A Princesa da Torre escrita por TomoCrazy


Capítulo 2
2- A guerra


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Eu sei que demorei. É porque a minha semana estava lotada e só deu tempo de postar agora. Então, curtam esse capítulo quentinho que acaba de sair e não esqueçam de comentar!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/613480/chapter/2

Era lindo. O pôr-do-Sol do reino era maravilhoso. Parecia um degradê. Acima o azul-escuro, abaixo dele tinha um azul-claro. Depois, perto do Sol, vinham o laranja, um rosa-claro e um amarelo. Aquela era a cena mais bonita que eu podia apreciar desde quando eu me mudei para aquela torre. Antes de a Lua e as estrelas tomarem seus locais no céu, a porta de entrada se abre, rangendo. Não tiro os olhos da janela, mas fiquei ouvindo os passos da pessoa enquanto ela subia os degraus da escada de pedra. Sempre no mesmo ritmo.

Quando os passos param, alguém bate na porta do meu quarto. Três vezes, seguidamente.

–Com licença, posso entrar?- a voz da pessoa era rouca através da porta de madeira mas, que mesmo assim, me dava arrepios no estômago.

–Entre.- respondo. A porta se abre, novamente rangendo (sério, eles nunca ouviram falar em óleo?!) .

Ainda observando o pôr-do-Sol, o dono da voz me diz:

–Por que você insiste tanto em olhar para essa janela, Nashi?- a voz, agora, já não era mais rouca. Era potente. Se falasse um pouco mais alto, o som ecoaria pelas paredes de pedra.

Dessa vez, eu me viro para responder. Não me surpreendo em ver a pessoa que era. Era Mard Geer, um dos demônios do livro E.N.D, do Zeref. O mestre das trevas o convocou das páginas somente para que ficasse de olho em mim (como se eu fosse boba de fugir).

–Porque, Mard Geer, eu gosto de saber que pelo menos o meu reino ainda tem luz e não trevas, como eu.- respondo de uma maneira ríspida e sem encará-lo nos olhos.

Volto a minha atenção novamente para a janela. Esta era uma noite de Lua cheia. Igual minha mãe, comecei a juntar as estrelas com os dedos, formando uma constelação. A minha favorita era a de Aquarius. Não sabia ao certo mas, mesmo sem nunca tê-la visto, eu sentia que a conhecia e, que ela odiava minha mãe.

–Eu sei que você não pensa somente em seu reino ao ver o pôr-do-Sol, minha cara princesa.- Mard Geer volta a falar, e começa a caminhar na direção da janela. Na minha direção.

Quando ele está próximo o suficiente de meu rosto, ele entrelaça entre seus dedos uma das minhas mechas rosas do cabelo e, a puxa para cima, deixando a minha orelha à mostra. E aí, sussurra:

–Também pensa em sua própria liberdade.- paraliso. Sua voz, tão fria, havia acabado de congelar a minha alma.

Como será que ele sabia disso? Ou melhor, à quanto tempo?

Ele coloca a minha mecha de volta no lugar. Volta para a mesa e eu, me viro, prestando atenção em seus movimentos. Ele enfia uma das mãos no bolso de sua camisa e, de lá, retira alguns papéis e os espalha sobre o móvel. Depois, começa a classificá-los. Depois que termina de arrumá-los, vira seu rosto para mim. Levanta a sua mão e faz um sinal com o dedo, me chamando. Vou para perto dele e me sento em uma das cadeiras. Ele pega três dos papéis, que eram cartas, e os entrega para mim.

–Você tem cartas.- diz ele.- E uma visita.- ele quase sussurra essa última frase mas, eu consigo ouvi-lá pois, estava perto o suficiente dele.

–Quem é desta vez?- pergunto a ele, mesmo já tendo as minhas suspeitas de respostas.

–A sua mãe, a Rainha Lucy.- ao me responder, ele nem tira os olhos dos papéis.- Você quer que eu a chame agora? Ou, prefere ler as cartas primeiro?- desta vez, ao falar, ele olha para mim e, durante algum tempo, fica me encarando enquanto espera uma resposta. Ele arregala as sobrancelhas como como se estivesse falando: ''E aí? Vai me responder, ou nem ouviu o que eu disse?''

–Oh! Desculpe-me. Pode chamá-la, por favor.- respondo.

Ele vai até a porta mas, antes de encostar na maçaneta, ele se vira para mim e me diz:

–Se me permite dizer, princesa,- ele começa e me encara, bem no fundo dos olhos.- mesmo estando aprisionada e odiando esta torre, a sua educação nunca faltou ao falar com alguém.

–Obrigada Mard Geer. E, mesmo você sendo um demônio, a sua educação também é muito boa.- respondo, tentando parecer o mais formal possível.

Ele sorri e faz uma reverência. Volta a sua atenção para a porta e gira a maçaneta, revelando uma mulher de cabelos loiros do outro lado. Me levanto da cadeira e minha mãe vem correndo para me abraçar. Mard Geer fecha a porta devagar, evitando que ela range novamente. E aí, vai embora, como uma sombra.

–Oh! Minha filhinha querida!- minha mãe me abraça e me dá um monte de beijos no topo da cabeça.

Qualquer pessoa, normal, da minha idade, não gostaria desse apego todo. Mas, eu não a culpo. Afinal, só tínhamos meia hora de um dia do mês para nos vermos.

–Oi mãe.- respondo. Ela me solta de seu abraço e coloca suas mãos em meus braços, me olhando.

–Você está ótima.- ela diz e me dá mais um abraço.

–Obrigada mãe. E você também.- digo.- Aceita uma xícara de chá?

–Aceito.

Vou para a cozinha da torre, que não ficava muito longe da mesa, e comecei a preparar o chá. Minha mãe se senta na cadeira na qual eu, à alguns instantes atrás, estava sentada. Ela usava um vestido azul e uma fita da mesma cor no cabelo. E levava consigo uma bolsa. O bule apita, mostrando que a bebida estava pronta. Coloco ela nas xícaras que estavam na bandeja e as levo para a mesa. Me sento em uma cadeira e começamos a tomar o chá.

Depois de um tempo, minha mãe coloca a xícara, vazia, na mesa e olha para mim. Eu ainda tomava, mas olhei de volta para ela.

–Foi muito bom você ter aberto a porta antes de ter lido as cartas. Em uma delas, tem coisas que você não entenderia se eu não te explicasse.- ela diz.

Coloco a xícara na mesa e pego os papéis que Mard Geer havia me entregado. Minha mãe olha para eles e pega uma das cartas que tem o símbolo de nosso reino, que era um dragão vermelho. Uma carta dela.

–Esta carta, filha, vai lhe contar as coisas que estão acontecendo atualmente no reino. Primeiramente, o nosso povo e seu pai entraram em guerra com o reino vizinho.- ela diz isso calmamente, como se isso não fosse o fim do mundo.

–Com que reino?!- pergunto. Eu coloco a xícara na mesa com tanta força, que por sorte ela não quebrou.- E por que?

–Filha, você conhece seu pai.- ela diz. Mas, eu a interrompo.

–Somente por dez anos.- digo baixinho, de uma forma na qual que só eu ouvisse.

–Bom, eu não sei ao certo o motivo mas, tem algo a ver com desrespeito.- ela continua.

Volto a colocar a bebida na boca, enquanto a ouvia falar sobre a guerra durante o único tempo que tínhamos. Depois de ela terminar, ela abre o zíper da bolsa e me entrega um papel. Outra carta.

–Essa carta é de seu pai. Eu não a li mas, deve ter algo haver com a batalha dele.- ela diz. Depois se levanta e vai para a porta. Já eu, permaneço sentada. Ela olha uma última vez para mim e abre a porta, saindo da torre.

Olho para a carta e depois para o relógio. Já era tarde. Fui para o meu quarto e coloquei os papéis sobre a cômoda. Me deitei e dormi.

+++

Acordo no meio da noite. Me sento na cama e olho em volta. Mard Geer estava apoiado de costas em uma das pilastras, olhando para a janela. Ao perceber que acordei, olha para mim.

–Outro pesadelo, Nashi?- ele diz.

–Me desculpa se você não tem, Mard Geer.- falo com os pulmões em brasa. Tudo o que eu mais precisava agora era de ar. Me deito novamente e me viro para o lado oposto do qual ele tava.

Sinto uma brisa fria. A mesma brisa de vento que sinto quando ele foi embora hoje mais cedo. Viro a cabeça. Ele não estava mais lá. Volto a me concentrar no sono. Ele não vinha. Que pesadelo havia sido aquele? Um livro, um cara desconhecido e eu. Acerto o livro com um objeto qualquer e, logo em seguida, alguém morre. Era um presságio? Espero que não.

E aí, volto a dormir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários? *-*