Por Eduarda:

Já estou quase pousando, acabei vindo sozinha, Clara insistiu muito para vim comigo, falou que eu estava muito nervosa e que isso poderia fazer mal ao bebê, mas consegui convence-la de ficar e contar o que está acontecendo para todos.
Estava passando a mão em minha barriga e pensando como seria daqui para frente, pedindo a Deus para que nada acontecesse com o Lucas, quero que ele conheça nossa filho, lágrimas caíam do meu rosto só de pensar na possibilidade de perdê-lo... Fui tirada dos meus pensamentos quando foi anunciado que já tínhamos pousados, sai rapidamente do avião e como não tinha nenhuma mala, fui correndo para pegar um táxi e ir para o endereço ao qual o policial tinha me falado.
Não demorou muito e já estava na porta da clínica, entrei correndo, quando estava na porta da recepção avistei meus sogros, não entendi como eles chegaram aqui primeiro que eu.
‘’Eles não estavam no monte?”Pensei comigo.
Resolvi não chegar mais perto,pois vi que eles falavam com um médico, estava com medo da Clara já ter falado da minha gravides e eles não me contassem nada do que estava acontecendo. Então me escondi atrás da parede e comecei a ouvir a conversa.
JA: Como ele está doutor?
Dr: Infelizmente as notícias não são boas, o Lucas terá que fazer uma cirurgia..- sinto um aperto no meu coração e lágrimas voltam, o que será que ele tem para que precisem fazer um cirugia? Vejo que minha tia pensa o mesmo que eu e interrompe o médico.
MM: Mas qual é o motivo dessa cirurgia?
Dr: Um dos pulmões dele foi perfurado no acidente, vamos ter que fazer um transplante, por sorte já temos um doador e logo faremos essa cirugia.
JA: Essa cirurgia é de risco?
Dr: Infelizmente sim.. – vejo o choro da minha sogra aumentar.- Ele está consciente ainda, está respirando com ajuda de aparelhos e ele não para de chamar pelo nome de uma moça: “Du”,acho que vocês deveriam a chamar para vim ver ele antes da cirurgia.
JA: Infelizmente ela está no Rio e acho que...
Du: Eu estou aqui, quero vê-lo.- entro enxugando minhas lágrimas, que não param de cair.
MM: O que você está fazendo aqui? Como soube?- fala assustada.
Du: Não importa, depois eu explico, agora eu só quero ver o Lucas, você pode me levar até lá doutor?
Dr: Claro, me acompanhe.- sigo-o por um corredor e logo já estamos em frente ao quarto em que o Lucas está.
Dr: Não o deixe ansioso, ele está muito fraco.
Du: Pode deixar, só quero ve-lo.
Dr: Você o ama muito né?
Du: O senhor não faz ideia.- falo voltando a chorar.
Dr: Fique a vontade, daqui a pouco volto para levá-lo para cirugia.
Du: Obrigada.
Entro dentro do quarto e parece que ele está dormindo, chego mais perto e começo á cariciar sua cabeça e as lágrimas são inevitáveis, nunca o vi assim.
Du: Vai ficar tudo bem meu amor.- falo lhe dando um beijo em sua cabeça e vejo ele abrindo seus olhos com dificuldade.
JL: Du..- ele fala com dificuldade.
Du: Shiu...- coloco um dedo em seus lábios.- não faz esforço.
JL: O que você está fazendo aqui?
Du: Um policial me ligou falando do seu acidente e eu vim o mais rápido possível, como você está se sentindo?
JL: Não quero mentir para você, to com medo Du.- ele deixa algumas lágrimas cair.
Du: Não fala isso Lucas, vai ficar tudo bem, você vai ficar bem, tu tem que ser forte...- não consigo falar mais nada,meu choro está muito forte.
JL: Eu não sei se consigo...- enxugo minhas lágrimas e depois de alguns segundos começo a falar.
Du: Você vai conseguir, se não quer ser forte por você,seja por mim...- olho e coloco minha mão em minha barriga e então falo.- seja forte por nós.- ele olha para minha barriga.
JL: Du... V-você e-está grávida?- assento que sim com a cabeça.
Du: Vamos ter um lekinho amor... E agora mais do que nunca eu preciso de você, então por favor nem pense em mim deixar...- coloco sua mão em minha barriga- Eu quero que você o conheça, quero que você o ensine a jogar, quero que você esteja com ele quando der os primeiros passos, as primeiras palavras, o primeiro dentinho.... Eu quero que você esteja aqui. Então por favor não desisti, seja forte por ele. Ele vai precisar de um pai.- nós dois estamos chorando.
JL: Eu te prometo que vou fazer o possível e o impossível para voltar amor, eu também quero ver isso tudo, quero conhecer nosso filho, o fruto do nosso amor...- ele começa acariciar minha barriga- quando você descobriu?
Du: Hoje de manhã, eu ia te contar hoje no jantar.
JL: Amor, quando eu voltar precisamos conversa uma coisa muito seria..- o interrompo.
Du: Que coisa?
JL: Eu só preciso que você confie em mim ta bom? E não se esqueça que eu te amo muito.
Du: Você esta me assustando.
JL: Só confia em mim, promete ?
Du: Prometo meu amor e eu também te amo muito.- colamos nossas testas uma na outra e ficamos assim por um tempo até que ouvimos batidas na porta.
Dr: Estamos prontos para começar a cirurgia, vamos o levar para sala agora, tudo bem?- ele voltar o seu olhar para o meu e ainda vejo medo em seus olhos, também estou com medo, mas algo me diz que vai acabar tudo bem e logo ele vai estar em casa novamente.
Du: Vai ficar tudo bem- falo passando a mão em seu rosto.- só me promete que vai voltar?
JL: Eu prometo amor.- fala beijando minha mão.
Dr: Pronto?
JL: Pronto.
Dr: Então vamos.
Eles trocam ele de marca e começam o levar para a sala de cirurgia, antes dele entrar ele puxa minha mão.
JL: Eu vou voltar para conhecer nosso filho.
Du: Eu sei que vai.
Eles o levam para dentro da sala e eu volto para recepção onde encontro meus tios. Quando minha tia me ver vem logo me abraçar e começamos a chorar juntas, ficamos assim por um certo tempo.
MM: Já começaram a cirurgia?
Du: Já, acabaram de levar ele. Fica calma tia eu sei que vai tudo certo, tenho fé nisso.
MM: Deus te ouça minha filha.
JA: A Clara acabou de me ligar.- vejo meu tio se aproximando- você não tem nada para contar para gente não?-minha tia olha para ele e logo depois para mim com um olhar confuso.
MM: Do que ele está falando Eduarda?
Du: Eu estou grávida tia.
MM: Grávida?
Du: É tia, grávida.
MM: A melhor notícias que poderíamos ter diante dessa confusão toda... O minha sobrinha, parabéns.- ela me abraça.
JA: Bom é minha vez de falar né... Muito obrigada minha querida, você e meu filho estão me dando o melhor presente que um homem poderia querer, um neto- ele me abraça- parabéns.
Du: Obrigada tios.
JA: E o Lucas já sabe disso?
Du: Acabei de contar para ele..-enxugo minhas lágrimas-Tem uma coisa que não sai da minha cabeça, como vocês chegaram aqui primeiro do que eu? Vocês não estavam lá no monte?
JA: Não iremos mentir para você, mas também não lhe contaremos a história toda, pois o Lucas quer ele mesmo contar isso para você, a gente veio com o Lucas e não viemos resolver assuntos da império, mas sim assunto pessoal.
Du: Que assunto é esse?
JA: Como eu te disse quem vai lhe falar isso é o Lucas, agora a senhorita vai dar um jeito de comer alguma coisa, Clara me falou que você não comeu nada.
Du: Não estou com fome
MM: Não importa você tem que comer, esqueceu que tem mais um para alimentar agora, vamos eu te levo na cantina. Zé qualquer coisa você vai lá nos avisar, tudo bem?
JA: Tudo, podem ir tranqüilas.
Du: Tia a gente pode ir comer fora da clínica? Queria esfriar um pouco a cabeça.
MM: Claro, deve ter alguma lanchonete aqui perto.- saímos da clinica e andamos um pouco ate chegarmos a uma lanchonete.- vai querer o que ?
Du: Vou querer só um suco mesmo.
MM: Nada disso, a senhorita tem que se alimentar. Vou pegar um sanduíche para você.
Du: Tudo bem.- enquanto minha tia vai pegar nosso lanche fico observando a rua pela janela e vejo um moça com uma caixa na mão, ela olha para os lados e deixa a caixa em um canto, sei que estou sendo muito curiosa mais quero saber o que tem naquela caixa, me levanto e vou ate o local, quando chego e vejo o que esta dentro fico horrorizada, como uma pessoa tem coragem de fazer isso. Pego o neném que estava dentro da caixa e começo a balançá-lo, ele está dormindo tranquilamente.
Du: O meu lindo, vai ficar tudo bem, eu vou cuidar de você.- falo lhe dando um beijo em sua bochecha, ele é tão lindo, tão pequeno e não sei o porque mais me lembra muito o Lucas. Quando entro dentro do restaurante vejo minha tia no celular aflita e logo meu coração se aperta.
Du: Aconteceu alguma coisa com o Lucas ?
MM: Não, a gente...- ela para de falar quando percebe o bebê em meu colo.-que criança é essa Eduarda?
Du: Eu estava olhando pela janela quando vi uma mulher com uma caixa na mão, ela olhou para o lado para se certificar que não tinha ninguém e deixou a caixa ali na porta e movida pela curiosidade fui ver o que era, ai encontrei essa coisinha linda aqui. Eu posso ficar com ele, não posso? Ela o abandonou, não o quer, mas eu quero e vou cuidar dele.
MM: Calma Eduarda precisamos ir em uma delegacia para informa tudo isso, mas antes coma que temos que voltar logo para clínica, depois que o Lucas melhorar vamos ver isso.
Du: Mas posso ficar com ele enquanto isso ?
MM: Pode, agora me dê ele para você comer.- ela pega o neném e vejo um olhar de reconhecimento em seu rosto.- como era a mulher que você viu?- assim que acabo de mastigar a respondo.
Du: Ela era loira, alta, tem os olhos bem claros. Mas por que a senhora quer saber?
MM: Por nada, acaba logo de comer isso, a Clara está lá na clínica, vou pedir para ela ir com você para comprar algumas coisas para o bebê.
Du: Não é por nada não, mas pede a Clara para ir sozinha, só vou sair daquela clínica agora quando o Lucas tiver bem.
MM: Tudo bem, não vou discuti com você. Agora coma tudo.- não sei porque mas vejo agora uma expressão de alívio em seu rosto, o que será que está acontecendo?
Acabo de comer e vamos direito para clínica, no caminho o menino chorou um pouco, não sabia o que fazer, mas aos poucos comigo o balançando ele foi se acalmando. Não irei colocar nenhum nome nele, quando Lucas acorda escolheremos juntos.
MC: Que bebê é esse?- ela fala assim que me ver entrar.
MM: A Eduarda o achou na porta da lanchonete onde estávamos.
MC: Posse pegá-lo Du?
Du: Claro.- o entrego para Clara.
MC: Nossa como ele parece com o Lucas, olha mãe é mesma coisa de ver ele quando era neném.
Du: Pensei que era só eu que tinha reparado isso, assim que o peguei lembrei dele.- minha tia chega mais perto.
MM: Realmente ele parece muito com ele... Zé você pode ir ali comigo.
JA: Claro.
Du: Clara você sabe qual é o assunto que seus pais vieram resolver aqui com o Lucas?- ela estava tão entretida com o bebê que nem me ouviu.- Clara!
MC: Oi, desculpa nem te ouvi, o que você falou?
Du: Nada, deixa para la.
MC: Hum... Qual o nome você vai colocar nele?
Du: Não sei ainda, vou decidir com o Lucas.
MC: Ele devia se chamar João Lucas Junior, não tem lógica como ele se parece com ele não.
Du: Também acho, se o Lucas concorda esse será seu nome. Sabe Clara mesmo ele não sendo realmente meu, sinto um carinho imenso por ele.
MC: Sei disso, da para ver no seu olhar um brilho quando você fala dele.
Depois de um tempo meus tios voltaram, não os questionei sobre o que era sua conversa. Clara resolveu ir comprar as coisas para o bebê e logo depois volto.
Passaram mais algum tempo e o médico estava entrando na sala, um frio na barriga e um aperto no coração me invadiram, mesmo sabendo que iria da tudo certo, estava com medo.
JA: Como está meu filho?
Dr:Ele...