Blackbirds - Interativa escrita por uzumaki


Capítulo 10
Back To Earth


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, culpem o VMA e suas votações, MAS EU AINDA ESTOU NO MEU PRAZO, SORRY BITCHES.
Estou aqui do alto dessas horas (17:15) postando BB enquanto ouço Back To Earth E SE VOCÊS PREZAM SEUS OUVIDOS E GOSTAM DE MÚSICA ELETRÔNICA COM OS (não tão) EMOS FALL OUT BOY (aka Patrick, o gordinho mais fofo da Terra, Pete o vida loka, Joe, que tem cachos mais bonitos que os meus e Andy o ruivo que tem muita tatuagem e que não é o Ed Sheeran), VCS VÃO OUVIR JÁ.
E devo dizer que estou ADORANDO conversar com a Carol e a Ana no whatsapp. VCS SÃO UNS DOCES, AMO VCS



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Helena olhou ao redor um pouco de nervosa. Era a primeira vez que colocava os pés fora do Hospital desde que a mãe havia morrido, e ela se sentia um pouco vazia.

Fisicamente, sua situação não estava tão feia. As dezenas de cortes pelo seu corpo estavam fechando e o pior, o enorme corte que cruzava seu peito, já estava cicatrizando. Helena não tinha problemas com a cicatriz, mas com o que ela significava sim. Mais cedo um policial havia chegado para falar com ela, lhe perguntando se sua família tinha inimigos ou alguém que podia querer machucá-las. Na sua concepção não tinha ninguém, mas não confiava muito nessa resposta. Não contara para a polícia o fato que antes do acidente um homem havia as parado, o desconhecido de olhos azuis. Sinceramente, ela não via como sua mãe conhecia um homem que tinha um lança míssil, visto que ela conhecia todos que a mãe conhecia. Deixara a imagem do homem em um canto da sua mente, um canto em que ela se recusava a tocar.

Assim que saiu do Hospital se apressou para chamar um táxi. Ela não tinha dinheiro para pagar, mas felizmente uma das enfermeira se compadeceu da sua situação e lhe emprestou vinte dólares. O percurso até sua casa foi curto e silencioso, com apenas o rádio do táxi como companhia, e assim que desceu do automóvel foi inundada de lembranças, como a primeira vez que chegou lá. Mas Helena as colocou de lado e entrou no prédio.

Seu apartamento estava silencioso de um jeito que nunca esteve antes, e assim que ela fechou a porta atrás de si, sentiu a perda da mãe novamente. Com muita força de vontade ela foi até o quarto, pronta para fazer as malas. Assim que entrou percebeu o quanto sentia falta de ter a mãe nos calcanhares lhe dizendo o que fazer, e quase chorou novamente, mas aguentou com bravura. Felizmente a tarefa que se pôs a fazer lhe tirou dos pensamentos tristes.

Já fazia quatro horas desde que abrira o bilhete da mãe, o pedaço de papel que lhe dizia o que fazer, o bilhete que Helena nem por um momento entendeu. Ainda se perguntava como a mãe tinha um bilhete pronto. A folha era amarelada e amassada, como se estivesse dentro de um bolso por muito tempo. Helena se perguntava também se a mãe tinha esse bilhete há muito tempo. A tinta seca e aparentemente antiga dizia que sim, e nesse caso ela queria saber se a mãe antes de sair colocava o bilhete em algum bolso, sempre precavida. Parecia algo que Ágata faria.

Assim que terminou de arrumar uma mala no seu quarto, foi para o da mãe. Evitou o máximo mexer no guarda-roupa, principalmente porque provavelmente não conseguiria ir em frente se olhasse os pertences de Ágata, então começou a mexer nas gavetas e livros, procurando algo mais, qualquer coisa. O máximo que conseguiu foi o cartão de crédito e a senha da conta do banco. Não fora em vão pelo menos; Helena sabia que havia anos a mãe guardava dinheiro em uma conta no banco, sempre para “emergências”, e com sorte seria o bastante para ir até o estado de Rhode Island em segurança. Helena sentia o peso de escolher seu próprio destino agora. De um lado, era bom, muito bom finalmente fazer isso, mas de outro… Qualquer erro que cometesse dali para frente ela teria que lidar sozinha, sem ajuda alguma e por seu próprio risco.

~~☆★~~

Vol o quê?

– Volkov. - Nathan explicou já sem muita paciência.

Já faziam 15 minutos que ele estava sentado em uma cadeira desconfortável que ficava na sala de segurança da mansão dos Peters. Na verdade, a culpa por ter chegado ali era toda sua, que atravessara os portões do jeito errado. Era madrugada quando Nathan havia chegado na mansão, e os portões estavam obviamente trancados. Quem quer que estivesse do outro lado não ouviu as cinco vezes em que ele apertou o interfone, então ele não muito inteligentemente tentou pular o muro. O problema é que as árvores escondiam uma cerca elétrica, e assim que ele atravessou o muro, seu braço roçou a cerca e ele levou um choque.

O choque em si não fez muito além de paralisá-lo por dois ou três minutos, mas o que fez ele quase quebrar o braço direito foi ter caído do muro. Teria sido engraçado se ele ouvisse que um cara tentou pular os muros de uma mansão, levou um choque e caiu duro encima de um arbusto pra depois ser encontrado por guardas e pitbulls, mas como tudo havia acontecido com ele, a graça havia se perdido em algum lugar nos arbustos. Um cara que havia conseguido sair da GULAG com certeza deveria ter pensado no óbvio, mas ele estava cansado por causa do longo voo e nem por um segundo passou pela sua cabeça que os Peters tinham sua própria segurança. Ele não havia sido avisado sobre isso, e agora estava na frente de dois seguranças mal encarados que tinham em mãos armas de choque, para o caso de Nathan lutar.

– Nathan Volkov… - Um deles falou. - Eu me lembro desse sobrenome, mas não sei de onde…

– E quem liga, Robb? - O outro disse. - Quando o patrão chegar vamos poder chamar a polícia.

– A polícia? Uou. Estou bem surpreso por vocês, palermas, terem pensado em algo assim. - Nathan disse, desinteressado. Isso acendeu a raiva do amigo de Robb, que pareceu prestes a eletrocutá-lo.

– Olha como fala moleque. - O sujeito disse, apontando pra ele a arma de choque. Nathan queria rir da cara do homem e depois dar uma surra nele, mas tinha ordens expressas para usar violência apenas quando necessário, e infelizmente para ele, dar uma lição em um segurança de quinta não era necessário. Ele devia esperar “o patrão” e inventar a história de que ele foi mandado pelo pai, um Blackbird que havia morrido há muito tempo e que deixara uma herança para ele, etc. Nathan bem que queria entrar na mansão e fazer o que tinha que fazer logo pra poder ir embora e de preferência alugar um jatinho para Las Vegas, mas também tinha ordens de seguir o plano. Ganhe a confiança do grupo, depois fale com a garota.

– Eu estou escolhendo muito bem as minhas palavras, e acho que as próximas serão: vá se ferrar.

O homem ergueu a arma prestes a atirar, mas Robb se meteu na frente.

– Calma Phill, guarda a arma, ele é só um garoto!

Foi quase que Nathan soltou o número de vítimas dos assassinatos que cometera, um número que vinha crescendo aliás, mas se conteve. Algo que teria sido motivo de honra entre a máfia gerida por Nicholas Peters não seria algo que lhe traria sorte ali. Ele estava em terreno desconhecido, e precisava controlar a língua.

– É, eu sou só um garoto. - Ele entrou na onda, tentando fazer uma cara inocente. Pela expressão de quem havia chupado um limão que Phill fez, a tentativa não deu muito certo.

– Se você for só um garoto, moleque, eu ganho na loteria. - Phill disse, mas no final acabou se aquietando e sentando em uma cadeira. Robb enviou um olhar reprovador para Nathan mas não disse nada.

– É melhor então já ir pensando nos números que vai escolher, Phill. - Phill o olhou ameaçadoramente quando Nathan pronunciou seu primeiro nome.

A porta se abriu de supetão, e Nathan paralisou. Ele tinha certeza que Nicholas estava na Rússia, mas ali estava parado diante dele, um homem de cabelos pretos e olhos azuis idênticos ao do arqui-inimigo de Nathan. Passado o choque inicial, Nathan percebeu que ele era bem mais jovem que Nicholas, não tinha o rosto cruzado por uma cicatriz e tinha as duas orelhas em perfeito estado. Mas os olhos…

– Meu nome é Michael Peters.

Ah, o sobrinho, Nathan associou. Ele havia decorado a família Peters inteira, desde os bastardos até os legítimos, e pelo que havia lido no arquivo que recebera de Hael, Michael era o todo-poderoso da família agora. Ele também soube que os Peters, Alice e Michael, não sabiam da existência do tio, então Nathan estava terminantemente proibido de dizer uma palavra relacionada a um irmão de Jennie Peters; muito menos a irmã bastarda dela, Katrina Peters Blackmoon. Secretamente Nathan estava rindo da situação. Se eles soubessem metade do que a família Peters é, não ostentariam o sobrenome por aí.

– Eu sou Nathan Volkov. - Nathan tentou o máximo esconder o sotaque russo, mas Michael franziu a testa.

– Volkov, de Vladmir Volkov?

Ouvir o nome do pai, tão abertamente, quando por anos aquele nome era apenas uma sombra na sua infância, derrubou um de seus muros e ele teve que se controlar pra parecer calmo.

– Sim. - Ele respondeu, ainda tentando disfarçar o sotaque óbvio.

– Que eu soubesse Vladmir não teve filhos.

Uma coisa que Nathan realmente odiava era que duvidassem da palavra dele. Ele podia mentir, mas quando falava a verdade e duvidavam… Ele não havia recebido o apelido de estressado a toa.

– Minha mãe era uma ladra de rua, com certeza Vladmir não a achou boa o suficiente para apresentar a seus amigos passarinhos. - Ele disse, acidamente.

– Passarinhos negros, você quer dizer. - Michael apertou os olhos azuis, tentando decifrar algo além de puro ácido no rapaz a frente.

– Um passarinho específico. Um falcão negro. - Nathan deu a isca. Tinha plena consciência de Robb e Phill parados como duas estátuas tentando acompanhar a conversa sobre pássaros, mas ignorou. Michael no entanto mordeu a isca.

– Falcão, é? - O garoto deu o mínimo dos sorrisos. - Aceitaria a hospitalidade da casa dos Peters por alguns dias, Volkov?

– Mas é claro. - Nathan sorriu pela sorte que teve. Isso seria tão fácil que ele já sentia o cheiro do dinheiro de longe. Agora só precisava que os Peters confiassem nele. Pra alguém que tinha mais experiência na hora da apunhalada do que na da confiança, isso seria uma tarefa não muito agradável.

~~☆★~~

Kai nunca havia agradecido tanto por não parecer com o pai. Na Rússia, isso era uma vergonha. Todos os Peters tinham olhos azuis, e ele não herdara essa característica do pai. Mas ali, na Mansão que ele havia sido obrigado a espionar e a matar o herdeiro de Dmitri, ele não sentia a pressão sobre si, nem mesmo que todos o observavam; ele se sentia em casa. Quando anunciou seu nome para a segurança, cinco minutos se passaram até lhe abrirem o portão, o saudando com um agradável “estão te esperando na Mansão, rapaz”, e Kai foi educado e lhes agradeceu a ajuda. Os homens pareceram um surpresos, como se não ouvissem palavras educadas proferidas por jovens antes. Kai pensou que em outras dimensões, se o pai não tivesse se virado contra a família, se a mãe não tivesse morrido afogando o espírito de Nicholas, ele agora estaria treinando para tomar o lugar do pai futuramente, na mansão que teria sido dele. Se perguntou se ele e os primos seriam como irmãos e a família seria feliz. Era uma boa fantasia para se passar o tempo, mas a realidade o chamava.

Ele ficou contente por não ter que andar até a mansão, e pediu para o táxi lhe levar até lá dentro. O taxista pareceu muito mais surpreso do que os seguranças com o pedido, mas fez conforme Kai lhe ordenou. Quando passaram pelo jardim da frente da casa, a memória de Kai lhe ofereceu o diálogo que ele e seu pai tinham tido anos antes, quando Nicholas havia lhe contado como matara a irmã ali mesmo. Kai não conseguia ver como o pai tivera coragem para algo assim. Jennie era irmã mais nova de Nicholas, enquanto que Kai nunca nem pensara em levantar uma mão para a pequena Adele.

Assim que o táxi lhe deixou no pé das escadas, Kai se virou de costas e observou a propriedade. O grande labirinto que era o jardim principal, que era cercado pela estrada que por sua vez era cercado por árvores, criando uma atmosfera de interior. Kai nunca sentira tanto o sol na pele.

– Apreciando a vista?

Ele virou para a voz. A ruiva parada na frente da porta estava tão imóvel quanto uma estátua de cera, com olhos verdes que mal se viam piscar. Kai se perguntou se ela brincava de estátua nas horas livres ou era assim mesmo.

– Sim. - Ele respondeu, subindo as escadas até a porta. - É uma ótima propriedade a que os Peters tem aqui.

A garota deu um sorriso de escárnio. Por um segundo rápido Kai viu o pai ali, na dobra da boca dela, no jeito em que ela levantou uma sobrancelha em desafio.

– Eu sou Alice Peters, bonitinho.

Kai estava chocado. Então havia mais um Peters sem os olhos azuis, e ele a estava encarando. Esperava algo mais… Delicado de uma filha de Jennie Peters, que sempre foi-lhe descrita como meiga. Mas Alice era definitivamente o contrário.

– Você é o novo hóspede?

– Nikolai Blackwell, mas prefiro Kai. - Ele estendeu uma mão. - Prazer em conhecê-la.

– O prazer vem depois. - Alice sorriu, mas apertou a mão dele. - Vai entrar ou vai ficar aí batendo palmas para o sol?

– De onde eu venho o sol não é como o daqui. - Kai contou, tentando não soar como um menino que não sabia falar com uma garota, do jeito que ele se sentia. Ela era sua prima, e ele não se sentia muito a vontade com a situação.

– De onde eu estou o sol não é a única coisa pra se admirar. - Ela disse, olhando para as nuvens. Kai abaixou a cabeça e ficou tentando desvendar o que ela queria dizer com aquilo. - Mas acho que o sol é mais inteligente.

Kai ficou calado porque não sabia responder a isso. Não sabia se respondia com alguma cantada ou bancava o inteligente, mas ficar sem rumo como uma mosca não estava em seus planos, então quando a ruiva subiu as escadas e entrou na Mansão, ele fez o mesmo.

Por dentro o lugar era ainda mais bonito do que por fora, com seus móveis limpos e bem organizados, com janelas do chão até o teto, distribuindo luz para todo o lugar. Mais no fundo a cozinha estava sendo usada por empregadas em seus uniformes que tinham cor de vinho e cabelos em coques bem presos. Diferente das empregadas da sua casa, essas pareciam bem mais contentes com o trabalho, e uma chegava a cantarolar enquanto mexia uma colher na panela.

– Seja bem vindo a sua moradia por algumas semanas. - Alice disse, guiando Kai pela casa. - Café da manhã às 9:30 e jantar exatamente às 20. Meu irmão é um pouco viciado em colocar horário em tudo.

Então Michael Peters era parecido com o tio. Nicholas tinha exatamente um cronograma para seguir, e só saía dele quando realmente valia a pena. Quando Kai era pequeno ele chegou cinco minutos para a aula de tiro com o pai e acabou jogando xadrez com alguém até bater cinco horas em ponto.

– Eu estou acostumado com horários. - Kai disse, dando de ombros. Alice parou nas escadas e se virou para ele enquanto apoiava o cotovelo no corrimão.

– Você não é daqui, é? - Ela perguntou.

– Rússia, mas nasci aqui. - Kai respondeu. Era verdade. Quando ele havia nascido, a mãe morrera no parto, deixando um Nicholas devastado, e por esse motivo o pai o abominava. Quando Nicholas foi para Rússia a fim de matar Dmitri Nikova, ele acabou sendo convencido a ficar pelo pai do ruivo, um homem realmente ruim, que havia morrido quando Kai tinha 5 anos. Quando Nicholas voltou para os EUA na tentativa de mostrar às irmãs, Jennie e Katrina, o que vira lá, elas o abandonaram. No entanto ele ainda precisava do herdeiro, e voltou para a Rússia com o filho. Kai desejava que ele não tivesse feito isso. Pelo que o garoto sabia, Nicholas deixara nos EUA uma namorada grávida. Quando Kai perguntara sobre ela, levara um tapa e o aviso de que ela não era tão importante quanto a mãe de Kai, e que o sangue dos Peters não deveria ser contaminado com certas famílias, o que levara Kai a acreditar que a mãe da criança também havia dado um fora no pai.

– Eu nunca beijei alguém da Rússia.

Kai ficou sem palavras e revisou seu vocabulário três vezes antes de dar uma resposta decente.

– Não acho… Não acho que tenha muita diferença. Quer dizer, eu também não, mas…

– Isso é você que vai mostrar, bonitinho. - Alice deu um tapinha no corrimão e começou a subir as escadas. - Terceiro andar, escolha um dos quartos vazios.

~~☆★~~

A sala de jantar estava cheia, e a mesa estava apinhada de gente rindo e conversando alto, mesmo que outros estivessem calados e apenas dizendo uma palavra ou outra. Quem liderava os risos eram Daniel e Mattheus, que tentavam equilibrar pratos de comida na cabeça. Miyuki, Destiny e Michael conversavam calmamente enquanto Nathan bebia uma taça de vinho tinto e dava uma risada por educação com os olhos revirando a mesa a cada cinco minutos. Hylla e Crystal conversavam animadamente sobre algo importante, que fazia Hylla negar com a cabeça e Crystal rir. Alice estava pendurada no ouvido de Kai sussurrando algo que o fazia responder com algumas evasivas quando Thaddeus apareceu e susurrou algo no ouvido de Michael.

– Pode mandar entrar, Thaddeus. São todos bem vindos. - O garoto respondeu, chamando a atenção dos que estavam mais perto dele.

– Claro senhor. - Thaddeus se retirou em passos rápidos.

– Mais um convidado? - Miyuki perguntou, curiosa.

– De convite mesmo só tem a Crystal e a Hylla, os outros vieram do nada. - Alice respondeu.

– Dos que eu convidei só falta Lilian Ludwig. - Michael disse. - Mas pode ser que mais gente apareça.

– Provavelmente mais gente. - Hylla concordou.

– É estranho ver essa casa tão cheia. - Michael comentou.

– Eu nunca fiquei tão enturmada na minha vida. - Miyuki contou baixinho. - Estudei em casa e bem… Certas experiências não me deram a chance de confiar em muitas pessoas.

– Agora isso passou. - Michael disse, com o tom que usava para acalmar sua irmã quando era pequena e chorava. - Somos um grupo e protegemos os nossos.

– Eu brindaria a isso, mas estou um pouco bêbada e ainda é quinta feira. - Alice sorriu, mesmo assim levantando a taça vazia.

– Você não deveria beber tanto, você só tem 18...

– Vá se catar, Michael.

Miyuki e Destiny riram da briga dos irmãos, e Destiny lembrou dos seus próprios por um momento. Sentia falta especialmente de brigar com eles.

– Com licença senhor… - Thaddeus apareceu na sala. - Estes são Castiel Dezessete e Mariah Helena Blackmoon.

Aos poucos todos pararam as conversas por causa do estalo que aconteceu quando Mattheus derrubou o prato vazio no chão, o quebrando em pedaços. Ele se virou para a garota com extremo espanto enquanto sua pele perdia a cor.

– Como disse que era o sobrenome dela? - Alice perguntou em voz alta, com uma dúvida palpável.

– Ah… Sejam bem vindos a mesa, podem se sentar. - Michael pediu, se levantando. - Castiel, filho da Cassandra, certo?

– Sim. - Castiel assentiu, com os olhos azuis voando de uma pessoa para outra. - Você a conheceu?

– Nossa mãe, Jennie Peters era sua madrinha. - Michael respondeu.

– Jennie, uma mulher de olhos azuis? - Castiel forçou a memória. - Não me lembro muito bem dela, foi antes da minha mãe morrer.

– É triste, mas bem vindo ao clube, pegue uma manga e aproveite. - Daniel Ackermann falou, ainda bem humorado.

O silêncio continuou após isso. Nathan queria dar uma risada ou pegar um pacote de pipoca, porque ele sabia que Mariah Helena e Mattheus eram irmãos, e os próprios não pareciam saber. Era infinitamente irônico.

– Desculpe me intrometer… - Ele começou, tentando esconder o sorriso de satisfação. - Mas Mattheus não parece muito bem.

Novamente todas as atenções foram para Mattheus, que parecia que tinha engolido uma bola de beisebol e suava frio. Mariah Helena apenas encarou o loiro até sua cabeça começar a latejar. Ele parecia tanto com seu pai…

– Mariah Helena Blackmoon? - Alice perguntou novamente, subitamente alerta.

– Sim. - Ela desviou a atenção de Mattheus.

– Blackmoon? - Alice continuou, como se estivesse vendo um fantasma. - Blackmoon como…

– Como eu? - O loiro terminou a frase.

– Desculpe, mas quem é você? - Mariah Helena perguntou um pouco ríspida. Detestava que soubessem algo que ela não sabia e depois conversassem sobre o assunto com normalidade.

– Meu nome é Mattheus Blackmoon.

Mariah encarou os olhos azuis de Mattheus com total espanto. Seu irmão. Ela podia lembrar da infância com os pais se conseguisse se concentrar, mas tudo o que vinha na sua cabeça agora eram as palavras do garoto na sua frente. Era impossível. Ela havia visto os corpos dos irmãos, afogados, brutalmente assassinados. Mas mesmo assim… Ela não reconhecia o sentimento que a invadiu, mas ele fez suas pernas se moverem para frente e jogar os braços ao redor do irmão gêmeo, envolvê-lo em um abraço tão apertado quanto podia, o seu irmão mais velho, sua outra metade.

Porém se fizesse um esforço para relembrar o nome do sentimento, se conseguisse fazer algo além de engolir as lágrimas, ela poderia nomeá-lo.

Esperança. Em sua bruta forma, do jeito mais primitivo possível, o único sentimento que movimentava o mundo. Era o que a partir daquele momento iria movimentar o seu mundo também.


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Notas finais do capítulo

TÁ QUASE TODO MUNDO REUNIDO, EU QUERO CHORAR
Eu tava happy escrevendo esse capítulo (embalada pelas baladas de Selena Gomez) e saiu essa coisa colorida e bonitinha.
JÁ ESTOU VENDO ANA AKA CARLA CHORANDO SANGUE COM KALICE, ALIÁS PODE SHIPPAR PQ ELES ALÉM DE KAMI E DANIEL SÃO OS ÚNICOS CASAIS OFICIAIS.
Se vcs vierem com um “mas eles são primos…” eu vou lindamente dizer que EU SEI QUE VCS JÁ TIVERAM UMA QUEDA POR UM PRIMO OU PRIMA QUANDO CRIANÇAS, EU SEI, EU TAMBÉM. Aliás eu perdi o BV com meu primo, e meus bisavós eram primos .-. SERÁ QUE É POR ISSO QUE EU TENHO PROBLEMAS MENTAIS?
Agora estou escrevendo esse negócio ao som de Spice Girls, me matem, mas… IF YOU WANNABE MY LOVER YOU HAVE GOT TO GIVE NANANA ESQUECI O RESTO
A partir de hoje, contagem regressiva pro meu niver, é melhor já botar seus dedinhos pra trabalhar em um textão pra mim.
Mas, vamos lá falar sério agora:
Eu sou muito negligente com vocês, sério. Eu faço uma pequena descrição da mansão principalmente para deixar a imaginação de vcs fluir, mas… Sei lá, me deu nos nervos esses dias, e eu peguei uma folha e desenhei (com minhas parcas habilidades artísticas) a propriedade dos Peters (que vou postar qnd scanear o desenho), e resolvi meter link dos personagens pra vcs até não poder mais.
Não sei se vcs perceberam, mas coloquei os links no texto com aquela ótima ferramenta de clicar na palavra e abrir uma guia no pc, mas se vcs são tão lentos quanto eu, procurem de novo e vejam os bonitinhos.
Não deu pra colocar uma foto da Lily sem antes consultar a Carol, nem do Alex e nem do Daniel D, mas DESCULPEM PORÉM NÃO DEU PRA ME SEGURAR NAS SUGESTÕES.
Lily ~é, eu sei que vc provavelmente imaginou diferente, mas isso foi tão perto do que tava descrito que achei impossível não colocar~ http://i.imgur.com/iRO4XRf.jpg
Alex: ~Pela descrição, acho que está próximo o suficiente embora não seja lá ainda... Mas, aqui vai: http://i.imgur.com/PEDFHmk.jpg
E o Daniel L: http://i.imgur.com/fsQE8wo.jpg
Ficamos por aqui, gente.
Mandem seus números do whatts, AGORA ~por favorzinho, só pra mim dar uns ois~
Até o próximo.
Fiquem com Wanda Maximoff (a divina dos negócio tudo).