O caminho até o restaurante foi tranquilo, eu e Sakura conversamos um pouco sobre a minha família, e principalmente sobre a minha mãe.

– Sasuke, não se preocupe eu entendo ela, quer dizer, e normal a sua mãe só quer o seu bem né

– Mas isso não da o direito pra ela fazer esse tipo de show - eu realmente estava irritado com a atitude da minha mãe - sabe eu pensei que com você aqui seria diferente.

– Foi por isso que você se mudou pra Tóquio?

– Foi um dos motivos - na verdade o principal - sabe, eu queria ter a minha vida, e conseguir as coisas por mim mesmo, se eu tivesse aqui isso não seria possível.

– Você não queria viver a sombra do seu pai, eu entendo - por um momento eu vi os olhos dela viajarem pra longe, nos conhecemos a uns cinco anos, mas o passado dela sempre foi uma incógnita pra mim.

(...)

O restaurante da família Akimichi sempre foi referência na cidade, com uma culinária excepcional conquistava os clientes mais refinados, e entre eles a família Uchiha, estes já se encontravam a mesa esperando o caçula.

– Você vai adorar ela Konan, acho que serão boa amigas - Fugaku havia falado muito bem sobre Sakura à noiva de Itachi - sabe acho que finalmente o Sasuke acertou em alguma coisa.

– Eu acho que você ta dando muita trela pra essa mulher Fugaku, nós nem conhecemos ela direito.

– Pra mim oque vale é que o Sasuke ta feliz, você vai adorar ela amor.

– Adorar quem? - Sasuke se pronunciou assim que se aproximaram da mesa - posso saber?

– Eu estava falando sobre a Sakura com a Konan.

Depois de se acomodarem fizeram os pedidos, Mikoto não falou mais que o exencial com os filhos, e o clima na mesa tornou-se descontraído.

– Acho que os irmãos Uchiha tem uma queda por cabelos coloridos - Konan se referiu a Sakura e aos seus próprios cabelos, já que estes são azuis - Prazer, eu sou Konan.

– A sim, eu sou Sakura.

O almoço seguiu calmo e sem nenhuma surpresa inesperada, pro meu alivio, acho que a conversa com a minha mãe resultou em algo, notei que a Konan também gostou da Sakura e eu fico feliz com isso, quem sabe meu irmãozinho não desencalha.

– Gostei dela Itachi - já estávamos no carro da Konan indo pro trabalho - mas ela é areia demais pra caminhãozinho do Sasuke.

– Porque diz isso? - eu namoro a Konan desde o 17 anos, ela viu o moleque crescer - acho que finalmente meu irmãozinho cresceu.

– Realmente, como sua mãe reagiu?

– Um desmaio proposital - Konan conhece bem os truques da minha mãe - me lembrou de quando você foi lá em casa e eu contei que tava namorando.

– Nem me lembre a sua mãe fez da minha vida um inferno, eu quase surtei.

– Eu sei, mas com o tempo a gente dobrou a velha, espero que o Sasuke também consiga.

(...)

Aproveitei que meu irmão emprestou o carro e levei a Sakura pra fazer um tour por Konaha, levei ela por todos os lugares que eu frequentava quando morava aqui, estávamos agora no parque - ironia ou não - das cerejeiras.

– Você é tão sem graça sabia? - o tom descontente bem sua voz era presente mesmo com um enorme sorvete de morango em suas mãos - O que tem de mais em comer sorvete comigo?

– Eu não gosto, doces são tão doces– ela riu da minha falta de palavras pra explicar a minha repudia a doces - Apenas aceite isso Haruno.

– Mas os doces são pequenas gotas de felicidades em pacotes, como você pode não gostar? Isso é humanamente impossível Sasuke!

– Diga por você senhorita - ela fez um bico infantil demostrando o descontentamento - Agora vem, ta na hora de ir pra casa.

– Tudo bem senhor "eu odeio a felicidade"

E o caminho até em casa foi com a Sakura tagarelando sem parar sobre doces, e quão bom era provar novos sabores, e com teorias sobre eu ser um homem ranzinza e solitário por simplesmente repudiar chocolate.

– É sério Sasuke você tem que provar poxa, só um chocolatinho não vai te matar não.

– Sasuke nunca gostou de doces, e eu imagino que não será uma mulher que vai fazê-lo mudar de idéias - a voz doce da minha mãe ecoou pela sala - não é querido? Desde de criança foi assim - a pergunta foi direcionada a mim, mas ela não teria uma resposta.

– Mikoto deixe as crianças, nós já estamos atrasados - meu pai salvando o dia novamente - Sasuke eu precisarei fazer um pequena viajem, sua mãe vai me acompanhar, nós voltaremos no domingo de manhã para o aniversário da sua mãe.

– Tudo bem, aconteceu algum problema?

– Apenas alguns fornecedores - meu pai parecia despreocupado, eu até cogitaria a ideia dele apenas estar afastando minha mãe de casa - espero encontrar a casa inteira quando voltarmos, sim? - eu apenas assenti vendo eles saírem pela porta desejando um "até domingo, e se cuidem" por parte do meu pai.

Sakura havia subido até nosso quarto tomar banho, como havíamos comido quase a tarde toda e já beiravam as sete da noite, presumi que não jantaríamos, então dispensei nossa governanta. Voltei pro quarto me deparando com uma cena inesperada - mas não menos compensadora - de Sakura usando apenas uma lingerie branca com detalhes em renda, formavam um conjunto, e eu me pergunto desde quando passei a reparar nas peças íntimas de mulheres, e me questiono novamente, porque diabos ainda não tomei essa mulher pra mim?

Ali na minha frente, avulsa ao mundo, será que ela sabe os efeitos que causa agindo de forma tão...tão...tão irresistível.

– Sua mãe parece ser uma mulher bem rígida, ela não te ensinou que espiar os outros é falta de educação? - a voz doce e acusadora me trouxe de volta a realidade.

– Eu estava admirando a vista Sakura, não me culpe por ser homem - senti seu olhar pesar sobre mim - e não seria a primeira vez.

– Tem razão, mas da próxima pega um babador OK?

– Engraçadinha você. Vou tomar banho, procura algum lugar pra pedir comida.

(...)

Depois de um maravilhoso jantar regado a pizza e algumas cervejas, eu ajudei a Sakura a limpar a bagunça que fizemos na cozinha, já passavam das onze da noite, meu irmão não dormiria em casa, estávamos apenas os dois, o que pra mim é bem mais confortável já que não precisaríamos ser um casal.

Nós estávamos no jardim nos fundos da minha casa, fazia calor e a varanda pareceu bem convidativa.

– Ei, me explica aquela história de "encontrar a casa inteira" que o seu pai disse? - indagou depois de dar um gole em sua cerveja - você era tão terrível assim?

– Quê? Claro que não, mas o Itachi sim - ela me olhou como quem não acreditava, ela não estava errada eu era terrível, mas ninguém precisa saber - meu pai se referiu ao meu aniversário de 17 anos, meus pais tiveram que viajem e meu irmão se uniu com alguns amigos pra fazerem uma festa, e as coisas meio que saíram do controle.

– Ual, o senhor perfeição fazia coisas erradas na adolescência - ela tinha um brilho no olhar, que se intensificou quando eu lhe mostrei uma barra de chocolates.

– Me da Sasuke! Você nem gosta de doces.

– Não mesmo, mas eles são uma ótima arma contra você.

– Tudo bem, o que você quer?

– Me responda, porque aceitou entrar nessa história comigo? - nem eu sabia o porque da pergunta, mas acho que eu tinha algum tipo de esperança sei lá, as coisas ficaram estranhas desde que chegamos.

– A Sasuke - ela pareceu hesitar - você é meu melhor amigo, e me ajudou várias vezes com os enfermeiros abusados do hospital - isso é verdade, são tantos engraçadinhos que eu até já perdi a conta - você parecia precisar de ajuda, e eu aceitei ajudar.

– Hmm - foi oque eu disse, a resposta dela de alguma forma me desapontou.

O silêncio perdurou por alguns minutos, eu ainda travava um monólogo interno quando mais uma vez Sakura me chama a atenção, seus lábios estavam entreabertos, e uma camada de chocolate se estendia até um pouco abaixo de seu lábio inferior, em um movimento rápido e impensado os tomei para mim, uma sensação excepcionalmente reconfortante tomou meu corpo, um beijo simples, cuidadoso e doce.

Mais uma vez minha mãe estava errada, afinal, foi uma mulher quem me fez provar doce e querer mais dele.