O barulho no armário, novamente

Quase vinte minutos atrás...

A noite estava tranquila, como a pequena Vila no sul do Kansas. Uma brisa fraca erguia a cortina da janela do quarto de motel da beira de estrada, fazendo Sam encolher-se totalmente no colchão, puxando o edredom para cima da cabeça, ficando totalmente coberto.

Estava cansado demais naquela noite, haviam conseguido salvar a cidade de um poltergeist, e mesmo que Dean quisesse ir logo embora dali, Sam preferiu dormir um pouco pois ficaram praticamente dois dias de olhos abertos para descobrir o mistério.

Quando deitou, caiu num sono profundo rapidamente, mas não tão pesado, ainda podia ouvir qualquer barulho estranho no quarto e levantar-se rapidamente...

Tec …

tec ...

tec …

Os olhos de Sam arregalaram-se por debaixo do edredom. Aquele poderia ser um barulho comum, da janela, do piso, da porta do quarto e até mesmo da porta do armário...

– A porta do armário... – sussurrou pra si mesmo, enfiando a mão por debaixo do travesseiro e tirando a pistola.

Tec …

tec ...

tec …

– Sam! Pare de se mexer nessa cama e vai dormir. – Dean reclamou na outra cama. – Parece até que tem pulga aí. – ele voltou a dormir tão rápido quanto antes fizera.

– Psiu! Dean... não sou eu... – ouve um minuto de silêncio seguido pelo mesmo barulho. Poderia passar mais vinte anos que Sam iria distinguir aquele som de diversos outros. Não era somente a porta do armário batendo, era o passado batendo novamente ali pra ele. E dessa vez não tinha o pai pra ajudar. Sentiu-se um bobo pensando nisso, devido a sua idade e o vasto treinamento obtido durante anos.

Sim, queria se vingar, queria salvar o mundo, queria que tudo aquilo acabasse logo. Mas principalmente, queria dar um fim nos pesadelos que o perseguia desde criança... O monstro no armário.

– Se não é você, então é o vento batendo na janela. Levanta e fecha a droga da janela. – O mais velho se remexeu na cama, ouvindo o barulho.

Tec …

tec ...

tec …

Sam se levantou da cama, era sua missão pessoal descobrir o que era aquilo. Caminhou lentamente pelo quarto, até chegar na porta do armário daquele motel de beira de estrada, tão parecido quanto o da primeira vez, quando era mais jovem. Com a arma em punho, abriu-a de uma vez, chutando a primeira coisa que caíra em cima de sua cabeça.

– Uma bola? – mexeu nos casacos e nos lençóis. Nada havia ali. – Uma droga de bola?

Reclamou, sentando-se na cadeira ao lado...

– Vai dormir Sam!!!! – Gritou Dean, jogando o travesseiro no irmão mais novo. – Tava tendo um sonho com uma gata loira... Tsc!

Sam continuou na cadeira, olhando pela janela. Precisava dar um fim em algo que não existia?

Tec …

tec ...

tec …

O barulho existia sim... estava ali, e ele não conseguia ver.

– Dean acorda! Não está ouvindo isso? – Mexeu no irmão pra ele se levantar, mas só conseguiu outro travesseiro na cara.

– São ratos! Agora vai dormir.

Sam deitou-se na cama novamente, não antes de investigar cada canto do quarto. Não havia nada lá, senão eles. Abraçou a arma preparado para qualquer coisa. Um dia ia conseguir descobrir o que era aquilo....

Debaixo da coberta, com a mão pra fora da cama. Dean batia os dedos na cama de madeira, dando uma risada frouxa.

Tec …

tec ...

tec …

...