A Bastarda escrita por The Rootless


Capítulo 9
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Noites em claro, muuuuitas pesquisas, dicionários, bolar diálogos e um capítulo bom... É, tudo isso é bastante cansativo e trabalhoso. Um projeto que no início eu achei que nem valeria tanto apena, pois percebo que conquisto vocês com minha história pouco a pouco, e vocês não sabem o quanto isso me alegra.

Quero agradecer as lindas que comentaram o capítulo, é maravilhoso receber o carinho das leitoras. E quero agradecer, em especial, à Party Poison, pela recomendação ESPETACULAR. Obrigada linda, eu amei cada palavrinha. Saboreie este capítulo com muito gosto, ele é especialmente para você.

Boa Leitura...



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Bath, Inglaterra, 1 de setembro de 1815.

Quando nosso príncipe e nossa princesa começarão uma nova vida...

.

America estava sentada perto da janela da carruagem que pertencia à família de Maxon, pensativa. Tinha em suas mãos, uma caixinha vermelha e dourada, de madeira, com uma orquídea branca no centro da tampa, pintada à mão.

Há alguns dias atrás ela despediu-se de sua bisavó, e agradeceu pela hospedagem, e antes de partir, Isabel lhe entregou a caixinha e sussurrou:

– Abra-a, quando estiver preparada. Era de sua mãe. Nela contém informações importantíssimas sobre seu passado.

A viagem durou quase três dias. Ela não dormiu direito à noite, tentando imaginar o que havia de tão importante guardado na caixinha. Poderia ter aberto, mas sentia medo em abri-la e descobrir o que havia dentro.

A carruagem parou em frente a uma casa enorme, que poderia ser considerada um palácio. A jovem, que era ruiva como ela, desceu da carruagem junto com a senhora que estava acompanhando-a.

– Meri. – Maxon estendeu a mão para America dando um pequeno sorriso, enquanto ela se aproximava da pequena porta na tentativa de sair.

– Obrigado. – ela sorriu ao sair e alisou um pouco seu novo vestido. Era bem longo e simples. A saia não era cheia, possuía a cor bege e as mangas eram um pouco fofas, e o vestido tinha uma espécie de fita para marcar a cintura. Era lindo. Ela não sentia o prazer de usar um vestido de outra cor durante anos, por isso era estranho se ver com vestidos de outras cores que não fossem pretas.

America voltou a olha a casa enorme em sua frente.

– É a sua casa? – perguntou quase boquiaberta.

– Não, claro que não. – Maxon soltou uma risada. – É a casa do meu tio.

– Ah. – foi só o que disse.

Ele ofereceu seu braço para America e ela aceitou, e subiram serenamente pela escada, sorrindo levemente. Qualquer pessoa que olhasse os dois juntos diria que estavam apaixonados, mas Deus sabia o que havia por trás daqueles sorrisos e daquele casamento.

O mordomo da casa, abriu a porta, ereto enquanto todos entravam.

– Oh, Maxon, há quanto tempo não te vejo. – disse uma mulher descendo das escadas com um grande sorriso estampado no rosto.

– Olá Sarah. – respondeu Maxon fitando a mulher. – O meu tio está? Trouxe alguém que ele gostaria de conhecer.

Maxon pegou nos ombros de Valerie e aproximou a jovem de Sarah, que ficou encarando a garota com desgosto. Sarah odiava saber que o marido já teve algum tipo de aventura com outra mulher e que houve uma filha. Um fruto dessa relação escandalosa. Além disso, ela queria que a fortuna do marido ficasse para a filha que eles tiveram juntos, Celeste, e ao saber da existência de uma filha bastarda, Sarah quase surtou.

– Pois bem. – ela suspirou e em seguida encarou as duas moças ruivas presentes. – Mas... são duas?

– Não. – Maxon sorriu. – Esta é America, minha esposa. – Maxon envolveu seus braços nos ombros de America, que corava ao ver os olhos daquela senhora cair sobre dela.

– Ora veja só – ela sorriu. – nunca achei que um dia apareceria com uma esposa aqui. Qual o motivo deste milagre?

Maxon limpou a garganta e encarou Sarah numa expressão irritada.

– É uma longa história.

Sarah sorriu e acenou com a cabeça, olhando novamente para America que abaixou a cabeça envergonhada. Na cabeça de Sarah, America era apenas mais uma das vadias pelo qual Maxon se envolvia, e que só estava interessada no dinheiro do rapaz. Mas por qual motivo se casaram? Perguntou-se.

– Eu quero ver o meu tio, onde ele está? – perguntou Maxon.

– Ah, está na biblioteca, venham comigo.

Sarah guiou todos pelos corredores daquela casa enorme. America não saia de perto de Maxon, pois por algum motivo se sentia desconfortável por estar naquela casa.

Eles pararam na frente de uma porta e Sarah bateu três vezes.

– Entre. – respondeu uma fraca voz masculina.

Maxon abriu a porta e entrou devagar, avistando aos poucos seu tio sentado em uma poltrona atrás de uma mesa. Sua aparência era deplorável. Estava com a pele extremamente pálida, o rosto demonstrava um olhar cansado e ele estava muito magro. Parecia um morto vivo.

– Maxon, filho. – ele se levantou, quase não conseguindo manter-se de pé, então apoiou as mãos na mesa. – Seu pai me contou que você foi para Belfast atrás de minha filha. – ele fez uma pausa e começou a tossir e se contorcer. Por um momento Maxon pensou em correr em direção ao tio e socorrê-lo, pois ele estava tão magro que parecia ser capaz de partir-se ao meio. – Onde está? Você a encontrou?

Maxon permaneceu calado por um tempo, observando o estado do tio, e em seguida virou-se para porta.

– Valerie. – a chamou.

A moça apareceu pela porta, entrando timidamente na biblioteca. Ao ver o rosto de sua filha, seus olhos marejaram. Ele tocou no peito e abriu um sorriso.

– Valerie. – ele repetiu o nome da jovem em meio à outra tosse. – Aproxime-se filha.

Valerie olhou para a srta. Taylor, que estava ao seu lado. Ela acenou com a cabeça e Valerie andou em direção ao homem lentamente, encarando seu rosto com um olhar melancólico.

– Olá papai. – murmurou exibindo um pequeno sorriso.

Sem se importar, ele se aproximou da moça e lhe deu um abraço. Valerie ficou imóvel por um tempo, mas em seguida retribuiu o abraço. America, que permaneceu em um canto, observando tudo, sentiu seu coração amolecer, pensando que poderia ser ela no lugar daquela moça, mas é claro – de acordo com ela – que isto nunca aconteceria.

– Oh minha menina. Minha menina. – chorou o homem com Valerie em seus braços. – Me perdoe. Me perdoe.

O homem começou a dar pequenos soluços. Em alguns minutos retornou a tossir, mas desta vez de uma forma mais insistente. Valerie se afastou por causa da crise de tosse e em alguns minutos, as empregadas entraram na biblioteca para ajuda-lo. Maxon ajudou a leva-lo para o quarto que ficava no andar de cima. Aconteceu tudo muito rápido, e de repente. Mas a demora para Maxon voltar e trazer notícias pareceu um século, deixando a espera se tornar uma tortura. Depois de uns longos minutos, Maxon finalmente apareceu.

– Vamos? – America o encarou – Não se preocupem. Já chamei um médico e ele disse que vai ficar tudo bem.

Valerie acenou brevemente com a cabeça.

– Senhoritas. – a empregada chamou Valerie e a Srta. Taylor. – Preparei os seus quartos, me acompanhem.

Valerie se levantou de sua cadeira e seguiu a empregada junto com a Srta. Taylor para fora da biblioteca deixando Maxon e America a sós.

– Ele vai ficar bem? – perguntou America a Maxon depois de uns segundos em silêncio.

– Vai sim, não se preocupe. – Maxon tocou seu ombro. – Vamos? Amanhã virei aqui para visita-lo. Tenho certeza que ele estará melhor.

America deu um leve suspiro.

– Está bem.

+++++

A casa de Maxon não era tão luxuosa e enorme quanto à do tio, mais ainda assim America ficou admirada. A casa era grande e bonita.

– Senhor Schreave, que prazer em vê-lo novamente. – saudou um dos empregados.

Maxon acenou com a cabeça e puxou America para dentro da casa. A presença dela deixou muitas das empregadas curiosas, mas elas não ousaram perguntar nada.

– Onde está o meu pai? – perguntou Maxon olhando ao redor.

– Está em uma reunião senhor, voltará muito tarde. – respondeu uma das empregadas.

Maxon acenou com a cabeça. Pelo menos ele poderia dormir tranquilo sem os interrogatórios do pai sobre America e sobre a viagem. Preferia falar sobre os assuntos no dia seguinte.

– Por favor senhoritas, quero que preparem nosso quarto, estamos exaustos. – disse Maxon encarando as empregadas da casa: Anne, Mary e Lucy.

As três se encararam confusas.

– Um quarto? Para os dois... juntos? – perguntou Mary quase boquiaberta.

– Sim. – respondeu Maxon. – A partir de hoje conheçam esta moça como America Schreave, minha esposa e a senhora casa, me entenderam?

As três empregadas arregalaram os olhos e fitaram a jovem de cabelos ruivos parada ao lado de Maxon. America estava tão sem graça com a situação que mal pode falar. Sentia seu rosto pegando fogo só de pensar em ter que dividir um quarto com Maxon.

– Sim senhor. – as três responderam em couro acenando com a cabeça, enquanto se dirigiam até a escada.

Os dois ficaram parados por um momento no meio do salão da casa.

– Robert. – Maxon chamou um dos empregados. – Leve nossas malas para o nosso quarto, por favor.

– Sim senhor. – o rapaz acenou com a cabeça e subiu as escadas com as malas pesadas nas mãos.

– Está com fome Meri?

– Hm... estou. – ela respondeu acenando com a cabeça.

Maxon sorriu e a guiou até a sala de jantar, onde lhes serviram um jantar para dois, com uma sopa de frango saborosa acompanhada com uma salada leve. America nunca havia provado comida mais deliciosa que aquela, se pudesse repetiria, até não caber mais nada em seu estômago, mas é claro que ela não faria uma coisa dessas, seria extremamente mal educado – como a sua mãe já havia ensinado.

Em seguida subiram juntos para o quarto, que ficava no fim do corredor, no andar de cima. Ao abrir a porta America sentiu um frio passar pela espinha, só de entrar no quarto enquanto Maxon entrava atrás dela e... trancava a porta. Suas pernas começaram a tremer e ela entrelaçou os dedos olhando ao redor, querendo reparar qualquer detalhe que havia lá dentro, menos a presença de Maxon. Engoliu em seco sentindo-se quase desmaiar com tanto pânico que estava sentindo.

– O que se passa Meri? – ouviu a voz de Maxon. – Não gostou do quarto?

– Não, não é isso. – America o encarou trêmula. – É que... n-não acho boa ideia dormirmos na mesma cama. – ele deu uma risada sem graça.

– Ah, bom. – Maxon sorriu com esta observação e principalmente por causa do rosto de America, que estava completamente vermelho. – Mas não vejo problema em dormirmos juntos. Somos casados lembra-se? – Maxon brincou com um sorriso em seus lábios.

– Eu sei, mas... não lembra que antes de nos casarmos pedi que fôssemos apenas amigos? – perguntou America sentindo um desconforto. Sentia-se péssima em ter que proibir ele de dormir em uma cama confortável na própria casa.

– Ah, sim. – Maxon acenou com a cabeça fingindo-se ter esquecido. – Tudo bem, eu durmo no sofá.

America encarou o sofá atrás de Maxon, enquanto ele começava a se aproximar encarando atentamente seus olhos e dando aquele sorriso de canto.

– Estou tão cansada. – disse ela na tentativa de mudar de assunto e se afastar de Maxon.

– Sim. – respondeu Maxon, observando seu comportamento nervoso. – Foi uma longa viagem.

– O que seu pai irá dizer quando me ver?

– Não estou preocupado com isso. – respondeu Maxon tranquilo, enquanto se aproximava novamente. – Era o que ele mais queria que acontecesse.

America desviou o olhar acenando com a cabeça.

– Ah, não sabia. – murmurou.

Maxon se dirigiu em direção a America e ficou atrás dela, com seus lábios tocando seu ouvido, e sussurrou:

– Há muitas coisas que você não sabe sobre mim. – ele pousou as mãos sobre seus ombros e desceram pelos braços deixando-a arrepiada, principalmente com o toque de seus lábios em seu pescoço. Ele suspirou seu perfume.

America fechou os olhos sentindo seu coração pulando em seu peito e blasfemou em pensamento. Sua respiração estava ficando acelerada com esta proximidade e ela logo tirou as mãos de Maxon de sua cintura, se afastando novamente.

– Você tampouco sabe sobre mim. – ela deu uma risada nervosa.

– Por isso eu digo, podemos muito bem nos conhecer melhor. – Maxon segurou suas mãos, lhe lançando um sorriso sedutor.

America abriu a boca buscando o que falar e sorriu, limpando a garganta.

– Pois me perdoe, mas estou muito cansada e quero dormir. – disse ela com velocidade, dando outra risada nervosa e caminhando em direção à cama e abrindo sua mala.

Ela sabia muito bem o que Maxon queria – claro, isto estava muito óbvio – e só de pensar nessa possibilidade, ela entrava em pânico. Suas bochechas não deixaram de corar desde o momento em que ela entrou no quarto. Maxon deu um suspiro alto e se afastou pegando suas coisas.

– O que? – America perguntou, encarando-o.

– Nada! Nada!

Ele jogou o travesseiro no pequeno sofá e começou a desabotoar a camisa, fazendo America prender o ar de vergonha com a atitude do rapaz. Ela tentou manter sua atenção na mala, mas era quase impossível.

– Está gostando da vista? – perguntou Maxon de costas, sorrindo enquanto sem cerimônias tirava a camisa exibindo seu corpo definido.

America não respondeu, pois mesmo que tentasse, não conseguiria dizer uma única palavra. Suas mãos estavam trêmulas enquanto ela escolhia uma roupa para dormir. Ao perceber que ele havia se deitado e fechado os olhos, ela andou silenciosamente até o pequeno banheiro. Ela parou, encarando Maxon, que estava de olhos fechados, e por alguns segundo o observou dormindo, não resistindo abrir um pequeno sorriso e soltar uma risada silenciosa, enquanto corria para o banheiro e trancava a porta.

Ao America entrar, Maxon abriu os olhos devagar e começou a sorrir, pela forma que ela tinha agido. Seria bem difícil conseguir algo dela, disso ele tinha total certeza, mas não poderia negar que o que mais lhe atraia nela era seu jeito de resisti-lo. Não que isso fosse a coisa mais maravilhosa do mundo, mas isso só demonstrava que Meri não era uma qualquer. Ela era, com toda certeza, única.

E também um desafio. E Maxon, adorava desafios.


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Notas finais do capítulo

Que capítulo, não é!? kkkkkk... O Maxon tentou, mas não conseguiu. A America não é fácil, e ele vai ter que se acostumar.

Gostaram? :3 Comentem, favoritem, acompanhem, fiquem à vontade! Vou amar de tudo. Posto quando eu puder, okay?

Bjs e até o próximo capítulo.