As Cold as a Black Widow escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 8
Armadilha


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, mas estou supeer sem tempo ultimamente. E faltou criatividade também '-'
Mas, o capítulo não tá curto, e tem novidades legais. Aproveitem!



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Uma comoção tomava conta do edifício, não só pela recente descoberta do inimigo que estávamos enfrentando, traçando estratégias. Mas também pela proximidade do baile, que seria essa noite. Eu me sentia com um bando de adolescentes empolgados com o baile de formatura.

Eu mesma tinha minha mente dividida entre esses tópicos e o mais novo e perturbador da minha lista: o beijo de Steve e Wanda.

Não entendia porque me sentia tão incomodada com o acontecido, mas toda vez que me lembrava, meus punhos ficavam cerrados e eu trincava os dentes. Seria aquilo ciúme? Claro que não, por que eu teria ciúmes de Steve se eu nem era sua namorada?

— Pensando num certo loiro de 70 anos, ruivinha? — meus devaneios são interrompidos por Tony Stark, com um sorriso debochado no canto da boca.

— Ah, dá um tempo. — gesticulo impaciente.

— Honestamente, se vocês dois se gostam, não entendo porque não pulam pros amassos logo.

Ele estranhamente perdeu o tom de calúnia.

— Não nos gostamos. — rugi.

— Estou falando sério. Sei que você não quer perder a pose de durona admitindo que gosta de um cara virgem de 70 anos.

— Eu não... — paro no meio da frase, questionando a mim mesma se eu realmente gostava dele.

Ele era bonito, inteligente, gentil, e se importava comigo. Eu confiava nele, e por incrível que pareça, ele confiava de volta. Mas então me lembro do momento que presenciei entre ele e a Feiticeira Escarlate, e corto os pensamentos.

— Mesmo se eu gostasse, não é da sua conta.

— Ahá! Então admite que gosta?

— Ah, Tony, quantos anos você tem? Cinco?

Ele sorri verdadeiramente, e não consigo evitar retribuir o gesto. Nosso curto momento de empatia é interrompido pelo telefone tocando no bolso de Tony. Ele se retira com um aceno da cabeça.

...

O vestido dourado marca perfeitamente minhas curvas, as flores de aparência metálica que enfeitam o busto combinando com os brincos de pérolas. Arrumo os cachos milimetricamente ajeitados nos ombros, retoco o batom vermelho e então saio do dormitório, aguardando a limusine que nos levará ao baile.

Dei uma olhadela em Steve, com seu paletó preto e gravata vermelha, minha nossa, como ele estava atraente! Minha bela vista é bloqueada pela morena de olhos enormes, denominada Wanda, que agora se atirava para cima dele, sussurrando algo que o fez rir.

Novamente com os punhos cerrados eu viro para o outro lado e converso com James e Sam sem muita empolgação. Quando o carro estaciona sou a primeira a entrar, escolhendo um lugar confortável peto da janela.

Passamos o caminho todo escutando músicas que Steve não conhece. Quando chegamos, fico boquiaberta. Estamos em frente a uma mansão de arquitetura moderna, com duas piscinas no jardim de entrada. Carros de elite estão estacionados por toda rua.

— Essa festa deve estar bombando! — Tony exclama, animado.

E realmente está. A música alta ecoa pelas paredes, e há mais pessoas do que eu posso contar, todas espalhadas com taças nas mãos e sorrisos estampados.

— Minha nossa... — Steve murmura perto de mim, e eu sorrio em resposta.

— Já esteve em um evento assim?

— Nunquinha. Acho que nem preciso perguntar a você. — ele retruca, com um sorriso nos lábios.

Pego uma bebida e inspeciono o lugar. É uma mania: sempre procurar por saídas de emergência. Depois de minuciosamente procurar por todas as possibilidades de fuga, decido me divertir um pouco. Simon chega perto de mim subitamente, com um meio sorriso no rosto.

— Aceita um champanhe? — ele oferece. Eu aceito, bebericando enquanto mantenho os olhos nele. — Divertindo-se?

Nem vejo ele se afastar, sou tomada por uma sensação de fúria ao ver Wanda e Steve socializarem de novo. Me aproximo irracionalmente, sentindo-me um pouco movida pela bebida, sendo que mal tomei um copo.

— Os dois estão se divertindo? — indaguei, sorrindo sínica.

— Natasha... Posso falar com você a sós? — Steve indaga.

Eu dou de ombros, lançando um olhar rasteiro para Wanda.

— O que está havendo com você? — ele exclama logo que ficamos sozinhos em um canto onde a música não é tão alta.

— Do que você está falando?

— Você está agindo estranho desde... Bem, desde...

— Desde o que?

— Desde que viu a Wanda me beijar.

— Acha mesmo que eu ligo se vocês dois se beijarem? Acha que eu ligo se vocês dois arrumarem um quarto agora mesmo? Porque eu não ligo. Não dou a mínima.

— Está falando demais pra alguém que não liga.

Eu me censurei mentalmente, realmente estava falando demais. Não queria demonstrar que me importava.

— Talvez eu esteja mesmo. E daí?

— Mas por que?

Meus pensamentos estavam rodopiando, e eu simplesmente não consegui me controlar: me inclinei e selei o espaço entre nós, meus lábios pressionados nos dele. Senti sua hesitação momentânea, mas ele correspondeu logo depois. Pedi passagem com a língua e ele cedeu sem demora. Sua boca tinha um gosto delicioso, seus lábios eram suaves, e eu não queria me separar dele nunca, mas tivemos que buscar por fôlego eventualmente.

Não tive que me expressar com palavras depois desse gesto, e observei seu sorriso crescer, ainda com o rosto próximo do meu.

— Será que os pombinhos não gostariam de ir a um lugar mais privado?

É claro que Tony Stark precisava presenciar esse momento. Eu me afasto lentamente de Steve, ainda com um sorriso esboçado.

— Você não tem um outro lugar pra ir? — Steve indagou, passando as mãos pelos cabelos.

— Na verdade... — ele é interrompido por um grito excruciante vindo da escadaria. Todos param para olhar, e até mesmo o DJ pausa a música.

O grito veio de uma mulher de vestido longo azul-marinho, que está no pé da escada, com semblante aterrorizado, as mãos sobre o peito e lágrimas no rosto. Havia sangue em suas mãos, e ela não tirava o olhar do alto da escada.

— Senhora, o que houve? — Steve irrompeu pela multidão e segurou o braço da dona.

— Ele... Está... Morto. — ela conseguiu formular a frase entre ofegantes respirações.

— Quem?

— Eu não sei quem era... Eu só vi a criatura agarrando o pescoço dele e ... — nesse momento ela irrompeu em lágrimas. Eu passei por ela e subi as escadas, mesmo com todos gritando para eu não fazer isso.

Logo depois, Steve e Tony me seguiram. Eu tinha aquela sensação ruim dentro de mim de novo, como um ácido no estômago, causando náuseas constantes. Toda vez que estava em perigo isso acontecia.

O andar superior estava escuro, e eu tateei a parede em busca de um interruptor, mas não encontrei. Senti a mão quente e pesada de Steve encontrar a minha, e a apertei.

— Ninguém vai segurar a minha mão? — Stark zombou.

— Ah, cale a...

Não completei a frase quando tropecei em algo mole e cai de cara no chão, quase trazendo Steve comigo.

— Mas o que...?

Stark iluminou o cômodo com seu celular, e percebi que eu não tropecei em algo, mas em alguém. Reprimi um grito e examinei o corpo. Era um homem moreno e alto, sua garganta retalhada e o sangue espalhado em uma poça em volta dele.

— Minha nossa... — Steve exclamou, checando o local em busca de inimigos.

— Temos que esvaziar esse lugar. Os civis estão em perigo! — exclamei.

— Ah, vocês não vão a lugar algum. — uma voz sinistra retumbou pelas paredes. Stark girou o telefone e iluminou o locutor, e parecia que eu tinha levado um soco no estômago quando reconheci Simon.

— Por que não? — eu tive a audácia de perguntar.

— Porque vocês, os Vingadores, fortes e super potentes, foram enganados, arrastados para uma armadilha como marionetes fulas.

Trinquei os dentes com a ofença. Senti o aperto de Steve aumentar na minha pele, só Stark continuou solene.

— Me diga uma coisa, Simon. — ele começou. — Quem é que vai nos impedir de sair?

— Ah, essa é uma ótima pergunta! — ele abriu um sorriso sombrio e assobiou alto e estridentemente.

De repente, estávamos cercados por um exército de homens e mulheres vestindo casacos pretos incrustados com rubis. Todos eles modificados geneticamente e poderosos.

— Mestres do Terror... — sussurrei, quase inaudível.

— Parece que alguém fez o dever de casa. — Simon retrucou, sorrindo para mim antes de me chutar com força.

Eu não esperava o golpe, e nem tamanha força. Fui lançada para trás uns três metros, aterrissando contra uma parede. O círculo de inimigos estava se fechando, cada vez mais próximo do ataque.

Fomos capturados.


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Notas finais do capítulo

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