Another reality escrita por Unicórnio docete


Capítulo 5
Capítulo IV - Don't let me drown


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora pra postar, pra compensar, um capítulo grande pra vocês ♥, a música do capítulo é a "Drown" do BMTH, que eu vou deixar o link com a tradução e a letra aqui: http://letras.mus.br/bring-me-the-horizon/drown/traducao.html
Boa leitura, deixem seus comentários e favoritos ♥



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– Você gosta da Char, não é? Você não pode mentir agora, e não tem saída...

Char encolheu-se, corou e olhou para o chão, Castiel ficou vesgo e corou olhando para o chão também.

– Talvez... - Castiel levantou a cabeça e abriu um sorriso tímido. - Ela me salvou, eu não gosto dela

Um silêncio formou-se no círculo, eu não sabia o que dizer, Char estava chorando.

– Eu a amo. - Castiel levantou o rosto de Char que estava focado no chão e tocou Char levemente nos lábios, Char arregalou os olhos, mas retribuiu o beijo, eles afastaram lentamente os lábios um dos outros, e Char deitou no ombro do Castiel.

– Nossa aqui está realmente MUITO QUENTE! - Alexy gritou, e fez uma cara de malicioso, e todos caíram na gargalhada, essa noite estava sendo demais.

O mal pressentimento sumiu tão rapidamente quanto a água evapora do box do banheiro, e com esse história todo de calor e água eu acabei sentindo sede, e avisei:

– Eu vou pegar alguma coisa pra beber, vocês querem alguma coisa? - Perguntei, e Armin falou que queria um refrigerante, eu levantei, me retirei, e fui buscar as bebidas na cozinha. Para a minha surpresa, Kentin estava lá.

– Oi Alice! - Kentin disse enquanto eu pegava as bebidas da geladeira.

– Oi Kentin! Tudo bem? - Fui simpática, porque simpatia é tudo.

– Siim, eu to precisando de uma ajudinha sua, acho que um cano da pia do seu quarto estourou... - Kentin disse rapidamente como se não quisesse dar detalhes.

– Eu já vou, eu só preciso entregar o refri para o Armin, eu já volto. - Eu estava me retirando da cozinha, mas Kentin não pareceu gostar nada disso.

– NÃO! Depois você faz isso! É urgente! - Kentin me puxou pela mão até o meu quarto, o que eu achei estranho, mas resolvi não contestar.

Entramos no quarto e Kentin trancou a porta e disse:

– Não tem vazamento algum... - E abriu um sorrisinho malicioso.

E eu nunca me senti com tanto medo na minha vida.

Ele trancou a porta do banheiro, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, e me pressionou na parede, isso não pode estar acontecendo...

Eu comecei a chorar, e a lutar, me debruçar para que ele me soltasse, mas ele estava conseguindo me controlar, ele tinha o controle meu que eu não tinha...

Ele começou a me beijar agressivamente, enquanto as lágrimas não paravam de escorrer, ele tirou meu vestido rapidamente e me atirou na minha própria cama, isso não podia acontecer, eu não podia deixar isso acontecer....

E eu também não conseguiria me livrar dele, eu era tão fraca, tão inútil, eu não sabia me proteger sozinha...

Ele tirou sua blusa, e seu jeans, e assim eu estava, sendo forçada a fazer algo que eu não queria, as lágrimas não paravam de cair.

Ele tirou meu sutiã, e estava prestes a começar mexer, até que eu comecei a gritar:

– NÃOOO! PARA! NÃAO! PARAAAA! - Gritei o mais alto que pude, mas minha voz começava a falhar, e Kentin disse:

– Ninguém vai ouvir você, e você sabe disso... - Ele estava começando a tirar minha calcinha, enquanto eu lutava inutilmente para que ele parasse.

E as lágrimas caíram, e eu pensei em desistir...

Mas foi nesse momento que a porta abriu, arrombada por Armin, e as últimas palavras que eu consegui dizer foram:

– M-m-e ajuda....

E eu apaguei.

//--//--//--//

Acordei com as últimas terríveis lembranças em minha mente, elas eram como pesadelos, mas só que vivos, o que as diferenciava dos pesadelos é que eu sabia que era real, que tinha acontecido, mas, Armin me salvou, e era ele quem estava sentado na ponta da cama com um olhar preocupado para mim.

– O-obrigada - Eu corei, eu estava da mesma maneira antes de adormecer, só que agora eu estava coberta com um lençol branco meio transparente que contornava meu corpo, o que me fez pensar se ele tinha visto isso, e eu corei mais ainda.

– De nada... - Armin corou, e pareceu ficar triste por mim de alguma forma. - Só.... Me prometa que você não vai mais se meter em confusão... - Ele disse irritado. - Por favor - Ele implorou tristemente.

– Eu prometo Armin, mas er... O que aconteceu? Sabe depois de eu apagar? - Perguntei curiosa e cansada. - Em falar nisso, que horas são?

Armin corou, acho que relembrando o que havia acontecido, e eu corei também, e ele disse corando mais ainda e tentando não prestar atenção no meu corpo:

– Ãhn... Antes de eu te contar o que aconteceu eu acho melhor você colocar uma roupa Alice... - Armin disse olhando para mim seminua na cama, e eu corei muito mais do que eu podia imaginar.

– Só me responde que horas são... - Disse vermelha olhando pro chão.

Armin olhou o horário em seu celular e respondeu:

– São 1:43 da manhã, o pessoal só aguentou até a meia-noite e todos foram dormir, então não se preocupe... - Armin voltou a me olhar daquela maneira ao mesmo tempo corando, mas admirando também.

– A-armin... - Eu disse baixinho corando.

– Desculpe... - Eu levantei enrolada no lençol e peguei um sutiã, uma calcinha, um shortinho jeans, e uma blusa do Bring me the horizon preta que ia até uns cinco dedos antes do joelho.

– E-eu vou me trocar - Disse entrando no banheiro, ainda corando.

E o Armin, com os olhos ainda fixando no meu corpo respondeu:

– Tudo bem - E olhou para o chão.

Me troquei rapidamente e saí do banheiro, Armin estava dormindo. Eu não queria acordá-lo, mas sabia que ele não queria que eu o deixasse dormindo, então o balancei e falei "Armin, acorda".

Ele acordou, e eu o agradeci mais uma vez pelo que ele havia feito, e ele não disse "Não tem de quê" nem "De nada", ele disse:

– Vamos sair daqui, se eu tiver que te contar tudo, não pode ser aqui. Qualquer um pode acordar a qualquer hora, nós não podemos correr esse risco. - Armin pegou minha mão, e nós atravessamos a sala silenciosamente, e saímos do prédio, estava escuro na rua, muito escuro.

Eu parei e hesitei por um instante, o modo pelo qual soltei a mão de Armin, ele percebeu.

Eu estava com medo.

Ele sussurrou baixinho:

– Você não tem medo de um humano que quase te estuprou e tem medo de um humano que te salvou e da história que ele vai te contar. - Armin olhou para o chão, e estendeu sua mão para mim, eu não a peguei, eu baixei-a.

– Eu tenho medo de que algo aconteça... É muito tarde, e pode ter muitas pessoas querendo fazer coisas erradas por aí. - Disse, porque essa era a verdade.

– Apenas... - Armin blefou um pouco decepcionado. - Confie em mim, apenas hoje, por favor... - Ele estendeu sua mão novamente, e dessa vez, eu a peguei.

– Tudo bem. - Corri com Armin em silêncio por um tempo, pois era tarde, não havia ninguém nas ruas, até que chegamos a um local vazio, com altitude um pouco elevada em relação ás ruas, e nos sentamos em frente ao lago que aquele lugar tinha.

– Eu costumava pescar aqui com meu pai quando era menor... - As lágrimas começavam a brotar nos olhos de Armin - Eu não pude fazer nada... - Ele sussurrou baixinho.

Eu o abracei, e disse:

– Tá tudo bem, calma... - Eu sabia que não estava tudo bem, e que nada nunca iria ficar bem, nós sempre temos uma pessoa que é a nossa ruína, a dele era seu pai.

– Eu ajudava meu pai a pescar, e nós sempre voltávamos pra casa depois, com uma cesta de peixes lotada para levar pra casa, mas um dia, eu caí nesse mesmo lago pelo qual você olha, eu não sabia nadar. - Ele disse, agora as lágrimas o consumindo também. - E ele também não.

Eu continuei o observando e prestando atenção:

– Meu pai me disse "Vai ficar tudo bem filho, leve os peixes para casa, e fale pra mamãe que eu já estou em casa quando chegar", eu acreditei nele, eu sabia que não devia, mas ele estava certo. Ele morreu, me salvando, e eu levei a cesta pra casa na maior inocência, e quando contei a mamãe o que havia acontecido, ela começou a chorar. - Armin estava chorando mais do que qualquer pessoa que eu já havia visto, eu não sabia o que fazer para deixá-lo melhor.

– Armin... - Olhei ele nos olhos, e eu soube, que o silêncio fala, quando as palavras não conseguem, ele me olhou também, eu toquei seu lábio quente com meu dedo indicador, e o beijei, Armin ficou calmo por um instante, e retribuiu o beijo com mais força e intensidade, eu o parei porque estava sem fôlego.

Respirei fundo, e ele me encarou no fundo dos olhos, e disse:

– Quando você chegou na escola, normalmente, ninguém falava comigo, ás vezes sua prima me fazia eu me sentir melhor, e meu irmão conversava comigo também, mas o resto das pessoas me achavam estranho. E isso era culpa minha, eu não queria criar laços, nem cativar, nem criar relação alguma com ninguém, porque eu sabia, que isso era meu ponto fraco, essas pessoas, seriam a ruína uma da outra, entende? - Ele continuou olhando no fundo dos meus olhos, e eu assenti com a cabeça querendo dizer que entendia, e ele continuou:

– Eu sabia que algo estava errado, quando eu fui a única pessoa a sentir sua falta e ir atrás de você, porque eu sabia, e você me prometeu, que nós jogaríamos juntos. - Ele abriu um pequeno sorriso, que logo depois se transformou em mais lágrimas.

– Eu ouvi você gritando, eu ouvi cada tentativa sua de fugir, ouvi cada lamento, e eu fiquei ouvindo, sem fazer nada. - Ele chorou mais ainda.

– Mas quando eu ouvi teu último suspiro de derrota, eu sabia que você iria desistir, mas eu não te deixaria desistir, foi aí que eu consegui forçar e abrir a porta, acabei com o Kentin, e pedi a Char para entregá-lo a família dele, e eu contei tudo o que havia acontecido á ela, e ela e o Castiel fizeram o que eu pedi, e você nunca mais o verá novamente. - Ele sorriu e depois caiu de novo, as lágrimas continuavam:

– Eu podia ter impedido tudo aquilo, para que você não tivesse tido essa experiência traumática, mas eu sou tão inútil.... - Ele olhou para o chão se lamentando.

– Não, eu sou inútil... - Eu disse mexendo no cabelo dele, e ele continuou a contar a história:

– Depois de se livrar do Kentin, eu sabia que tinha que cuidar de você, não podia te deixar vulnerável ou sozinha ali... - Ele corou e abriu um sorrisinho ao lembrar. - Naquele momento eu pensei e pela primeira vez, me senti responsável por algo, e pensei merda também, porque, desculpa, cara, você estava ali, nua na minha frente, e tem esse corpo, essas curvas... - Eu corei e ele percebeu.

– Calma Alice, eu nunca faria nada contra a sua vontade, e eu nunca me senti tão estranho na minha vida toda, essa coisa que está acontecendo comigo, isso não pode estar acontecendo... - Armin sorriu, e logo depois chorou, eu não estava- o entendendo, até que ele sussurrou baixinho para si mesmo:

– Eu não posso estar me apaixonando por ela...

Então nós realmente podemos dizer que nos conhecemos, porque nós não falamos mais nada, eu apenas cantei:

Who will fix me now?
Dive in when I'm down?
Save me from myself
Don't let me drown
Who will make me fight?
Drag me out alive?
Save me from myself
Don't let me drown

E eu já sabia a resposta...

E nós continuamos ali, sem dizer palavra alguma, até o nascer do Sol.


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Notas finais do capítulo

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