– Eles queriam recuperar a caixa de gelo. – ouvi Volstagg comentar com Fandral, que olhou de relance para mim. A partir daí, eles começaram a cochichar.

– O que é a caixa de gelo? – perguntei a Frigga enquanto caminhávamos acompanhadas de guardas até meu quarto.

– Querida... – ela parou e me encarou, como se olhasse minha alma – Não se preocupe com isso. O Pai de Todos e seus irmãos cuidarão disso. - apenas bufei com sua resposta, sabendo que não diria mais nada sobre o assunto.

Um guarda entrou e disse que Odin a chamava. Aproveitei e fui atrás de Thor e Loki. Os encontrei reunidos com os três guerreiros e Sif. Eles falavam sobre uma invasão a Jotunheim, o planeta dos Gigantes de Gelo. Pouco antes de resolver aparecer, Loki veio em minha direção.

– Não é bonito para uma princesa ouvir conversa as escondidas. – ele sorriu, pegou minha mão e me puxou para a direção deles.

– Não fiz por mal... – disse, fazendo-o intensificar o sorriso e assentir.

– Nós temos que ir. – disse Thor.

– Não é uma boa ideia, e você sabe disso! – Volstagg rebateu.

– Por que? Eles podem nos atacar e nós temos que ficar aqui, de braços cruzados? – Thor estava revoltado.

– Volstagg está certo, irmão. – Loki disse. Ele tinha me feito sentar ao lado do grande guerreiro comilão (Volstagg) e seguia na direção de nosso irmão.

– Vocês são covardes! Temos que defender nosso reino! – ele gritava, até seus olhos se cruzarem com os meus – O que está fazendo aqui, irmãzinha? – sua voz se tornou aveludada e ele se agachou, tocando meus joelhos.

– Estava preocupada com vocês... – falei, e ele sorriu ternamente – O que está acontecendo? – olhei para ele e depois para Loki, que estava próximo a nós.

– Gigantes de gelo atacaram nosso reino. – Loki falou sem muita emoção.

– Eles queriam recuperar a Caixa de Gelo, - começou Thor, se sentando à meus pés – que nosso pai conquistou após derrota-los a muito tempo atrás.

– A tal da grande batalha, certo? – todos assentiram à minha pergunta.

– E nós vamos nos vingar... – disse Thor.

Eles seguiram para a Ponte Bifröst, e de lá os vi sendo levados a Jontunheim da varanda de meu quarto. Eu sabia que isso não daria certo. Já estava deitada quando vi que Bifröst estava brilhando novamente. Corri para lá o mais rápido que pude. Odin e Thor discutiam. Loki me abraçava e tentava me tirar de lá, em vão. Nunca tinha visto aquelas expressões nos rostos dos três.

– Você é um velho! Não sabe o que está dizendo! – gritava Thor.

Então, Odin atacou-o. Não de maneira física, mas mágica. Retirou-lhe os poderes divinos por tamanha arrogância e descuido, pois por sua causa, a trégua entre Asgard e os Gigantes de Gelo estava abalada.

– Pai, o que você vai fazer?! – gritei, quando vi que ele estava abrindo o portal – Você não pode expulsá-lo! – tentei correr na direção de Thor, que me olhava atordoado, quando Loki me abraçou o mais forte que pode.

– Não se meta, irmã. – ele disse com um tom estranho.

E ele se foi. Odin o mandou para Terra. Thor estava sem poderes, sem seu Mjolnir, sem ninguém. Corri na direção do pai de todos e parei em sua frente, percebendo o quanto eu estava brilhando pelo reflexo da armadura dele.

– Por que?! – eu ia começar a chorar, mas estava com vontade de explodir.

– Ele mereceu. – ele disse, e então saiu andando.