Thorns escrita por Kamereon


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou! Boa leitura! :)



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Sakura's POV

Tínhamos jantado há pouco. Aquela sensação de coração partido ainda me incomodava demais. Estar brigada com Sasuke ainda me tirava o sono. Eu sentia que estava a ponto de perder o rumo. Ele subiu as escadas, mudo. Subi logo depois, e entrei no quarto. Como meu quarto ficava ao lado do banheiro, não foi difícil saber onde ele estava; pude ouvir o barulho do chuveiro do outro lado da parede. Estava decidido, quando ele saísse de lá, eu pediria pra falar com ele, e tentaria explicar melhor a situação. Sem gritos, sem perder a paciência. Não iria esperar por alguma atitude dele... Era melhor ir lá e falar tudo de uma vez. Eu só esperava sinceramente que ele pudesse me entender, que fizesse algum esforço pra isso. Era visível que ele também estava mal, por isso eu imaginei que ele também quisesse fazer as pazes. Mas não dava pra mentir... Eu me sentia nervosa pra falar com ele sobre aquilo tudo outra vez. Eu andava de um lado pro outro no corredor, em frente ao banheiro, enquanto pensava no que dizer.

O vi finalmente deixando o banheiro, com a costumeira toalha pendurada no ombro e os cabelos molhados e bagunçados.

– Quero falar com você. Pode ser? - Eu disse. Sasuke olhou pra esquerda, olhou pra direita, e suspirou como se notasse que estava sem escapatória.

– Espera no meu quarto. Eu já venho. - Ele respondeu curtamente.

Abri a porta do quarto dele e me sentei na beirada da cama. A sra. Uchiha estava certa em dizer que aquilo era uma bagunça. Sorri involuntariamente. Também não era o caos completo com os milhares de ecossistemas bacterianos que ela descrevia. As mães costumam aumentar um pouco a historia quando se trata de bagunça, não é? Estava bagunçado, mas tinha a cara dele. Se estivesse tudo milimetricamente arrumado eu duvidaria que aquele quarto pertencesse a ele.

– E então... - Ele chegou e encostou a porta atrás de si.

– Você sabe sobre o que eu quero conversar, não é? - Perguntei. A verdade é que eu não fazia ideia de como começar aquilo. Eu nunca sabia como começar conversas sérias.

– Acho que sim. - Sasuke respondeu, e então ficamos em silêncio. Eu procurava na minha mente as palavras que eu deveria dizer. - Já decidiu o que vai fazer?

– Sasuke... Senta aqui. - Eu disse e dei espaço pra que ele se sentasse do meu lado. - Escuta, eu vou ficar aqui na cidade por enquanto. Desculpa pelo jeito como falei com você aquele dia, mas eu não vou voltar pra capital agora. Eu sei que eu devo decidir logo, e que meu emprego está em jogo. Mas a decisão que eu estou pra tomar é muito maior do que você imagina, por isso eu não posso simplesmente ir. Preciso de tempo pra pensar no que fazer, e espero que você entenda.

– É sério Sakura, eu não entendo o que você quer fazer, e nem onde você quer chegar. Parece loucura! - Ele dizia com uma expressão confusa no olhar. - Por que você não me conta exatamente o que quer? Talvez eu entendesse melhor.

– Eu sei... Eu não queria dar detalhes agora. Acho que se eu contasse pra você como estão as coisas dentro da minha cabeça, talvez você ficasse mais confuso ainda. - Eu disse, e parecia firme na minha decisão de deixá-lo fora disso por enquanto. Logo depois olhei para o teto e bufei, irritada comigo mesma. Não adiantava. Eu tentei, mas não conseguia esconder muita coisa dele, por isso a minha tentativa de deixá-lo fora disso foi por água abaixo. – Tá, eu vou te contar. Eu tenho planos de ficar aqui. Ficar de vez.

– O que? Abandonar tudo lá e ficar aqui? Mas, como... – Ele aumentou a voz, surpreso. Como se aquilo fosse algo inimaginável, que ele pensasse ser impossível.

– Confia em mim, por favor. Há um meio de fazer isso, mas ainda não tenho certeza, preciso avaliar bem as possibilidades, como eu já disse. Eu vou tomar a decisão certa, só preciso de um pouquinho de tempo. E é essa parte que eu preciso decidir sozinha. Eu sei que você quer o melhor pra mim e só estava tentando me ajudar. - Eu disse, e levei minha mão direita ao rosto dele. - Mas eu preciso de um pouquinho de espaço. Tá bom? Eu juro que não vou esquecer sua preocupação. E eu preciso de você comigo, não aguento mais ficar longe assim.

– Você não está longe mim, vivemos debaixo do mesmo teto. – Sasuke disse estreitando os olhos, querendo chamar a atenção para o óbvio.

– Você entendeu o que eu quis dizer. - Falei. - Eu não peço que você mude de opinião... Só peço que confie em mim. Eu quero pensar em algo que seja melhor tanto pra mim quanto pra você. Queria te deixar fora disso por enquanto pra não te encher de expectativas. São apenas planos ainda, não sei se tudo vai correr como eu penso.

– Eu sei. Eu também senti sua falta, sua irritante. – Sasuke falou coçando a cabeça e sorrindo minimamente. - Eu ia dar ideia de nós vivermos um relacionamento à distância, pelo menos enquanto as coisas não se acertassem. Só pra você não ter que perder tudo lá.

– Como eu disse antes, se eu for agora eu não sei quando conseguiria voltar. Estou gastando agora todas as férias acumuladas que eu tinha, então eu poderia demorar muito tempo para ter direito a férias novamente. E eu ficaria por poucos dias... Resumindo, ia ser bem problemático. Eu ia achar bem difícil. No entanto, eu vou considerar sua opinião. Caso eu decida voltar, nós podemos namorar à distância até nos resolvermos, como você disse. Confesso que não é o que eu sempre sonhei... Mas pode quebrar um galho. Isso se eu voltar mesmo. – Eu dizia e pensava sobre a situação, e Sasuke escutava atentamente.

– Eu queria saber o que você pretende se ficar por aqui mesmo... Queria saber quais são esses tais planos.

– Isso é segredo por enquanto.

– Até pra mim? - Ele perguntou, arregalando os olhos.

– Até pra você. Você não confia em mim?- Perguntei sorrindo. Ele sorriu de volta, e me abraçou.

Ah, como era bom estar nos braços dele de novo! Sentir o cheiro dele, sentir sua mãos brincando com o meu cabelo... Isso sim era vida!

– Tudo bem se você quiser fazer isso sozinha, mas pense bem em tudo. Eu nunca iria me perdoar se você perdesse tudo e eu tivesse culpa nisso. Mesmo que seja uma parte bem pequena de culpa, eu...

– Tá tudo bem, Sasuke.

– Me desculpa por tudo. - Ele disse, me olhando nos olhos. Não tinha como não sorrir, e não tinha como não beijá-lo depois disso.

–--x---

Sasuke's P.O.V

Pela primeira vez em duas noites eu consegui dormir a noite inteira, sem acordar irritado no meio da noite. Não dava pra dormir tranquilo sabendo que a situação entre mim e a Sakura não estava boa. Aquele medo de perdê-la de novo ocupava minha mente o tempo inteiro, e eu não sabia o que fazer. Eu sentia que estava com as mãos acorrentadas, e que a chave para me libertar estava logo ao lado, mas eu simplesmente não alcançava. Depois que conversamos civilizadamente eu soube que estava tudo bem. O lado ruim era que eu não havia conseguido convencer aquela teimosa a voltar logo e garantir o emprego dela. Mas Sakura havia me pedido pra confiar nela... Então eu deveria confiar. Eu não fazia a mínima ideia do que poderia estar passando naquela cabecinha engenhosa e cor de rosa. Não entendia qual "plano" ela tinha. Ela disse que queria ficar por aqui, mas supus que ela não ia querer ficar sem o emprego dela. Sakura conquistou independência, liberdade. Se ela quisesse voltar pra cá, eu e a família dela com certeza estaríamos de braços abertos para recebê-la e ajudá-la no que precisasse, mas achava que ela mesma não ia querer viver dependendo de mim ou dos pais. Porém, se Sakura precisava de espaço para decidir, então eu devia isso a ela.

A manhã seguinte foi especial; era como se as coisas tivessem se tornado coloridas novamente. Não estávamos mais brigados, logo, eu voltaria a receber beijos e abraços. Só de receber novamente todo o carinho da Sakura logo pela manhã eu já me sentia revigorado. Foram duas manhãs sem o beijo de despedida dela antes de ir para o trabalho. Mas agora tudo entrou nos eixos novamente. Trabalhei o dia inteiro com um sorriso no rosto, cantarolando e assobiando o tempo inteiro.

– Quanta felicidade hein, Sasuke? - Sai veio implicar comigo. Estava demorando! Mas eu estava tão bem que nem fiquei irritado dessa vez.

– Pois é, estou.

– É por causa da Sakura, não é? Diz aí. - Ele disse, cutucando meu braço.

– Por que é que sempre que eu estou feliz você acha que é por causa dela? - Perguntei.

– Ué... Por qual outro motivo seria? Ganhou na loteria, por acaso?

– Não... Na verdade você acertou quando falou da Sakura. - Eu respondi sorrindo. Já estávamos namorando, então não era mais preciso esconder o jogo.

– Fiquei sabendo que vocês dois assumiram. Não acredito que você demorou tanto.

– Nós já estamos juntos há quase um mês, então não reclame.

– Um mês! Vocês esconderam direitinho, eu nem suspeitei. Achei de verdade que você estava sendo um molenga, como sempre. - Sai comentou surpreso.

– Claro que não. Só mantemos em segredo por um tempo...

– Cara... Como vocês vão fazer quando ela tiver que voltar? O carro dela ficou pronto. Eu acabei de terminar. Ela já vai voltar? - Ele perguntou. Por incrível que pareça, ele não estava implicando dessa vez. Perguntou realmente se importando com a nossa situação.

– Ainda estamos resolvendo essa parte. Uma coisa de cada vez, não é? - Achei melhor não comentar sobre a ideia dela de ficar por aqui. Não é algo que se sai contando pra todo mundo, e também, ela não tinha nada confirmado. Sakura contaria pra todos quando estivesse preparada, e se isso viesse mesmo a ser um fato.

– Espero que as coisas deem certo pra vocês. Depois de tanto tempo vocês merecem. – Sai comentou.

– Você está tão bonzinho hoje... O que aconteceu? A noite foi boa ontem? - Perguntei querendo provocá-lo.

– Não é só você que tem sorte no amor, meu amigo. É realmente uma benção quando Inojin resolve dormir na casa de algum coleguinha. - E saiu rindo discretamente.

Era uma pergunta retórica, apenas uma brincadeira! Que constrangedor... Eu não precisava saber disso. Fiquei alguns segundos com cara de idiota, olhando para o nada e tentando apagar aquele comentário de minha mente.

–--x---

Sakura's P.O.V

Saí de casa rumo à oficina, finalmente pegaria meu carro. Sasuke havia ligado durante a tarde dizendo que o carro havia ficado pronto, por isso agora, no fim do expediente dele, eu iria até lá e voltaríamos juntos. Quem diria, hein... No primeiro dia que estive na cidade, eu desejei muito que meu carro ficasse pronto logo. Assim eu poderia voltar rápido pro meu apartamento, pro meu emprego e pro meu noivo. Agora eu estava lá, pensando seriamente na possibilidade de ficar para sempre. Demorou seis anos para que eu me transformasse naquela Sakura que chegou na cidade um mês antes e esnobou a tudo e todos. Mas foi preciso apenas um Sasuke e algumas semanas para que eu voltasse a ser quem eu era. Não dava pra negar, minhas raízes sempre estiveram bem ali.

Cheguei na oficina e Sasuke me recebeu, me levando até meu carro. Ele e Sai me mostraram a peça quebrada e indicaram o fornecedor de onde pediram a peça nova. Mostraram um bom serviço, de qualidade. Eu não podia esperar menos deles, na verdade. Sasuke ficou enrolando para me dizer quanto eu devia a oficina. Ele queria pagar, mas eu não achei justo. Tanto ele quanto Sai fizeram um ótimo trabalho, eu tinha o direito e o dever de pagar pelos serviços deles.

E não que Sasuke soubesse, mas uma coisa que Sasori disse era verdade. Eu tinha uma poupança recheada mesmo. Não era milionária, e estava longe de ser, mas tinha um bom dinheiro guardado. Vivia de aluguel em um apartamento pequeno e com um carro popular não porque não tinha condições de melhorar, mas porque eu estava economizando. E apesar de viver de maneira simples, nada me faltava. Meus pais, quando eu fui morar na capital, tiveram todo o cuidado de me ensinar a não gastar dinheiro com qualquer coisa, e a poupar sempre. Assim quando houvesse alguma emergência ou necessidade, eu gastasse bem aquele dinheiro. Investir em um bom apartamento mais próximo da empresa e um carro melhor, como o crápula do Sasori disse, realmente eram opções que eu tinha quanto ao destino do dinheiro que eu poupei, mas que estavam fora de questão no momento.

Não faria tanta falta assim eu pagar pelo conserto do meu carro, afinal. Eu não gostava de esconder esse tipo de coisa do Sasuke, mas não achei motivo para contar, também. Enfim, logo ele saberia sobre esse dinheiro, bem como sobre os meus planos. Eu apenas contaria quando tivesse certeza de tudo, e para ter certeza de tudo eu precisava conversar com alguém muito especial.

–--x---

Sasuke's P.O.V

Voltamos para casa juntos, porém separados – Estávamos cada um em seu respectivo carro - . Era estranho ver a Sakura dirigindo. Estranho não... Era apenas diferente. Ela estacionou o carro ao lado do meu, em frente a minha casa. Pensei em soltar uma piadinha do tipo "mulher no volante, perigo constante", mas achei melhor não. Tínhamos recém feito as pazes, fora isso, havia aprendido recentemente duas coisas importantes: com sentimentos e com hormônios femininos, não se brinca. Se eu tinha ainda algum amor a minha vida eu deveria apenas ficar quieto. Seguimos em silêncio até a sala, onde nos sentamos no sofá e ligamos a tv. Passava alguma novela qualquer. Só pelo modo indiferente que Sakura olhava pra tv eu pude perceber que ela estava um pouco entediada e talvez, um pouco cansada.

– Tá tudo bem? - Perguntei.

– Sim. - Ela disse.

– Por que essa cara de cansada? Trabalhou muito hoje?

– Cansada. Muito cansada. – Ela bocejou e se aconchegou no sofá.

– Então a senhorita está cansada. Nunca imaginei que eu viveria pra presenciar logo você ficando cansada por trabalhar com doces.

– Não estou cansada apenas por ter ajudado sua mãe na confeitaria. Fiz muitas coisas hoje. - Ela contou. Se deitou com a cabeça em meu colo, e se espreguiçou como um felino.

– O que você fez? Me conte tudo.

– De manhã eu ajudei sua mãe. De tarde, eu almocei aqui e arrumei a casa. Apenas dei uma arrumadinha simples. - Olhei ao redor, e vi que realmente, a casa estava um pouco mais arrumada que antes. - E depois ainda fui na minha mãe, conversar um pouco. Comentei com ela sobre a minha vontade de ficar por aqui.

– E o que ela disse?

– Ah, tanto ela quanto meu pai me apoiam no que eu decidir fazer. Eles disseram que eu posso morar com eles depois que a reforma acabar, e que se precisar, eles me bancam outra vez até que eu acerte minha vida por aqui. Eles disseram pra eu fazer o que acho melhor, mas para pensar em tudo com muito cuidado.

– É o que você já vem fazendo. - Eu disse, enquanto acariciava o cabelo dela e a observava fechando os olhos. Ela gostava quando eu fazia isso, e nem precisava me dizer para que eu soubesse.

– É, mas eu não quero que eles me sustentem. Eu sou formada, sou adulta. Não quero que eles tenham que se preocupar em gastar dinheiro comigo agora. Senão, tudo o que eu aprendi na capital foi em vão.

– Eu também pensei nisso, sabe. Tanto eles como eu estamos aqui pra te ajudar em qualquer coisa que você precisar, até mesmo na questão financeira. Mas achei mesmo que você não ia querer isso. Como você pretende resolver esse problema?

– É exatamente essa parte que eu estou dando prioridade em resolver. - Ela disse.

– Vai arrumar um emprego aqui? Que emprego seria bom o suficiente pra uma profissional tão bem qualificada quanto você, oh venerável Sakura? - Falei. Era brincadeira, eu sabia que ela não era esse tipo de pessoa que se achava demais. Porém, lá no fundo eu achava mesmo que os postos de trabalho da cidade não eram lá essas coisas, comparados à formação e a experiência de Sakura. Vir de uma grande multinacional pra trabalhar aqui? Eu achava que ela merecia muito mais do que um emprego simples em uma cidade de interior.

– Apenas espere, você vai ver. Eu disse pra confiar em mim, não é? - Ela falou, abrindo os olhos e olhando diretamente nos meus.

–--x---

O dia seguinte foi, a princípio, normal. Beijos e abraços da Sakura antes de ir para o serviço, depois um dia cheio lá na oficina. Sakura, pelo menos que eu soubesse, ajudou a minha mãe na confeitaria na parte da manhã, e de tarde... Ela foi a algum lugar que eu não sabia qual era. Quando cheguei em casa do trabalho, ela ainda não tinha voltado. Primeiro achei que ela estava na casa da mãe dela, mas notei que seu carro não estava estacionado em frente de casa. A casa da mãe dela era perto, ela não pegaria o carro só para ir até lá. Fiquei curioso, e a curiosidade só aumentou quando a vi chegando. Ela não usava as roupas simples do dia a dia. Estava de sapatilha, calça jeans, uma blusa das que ela trouxe da capital e a bolsa a tira colo. Ah, e eu notei algo um pouco escuro em seus olhos, acho que era maquiagem.

– Onde você foi? - Perguntei.

– Olá Sasuke querido, eu também senti sua falta hoje. - Ela disse, ironizando.

– Não enrola não... Me diz, onde você foi assim? Você está bonita. - Bonita não. Ela estava linda. Acho que era porque eu não estava muito acostumado a ver a Sakura assim, toda arrumada.

– Obrigada. Está com ciúmes? - Ela falou, exibindo um sorrisinho misterioso.

– Não é isso... Eu não desconfio de você. Mas é no mínimo estranho. - Falei, e quando ela se virou para deixar o celular em cima da mesinha de centro, pude notar que sua calça jeans estava um pouco apertada. Isso sim me deixou com uma pontinha de ciúmes. Não gostei de imaginar que marmanjos provavelmente andaram babando por aquele corpo que pertenceria apenas a mim. Mas não dá pra negar, foi uma bela visão.

– Eu estava tratando de negócios, meu amor.

– "Meu amor", é? Posso começar a achar que você fez algo realmente grave. - Falei, abraçando-a. Oh minha nossa, como ela estava cheirosa!

– Você é um ridículo. - Ela me deu um tapinha no ombro... Garota irritante! Ela deveria saber que eu não falava sério.

– E você sabe muito bem que eu estou brincando. - Falei por fim, dando um beijo no pescoço dela só para poder sentir mais daquele aroma maravilhoso. - Mas então... Você estava tratando do seu tal "plano"?

– Exatamente.

– Tudo bem então. - Disse, soltando-a e indo em direção as escadas. - Fique aí com seus mistérios, eu vou tomar um banho.

– Tudo bem. - Ela falou enquanto se jogava no sofá.

– Quer vir comigo? - Escapou. Juro que eu não ia dizer isso, não era algo pra se dizer assim, com essa casualidade toda! Mas escapou. Pensei alto demais. Me voltei a ela direcionando um olhar arrependido, digno de cachorro que acabou de roer um sapato.

– O que? - Ela arregalou os olhos. Achei que ela não tivesse ouvido direito, e eu quis acreditar nisso para mudar de assunto.

– Nada! Vou tomar banho, tchau. - E corri em direção ao banheiro. Seria bom tomar banho agora. Precisava apagar um pouco desse... Fogo. Seria bom se eu aprendesse a controlar minha língua também.

–--x---

Sakura's P.O.V

Eu ouvi exatamente o que ele disse. E sei que ele se arrependeu de dizer. Ele é inteligente, por isso entendeu que não era o momento certo pra se fazer esse convite. Depois que Sasuke finalmente foi tomar seu banho, eu me permiti rir um pouco da situação. A carinha de arrependido e envergonhado que ele fez foi tão engraçada! E confesso que depois de rir eu imaginei um pouco como seria esse banho se eu tivesse aceitado esse convite... Mas achei melhor parar. Primeiramente, isso seria impossível porque a sra. Uchiha logo chegaria em casa e eu jamais aceitaria ter algum tipo de intimidade com Sasuke sabendo que ela estaria tão próximo. Isso não era muito respeitoso e só de pensar em algum tipo de acidente com ela vendo ou ouvindo algo, eu já morria de vergonha. E bem, eu não era inocente, mas também não era do tipo pervertida, que fica pensando nesse tipo de coisa o tempo todo. Então eu balancei a cabeça na intenção de afastar essas ideias, e subi as escadas. E por mais que pudesse ser um convite um tanto interessante, não pensem que eu fui encontrar Sasuke no chuveiro! Fui apenas separar as minhas roupas. Porque afinal, eu seria a próxima a tomar banho.

Enquanto eu esperava ele terminar, pensei em algo. Senti que não ia demorar muito para começarmos a ter intimidades dessa maneira, ou pelo menos sentirmos necessidade disso. Isso só provava que nosso relacionamento vinha ficando cada vez mais serio. Era estranho, porque eu só fui ter esse tipo de comportamento com Sasori tempos depois de começarmos a namorar. Mas por outro lado, eu não sentia que era errado se eu e Sasuke fizéssemos algo, simplesmente porque ele era a pessoa em quem eu mais confiava. Apesar de estarmos namorando há relativamente pouco tempo, havia muita confiança entre nós e além disso, sabíamos sobre a veracidade e profundidade dos nossos sentimentos. Muitas pessoas poderiam dizer que eu estava pensando demais, que não precisaria considerar tanto assim os sentimentos e a confiança quando se trata de sexo. Mas eu achava importante, simples assim. Ainda mais se tratando do meu melhor amigo e meu primeiro amor.

Durante o banho, pensei em outra coisa. Me preocupei sobre o que Sasuke estaria pensando sobre essa minha saída misteriosa nessa tarde. Eu sei que ele confiava em mim, mas me coloquei no lugar dele e concordei que eu acharia estranho se a situação fosse ao contrário. Eu odeio ter segredos pra ele... Desde que éramos apenas amigos, todos os meus segredos eram ditos primeiramente ao Sasuke, e depois para minha irmã. Mas dessa vez eu não me sentia bem em contar, não agora. Apesar de eu estar confiante que meus planos dariam certo, sabia que havia ainda uma pequena chance de dar errado, e eu não suportaria decepcioná-lo se algo não saísse como planejei.

–--x---

O dia seguinte seria um pouco decisivo para mim. Acordei ainda mais cedo que Sasuke, e quando ele desceu eu já estava tomando o meu café da manhã.

– Caiu da cama? - Ele perguntou, assim que me viu.

– Na verdade, eu tenho coisas a fazer na confeitaria hoje.

– Você está ficando igualzinha a minha mãe, e isso me preocupa. Daqui a pouco as duas vão me deixar sozinho nessa casa e vão dar todo seu amor para os bolos e brigadeiros... E sei lá o que mais que vocês cozinham. - Ele disse, fazendo bico enquanto se sentava.

– Coitadinho do bebê Sasuke. - Ironizei, apertando suas bochechas. - Não coma besteiras enquanto os adultos não estiverem em casa, tá bom?

– Sua irritante.

– Eu não vou te abandonar só por ir mais cedo pra confeitaria hoje, tá? Vai ser só hoje, então não se preocupe. - Eu disse, me levantando e me preparando para sair.

– Só hoje, né? Hum... Tudo bem. - Sasuke disse, e me parecia um pouco desapontado.

Antes de sair, meio que recriei a cena daquele dia em que caí em Sasuke e ele elogiou as minhas coxas - e sorri quando me lembrei - . Bem, dessa vez me sentei nas pernas dele por minha própria vontade. Hesitei um pouco antes de fazer isso, mas eu queria poder olhar nos olhos dele bem de perto. Além disso, ele me olhava com uma carinha tão fofa... Eu não podia sair e deixar aquela criança inconsolável e carente, comendo aquele pote de cereais, fazendo bico e com os olhinhos brilhando. Ele envolveu minha cintura e eu segurei seu rosto com as duas mãos, antes de continuar:

– Tudo o que eu estou fazendo, tanto a minha saída de ontem quanto a minha ida mais cedo a confeitaria, é pra que possamos ficar juntos. Eu prometo que depois você vai entender. Eu te amo, seu boboca.

– Hm. Eu também te amo. Chata. - Ele disse com certa timidez, não grande o suficiente para impedir um beijo entre nós. O abracei bem apertado e finalmente parti em direção a confeitaria. Eu chegaria lá mais cedo por que precisava conversar com a sra. Uchiha. De certo modo, a minha permanência na cidade dependeria daquela conversa, por isso eu estava nervosa e pensava seriamente nas palavras que eu diria a ela.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero os comentários de vcs, hein?!

E gente, deixa eu perguntar uma coisinha. O que vcs acham do casal Ino e Sai? (não gosto escrever o nome do couple, "saino/saiino/inosai", pq acho q soa estranho, uhauahuahu). Eu aaaaaamo esse casal, sério. Em primeiro lugar está sasusaku, mas também gostei demais do Kishimoto ter colocado a Ino com o Sai. A princípio eu não sabia se eles ficariam bem juntos, mas pra mim funcionou perfeitamente, fiquei apaixonada por eles *-* hahaha.

Tá, mas pq eu to falando isso tudo?

Bom, to fazendo uma one shot desse casal. SE minha criatividade aflorar, quem sabe vire uma short fic. Isso tudo vai depender de mtas coisas, mas enfim... Só pra avisar, né. Se eu postá-la logo, não me deixem no vácuo, hein! u_u Vácuo é uma coisa que desanima HORRORES as autoras. Eu me sinto mal por não ser tão boa quanto outras escritoras mais populares, mas eu juro que dou o meu melhor (mesmo com todo o cansaço que a faculdade me dá), e tento melhorar sempre. Enfim, chega de desabafo, uhauhauha até a próxima, chuchus!