derrota-la tivemos que nos unir na primeira formação dos guardiões. Sandy fez um trabalho espetacular aliás, mas ela não deveria ter acordado, não ainda. O que será que deu errado? – começou a divagar

– Espera aí, então em quanto nós andávamos por aí ela estava em coma induzido? – Jack comentou – Isso parece... Errado.

– Mas foi necessário. – Bunnymund retrucou confiante

– Eu não sei vocês, mas ela não parecia ser tão do mal assim, apesar de ter me atirado em uma árvore. – diminuiu o tom nessa última parte – Por exemplo quando nos aproximamos de Pitch sentimos que ele é cruel, ela não é assim.

– E isso é o que a torna ainda mais perigosa. – o barbado retrucou com seu forte sotaque russo

– O que faremos? – Fada perguntou preocupada

Sandman cerrou o punho indicando que queria tomar uma atitude.

– Quando ódio no coração baixinho. – Frost disse apoiando-se em um pilar da fortaleza de Norte

– Ele está certo. – Bunny soava ríspido

– Por que você odeia tanto ela, coelho? – o garoto não conseguia levar nada a sério

– Por que além de causar destruição em massa, arruinar cidades e trazer medo e infelicidade para as pessoas, ela era a única que conseguia me irritar tanto quanto você. – exibia os dentes, lembrando-se com desgosto de seu passado

– Hum... Uma concorrente à altura... – divagou

Jack! Isso é sério garoto, ela é motivo real de preocupação. Se Wind já souber quem você é provavelmente já sabe de nós, como ela agora pode estar em qualquer lugar do mundo e não sabemos seu paradeiro então teremos de esperar que ela ataque. – Norte o interrompeu

– Isso é loucura. – a fada franziu a testa, eriçando suas penas

– Infelizmente ele está certo. – Bunny comentou

Sandman concordou com a cabeça.

– Vou chamar os yetis para prepararem meu trenó. – o de vermelho disso – Fada, nos acompanha?

– Conte comigo. Hum... Jack?

Ao dizer isso, todos os outros se silenciaram, haviam esquecido completamente que Jack já não possuía mais o cajado.

– Vou ajudar como puder. – o garoto disse por fim, dando de ombros

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Wind olhava ao redor, nunca estivera naquele lugar antes. A caverna imensa era iluminada por alguma fonte de luz diferente do sol, os raios eram fortes porém difusos, a iluminação fria formava manchas mórbidas nas paredes rachadas do lugar. Pitch a conduzia através das infinitas escadas na direção de um globo de ferro iluminado por inúmeros pontinhos incandescentes, pararam frente a ele.

– Então... Qual é o plano? – a morena perguntou, não se sentindo mais enjoada

– Sandman, ele tem que ser o primeiro.

Ele fez uma pausa, mas ela esperou em silêncio até ele prosseguir.

– Sem ele distribuindo sonhos haverá mais espaço para meus pesadelos. A cada noite, então, ficarei mais forte. Porém para conseguir derrubá-lo ele tem que sentir medo, mesmo que um pouco, infelizmente eu já não causo mais isso nele mas você... Há, você tem uma chance bem maior.

– Entendo... Eu amedronto e depois dou o golpe final, certo? – ela confirmou o plano

– Sim, eu estou muito fraco então receio que terá que fazer o trabalho pesado, mas eu não pediria para você fazê-lo se não fosse extremamente necessário.

Ele brincava com o cajado e pensativo encarava o globo.

– Segure isso aqui um pouco. – estendeu o cajado na direção dela em quando vagava em seus pensamentos

Wind fechou a mão sobre a peça de madeira. Como se fosse atingida por uma pancada caiu para trás soltando o objeto. Pitch se virou para ver o que acontecera enquanto a garota se erguia novamente. Tocou o cajado novamente, mas com mais cuidado, sentiu algo como eletricidade percorrer seu corpo emanando do ponto em que seus dedos tocavam a peça de madeira retorcida. Segurou-o novamente e este pareceu acomodar-se em sua mão pequena. Levantou-o na altura de seus olhos e reparou pequenos veios brancos brilhantes aparecerem na ranhura da casca, partindo do ponto em que segurava o objeto. Os veios se estenderam até cobrir parcialmente a superfície acompanhando a torção da madeira.

Jamais se sentira daquela forma antes, pela primeira vez estava completa, o cajado de Frost era agora como uma extensão de seu corpo. Repentinamente sentiu um vigor inigualável, muito maior do que o de seu passado, conseguia sentir os ventos do mundo correrem como suas próprias veias, todo seu poder estava agora canalizado.

Voltou o olhar para Pitch que estava maravilhado, sorriu para ele exibindo seus dentes brancos.


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