Another reality escrita por Unicórnio docete
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem do cap, acho que deve ter ficado um tanto pequeno, se der, posto o outro ainda hoje.
E eu to muito triste pra explicar, então vou escrever e posto vários caps essa semana,
Amo vcs ♥
Obs: Se gostar de Star Wars, o cap é dedicado á você, e a música do capítulo é: Can you feel my heart - BMTH
Quando o sol nasceu, ele pegou na minha mão novamente e nós voltamos sem dizer uma única palavra. Não havia mais nada á ser dito.
Eram aproximadamente 6:34 da manhã quando chegamos, todos ainda estavam dormindo, e eu estava morrendo de sono, Armin mais ainda, e para voltarmos ao quarto, tínhamos que passar pelos colchonetes dos outros em silêncio, e conseguimos.
Ele soltou minha mão, e nos separamos, eu deitei na minha cama e ele na da Char, porque nós não sabíamos se ela e o Castiel estavam em casa.
E eu dormi querendo esquecer tudo.
E nunca mais acordar.
[...]
Acordei com o sol do meio-dia batendo no meu rosto, e com todas as lembranças faiscando em minha mente, corei ao lembrar dos bons momentos, e ao quanto a minha definição de bom havia mudado, e quando eu comecei a me sentir bem, as lembranças ruins vieram pra me perturbar, e comecei a chorar e molhar meu travesseiro com as lágrimas. Eu não queria que o mundo me visse, porque eu não creio que eles entenderiam, quando tudo é feito pra ser destruído, eu só quero que você saiba quem eu sou, e que eu não queria ser machucada novamente.
Mas eu não tinha como me proteger, eu devia tentar esquecer isso.
Limpei as lágrimas com a manga da minha blusa, e passei silenciosamente pelo Armin, mas a porta fez um barulho que me dedurou ao abrir.
— Alice, você não vai á lugar algum sozinha. - Armin disse se levantando. - Os outros já foram embora, mas a Char vai ficar aqui com você, e eu não vou á lugar algum até que ela volte da casa do Castiel pra ficar aqui com você. - Armin disse decidido.
— Você não confia em mim. É isso mesmo? - sentei na minha cama, e o Armin riu:
— Não é óbvio? - Armin olhou para mim querendo que eu o respondesse, mas eu não o fiz e ele respondeu:
— Vou usar uma metáfora, hum... - Armin pensou. - Por que o Kenobi confiaria no Anakin depois de ele entrar para o lado negro?
— O Obi-Wan? - Me ajeitei na cama e Armin arregalou os olhos para mim como se estivesse impressionado. - Ele não confiaria, ele confiou acima de tudo, até perceber que o Anakin deixou de ser o Anakin e se tornou Darth Vader, e tudo isso para salvar Padmeé, ele se destruiu para salvar o amor da vida dele, e ainda, não conseguiu. Se coloque no lugar dele, o que você faria? - Armin não dizia uma só palavra e continuava a me olhar de tal forma estranha.
— O que eu quero dizer é que Obi-Wan nunca deixou de confiar em Anakin, e acho que quando você acredita verdadeiramente em alguém ou algo, isso acontece. Em nenhum momento Obi-Wan perdeu sua fé em Anakin. No momento que estiveram que estiveram cara a cara um com o outro, Obi-Wan foi morto pela pessoa na qual ele mais acreditava e confiava, e mesmo morto, acredito que nunca perdeu sua fé em Anakin, e o que um dia foi a ruína de Anakin Skywalker, no outro, foi sua salvação: família, confiança, e os laços que Anakin mantinha com Luke e Léia, ele sabia que matá-los seria como matar parte da pessoa que um dia foi o motivo de seu sorriso.
Armin sorriu e me olhou admirado, e eu falei:
— Não entendi o motivo da sua pergunta, mas resumindo a resposta: os momentos que eles passaram, nossas decisões sempre são moldadas em experiências passadas... - Eu acho que não deveria ter dito isso, Armin começou a olhar triste para o chão, e disse:
— Você é a pessoa mais inteligente que eu já conheci. E sobre a história e tudo o que eu te contei... Esqueça, tudo bem?
— O-oque? Por que? Armin? Por que? - Perguntei e comecei a me sentir estranha e confusa.
— Quer saber? Eu preciso pensar, eu estou confuso e eu vou embora. - Armin tentou ser direto e decisivo, levantou-se da cama da Char, abriu a porta e estava prestes a fazer exatamente o que havia dito que não faria.
Que ironia não?
Eu corri atrás dele, e puxei rapidamente a mão dele, e enlacei com a minha. Eu comecei a tremer e meu coração estava rápido como jamais esteve. Armin blefou, mas hesitou naquele instante:
— Eu estou me tornando responsável por alguém, e eu estou disposto á proteger alguém... Mas eu sei que alguma coisa vai dar errado alguma hora que eu não estiver presente. Em algum momento eu não vou estar presente. - Ele respirou fundo. - Eu sei que isso pode ser bobagem pra você, mas não é para mim, eu não quero ser responsável por nada, eu sei o que eu fiz, e não devia ter feito. - Ele estava falando sobre ter me salvado? Ele continuou. - Eu sei tudo o que eu disse, apenas... Esqueça. - Ele soltou minha mão, mas eu enlacei rapidamente á dele, levei sua mão ao meu peito e disse:
— Você consegue sentir meu coração? - Ele ficou em silêncio apenas sentindo suas batidas.
— Agora me responda, ele está batendo da mesma maneira quando eu estava com medo ontem? - Olhei para o céu - Ér... Quer dizer... hoje de madrugada? Ou quando você me impediu de ser estuprada? - Ele corou, ele sabia, eu estava com medo, todos os dias, eu tinha medo:
— Sim. - Ele disse e prosseguiu - Eu vou me culpar muito se algo acontecer á você, porque eu te cativei, e não tem mais volta, então eu prefiro esquecer, porque você sabe que eu não conseguiria te proteger. - Eu me irritei:
— Que merda! Foda-se se você não consegue me proteger, eu não ligo, cedo ou tarde algo sempre acontece e vai haver alguma hora que ninguém vai poder impedir nada - Eu pensei - E ninguém.
— Eu prefiro não correr o risco - Armin disse como argumento decisivo.
— Você prefere não correr o risco? Prefere morrer sabendo que nem tentou me proteger ou ao meu lado sabendo que ao menos tentou? - Eu estava chorando. - Você não precisa me proteger de nada, não tem nada que me ameace ou me coloque em perigo! - Armin queria que eu o deixasse então fiz uma coisa pela qual nunca vou me esquecer.
Eu soltei sua mão e o beijei, ele continuou agressivamente e rapidamente em sintonia ás lágrimas que caíam e me queimavam, agressivamente e rapidamente.
— Se quiser pode ir para casa como se nada tivesse acontecido! - Gritei, quando ele já estava longe.
E ele foi.
[...]
Mais tarde, a Char voltou pra casa sozinha, o que eu achei um pouco estranho, mas resolvi não perguntar nada, e quando ela chegou, ela derrubou a mochila sobre a mesa da sala e disse:
— Eu já sei de tudo, e eu sinto muito Alice. - Char chegou me abraçando, o que me acalmou.
— Char você pode me explicar o que aconteceu com o Armin e porque ele foi embora dizendo algo como "eu não vou conseguir te proteger sempre"? - Perguntei triste por tudo o que havia acontecido, e eu esperava uma resposta. Char me olhou surpresa e disse:
— Mas nós não estávamos falando do seu quase estupro? A não ser que... - Char pensou e começou a ficar vermelha de raiva. - Merda! - Char gritou, e começou a xingar palavrões soltos no ar. Eu disse:
— Char o que aconteceu? - perguntei curiosa e ao mesmo tempo desesperada.
— Caralho... - Char disse sussurrou por final baixinho e começou a ficar com tanta raiva a ponto de não conseguir controlar as lágrimas de tristeza e raiva que borravam sua maquiagem.
— Eu sabia que isso podia acontecer - Char alertou e continuou - Há alguns dias, pra falar a verdade meses, Alexy vem querendo contar á sua mãe sobre a sua orientação sexual. Como você já deve saber ele é gay e ele e o Armin são irmãos certo? - Concordei com a cabeça. - O Alexy está precisando mais do que nunca do Armin agora...
— Por que? - Eu perguntei, e Char me olhou tristemente e disse:
— É uma história difícil e triste de compreender, espero que você consiga...
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Espero que tenham gostado :)