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O barulho no armário

Quase vinte anos atrás...

Era uma noite como outra qualquer. Não muito quente, não muito fria. Estava perfeito para o pequeno Sam dormir. Ele ajeitou o seu travesseiro, um pequeno urso que estava sempre ao seu lado, e fechou os olhos assim que deitou, relaxando o corpo após um dia cheio de brincadeiras no estacionamento do hotel de beira de estrada, onde passava a maior parte de sua infância, entre uma viajem e outra. O silêncio estava predominando o quarto, ate...

Tec ...

tec ...

tec …

Sam abriu os olhos, e levantou a cabeça para ver o que era. Não havia ninguém ali. Provavelmente Dean estava lá fora com seu pai, arrumando algo no carro. O barulho parou e ele voltou a fechar os olhos, segurando o urso.

Tec …

tec ...

tec …

Levantou-se rapidamente na cama, havia alguma coisa fazendo barulho no armário. Apertou o urso, e chamou baixinho pelo pai. Mas nada acontecia. E o barulho continuava. A porta do armário estava rangendo cada vez mais, e o barulho não parava …

Tec …

tec ...

tec …

– Pai!!! Dean!!! – Dessa vez ele gritou mais alto fazendo os dois no estacionamento, subirem as escadas correndo e arrombarem a porta. John na frente segurando uma arma, e logo atrás Dean, com um taco de beisebol na mão. – Tem alguma coisa no armário.

Sam apontou para a porta branca semi aberta, observando o seu pai abri-la com cuidado, sempre tendo Dean ao seu encalço, copiando cada movimento feito pelo mais velho.

John abriu a porta e apontou a arma em direção aos casacos ali pendurados. Remexeu nas roupas e nada achou. O homem aproximou-se da cama, olhando o filho mais novo. Já estava na hora dele aprender a se defender. Já que um dia poderia não estar mais ali para cuidar do mais novo.

– Olhe isso. – John mostrou a arma para Sam. E travou, destravou. Desmontou a arma mais de uma vez, montou-a novamente, até que o menino perguntou para que aquilo. – Hoje não era nada, mas amanhã pode ser alguma coisa dentro do guarda roupa...

– Um monstro, demônio, vampiro... – Dean completou, sentando-se na outra cama. – Fantasmas, Wendigo, Bloody Mary, Metamorpho...

– Ok! Dean, eleja entendeu. – John menou a mão pedindo pro filho parar. – Amanhã vamos treinar alguns tiros. Agora durma. – Tirou o urso das mãos do filho, deixando a arma na mesa de cabeceira.

O silêncio voltou, e dessa vez Sam não estava sozinho, não pela arma, mas ainda havia o irmão...

– Boa noite Dean...

– ZzzzzzzzZZZzzzzzz

Tec …

tec ...

tec …