Pov narradora
Camila ja havia voltado pro colégio, a ruiva não tocava no assunto dos cortes, Broduey também não comentava muito, seus pais estavam cada vez mas se culpando por conta desse tal "segredo" que tanto os intrigava, eles tinha medo de que a filha não entendesse o por que daquilo, mas como Carlos havia dito a hora certa não chegaria, mas num sábado frio e chuvoso a verdade poderia ser dita e entendida.

Pov Camila

Frio, como eu amo o frio, acordei no mesmo horário de sempre, tomei meu café, meus pais estavam meio estranhos, mas nem me importei, não tinha nada pra fazer então subi para meu quarto, entrei e peguei um de meus livros na prateleira, quando peguei caiu de dentro de um deles, uma folha azul, peguei rapidamente no chão, e quando olhei era uma msc, sabia muito bem qual era, uma canção muito linda, sem perceber eu já estava cantando (link da msc no final), ate alguém abrir a porta, eram meus pais, eles estavam sérios.

– Não sabia que você cantava ?. Meu pai falou mudando a expressão.

– E eu não canto. Falei meio envergonhada.

– Canta sim e muito bem. Minha mãe falou.

– Obrigado, mas vocês não iam trabalhar ?. Perguntei.
– Sim, mas antes a gente precisa conversar com você. Eles falaram.

– Acho melhor sentar filha. Minha mãe falou e eu estranhei, mas sentei na cama e logo em seguida eles também.

– Bom filha antes de você nascer, nós estávamos precisando muito de uma empregada de confiança, ja que não ficávamos muito em casa, um dia uma moça apareceu aqui em casa, eu no começo não confiei nela, achei que ela não seria boa pro cargo, afinal ela acabará de chegar, não tinha parentes , nem se quer eu sabia o nome dela, mas eu dei uma chance, ela era muito boa mesmo, cozinhava como ninguém, depois desse emprego ela ja tinha a casinha dela e tudo, mas um dia ela não apareceu pra trabalha, estranhei já que quando ela ia faltar sempre arranjava um jeito de me avisar, depois de dois dias ela apareceu chorando na porta de casa, perguntei o que tinha acontecido e ela me disse que estava grávida, o pai da criança não queria arcar com a responsabilidade, eu nunca soube quem era, depois desse dia eu paguei cada consulta dela, ela até veio morar aqui pra não ter que vir de transporte, depois de meses chegou o dia da menina nascer, sim uma menininha, levamos ela pro hospital, mas uma coisa horrível aconteceu, ela teve várias complicações durante o parto e não aguentou e acabou falecendo. Minha mãe falou com os olhos cheios de lagrimas, eu não estavam entendendo nada, então meu pai prosseguiu.

– Não sabíamos o que fazer, mas fizemos um enterro digno para ela, nós eramos as pessoas mas próximas dela, então cuidamos da menininha que não tinha nome ainda, pensamos, e resolvemos colocar o nome que mais combinava com ela Camila. Ele falou e eu não tava acreditando, meus olhos ja estavam marejados, eu não podia acreditar.

– Então esse é o meu passado ? Vocês precisavam ter me contado antes. Eu falei chorando, meu pai me abraçou.

– Isso não muda nada, nos te amamos como se fosse nossa filha, por que na verdade você é. Meu "pai" falou, minha "mãe" também chorava.

Pov Camila

Eu não acredito, eles as pessoas que sempre exigiam de mim, que sempre diziam que me amavam, esconderam o meu passado, A MINHA HISTÓRIA, eu estava chorando muito, mas resolvi pergunta mais.

– Por que vocês não tiveram filhos ?. Eu perguntei enxugando minhas lágrimas.

– A Mariana não pode ter filhos, quando olhamos pra você, tão pequenininha, tão inocente, a gente sentiu a necessidade de cuidar de você, sabíamos que um dia precisaríamos contar toda a verdade. Meu "pai" respondeu.

– Você vai perdoar a gente ?. Minha "mãe" perguntou enxugando as lágrimas.

– Eu não sei, ta tudo muito confuso. Eu falei deixando mas algumas lágrimas caírem.

– Quer que eu ligue pro Broduey ??. Meu "pai" perguntou e eu assenti, ele beijou minha testa e saiu do quarto junto da minha "mãe".
Depois que meus pais saíram não demorou muito e o Broduey logo chegou.

Pov Broduey

O Carlos havia me contado tudo que aconteceu, posso ate imaginar como ficou a cabeça da Cami depois disso, então eu fui direto pra la, cheguei na casa dela, subi para seu quarto e quando entrei ela estava chorando deitada na cama, quando me viu se levantou e me abraçou bem forte, não gosto de ver ela assim.

– Vai ficar tudo bem. Falei e dei um selinho nela.

– Eles mentiram, mentiram pra mim esse tempo todo. Ela falou chorando.

Não falei nada, sabia que qualquer coisa que eu falasse iria piorar de alguma forma, apenas abracei ela, depois nos deitamos na cama, ela deitada sobre meu peito, ela precisa pensar, e ali naquele silêncio adormecemos