Solaria escrita por itsbenhe


Capítulo 14
Capítulo 13 - Entre o guerreiro e a espada


Notas iniciais do capítulo

Dose dupla de Sodral hoje!! Capítulos 12 e 13 ;)



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Entre treinamentos e aulas de valsa, eu andava quase vinte e quatro horas junto com Fandral. Ele resolveu me ensinar a andar a cavalo, por causa disso. Ou como desculpa para passar mais tempo comigo, não sei ao certo.

Em um de nossos passeios a cavalo, Fandral levou-me à cidade de Asgard. Obviamente eu estava anônima em meio à multidão, com uma enorme capa chumbo cobrindo minhas roupas reais. Andávamos pelo meio de uma feira, e os camponeses o admiravam e o reverenciavam.

– Olhem só! – gritou um senhor atrás de uma barraca de frutas – Fandral, o bravo guerreiro!

E várias pessoas se curvaram diante nós, adorando um dos maiores guerreiros do reino. Eu estava impressionada com a ideia que os asgardianos faziam dos guerreiros; os tratavam como parte da realeza, já que os mesmos os mantinham sãos e salvos.

Seguimos de volta ao palácio e ele trotava em seu cavalo com uma postura exemplar, todo orgulhoso consigo. Por um momento, cheguei a imaginá-lo como um rei; e ele tinha tudo para ser ótimo. E isso me lembrou que minha mãe, Frigga, tinha comentado que meu pai sonhava com meu casamento.

– Não, nada disso Solaria. – balancei a cabeça negativamente ao falar sozinha, fazendo Fandral rir.

– Está tudo bem, princesa? – ele tinha uma expressão engraçada.

– Sim... Eu só... Pensei alto. – sorri sem graça. Era estranho como ele sempre prestava atenção em mim.

– Certo. – ele mantinha a expressão ao sorrir.

Cavalgamos em silencio por algum tempo. O sol estava se pondo e o céu estava em um tom alaranjado. Paramos perto da coxia, onde dava para ver perfeitamente o encontro do Sol com o horizonte e ficamos admirando. Meu acompanhante parecia querer falar alguma coisa, estava pensativo demais.

– Sabe, - Fandral começou, meio sem jeito – olhar o pôr-do-sol me lembra a maneira que você brilha. – ele sorriu, sem desgrudar os olhos do gigante amarelo-alaranjado a nossa frente.

– Levando em conta que eu meio que sou um sol ambulante e...- eu disse em tom cômico, mas ele me interrompeu.

– Não estou falando disso, Solaria. – ele falava com calma, e citou meu nome com maciez e cuidado – Estou falando do que eu sinto.

Ele não me olhava em nenhum momento e eu agradecia por isso. Seria muito constrangedor ter que ouvir aquilo com ele olhando em meus olhos. Um silencio estranho se instalou no ambiente até que ele começou a fazer carinho em seu cavalo.

– Quando vi você brilhar pela primeira vez, tive a mesma sensação que tenho ao olhar o sol se pondo ou nascendo; é como se eu estivesse no lugar certo, como se não houvesse mais nada nesse ou nos outros mundos que pudesse me abalar. – ele parou – Eu me senti em casa, acolhido. – ele sorriu e balançou a cabeça – É isso que seus poderes causam nas pessoas?

Seu olhar era cumplice e me fez sentir ainda mais ligada aquele guerreiro. Era como se eu precisasse dele, assim como um dia precisei do Loki. Fandral era, definitivamente, essencial em minha vida, mas... Talvez não como eu achava que sentia.

– Eu... Eu não sei. – o olhava curiosa enquanto dizia – Loki dizia que era incrível me ver brilhar, mas nunca tinha falado como se sentia... Não assim. – sorri de leve.

Olhei de relance para ele e reparei que meu amigo olhava o horizonte com uma expressão preocupada. O encarei até ele olhar para mim, e estava com um olhar triste. Pensei que talvez tivesse dito algo errado, mas... Não sabia o que fazer.

– O que houve, Fandral? – disse ao descer do cavalo, logo após vê-lo fazer o mesmo. O segui até a pequena montanha, onde poderíamos ver ainda melhor o espetáculo natural – O que foi? – supliquei, fazendo-o me encarar novamente.

– Nada. – sua voz soou dura. Me senti atingida por algum motivo desconhecido – Me desculpe, eu só... – ele suspirou e encarou o sol novamente.

Depois de tanto tempo sem sentir algo ruim, Fandral me fez sentir uma angustia estranha. Fiz o mesmo que ele, mas cruzei os braços a minha frente, apertando os mesmos com as mãos. Sem perceber, tinha começado a brilhar.

– Me desculpe. – ele me olhou triste pelo canto do olho – Você está... Você está bem? – e então se virou para mim, me fazendo olhá-lo.

– Eu que pergunto.... – sentia sua expressão refletida na minha.

– Eu só... – ele parou e me encarou – Tenho medo de algo acontecer com você enquanto eu estiver fora, em alguma batalha. – ele me analisava após cada palavra – Não posso te proteger para sempre, Solaria, e por mais que eu queira... – o interrompi.

– Só o fato de você se importar com isso me faz sentir protegida. – sorri agradecida.

– Você não entende, eu...

– Você tem suas obrigações como guerreiro perante o rei e o povo asgardiano. – eu falava de maneira suave.

– Mas se eu... – ia falar mais e parei, deixando-o prosseguir – Se eu fosse apenas seu guardião, eu...

– Fandral. – disse, imediatamente – Você não pode deixar suas obrigações por minha causa. – ele parou e me olhou atentamente – Eu te adoro, mas... Não quero que deixe de ser quem você é e fazer o que você faz por mim.

– Certo, princesa. – ele falou tentando parecer animado, deixando o assunto de lado, mas vi uma pontinha de desapontamento em seus olhos.


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