– Eles ainda são muitos. – disse assim que pousamos ao lado de meu irmão e Capitão Rogers.

– A única maneira de parar é fechar o portal. – Capitão disse.

– Eu posso fazê-lo. – Natasha respondeu pelo comunicador.

– Não. – Stark disse – Tem um míssil vindo em direção à Ilha de Manhattan, e a única maneira é...

– Você sabe que é um caminho sem volta, não sabe? – Capitão falou.

– É a única maneira. – Stark respondeu.

Vimos ele levando o míssil até o portal. Segui voando à torre, pra encontrar uma maneira de ajuda-lo a voltar. Ouvi Thor e os outros gritando algo, mas não prestei atenção. Mais ninguém morreria enquanto eu estivesse ali e pudesse fazer algo.

E então ele entrou. Sumiu pelo portal. Demorou a retornar, então Capitão disse para Natasha fechar o portal. Era o certo. Era dolorido. E ela o fez. Antes que ele se fechasse por completo, Stark caiu pela última brecha. Mas caía muito rápido, até o grande Hulk pegá-lo e colocá-lo em segurança.

– Temos que destruir isso. – Natasha disse.

– Mas é necessário tirar o Tesseract primeiro. – Dr Celvig falou com cautela – Se não, boom!

Olhamos o equipamento e, enquanto eles discutiam sobre qual seria a maneira mais segura de retirá-lo, tirei minha capa, peguei o Tesseract com ela e o enrolei.

– Pronto. – eles me olharam surpresos e eu sorri.

A ruiva tirou o cetro de Loki do encaixe e o equipamento de desfez. Entreguei o cubo ao doutor e seguimos para a parte de baixo, onde seria a entrada superior da torre.

– Então vocês conseguiram. – Loki disse, ao atingir Natasha pelas costas e recuperar sua arma – Quanto tempo, irmãzinha. – seu sarcasmo me enojava.

– O que você vai fazer? Vai tentar me atacar? – falei – Você sabe que não teria coragem de fazer nada contra mim!

– Não se julgue superior, por favor. – ele mantinha sua calma forçada – Não cometa esse erro também. Você sabe que tenho sentimentos reais por você, princesa de Asgard, mas nada que eu não possa esquecer. – ele dizia ao caminhar em minha direção, me deixando bem perto do fim da estrutura.

– Vamos lá, irmão. – disse e respirei fundo, jogando Lysstyrke para o lado – Não precisamos de armas para resolver nada.

– Você realmente acha que vai me convencer com sentimentalismo barato? – ele gargalhou – Eu esperava mais de você.

– Se você não quiser acreditar, fica a seu critério. – endireitei minha postura e o olhava de igual para igual – Independente do que aconteceu ou vai acontecer, estou disposta a ficar ao seu lado...

– Se? Tem um “se” depois disso, não tem? – ele sorria amargamente - O quão generosa e bondosa a amada princesa de Asgard pode ser com seu ex-irmão malvado.

– Se você se render. – completei sem aparentar estar abalada – Eu amo você, e você sempre será meu irmão, mas preciso que se renda. – completei, o olhando nos olhos.

– Uau. – ele me analisava – Eu também amo você, - começou, olhando para os lados e sussurrou – Mas não posso fazer isso.

E com um golpe rápido, Loki enfiou seu cetro em meu abdômen. Eu não conseguia entender o porquê. A dor física eu poderia suportar, mas a dor sentimental... Meu coração estava destruído.

– Talvez você me perdoe um dia, raio de sol. – ele sussurrou em meu ouvido e me jogou prédio abaixo, no mesmo instante que eu comecei a brilhar.

Nunca sentira tanta energia emanando de mim em toda a minha vida. Eu não podia voar, não sabia o que fazer além de brilhar e chorar. Toda a minha vida foi jogada fora por acreditar que meu irmão me amava tanto quanto eu a ele.

– Solaria! – ouvi os gritos de Thor de longe. Algo me pegou e, instantes depois, me colocou em solo. – Cuidado, o brilho pode... – meu irmão falava algo para os outros, mas eu não entendia bem o que era.

– Solaria! – Barton estava à minha direita, próximo demais – Por favor, pare para que possamos te ajudar!

– N-Não s-s-sei c-com... – disse, procurando-o algo à minha volta. Eu não enxergava nada.

– Abra os olhos! – a voz de Barton ficou próxima a mim, então o fiz – Você pode me ver? – assenti – Então não feche os olhos, o socorro está vindo.

– M-Mas... – a dor começava a ficar mais forte, mesmo sem ter certeza se era a física.

– Irmã! Pelo pai de todos, fique conosco. – o rosto de Thor aparecera ao lado do outro. Eu não tinha mais forças.

– M-Me desculp-pem por atrapa-lhar. – falei como custo – Vocês são... Os verdadeiros heróis. – sorri de leve falando sem voz.

Deixei minha consciência ser invadida pela escuridão. Senti um beijo terno em minha testa e algo ou alguém me envolvendo. Meu corpo e olhos ficaram mais e mais pesados até que... O nada tomou conta do meu ser.