Os anjos Amam... escrita por Sandrinha


Capítulo 4
Sentimento.


Notas iniciais do capítulo

Mais um....pouquinho maior.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/614316/chapter/4

Marina...

Enquanto abro o livro na pagina que a Sr. Aline pediu observo Clara, está sentada do meu lado estática ela não consegue parar de mexer as mãos, acho que está nervosa. Confesso que minha intenção não foi causar nenhum constrangimento a ela. Como poderia querer isso, se fui praticamente criada pra servi-la. Mas as coisas mudaram em relação ao meu legado, venho nutrindo sentimentos fortes por ela. Talvez eu tenha me precipitado em achar que os humanos são limitados, talvez eu não seja superior, talvez ...talvez no fundo sejamos todo iguais.

As ações é o que nos torna diferentes, e as minhas ações foi o que me trouxeram pra esse momento, o momento em que eu me perco, que não consigo controlar tudo como antes. Eu a olho e vejo o pouco de tempo que nos separa, o pouco de anos que nos torna tão diferentes. Eu não sou humana, mas hoje agora eu me sinto humana, eu me sinto viva, me sinto mortal. Um ser frágil, que tem medo?. Talvez essa seja a palavra pra tudo que venho sentido.

***

Clara...

Me sento em um banco vazio no final de um enorme corredor da biblioteca. A Ju não está mas vindo ao Campi a noite costumávamos ficar juntas. Ela teve Problemas com o namorado pra variar. Estou observando os alunos se mexer com frequência as conversas. Pessoas da mesma idade que eu. Pessoas com uma expectativa de vida maior, com sonhos, com família. Quando penso nessa palavra, uma palavra tão grande com 6 letras, tão forte, será que sempre foi assim? Imagino a minha família e me obrigo a pensar que talvez não conhecemos o real significado dessa palavra. Minha mãe foi embora quando era pequena e me deixou sozinha com meu Pai. Meu Pai morreu algumas semanas. E Maria a empregada da casa é minha família. Minha irmã tem 10 anos e mora com minha mãe, veio faz uns dias me visitar e já sinto falta dela. Mas minha mãe não vai largar Madrid pra morar no Rio sempre foi movida a luxo.

Enquanto penso sobre a Teoria da vida sinto algo se aproximar e por impulso, olho e vejo olhos castanhos me encarando com uma expressão indescritível._ Oi? Ela sabe chegar com estilo. _ Oi. Finjo não me espantar com a presença dela e não lembrar do que aconteceu a pouco na sala._ Clara. Posso sentar? Olhos para suas mãos e estão no bolsos._ Acho que sim. Ela sorri com minha resposta e se aproxima de mim se sentando ao meu lado._ Desculpa pelo jeito que falei com você, eu não fui educada. Ela se desculpa e só consigo reparar em seus lábios pintados de vermelho indiscutivelmente ela é linda. Ela sorri pra mim e respondo. _É você não conhece ninguém daqui? Ela mexe no cabelo com um sorriso de lado._ Não. Mal deixo ela responder e emendo outra pergunto, sinto uma vontade imensa de conhecê-la._ Você tem namorado? Me arrependi imensamente da ultima frase, mas já era tarde, percebi que ela ficou seria. _ Não. É importante ter um namorado? Ela me pegou. _ Não, acho que não. Mas que assunto mas sem nexo esse. Me levanto. _ é Preciso ir. _ Clara? Ela me aborda. Segurando em meu braço. Apenas me impedindo de ir. Ela olha em meus olhos _ Fica. Ela pede e vejo serenidade em seus olhos. Respiro...._ Por favor. Foi difícil se aproximar de você. Espera, Difícil? Como....do que ela está falando? Ela planejava falar comigo , ela me conhece? mas ela disse que não._ Difícil? Pensei ter ouvido você dizer que não conhecia ninguém daqui. Ironizei. _ Eu só queria te conhecer. Não sou boa com palavras. Ela sorri. Ela não respondeu minha pergunta. Ela se aproxima de mim e coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. _ Você é tão linda.

_Claraaa... Vejo alguém gritar meu nome. Me viro em direção ao som tão familiar George. _ Clara vai fazer algo hoje?. Marina nos olha. _ Bom vou indo, Clara? Ela segura minha mão._ Cuidado.

Confesso que aquilo foi bem estranho me assustou, pareceu tão seria. Será que estava me alertando de algo. Ou foi uma ameaça. Acho que vou ficar com a primeira opção.

_ Oi George...

***

George me fez aceitar o convite de sair com ele sábado a noite, apesar de não ter ouvido nada do que ele disse. Passei meia hora da nossa conversa sentindo meu corpo se recuperar do jeito que Marina se aproximou de mim, a forma como ela me tocou, me olhou. Confesso que isso me assusta ela me parece o mais longe possível do normal, não há vejo na internet, parece não ter celular,em que mundo vive uma pessoa que não tem smartphone? Não conversa com ninguém tem um olhar forte , intenso. Suas mãos são quente, seu corpo todo é quente e macio.

***

Saiu em direção ao estacionamento da Faculdade, caminho com um pouco de pressa, pretendo passar na casa da Ju antes de ir pra casa. Passo mais um sinal verde, estou chegando no AP dela, quando vejo algo vir em minha direção, um clarão...

Abro os olhos lentamente e vejo alguém sair de perto de mim, seu cheiro... Algumas sirenes tocando, passos, ouço passos.

***

Acordo em um Hospital vejo Maria sentada em uma cadeira do lado da minha cama. _ Clara? Querida você está bem?

_ Uhum... O que aconteceu? _ Amor você sofreu um acidente. Acidente? Agora minha cabeça começa a trabalhar e lembro-me de um carro passando o sinal e ai o clarão. Olho pro meu corpo e percebo que não tenho nada._ Mas eu não tive nada. Falo verificando, que não tenho nenhum arranhão. _ Querida foi um milagre seu carro ficou totalmente destruído, o outro motorista faleceu no local.

_ Maria alguém me tirou de lá. Falo com uma certa pressa.

_ Querida se acalma, tenta descansar.

_ Não! _ Querida descansa. Ela me vence pelo cansaço , mas não desisti, como ela mesma disse foi um milagre, alguém me tirou, ainda posso sentir cheiro. Depois de muito de tempo tentando assimilar os fatos, acabo adormecendo de novo.

***

Depois de uma longa madrugada, de telefonemas e exames, estou em casa, bem. Não tive nada, nenhum machucado. Me sento em minha cama e olho o pequeno rádio da noite passada e a lembrança de Marina me envolve novamente. Olho no relógio e são 04;03 da manhã. Me deito e fico observando o teto. Me sinto em um filme de Aliens onde tem sempre um vizinho misterioso e esquisito, que no fim descobrimos que era o E.T. Mas Marina não é um E.T ela é humana posso ver seus braços, olhos tudo muito perfeito Claro, mas são de verdade. Mas quem explicaria meus sonhos? Meus calafrios, eu sinto a presença dela, e de alguma forma sei que é ela. Isso me assusta bastante, talvez eu tenha ficado doida com o fato do meu Pai ter ficado doente. Ela é o sinônimo de Perfeição, todo garoto da Universidade olha pra ela, eles falam dela. Até meu professor de aula pratica ficou secando ela. Mas ela sempre está próxima a mim. " Por favor. Foi difícil se aproximar de você"

Talvez ela seja uma psicopata, existem casos assim no mundo todo. Não, não e não. Preciso dormir.

Marina...

Meu corpo ainda está se recuperando dos machucados, proteger Clara daquele carro me custou muitos ferimentos. Ela poderia escutar mais as pessoas. Não posso ir para aula hoje assim. Preciso ficar em casa por alguns dias, até meu corpo se curar. Mas fico feliz que ela esta bem, sem nenhum machucado e espero que ela realmente não tenha visto nada, ela desmaiou com o susto.

***

4 dias depois...

Clara...

Já se passaram 4 dias após o acidente e nada do sinal da Marina, ela praticamente sumiu, não vem as aulas, ninguém sabe dela. Fico preocupada, não sei por que me importa com uma garoto que persegue meus sonhos e agora a minha vida particular. Me lembro dela dizer que morava em Santa Teresa, mas se ela mora na minha comunidade como nunca vi lá.

Volto pra casa mais cedo. Troco de roupa, como alguma coisa, são 18;00 pego o carro e começou a procurar -la , parece totalmente loucura o que estou fazendo mas preciso saber o que houve, se ela foi embora, ou se está bem. Vejo uma casa um pouco longe no final da minha rua e tem uma senhora sentada na calçada._ Senhora por gentileza, você conhece alguma garota chamada Marina ? Ela me olha, me olha...._ Essa garota é estranha? _ Sim um pouco. Dou um meio sorriso._ Se for a mesma mora naquela casa. Ela apontou para uma casa escura totalmente abandonada, ninguém moraria ali. Sem pensar duas vezes agradeço a senhora, estaciono o carro e vou caminho até lá. As luzes estão acesa, ela deve estar acordada. Me aproximo, tem galhos espalhados, arvores ..mal da pra ver a porta da casa dela. Bato na porta ainda cismada com o que pode vir, pode não ser a casa dela. Alguém se aproxima da porta e abre. Sim é ela....

_ Clara? Ela esta assustada, está com pouca roupa ...es..ta machucada. Entro na casa dela sem ela permitir. _ Deus você está machucada, muito machucada precisa ir no médico._ Não. Clara por favor, saia. Quê ela está me expulsando?_ Não. Marina você precisa de ajuda._ Não preciso. Estou bem. Por favor. _ Não eu não vou sair.

Olho pro corpo dela , ela usa apenas um sutiã preto e uma calça rasgada, está com o ombro roxo, tem sangue na calça, parece que não está recebendo os devidos atendimentos. Tento toca-la mais ela me impede apenas com uma mão, como tem tanta força. E por que não quer ajuda?. _ Marina qual é o problema . O que houve? Eu posso ajuda-la me deixe ajuda-la. _ Não Clara você não pode. Saia Clara._ Não vou deixa-la assim Marina._ Me esquece Clara, saia agora.

Há poucos dias disse que queria me conhecer melhor e agora quer me afastar. Por que ela se aproxima e me envolve com seu carisma e depois se distancia como se eu fosse a própria serpente lhe oferecendo a maçã do pecado? Ela não pode me fazer sentir assim e agir somente conforme o que ela pensa ser o certo sem levar em conta o que eu penso e quero.

Sai da casa de Marina do jeito que ela mesma disse, eu não posso.Caminho descalça pela praia, sentindo a areia fina e fria na planta dos pés, deixando com as pegadas que ficam para trás, a memória de Marina. Antes de saber que ela existia, eu não precisava dela porque não sabia que precisava. Se ela quer que eu a esqueça é porque não quer que eu precise dela. Talvez ela esteja certo e, mesmo que me doa admitir, esquecê-la é o melhor para mim.

***

Marina...

Se ela soubesse... O quanto me dói tudo isso, vê-la assim, falar assim. Me machuca de uma forma absurda, e eu não sei até quando vou aguentar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obg a todas que comentaram.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os anjos Amam..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.