Por Lucas:

A mulher ainda estava parada na minha frente, acho que ela estava tentando assimilar o que tinha falado para ela. Olhei para sua barriga e percebi que estava grávida, por isso sentir alguma coisa se mexendo, ela parece estar com uns 6 meses.

–Ei moça, você está bem?

–Você realmente não se lembra de mim?

–Não... Desculpa, quem é você?

–Calma, vou chamar o médico.

–Tudo bem.-ela sai e começo a olhar o quarto, olho para minha mão e vejo uma aliança, a tiro e começo a olhá-la.

“Eduarda”

Era o que estava escrito por dentro dela, a coloquei de novo no dedo e vejo ela entrado com o médico no quarto.

–Olá, me chamo Marcos, sou seu medico, lhe acompanhei por esse tempo todo, o senhor se lembra do seu nome?

–Acho que me chamo João Lucas, mas prefiro que me chame de Lucas.

–O senhor reconhece esse mulher?

–Desculpa, mas não me lembro...- quando tempo eu fiquei desacordado?

–Por 3 meses, acho que a pancada que o senhor levou deve ter lhe trazido essa perda de memória. Vou lhe fazer alguns exames, para ter certeza que está tudo bem.

–Tudo bem.- ele sai e a moça se aproxima de mim.

–Sua família está vindo, liguei para eles, você se lembra deles?

–Acho que não... Qual é o seu nome?

–Eduarda.-olho para sua mão e vejo uma uma aliança igual à que esta no meu dedo.

–Somos casados.

–Somos.

–É menino ou menina?-ela passa a mão em sua barriga.

–É um menino.

–Quanto tempo?

–7 meses.

–Desculpa...-ela me olha confusa, mas quando ia responder vejo a porta se abrindo. E eu não reconheço ninguém que entra pela aquela porta.

–Meu filho.-a mulher vem me abraçar. Logo após vem um homem, depois mas um mulher e outro homem, agora mais velho.

–Quem são vocês?- eu falo e eles me olham assustados.

–Ele perdeu a memória... Tinha esperança que ele reconhece-se vocês.- ela fala com uma voz triste.- Lucas, essa é sua mãe, essa sua irmã, esse é seu irmão e esse é seu pai.

–Eu queria muito me lembrar de vocês.

–O importante é que você acordou e está de volta, vai poder conhecer seu filho.- a mulher que Eduarda falou que era minha mãe chegou perto de mim e falou.

–Com licença.- o médico entra.- já fizemos seus exames e tirando a falta de memória está tudo bem, amanhã você já terá alta.

–E sobre a perda de memória? Ele vai a recuperar?- meu pai pergunta.

–Nós esperamos que seja apenas passageira, mas veremos, vamos fazer um acompanhamento.

–Obrigado.- meu pai agradece e o médico sai.- Eduarda você vai para casa...

–Não vou, vou ficar com o Lucas e não adianta falar nada, vocês sabem disso.- ela é determinada.-vocês podem ir, amanhã vocês voltam.

–Tudo bem, amanhã voltamos.- eles saem, nos deixando sozinhos.

–Você tem certeza que quer ficar aqui, você está grávida tem que descansar.- ela dá uma risadinha- que foi?

–É incrível, mesmo você não se lembrando de quem eu sou, continua a mesma coisa, se preocupa.- agora foi minha vez de rir e ela pegou uma cadeira e colocando ao meu lado.

–Faz muito tempo que estamos casados?

–Na verdade não.

–Não?

–Nós nos casamos no dia do acidente.

–Então te engravidei antes de nós nos casarmos.

–Sim... Eu tinha medo.

–Medo do que?

– De você não está aqui quando ele nascesse... De você nunca o conhecer.- ela deixa lágrimas cair.

–Mesmo eu não lembrando, eu estou aqui e vou te acompanhar, vou estar ao seu lado.

–Obrigada, por não desistir.

–Eu que agradeço e peço desculpa por ter te deixado... Vai para casa por favor, não quero que durma naquele sofá.

–Não quero te deixar.

–Amanhã eu vou para casa e você não está me deixando.

–Promete que vai ficar bem?

–Prometo.

–Só mais uma pergunta.

–Qual?

–Amanhã você vai querer ir para nossa casa ou para casa dos seus pais.

–Pode ser para nossa casa?

–Tudo bem.

–Você que escolheu nossa casa?

–Na verdade não, você me deu aquela casa de presente, foi uma surpresa que você fez para mim, a gente mora lá já.

–Então morávamos juntos já?

–Sim... Olha eu vou indo, até amanhã.- ela beija minha cabeça e meu corpo todo se arrepia.

–Até amanhã.- não posso lembrar de quem ela é, mas tenho certeza que sinto alguma coisa por ela. Ela é especial, e ainda por cima está com um filho meu na barriga.

Na manhã seguinte...

Acordo e vejo Eduarda perto da janela, ela está passando a mão na barriga e olhado para fora.

–Já esta aqui tão cedo?- falo a despertando do seus pensamentos.

– Estou louca para te levar para casa, suas roupas estão aqui, quer toma banho aqui ou em casa?

–Pode ser aqui.

–Quer ajuda, o médico disse que você pode ter dificuldades de ficar em pé.

–Pode ser, mas não vai ser esforço para você não?

–Não se preocupe comigo, estou bem.- ela me ajuda ir até o banheiro, mas não a deixo me dar banho, troco de roupa lá mesmo e saio do banheiro.

–Bora?-ela me pergunta.

–Minha família não vai vim?

–Eles vão passar lá em casa hoje a noite.

–Então vamos, você pode dirigir?

–Não, o motorista do seu pai me trouxe.

–Bom por julgar, as roupas que vocês usam e a família ter motorista, acho que vocês tem uma condição boa né?

–Chegar em casa, eu te falo tudo.

–Tudo bem.- saímos daquele hospital e logo chegamos na “nossa casa.” Era uma casa grande perto da praia.- realmente vocês tem dinheiro.

–Um pouco, vamos entrar, vou te contar tudo.

–Vamos.-nos sentamos no sofá e Eduarda começa a falar.

–Seus pais são donos de império de joias, você é filho casula deles, minha família também tem bastante dinheiro, mas isso não importa. Somos amigos praticamente dês da infância, tive que ir para Paris, ficamos um ano separados, quando voltei você me pediu em namoro, namoros, eu engravidei e nos casamos. É praticamente isso.

–Eu queria tanto lembrar.

–Você vai lembrar, é só ter paciência. Não precisa ser agora, mas uma hora você vai lembrar e eu vou estar aqui do seu lado esperando isso acontecer.-ela fala e sela nosso lábios, fico sem reação, mas não quero parar esse beijo.