A Princesa da Torre escrita por TomoCrazy


Capítulo 4
4- Torturas


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna-san! Quem aí sentiu saudades da Titia Tomo aqui? Ninguém? Ah, foda-se. Só estou aqui para tirar este capítulo quentinho do forno e entregar para vocês. Boa leitura!



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Acordei com o barulho das gotas de chuva batendo na pequena janela circular que havia na torre. Com as nuvens de chuva, pouco se tinha da luz do Sol para iluminar àquele dia. Olho para a carta enviada por meu pai para mim mais uma vez e a reli novamente para não conferir se aquilo não era um sonho. Errado. Era real. Retiro o cobertor que estava em cima de mim, colocado supostamente por ninguém mais ninguém menos do que Mard Geer, enquanto eu dormia. Sento-me na cama e aperto o cachecol de meu pai. Me sentia segura com ele envolta de mim, como se fosse uma camada protetora. Me levanto e saio caminhando, com meus pés descalços sentindo o gélido piso formado por aquelas pedras escuras que formavam praticamente a torre inteira. Me dirijo até a sala e vou até um canto para me sentar e, tentar, colocar os pensamentos em ordem (sinceramente, não estava dando muito certo).

Olho ao redor do cômodo á procura de um Mard Geer escondido por entre as sombras. Desde quando havia me mudado para aquela torre, ele tinha sido meu único amigo com quem eu poderia desabafar. De repente, sinto um vento balançar meus róseos cabelos.

–Mard Geer? – decido perguntar.

Normalmente, era somente ele quem me visitava. Mas, não naquele dia.

–Bom dia, minha amada princesa – disse ela de uma maneira irônica. Ela sempre tinha me odiado desde quando havia me “mudado” para este lugar. –Esta que vós fala lhe pergunta: estás se sentindo bem?

–Bom dia, Kyouka. Estou bem. Obrigada por se “preocupar”- disse a última palavra no mesmo tom de ironia que ela. Nunca fui com a cara dela e nem ela com a minha. O nosso sentimento de ódio era recíproco. – Onde está Mard Geer?

–Esta que vós fala lhe informa que o Mestre Mard Geer está em uma reunião com o Senhor Zeref. E, dessa forma, me mandaram para te supervisionar. Não queremos que nossa princesinha fuja.

– Eu nunca cogitei essa possibilidade de fugir. Me diga, por que cogitaria essa ideia agora?

– Desde quando Mard Geer consegue ler seus pensamentos e, assim, descobrir os seus planos não tão ocultos sobre fugir e ajudar o seu tão amado paizinho – ela vinha se aproximando cada vez mais de mim. Uma hora, parou e encostou na parede usando seu braço como apoio. Ela mantinha as duas mãos atrás das costas, ou seja, ela estava escondendo algo.

Engulo em seco. Se vinha dela, coisa boa aquilo não significava. Permaneço quieta, e ao perceber o meu silêncio, ela continua a falar:

– Mas, mudando de assunto. Conta aqui para a sua demônia “predileta”. Você possui sentimentos pelo meu mestre? – ela perguntou enquanto me encarava com aqueles olhos pretos, tão quietos e ao mesmo tempo tão perigosos quanto o buraco negro. Um simples olhar e poderia matar a alma de um alguém que não estivesse acostumado com ele. Mas, eu não sou esse ser. A encaro e lhe respondo:

–Mas é claro que não! Não importa se ele seja até legal comigo. Se ele está do seu lado, é inimigo de meu reino o que, automaticamente, o transforma em meu inimigo. E você não tem nada que ficar fazendo perguntas que entrem em minha vida pessoal. Portanto, fica na sua, ok? – continuo a encarando. Agora, seu olhar que antes era tão terno, transbordava raiva. Sabia como ela odiava não receber as respostas para as perguntas que fazia.

Ela suaviza a expressão o máximo que conseguia e disse:

–Mas, não estou aqui para ficar jogando conversa fora. Estou aqui para “cuidar” de você – ela sai de perto da parede e tira as mãos detrás das costas, me mostrando um chicote retorcido. Ela bate o mesmo na parede, fazendo com o som estridente da chibatada ecoasse por toda a torre.

Engulo em seco novamente. Sabia o que isso significava. Significava eu que iria receber uma seção de tortura grátis estilo a la Kyouka.

***

–AAAHHHHHHH!!!!

– Isso mesmo. Continue berrando. Clame que eu pare. Ha-ha-ha!!

Eu estava naquela situação há mais de uma hora. As algemas que prendiam do pulso aos pés me impediam de usar magia. Me sentia fraca. A cada chibatada, parecia que minha pele era arrancada. O ar já me faltava aos pulmões. Eu arfava em busca dele.

–AAAHHHH!!- uma outra chibatada de Kyouka, desta vez nas costas. Ela parecia dançar roda envolta de mim enquanto me batia. Abaixo a cabeça, sem ter forças para mantê-la erguida. Só me restava um pouco de consciência. Aquele parecia ser o meu fim.

–Ora essa. Vamos ver... Diga, me implore para que eu pare. – ela chega bem perto e levanta meu queixo com uma de suas mãos fazendo com que eu a encarasse.

Minha voz já parecia ter me abandonado. Só funcionava quando era para gritar com a dor. Mas, mesmo assim, juntei o restante que havia das minhas forças e disse:

–P-por favor... Kyouka-a. P-pare... Eu-u lhe imploro...

Ela larga meu queixo. Minha cabeça desaba novamente. Meu suor que havia se misturado com as lágrimas, já formavam uma poça no chão.

–Como quiser. – ela se afasta um pouco. Porém, de repente ela para e volta a me encarar. – Mas, quer saber? Mudei de ideia! Ha-ha-ha!! – e começa uma nova seção do chicote. Além dele, ela também usava suas garras para me causar cortes profundos.

No meio do nada, ela para. Um vento balança meus cabelos e algumas gotas que estavam prestes a cair. Até o vento me causava dor, afinal com todas as feridas abertas, até um assopro poderia me causar incômodo. Aquele vento só podia significar uma coisa...

–Mestre Mard Geer – disse Kyouka, fazendo uma reverência. – Já acabou a sua reunião com o lorde Zeref?

–Não. Ele me liberou sentindo que algo de ruim estava acontecendo com a princesa Nashi e me pediu para vir aqui e verificar. E, pelo que vejo, o sentido dele estava certo. Quer me explicar o que está acontecendo, Kyouka?- ele disse o nome da demônia com nojo.

–Ah, Mard Geer, sabe. É que eu só queria me divertir um pouco com a princesinha aqui – balançou a cabeça na minha direção. – Mas, não foi nenhuma tortura que pudesse lhe causar a morte. Apesar de que ainda não o motivo de mantermos ela viva. Ela não nos é de nenhuma utilidade.

–Vai dizer que se esqueceu do motivo de Zeref a querê-la viva?- ele perguntou colocando a mão na testa.

–Sim. Poderia me contar de novo?- ela disse isso em um tom no qual qualquer idiota perceberia que era : “na verdade, eu sei, mas adoraria que me contasse de novo”.

Mard Geer fez um sinal com a mão a chamando para perto. Ela logo se posicionou ao seu lado. Ele chegou mais perto para contar em um sussurro que ainda consegui escutar:

–Lorde Zeref a quer porque ela pode ser a... – desde então não escuta mais nada. A inconsciência toma conta do meu corpo e eu desmaio...

***

Sangue. Confusão. Feridos. Guerra. Mortos. Pai... Pai? PAI!!

–PAIII!!!!!!

Eu estava novamente sentada em minha cama. Estava me convencendo de que aquilo foi um sonho, somente um sonho. Olho a janela, já era de noite. A única luz fornecida era a do luar. Minha mão estava estendida, como se eu estivesse segurando a mão de alguém. A mão do meu pai... Olho mais atentamente para ela. A mesma estava envolvida por alguns band-aids e ataduras. Tiro o cobertor de cima de mim. Meu corpo inteiro estava no mesmo estado. Passo a outra mão pelas minhas costas, sentido mais curativos. Uma pontada na mesma me faz soltar um gemido de dor, percebendo que a maneira como me levantei bruscamente por causa do pesadelo. me machucou por causa de tantos ferimentos ainda em tratamento causados pela tortura de Kyouka. Analisando a situação, aposto que qualquer pessoa que não fosse médica, saberia que aquilo iria deixar muitas cicatrizes. Me deito lentamente e tento procurar uma posição agradável, mas sem muito sucesso. Passo a mão por meu pescoço, procurando o meu cachecol. Me desespero quando não o encontro lá.

–Procurando por isto? – Mard Geer estava em pé do outro lado da minha cama, segurando o cachecol com uma das mãos e logo me entrega. Lhe agradeço e o espero voltar a puxar assunto. – Que bom que acordou. Fiquei preocupado.

–Há quanto tempo estou inconsciente?- pergunto meio receosa.

–Há mais de dez horas. O médico lhe deu um sedativo para que “dormisse” enquanto lhe operava, pois, mesmo desmaiada, ainda tremia e gemia de dor.

–Mais de dez horas?!- pergunto aflita. Mard Geer somente assente com a cabeça. Agora sim estava preocupada. O que pode ter acontecido na guerra enquanto estive desmaiada? Saio dos meus pensamentos e encaro o demônio a minha frente. – Quanto tempo eu terei que ficar em repouso para me recuperar?

Mard Geer abaixa a cabeça como se estivesse triste por me dar aquela informação. Decido perguntar novamente, mas com a voz mais séria:

–Mard Geer, quanto tempo terei que ficar em repouso? Me responda, agora!

–Considerando o seu estado, acho que algumas semanas no mínimo.

Entro mais ainda em desespero. Ficar em repouso significava que não poderia fugir para ajudar meus pais na guerra. Não ajudar meus pais, significava, morte de grande parte de meu povo.

–Mas, - Mard Geer retoma o assunto, me tirando dos meus devaneios.- não estou aqui para conversar. Vim realizar um pedido do médico que te transformou nessa múmia aí.

–E que ordem seria essa?

–Vim lhe dar mais sedativo. Quanto mais tempo repousar, melhor será para se recuperar.- ele tira uma agulha de injenção com o líquido do sedativo dentro. Ele a enfiou em meu braçoe apertou o líquido em minhas veias. – Boa noite, Nashi.

Foram as últimas palavras que consegui ouvir dele. Boa noite, Nashi. Como ele queria que eu tivesse uma boa noite de sono, se pesadelos me atormentavam durante a mesma? O sedativo começou a fazer efeito. Minhas pálpebras ficaram pesadas e logo as fechei sobre meus olhos, caindo em um sono obrigatório para mim.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Não vou colocar quando devo postar o próximo porque não quero criar falsas esperanças. Então, jya-nee. Nos encontramos no próximo capítulo! Kisses da Titia Tomo.