A Princesa da Torre escrita por TomoCrazy


Capítulo 5
5 - O plano de fuga


Notas iniciais do capítulo

Estou lançando este capítulo hoje porque é o especial de um ano da minha outra fanfic de FT. Se ainda não conferiram ela, vão lá dar uma olhada que, sem querer me gabar, está muito legal! Aproveitem o capítulo!



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   As semanas que eu tive de passar para o repouso que o médico disse passaram bem rápido. Agora eu só tinha algumas ataduras nos lugares dos machucados mais profundos. Já podia levantar da cama e passear pelos lugares mais próximos da torre. Porém, ainda passava muito tempo deitada e sem fazer muito esforço. Foi um saco! Assim como meu pai, eu sou muito energética e simplesmente não consigo ficar parada! Quase tiveram que me prender com correntes na cama para que eu ficasse deitada na mesma.

   Mais alguns dias se passaram e eu já estava quase que completamente curada (só tinha algumas gazes e band-aids nos lugares que ainda não cicatrizaram no meu corpo), o que significava que eu já poderia começar a elaboração do meu plano de fuga. He-he.

                                                 ***

 

   Acordo no dia seguinte mais cansada co que quando fui dormir. Não é para menos, afinal, fiquei acordada a noite inteira pensando em como farei meu plano funcionar. Todas as maneiras que eu tinha planejado acabavam comigo mais presa do que estou no momento. Eu já ia desistir. Porém, não o fiz. O desespero de querer ajudar  o meu pai e meu futuro reino na guerra, reforçavam as minhas energias para elaborar a fuga. 

    Me levanto da cama e vou até uma mesinha pequena que tem na sala da torre e pego um papel e um lápis para fazer a anotação. Que saco! Nada parecia funcionar! 

   ---------------------------Quebra de tempo-------------------------------

 

   Quando finalmente terminei de escrever sobre o melhor plano que já tive naquele dia, jogo os outros planos, que estavam amassados, no lixo.  Pego o meu plano perfeito e o enrolo para guardar em um esconderijo no qual Mard Geer não descobrisse. Porém, ao tentar escolher um lugar, escuto o clássico barulho do vento balançar as cortinas rasgadas da janela, o que significava. Mard Geer estava na torre.

   -Nashi? - pergunta ele, me chamando. - Onde você está?

  Sem querer deixá-lo no vácuo, lhe respondo:

  -Estou no meu quarto.

  Ouço os passos dele em direção ao cômodo onde me encontro. Sem saber onde esconder meu plano, olho para baixo e vejo a única opção que me restou. Só agora eu agradeço pelo dna dos peitos salientes da família de minha mãe. Escuto uma leve batida na porta e me viro para encarar o demônio que estava apoiado no batente do objeto.

  -Toc - toc -  ele fala. Começo a rir e ele também, afinal, ele nunca fazia piadas e aquela era um clássica em todo mundo. Porém, ele logo fecha a cara e me encara e pergunta em um tom de preocupação. - Como está  se sentindo, Nashi?

  -Estou bem. Já disse que não precisa se preocupar. 

  -Mas, eu me preocupo. Você é a minha prioridade, lembre-se disso. Não posso deixar você triste, magoada, etc.

  -Que fofo, Mard Geer. Mas, já disse que não precisa se preocupar. Veja eu estou bem. Não sou mais aquela múmia das semanas passadas - sorrio de canto e vejo que ele soltou um risinho. - E, aliás, você sabe que se eu não estiver me sentindo bem em relação à alguma coisa, você será o primeiro que saberá e o primeiro a quem pedirei ajuda ou conforto. 

   Olho para ele, que estava com um sorriso de orelha a orelha. 

  -Fico feliz em saber, Nashi.

  -Ah, algo lá no fundo me diz que você já sabia disso.

  Começamos a rir. Adorava saber que, em todo os anos que passei aqui, eu tinha virado a amiga de alguém. Acho que posso até dizer, melhor amiga! Porém, meus pensamentos são interrompidos por um... por um beijo?! Olho para frente e vejo Mard Geer de olhos fechados aproveitando a oportunidade que teve para e beijar e, pela sua expressão, estava satisfeito. Sua língua pede permissão para invadir minha boca, mas nego. Ainda perplexa, o empurro para trás e passo a as costas da minha mão sobre a boca, tentando limpá-la. 

   -P-por que você fez isso?! - vociferei para ele, que estava apoiado na parede e ainda sorrindo satisfeito. 

   -Nashi, há muito tempo que eu queria me declarar para você. Todos esses anos que passamos juntos foram os melhores da minha vida. Eu te amo Nashi e afirmo isso com todos as minhas forças. E, ao ver você se divertindo comigo, não vou mentir, não tive dúvidas, lhe beijei esperando que você me retribuísse e sentisse o mesmo que eu sinto. Mas, pelo jeito, estou errado, o que aconteceu?  Você não...

Nem o deixo terminar de falar e grito na sua direção:

  -Nós somos apenas amigos! Nada além disso! - respiro um pouco e conto até dez.

  Ainda não acreditava no que tinha acabado de acontecer. Quando me acalmei um pouco, encaro Mard Geer, que já tinha lágrimas prontas para cair, e sussurro para ele:

   -Apenas amigos...

   As lágrimas que Mard Geer segurava para não despencarem, acabaram despencando no fim. Logo, sua expressão de tristeza foi tomada por uma de ódio. Ele caminhou a passos fortes até mim, me empurrou para o lado com força me fazendo tombar no chão. Ele me encara com raiva e continua cainhando até a janela. Seus punhos estavam cerrados e seus dedos já passavam do roxo para o branco tamanha a força que tinha usado para cerrar seu punho. Ao olhar através do vidro quebrado, ele começa a socar o peitoril da janela e a parede. Meus olhos já mostravam medo. Meu pai me contou a história de quando ele e o Tio Gray enfrentaram ele. Não queria vê-lo na sua versão etherion. Só de vê-lo assim já me causava medo!

   Me tiro do pesadelo de imaginá-lo na versão etherion e decido colocar meu plano em ação. Em passos silenciosos, tiro o papel, que era um mapa da localização da torre, do meio dos meus seios e o deixo na minha mão. Vou até a minha mesinha e puxo o sonífero que minha mãe mandou dentro da sua cesta de presentes. Caminho, evitando fazer qualquer barulhinho, até a direção do Mard Geer. Quando chego bem perto, toco em seu ombro. Quando ele se vira para brigar comigo, enfio o líquido por sua garganta. Ele bate no vidrinho que antes tinha a tal bebida. Ele olha para algumas gotas que sobraram que estavam espalhadas no chão e descobre o  que era o tal líquido. Ele estava prestes a me bater, enforcar, sei lá, mas suas pálpebras começaram a ficar pesadas e ele caiu no chão de pedra em um baque profundo. Empurro seu corpo desmaiado para mais longe.

   Volto até a janela. Bato no resto do vidro quebrado que, com o soco, se estilhaçou por completo. Pego tudo que eu achava que iria precisar e enfio de qualquer jeito em uma trouxinha que eu fiz com os panos rasgados das cortinas. Sento na peitoril, jogo meu corpo para fora e começo a descer a torre. 

   Quando cheguei no chão, começo a correr com todas as minhas energias. Enquanto corria, pensava : "Estou livre! Finalmente! Pai... Estou chegando!" 

                                                   ***

 


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Notas finais do capítulo

Nos vemos no capítulo 6!
Kisses da Titia Tomo!