Era outubro, aniversário do Frank. Gerard e eu estávamos bem. Apesar das nossas relações sexuais não terem voltado à ativa. Mas ele estava encarando isso muito bem. Pelo menos nunca mais saíra em jornais nada relacionado á alguma traição dele a mim. Gerard e eu fomos à casa do Frank e ficamos jogando carta. Michelle também estava lá.

 

- vai. – disse Michelle pra mim já que era a minha vez.

 

- deixa eu ver. – disse analisando as cartas na mesa e depois as da minha mão. – ganhei! – disse jogando uma carta alta.

 

- assim não vale. Você e Gerard estão ganhando todas, oras! – disse Frank agarrando Michelle em seguida e os dois começaram a se beijar. Eu olhei sem graça pro Gerard e ele aproximou seu rosto do meu e me beijou delicadamente.

 

- eu te amo. – disse ele alisando meu rosto. – não esqueça nunca disso.

 

- por que está dizendo isso?

 

- por que eu quero que você saiba.

 

- não precisa. Eu sempre soube. Eu te amo também. – e voltamos a nos beijar até Michelle e Frank fingirem pigarros múltiplos.

 

- dá pra pararem de se beijar? – gritou Michelle e nós olhamos pra eles rindo achando graça daquilo tudo.

 

- amor, pega uma cerveja pra mim. – disse Frank abraçando Michelle todo cheio de dengo.

 

- Safado, todo cheio de charminho só quando precisa de alguma coisa.

 

- que calunia! – disse rindo.

 

- ok, eu pego. Vem comigo, Lily?

 

- ok. – e me levantei indo com ela até a cozinha. – você e Frank parecem bem felizes juntos. – disse enquanto ela abria a geladeira.

 

- é sim. Ele é realmente o melhor cara que eu já conheci. Você também vai querer cerveja?

 

- eu não bebo. Esqueceu?

 

- desculpa. Mas faz tanto tempo que não moramos juntas que não sei se você já adquiriu hábitos novos. - Meu celular tocou e eu botei a mão no bolso com calma. – enquanto você fala no celular, eu vou ao banheiro - e ela passou por mim indo pro banheiro.

 

- alô. – foi horrível. A pessoa do outro lado da linha não falava exatamente nada e um choro de criança estava ao fundo. No começo não me liguei e ficava repetindo “alô” até que parei por um tempo e achei que era ele ou ela. A pessoa que seqüestrou meu filho. Era meu filho que chorava. Eu comecei a chorar. – quem está falando? Responde, por favor. O que você quer? Você quer dinheiro? Vamos negociar, por favor. Eu prometo que não envolverei policia nem nada. Eu só quero meu filho de volta! Por favor, me dá meu filho de volta! – dizia inconsolável. Foi quando desligaram e eu entrei em desespero.

 

- Lily, o que foi? – perguntou Michelle quando voltou pra cozinha.

 

- foi ele...Meu filho...Ele estava chorando. – disse fraca. Não tinha forças pra mais nada. Sentia tudo rodar. Michelle me segurou antes que eu caísse no chão.

 

- ai meu Deus! FRANK, GERARD, CORRE AQUI! – gritou ela.

 

Os dois apareceram imediatamente e Gerard veio até mim me segurando.

 

- o que aconteceu? – perguntou Frank assustado.

 

- meu filho... – era só o que eu repetia.

 

- eu não sei direito. Ela falava no celular quando fui no banheiro e ao voltar ela estava assim.

 

- amor, fala o que houve. – perguntou Gerard. Segurei o rosto dele e disse pausadamente. – nosso filho...Ligaram pro celular...Era o nosso filho Gerard.

 

- quem ligou?

 

- não sei.

 

- viu o telefone de quem era pelo menos?

 

- não. – respondi fraca nos braços dele. Frank pegou o celular do chão imediatamente e olhou as ligações recebidas.

 

- Droga! Filho da puta! – disse Frank com raiva.

 

- que foi? – perguntou Michelle assustada.

 

- era privado.

 - porra! – disse Gerard irritado e eu o abracei pedindo consolo. – calma, amor. Vai dar tudo certo. A gente vai encontrar esse desgraçado que está com nosso filho.