Os anjos Amam... escrita por Sandrinha


Capítulo 8
Rivalidade.


Notas iniciais do capítulo

...



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Depois do meu novo visual o George não parou de me encher de elogios, e confesso que até gostei. A Ju passou a aula inteira me falando de como eu estava sendo secada descaradamente por Marina, ela nem tentava disfarçar, era direta. Algumas vezes nossos olhares se cruzaram. Acho que o olhar é um ponto forte nela. Não preciso ser gênio da conquista pra saber que ela me deseja. Ela demonstra em cada olhar carregado que me da. E eu ainda não me esqueci do nosso trabalho que ficou marcado pra próxima semana. Mas até lá, preciso me manter firme e forte. Não que o mistério que a cerca eu tenha esquecido, ainda perco várias noites torrando meus neurônios pra saber como ela fez aquilo, mas se não foi nenhum truque de mágica ou super poderes, sei que ela não vai me dizer. Enquanto isso me sinto satisfeita em saber que ela está me olhando e tentando decifrar meu pensamento.

Marina...

Clara realmente não precisa ficar mexendo no cabelo a cada 5 segundos, ela não precisa disso os meninos ficam olhando pro corpo dela. E eu sei o que eles querem, e não é nada formal. Não anda nem perto de uma conversinha de colegas de sala. E poderia parar de fingir que eu não sei o que está acontecendo. Até que fim que chegou o intervalo e ela logo se junta a sua turma. Eu fico longe só observando e observando, com o tempo aprendi a não gostar tanto de observar é meio limitado. Queria poder está lá com ela, talvez com os amigos dela. A verdade é que quanto mais tempo eu fico preso aqui eu desejo mais ser humana, ser uma deles que não precisa de regras. Só viver. Mas eu preciso aceitar a realidade aqui, eu sou diferente, sou apenas um pessoa "exclusa" de todos os desejos e principalmente os que envolve Clara.

Saio do campo de visão dela e vou até o corredor que liga a saída, não tô nem um pouco afim de ouvir a voz irritante do Sr. Noah.

George_ Olha só. Meirelles neh?

Marina_ Algum problema.

George_Todos, mas podemos evitar isso. Só você deixar o caminho livre pra Clara.

Ele toca no meu braço e me segura, não estou nenhum pouco afim de bater nesse cara.

Marina_ Está livre, não esta vendo.

Apontei o corredor vazio sem nenhum obstáculo pra ele.

George_Não brinca.

Ele me encosta na parede com uma certa força, ou ele é muito forte, ou estou ficando vulnerável demais, sinto ele me machucando e ouço claramente meus osso reagirem a pancada que recebo.

Marina_ Me solta.

George_ Não antes do que pedi.

Ele me aperta mais forte isso doe e muito. Abafo um gemido de dor. É ele está me machucando. Me sinto cansada como se estivesse sem força.

***

Da área do jardim com Ju e Marcos escuto alguém gritando do corredor olho pra Ju. Acho que é uma confusão de rapazes. Marcos olha e mexe a cabeça pra gente olhar. Vou até a parte que da pra ver o que está dentro do corredor e vejo é o George ele está machucando alguém menor que ele.

Marcos_ É a Marina da sua sala.

Ju_ Ele ta machucando ela.

Sem responder nem pensar corro junto com Marcos e Ju pra onde a confusão acontece.

***

Marina...

Uso toda minha força e o jogo longe de mim. Ele cai e me olha assustado, mas não baixa a guarda e vem como se fosse me dar um soco. Mas logo alguém o segura.

Marcos_ Para George ela é uma garota.

George_ Me solta.

Antes que ele se solte novamente eu vou pra cima e seguro pela gola.

Marina_ Espero que esteja realmente sabendo o que está fazendo. Eu não sou tão indefesa.

E o dou-lhe um soco, agora sim minha força está de volta.

Todos me olham assustado, principalmente Clara que está com Ju. Pego minha mochila e me dirijo até a saída preciso trabalhar.

***

Clara...

Marina deu um belo soco em George, ela é realmente forte. Não imaginei que cabia tanta força num corpinho tão magrinho.

Ju começa a falar que achou um máximo no caminho até o Azul Marinho perto do Arpoador pra bebermos.

Ju_ Clara! Ela realmente merece você ela é forte, gata , sexy... E pelo sou estado de choque deve beijar muito bem.

Marcos_ Vocês ficaram?

Clara_ Foi só um beijo. Afirmo claramente envergonhada.

Ju_ Ela deu um belo soco no George que estava a intimidando. Devia está te defendendo daquele idiota. Que lindo!

Marcos_ Não sabia da sua preferência Clara, mas ele é um idiota Clara, não sei como você foi pro cinema com ele.

Clara_ Só disse que eu iria ver o filme e ele quis ir comigo. Agente não ficou.

Marcos_ Ela acertou um belo soco. Aquilo vai ficar roxo.

Enquanto meus amigos fofocavam sobre mim e Marina a vi de avental atendendo uma mesa, não sabia que ela trabalhava aqui.

Marina_ Posso ajudar?

Ela só olhou pra mim. Ju pediu uma cerveja, marcos e eu também pedimos uma. De repente o clima ficou quente e ela de avental com aquele decote não ajudou muito. Estava me fazendo ter desejos nada nobre.

Marina_ Só isso?

Respondemos em um coro sim. Ela sorriu, e eu amei ver que ela sorria. Antes dela sair ela se virou pro Marcos e disse.

Marina_ Marcos? Obrigada.

Marcos_ Nada. Você está bem?

Marina_ Sim!

Mas logo reparei que a mão dela estava muito vermelha e inchada, mas ela logo escondeu quando percebeu meu olhar direcionada a sua mão.

O lugar estava cheios e o clima divertido mas ainda estava preocupada com o machucado dela. De repente percebi que ela não era anormal e sim uma garota machucada e sozinha, isso me causou um certo incomodo, mas logo foi aliviado pois ela trabalhava radiante e sempre simpática, coisa que nunca havia visto nela. Ela sorria pra mim sempre que passava por nossa mesa.

Ju_ Ela é realmente muito atraente Clara.

Marcos_ Uma gata!

***

Estava me divertindo com as piadas da Ju sobre o decote de Marina e com o Marcos relembrando nossa histórias de bares, e Marina sempre que podia me olhava. Até que George entra no Bar e senta sozinho. Ele me olha e não fala comigo. E Marina vai atende-lo. Não! Penso comigo mesma ele vai provoca-la.

Marcos_ Isso não vai ser legal.

Ju_ Idiota.

Me levanto e vou até a mesa de George, Ju me segura e aceno que está tudo bem e vou até a mesa. Marina que já estava chegando se assusta com minha presença repentina, passo tomando sua frente.

Clara_ Quer alguma coisa?

George me olha, assim como Marina e pede.

George_ Uma cerveja.

Clara_ Ok.

Me viro pra Marina.

***

Marina...

Clara fez algo inusitado e me senti estranha, nunca ninguém havia feito nada igual por mim, ela se arriscou ela foi até o perigo por mim. Eu nunca fui humana antes de anjo fui criado como anjo , sempre protegi , nunca fui protegida e ver um ser tão indefeso quanto ela doando sua pouca segurança por mim, me fez sorrir involuntariamente.

Marina_ Obrigada!

Clara_ Sua mão?

Marina_ Está tudo bem Clara. Não se preocupa.

***

Clara....

A mesas foram ficando vazias e as pessoas saindo, de repente só havia nos três então chegamos a conclusão de pedir a conta e irmos embora. Antes de ir me dirigi até o banheiro.

Clara_Não sabia que trabalhava aqui.

Marina_ Tem tantas coisas sobre mim que você não sabe.

Clara_ E que você faz questão de esconder.

Marina_ Não está preparada pra saber.

Odeio essa super proteção dela. Eu estava perdida em meus pensamentos e ela estava escorada no galpão atrás do bar, perto do banheiro feminino. Então ela tirou o avental e se dirigiu a mim. Ela segurou minha mão. O toque de mão é o mais intenso é o mais desejado. E foi nesse simples toque que perdi o pouco de autocontrole que possuía.

Clara_ Marina....

Ela me puxou juntando nossos corpos.

Marina_ Estou bem aqui.

Ela foi se aproximando mais, como se fosse possível aquela tortura fica pior.

Marina_ É impossível resistir a você assim tão linda. Me fez ciúmes a aula inteira. Ficou me testando, mexendo o cabelo.

Ela enfiou sua mão entre meus cabelos de uma forma sexy, que me deixou tonta.

Marina_ Acha que pode fazer isso comigo?

Clara_ Ach...cho.

Ela me encostou na parede, maldita parede. Deus ela está me deixando louca. Dessa vez não foi romântico e sensível como da primeira, foi totalmente insano foi hot, foi sexy, persuasivo. Sua boca acertou meu pescoço e suas mãos foram direto pra de baixo da minha blusa, e se ela mexer um centímetro a mais ela toca meus seios, que eu não ia nem contestar, pois estava pegando fogo, eu só conseguia pensar em como sua língua invadia minha boca e brincava com a minha língua eu não queria parar eu nem conseguia respirar , só imaginar essas mesmas mãos rasgando minha roupa, me jogando na cama e me mordendo, me invadindo, tirando minha sanidade. Eu a desejava ela em meu quarto sem roupa alguma.

Marina...

Parecia um ímã, eu não tinha nenhum controle sobre mim perto dela, quanto eu mais pensava em me afastar ela me puxava com alguma força fora do normal. E falando em normal o beijo dela não tinha nada de normal, claro que como anjo eu nunca havia experimentado maior bênção, mas todas as forças do universo estavam contra meu estado de razão, não conseguia ser racional perto dela. E foi ai que tudo piorou eu estava desejando loucamente, irracionalmente rasgar o pouco de pano que nos separa e eu faria isso se ela não fosse a Clara, a garota simples e inteligente, que era virgem que nunca havia se entregado pra ninguém, que morria de medo que os outros avançassem o sinal, a Clara que eu protegi todo esse tempo. Então eu parei aos poucos meu ritmo e fui deixando sua boca.

Clara_ Promete que não vai sair correndo? Que não vai nos machucar mais?

Marina_ Não posso!

Clara_ Por que não?

Marina_ Clara acredita em mim quando digo que você é importante demais pra mim. Acredita?

Clara_ Como Marina, eu não sei nada sobre você. Quando penso em você, só vejo uma enorme mancha preta, que pra mim não é acessível.

Marina_ Eu sei. Eu entendo você. Mas é tão difícil pra mim quanto pra você.

Clara_ É o George? É outra pessoa? Me diz por favor.?

Marina_ Não tem ninguém Clara. Queria eu que fosse tão simples. Que eu pudesse tirar todo esse peso de mim. Que eu pudesse te tirar daqui agora direto pro meu quarto e matar toda essa vontade que não está cabendo dentro de mim.

Clara_ Me leva eu vou. Não importa eu quero. Eu quero Marina.

Não importava o que era racional agora eu só queria ficar com ela, matar toda essa vontade e dizer pra mim um dia que eu fiz, que eu não precisarei me arrepender pelo resto da minha vida por algo que eu tive medo. Meu coração agora estava de bandeja pra ela.

Marina...

Nesse momento eu desejei não ser um anjo, eu desejei ser tão insignificante quanto um mendigo de rua, não importava dignidade alguma e sim realiza-la. Eu quis me rasgar ao meio de tanta angústia, senti minha garganta dar um nó, era tudo que eu queria, poder arranca-la dali e dar a desculpa mais esfarrapada. E ama-la a noite inteira. Mas a realidade era outra, dura e estúpida. Eu tinha princípios e todas palavras enormes e insignificantes do dicionário Aurélio.

Marina_ Sei que você vai me odiar pelo o que vai ouvir. E espero que um dia você entenda.

Clara_ Não, eu não quero ouvir Marina. Eu não quero! Eu não quero ouvir mais desculpas.

Clara...

Como eu fui tão estúpida e vulnerável, eu fui tão idiota em achar que ela tinha algum coração. E ela não tem. Ela nunca gostou de alguém, obviamente Marina não conhece a palavra sentimento. Me virei pra sair despedaçada.

Marina_ Não! Não faz isso.

Clara_ Me deixa Marina. Me esquece.

Marina_ Clara! Para!

Clara_ Para você Para você Marina de achar que eu sou algum brinquedo.

Nessa hora minhas lágrimas estavam por todo meu rosto.

Marina_ Eu não sou o que você pensa.

Clara_ Chega de mentiras.

Marina_ Por favor meu amor!

Clara_ Não me chame assim.

Empurrei Marina com a única força que ainda restava em mim, ela bateu contra a porta da saída dos fundos. E sai em direção ao meu carro, meus amigos já havia ido embora. Entrei no carro e pisei fundo em direção a minha casa, não quero pensar não quero nada que venha dela. Já fui tola demais.

O limpador de para-brisas acompanha o ritmo musical de Matthew Perryman Jones. Chove forte o suficiente para me lembrar de que preciso trocar a borrachinha irritante que arrasta no vidro fazendo “nhec-nhec”. Eu queria me ocupar mais destas bobagens, aliás, queria me ocupar somente de bobagens atualmente. Mas não posso fugir de certas coisas.

Marina...

De hoje não passa. Preciso resolver isso ou ela vai me odiar pra sempre, já violei leis piores, preciso conta-la preciso faze-la acreditar em mim de novo. Sai do bar e voei direto pra casa de Clara, mas algo esbarrou em mim e cai.

Marina_ Aiiiii

Wotan_ Nossa tava com pressa.

A queda me fez vários machucados. E eu estava perdendo meus poderes logo agora, isso é injusto.

Wotan_ Levanta!!

Ele me chutou, não consegui me levantar. Ele sabia da minha fraqueza sentimental e me bateu forte. Como se quisesse me matar ali mesmo.

Marina_ Você não pode fazer isso, a Clara tem toda uma vida, não pode antecipar é contra as leis.

Wotan_ Não sigo leis Meirelles.

Ele me jogou longe, e então peguei um bastão de ferro da escada de uma sacada onde cai, e escondi atrás de mim, quando ele veio o acertei com tanta força e vi ele sumir da minha vista caindo longe. Tenho quase certeza que ele não aparece na aula por uns dias depois dessa. Fiz todo esforço pra voar até a casa de Clara, agora não importava sangue, roupas, nem minhas asas era questão de tempo.

***

Clara...

Tomei um banho coloquei minha camisola preta de seda e deitei na cama foi quando ouvi alguém gemendo tentando subir minha janela e eu só pensei no George. Corri até la e vi Asas.

Marina_ Oi?

Marina estava toda machucada, parecia que foi espancada por um gangue e ela tinha asas enormes brancas e sujar de sangue, estava com a roupa rasgada. Ela se apoiou na janela quase sem forças,e eu a puxei.

Ela tinha aquilo colada em seu corpo como se se fizesse parte dela. Eu nunca tinha visto algo tão belo, uma espécie de calafrio passou por mim, talvez eu já esperasse por isso. Ela não era humana.

Clara- O que é isso?

Marina_ Me ajuda?

Clara_ O que houve, isso são as...asas?

Marina_ Precisamos conversar.


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