Eu coloco minha roupa de viúva negra, "ah, quanto tempo eu não uso esse uniforme" penso, e ele realmente é bem melhor que o meu de agente, me deixa mais confortável para os movimentos. Calço minhas botas e estou pronta, está quase na hora de ir.

Abro a porta e dou de cara com Steve, sorrio automaticamente e ele também.- Vamos?.- Ele pergunta e assinto, ele está vestido com o traje de Capitão América, eu não o via com essa roupa desde que comecei a treinar, apesar de ter visto na gravação, a qual eu não posso contar que vi, prometi sigilo a Nick sobre isso, então eu preciso agir como se eu não soubesse, e talvez não seja tão difícil levando em consideração que é bem capaz de ter agido desse jeito com Steve o tempo todo e não ter percebido.

Nós vamos direto para o aeroporto da S.H.I.E.L.D. Steve e eu falamos de coisas normais, mas não tocamos no assunto dos últimos acontecimentos, e eu sinto que isso deixa nós dois confortáveis. Quando chegamos somos instruídos a algumas coisas sobre a missão.

Pelo que parece, alguns agentes que foram para uma missão na Rússia desapareceram durante buscas a alguns destroços de um acidente aéreo. Já fiz isso antes, encontrar pessoas, eu estou acostumada a isso, então acho que não vou ter nenhum problema nisso, enquanto ela explica eu olho pra Steve e ele parece concentrado no que a agente diz, mas tudo que eu posso pensar é em como nós vamos pousar em uma floresta, ou não vamos?

Entramos no aerobarco e então logo ele está no ar.

…

Eu não tenho medo de altura, mas desde pequena, depois de perder minha mãe, eu acabei tendo muitos pesadelos, a maioria relacionados a minha mãe e ao soro. Quando os cientistas do Ivan viram isso também perceberam que isso atrapalhava meu desenvolvimento no soro, então fizeram muitas experiencias em mim para transferir meus pesadelos a algo nada haver com minha mãe ou o soro, e foi então que eu tive o pior pesadelo de toda a minha vida. Eu era jogada de um avião e de uma altura um tanto que amedrontadora, então meu medo foi transferido a paraquedas. Era bem difícil eu pular, a maioria das vezes eu deixava a viúva tomar o poder, ela é bem mais corajosa do que eu. daí aqui estou eu, em um aerobarco, e suspeitando que eu vá ter que pular.

Eu devia estar tremendo, porque Steve me olhou como se eu estivesse morrendo, mas ele começou a rir e eu o olhei.- O que foi?.- Pergunto com um tom de como se tivesse me ofendido, eu não sei o que era mais apavorante, ele estar olhando pra mim com aquele olhos azuis ou eu talvez ter que pular de paraquedas.- Nada.- Ele sorrio.- Só...- Me olha e eu fico um pouco sem reação.- Você está com medo?.- Como ele percebeu? Bem, meio idiota minha pergunta, eu devia estar quase me matando na frente dele de tanto medo.- Não.- Minto e ele ri, acho que ele percebeu que era mentira mas resolveu não argumentar. Steve se levanta da cadeira que estava na minha frente. As fileiras de cadeiras ficam uma em frente a outra, então ele estava na minha frente mas agora ele se sentou do meu lado e pegou minha mão e levou até perto do rosto, eu só gelei totalmente. Ele não tem o direito de fazer isso comigo, ele não sabe como isso me afeta? Será que ele sabe e só faz isso pra piorar? Bem de qualquer maneira eu tenho que ouvir.- Deixa que eu te protejo.- Ele me olha fixamente e eu sorrio e viro minha cabeça pra outro lado, uma tentativa falha de desviar de seus olhos penetrantes. Eu estava bem melhor quando não percebia isso, mas algo me diz que eu ia acabar vendo de qualquer maneira. Ele continua sorrindo como um bobo pra mim mas eu tento não olhar pra ele.

Quando um agente entra na cabine onde estávamos, Steve assume uma posição seria e eu somente observo e fico atenta ao que ele vai dizer.- Bem, Agentes Rogers e Romanoff, estamos sobrevoando o local de sua missão...- Não diga, não diga, não diga.- E...- NÃO DIGA!.- Vocês...- N Ã O D I G A.- Devem pular de paraquedas.- Ele disse.

…

Ok, eu to bem em choque, eu já estava esperando isso, mas mesmo assim. Mas afinal, eu sou a viúva negra, eu deveria ser a mulher sem medo, apesar que essa é a frase do demolidor. Steve olha pra mim, acho que ele percebeu que eu nem sei colocar isso.- Ei.- Ele diz e eu olho pra ele.- Deixa eu te ajudar com isso.- E aperta a corda que é presa na minha barriga.- Obrigada.- Digo com um tom meio assustado. Quando terminamos de colocar os paraquedas eu estou em pânico. Eu não posso pular. Eu não posso pular. Eu não posso pular. É só nisso que penso, eu realmente estou com muito medo disso, e não é pra menos, todo o trauma do soro e da morte da minha mãe transferidos a um simples paraquedas, no que daria?

Steve me olha preocupado e parece pensativo. está na hora de pular mas eu não consigo. Então Steve diz.- O que há entre você e o paraquedas?.- Eu estranho sua pergunta mas respondo.- Não confio nele.- ele me olha por mais um tempo.- E em mim? Você confia?.- Ele pergunta se aproximando.- S-Sim.- Digo sem ver e ele sorri e pega na minha mão.- Então deixe-me ser seu paraquedas.-Eu não tenho tempo de responder pois logo estamos no ar.

Mas algo me ronda. "Deixe-me ser seu paraquedas"