Dias atuais...   

- amor. Ei! Lily. – eu não estava bem, meu mundo havia desmoronado dias antes. – amor, os repórteres... – disse Gerard se agachando ao meu lado, mas eu não conseguia olhá-lo, chorava em silêncio a olhar o nada.

 

- não quero ver ninguém Gerard. Mande-os embora. – disse seca.

 

- mas eles podem nos ajudar.

 

- ninguém pode nos ajudar. Ninguém. Gerard, você não entende? Pode ser qualquer um. Eu desconfio de todos. Até mesmo de você. – e ele me olhou abismado.

  Meses antes...

- ai meu Deus! Lá vem mais... – e segurei meu cabelo enquanto colocava tudo que havia digerido pra fora.

 

- eita amiga, você está mal em? – disse Michelle na porta do banheiro.

 

- não sei o que está havendo comigo. – e me sentei no chão apoiando a cabeça na parede do banheiro.

 

- será que não...?

 

- não, isso não. Eu tomo pílula.

 

- bem estranho. Só se foi algo que você comeu.

 

- pode ser isso. Ai que enjôo. – disse fechando os olhos.

 

- vamos num médico.

 

- não vai ser necessário. O enjôo já está passando.

 

- tem certeza?

 

- sim. Pode ir trabalhar. Eu vou ficar bem.

 

- então ta. Tchau. – disse um pouco receosa por me deixar sozinha, mas se foi.

 

Os enjôos pararam...Por um tempo. Dias depois eles voltaram e eu resolvi fazer o que era certo. Tirar logo aquela dúvida que me incomodava.

  

- anda! Anda! – eu estava sentada na privada esperando o teste completar. Queria que desse logo o resultado antes da Michelle ficar pronta.

 

- to pronta! – disse ela aparecendo na porta do banheiro e me viu com uma cara super aflita. – aconteceu alguma coisa? – e eu olhei nervosa para a pia onde estava o teste. – Lily, isso é...?

 

Eu me levantei e peguei o teste da pia. Olhei o resultado e levei a mão à boca surpresa. Na verdade nem tão surpresa assim. O que eu tanto temia estava acontecendo.

 

- eu estou grávida. – disse olhando pra Michelle que me olhava surpresa ainda sem acreditar.

 

Minutos depois estávamos no shopping olhando vitrines atrás de uma roupa pra festa do atual namorado da Michelle. Não, ele não era o Frank. Era um simples garçom que era nosso vizinho. Ele era lindo e bastante simpático, mas não era o Frank e Michelle não estava tão satisfeita.

 

- ah! – soltei um suspiro desanimado enquanto andávamos pelo shopping.

 

- você está bem?

 

- não. Não estou com ânimo pra procurar roupa.

 

- vamos nos sentar. Venha. – e ela me puxou pelo braço até uma mesa na praça de alimentação. – quer comer algo?

 

- estou sem fome...E enjoada.

 

- quer ir ao banheiro?

 

- não. Está tudo bem. 

 

- mesmo?

 

- mesmo.

 

- está nervosa né?

 

- muito. Não sei o que fazer.

 

- tudo que tem que fazer é bem simples. Deve ir até à casa do Gerard e dizer que devem conversar e então contar toda verdade a ele.

 

- as coisas não são tão simples.

 

- como não? Gerard está caidinho por você. Tenho certeza que ele vai adorar a notícia.

- primeiro: Gerard e eu não temos nada, somos apenas ficantes. Ficamos apenas algumas vezes e nunca passou disso, ele nunca me pediu em namoro ou tocou no assunto. Isso mostra que ele não quer nada sério no momento. Segundo: ele é um cara famoso. Ele nunca vai querer se aprisionar ao lado de alguém como eu. Olha pra mim, sou uma menina pobre, que trabalha pra conseguir comprar comida pra dentro de casa e pagar as contas. Eu não sei nem quais os nomes da música dele. Se você me perguntar eu não vou saber responder.

 

- acabou?

 

- não. Não para por aí. Eu já nem sei mais o que posso citar pra você.

 

- por que não tem mais nada.

 

- tem. É claro que tem. No nosso segundo encontro quando transamos e eu pedi que ele usasse camisinha ele me olhou de um jeito assustado perguntando se eu não usava algum remédio. Aquilo me disse tudo. Ele estava com medo de eu engravidar.

 

- olha, você só vai saber disso tudo se conversar com ele. E isso você não pode deixar de fazer. Você tem que conversar com ele afinal ele é o pai dessa criança.

 

- sim. Eu vou contar ainda hoje. Só ainda não sei como.

 

- por que parou de tomar os remédios?

 

- não parei.

 

- então como isso foi acontecer? Você devia processar esse...

 

- não foi culpa do remédio. O erro foi meu. Eu não tomei o remédio no dia da festa.

 

- por que não me disse? Poderíamos comprar uma pílula do dia seguinte ou sei lá o que poderíamos fazer...

 

- eu pensei que não daria em nada. Na verdade eu torcia pra que isso fosse verdade. Mas eu me enganei.

Algumas semanas depois... 

Estava em casa na maior deprê. Não sabia como falar isso com o Gerard. Atualmente ele estava viajando numa turnê. Fazia algumas semanas que não nos víamos.

 - alô. – disse atendendo meu celular. – oi Gerard. Estou bem. Gerard, quando você voltar temos que conversar sério. Não, não é nada pra se preocupar...Ainda. Não precisa ficar preocupado com isso. Não é nada ruim, é algo...Bom!? Ta bom? – ele disse que tinha que desligar. - Tchau. – disse desligando o celular.