A Bastarda escrita por The Rootless


Capítulo 8
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Oi :3

Tá bom, eu sei que eu demorei. Mas desta vez não me desculpo, eu estava em semanas de provas, que ainda acabam só na terça, mas eu vim postar hoje da mesma forma, porque amor todas vocês e sei o quanto é chato ter que esperar.

Esperam que goste deste cap. Nos vemos nas notas finais.

Boa Leitura...



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Belfast, Irlanda, 26 de agosto de 1815.

O dia mais importante da vida de nossa princesa.

.

America estava acima de um banquinho, de costas para um grande espelho enquanto as criadas da casa alisavam seu vestido de noiva. Era todo rendado e feito com a seda mais fina do país, com mangas longas e soltas, caídas pelos seus braços. Seus cabelos ruivos estavam soltos e caíam ondulados sobre seus ombros, com uma coroa de flores do campo segurando seu véu, quase tão longo quanto a cauda do vestido.

Algumas das criadas presentes estavam chorando de emoção, causando um pouco de incômodo em America. Ela suspirou e se virou para se encarar no espelho e quando viu seu reflexo, o seu queixo quase caiu. Nunca havia se imaginado tirando seus tão amados vestidos pretos, e agora ela estava de branco.

Branco. A cor da paz, da pureza e limpeza. A cor que não representava ela. A cor que dizia o contrário do que ela era. Mas era a cor que iria representar sua liberdade dessa vida. A vida cheia de amargura, tristeza, isolamento e solidão. A vida que representava o preto.

– Está linda senhora. – disse Margareth, a empregada mais velha da casa.

America forçou um sorriso e voltou a se encarar no espelho. Ouviu batidas na porta, mas não desviou o olhar.

– Oh, America minha filha – ela ouviu a voz de sua bisavó. –, você está deslumbrante.

America mordeu a parte de dentro da bochecha, enquanto piscava rapidamente para afastar as lágrimas que brotavam em seus olhos. Ela entrelaçou os dedos das mãos e se virou para encarar Isabel tentando tirar a amargura de seu olhar.

– Espero que agora esteja satisfeita. Você finalmente vai se livrar de mim. – disse America com um pouco de dureza na voz. Nunca havia falado nesse tom com a bisavó, mas ela iria embora desta casa, não se importava com mais com nada.

Isabel suspirou e abaixou o olhar se abanando com seu leque numa expressão um pouco melancólica.

– Acredite minha querida, eu estou muito feliz por você. – A bisavó se aproximou e deu um beijo na testa de America e se afastando novamente, voltando com seu olhar sério. – Agora termine de se arrumar. O senhor Schreave deve estar lhe esperando na capela.

Isabel se vira e sai do quarto de America sem olhar para trás. De repente America sente uma tristeza inexplicável invadir seu peito. Apesar de a bisavó ser controladora e nada suportável, ela fez o favor de lhe abrigar em sua casa, e com isso America será eternamente grata.

– Terminei senhora. – disse Thamy, a outra criada, que estava alisando seu véu.

– Obrigada a todas vocês. – America acena com a cabeça para as criadas lhes lançando um sorriso sincero.

Então ela se olhou pela ultima vez no espero suspirando para se manter calma, enquanto lhe entregavam o buquê.

Está na hora, pensou.

+++++

Uma hora ante, naquele mesmo dia...

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Maxon estava ajeitando sua gravata na frente do espelho, engolindo em seco. Ele finalmente iria satisfazer a maldita vontade seu pai. O que mais lhe incomodava era ter de abandonar suas aventuras, não importava o quão errado isto poderia ser visto, mas ele gostava.

Suspirou, tentando imaginar como seria ver America entrando na capela vestida de noiva. Sorriu. Ele a veria, pela primeira vez, vestida de uma roupa que não fosse preta. Fechou os olhos tomando fôlego. Uma simples viagem o fez arranjar uma esposa. Imaginou que se James Hayes, não houvesse perturbado sua paz enquanto bebia, ele não teria visto America, e não teria salvado-a, o que resultaria na sua morte. Balançou a cabeça fechando os olhos e tentando se concentrar.

Se aproximou da pequena janela de seu quarto, e avistou a pequena capela, enfeitada com flores brancas e pessoas entrando. Soltou um grunhido baixo. Não queria esses estranhos em seu casamento de jeito nenhum, foi graças a infeliz da bisavó de America que essas pessoas presenciarão seu casamento.

Ele mordeu a parte de dentro da bochecha com tanta força que doeu e se encarou pela ultima vez no espelho, comprimindo os lábios e erguendo as sobrancelhas dando um suspiro.

– Lá vou eu. – murmurou, não muito contente.

+++++

Alguns longos minutos mais tarde...

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Maxon estava batendo o pé no chão com velocidade e impaciência. Sentia uma gota de suor escorrendo pela sua testa, enquanto os convidados estavam sentados nos bancos conversando e cochichando coisas. America estava muito atrasada. Será que ela fugiu? Perguntou-se. Ele enxugou as palmas das mãos nas calças disfarçadamente, pois estavam molhados de suor.

Maxon só não teve um surto, ou foi embora da capela, porque a bisavó de America estava de pé ao seu lado, se abanando com o seu leque numa expressão tranquila e paciente. Se até a bisavó estava assim, America não deveria ter fugido. Ela não seria capaz desta forma. Ele observou pelo canto do olho uma moça ruiva o encarando. Percebeu ser Valerie, a moça pelo qual ele havia procurado à alguns dias. Ele acenou levemente com a cabeça, mexendo com a boca um olá e ela retribuiu. Ela estava sentada ao lado de uma mulher um pouco mais velha do que ela. A mulher tinha expressão dura, nos olhos cinzas, que eram frios e calculistas. Não teve uma boa impressão da senhora, mas mal a conhecia, não poderia simplesmente julgá-la.

Os cochichos ficaram mais incômodos aos ouvidos de Maxon, e ele percebeu que Isabel, estava com uma expressão um pouco preocupada. Entrou em pânico mentalmente. Fechou os olhos e respirou profundamente, e quando estava a ponto de abrir a boca e mandar todos embora, ele ouviu a marcha matrimonial, e seu coração bateu tão forte que doeu no peito. As portas da capela se abriram e a primeira coisa que Maxon viu, foram os lindos cabelos ruivos de America.

+++++

Mil coisas se passavam na cabeça de America quando ela finalmente começou a entrar. A primeira pessoa que ela viu, foi o moço parado de frente ao altar, a fitando. As pessoas se levantaram quando ela deu o primeiro passo, para encará-la. Ela não sabia se deveria sorrir ou sair correndo. Não gostava de toda essa atenção. Maxon endireitou o corpo e não pode deixar de sorrir ao vê-la tão linda de branco. Parecia um anjo. Atrás dela estavam os primos. A mais velha segurava a cauda do vestido de America e os dois mais novos levavam a almofada com as alianças.

America estava tão nervosa que mal conseguia sorrir. Foi então que os olhos castanhos de Maxon prenderam os azuis de America, e com ela vendo ele admirando-a tão serenamente, não pôde deixar de sorrir. E também ficou corada.

Ao chegar ao altar ele estendeu a mão para ela, e ela segurou, trêmula. Uma onda de calor passou pelo corpo de America com o toque e ela brigou com si mesma mentalmente.

As pessoas presentes cochichavam. America sabia que era sobre ela. Como um duque rico e bonito como ele se casaria com uma bastarda como ela? Não se sentia confortável com esse casamento arranjado. Só de estar no altar com Maxon, sentia como de várias correntes a prendesse lá. Fechou os olhos e respirou fundo.

A bisavó sorria, sentindo-se satisfeita com isso - apesar de ter a absoluta certeza de que a bisneta não queria isso - mas ela não se importava. Maxon não pode deixar de olhar para America a cada cinco minutos, não negava uma única vez a si mesmo, que ela estava linda. Maxon apertou levemente sua mão e ela olhou para seus olhos castanhos, que a fitavam bem no fundo dos seus. Ela sorriu e corou ao mesmo tempo. Não puderam deixar de rir.

E o tempo passou como uma flecha. Mal notaram quando tiveram que dizer “sim” na frente de todos, ambos sentiram um aperto no peito. Não queriam dizer sim. Então todos ficaram de pé e o padre sorriu.

– Pode beijar a noiva, senhor Schreave.

Ao ouvir essas palavras, America sentiu o coração parar e os pulmões evaporarem deu peito. Teria que beijá-lo, não tinha escolha. Maxon por outro lado sorriu, não podia negar que há muito tempo queria fazer isso. Ele se virou para encará-la, segurando suas mãos e observando cada detalhe de seu rosto até chegar em seus olhos, e se aproximar lentamente.

Suas mãos tocaram suas bochechas coradas e então, eles selaram seus lábios nos num beijo demorado. America não pode negar que aquele olhar deixaram suas pernas bambas, mais ainda quando sentiu a boca de Maxon encostada a sua. Seu coração derreteu completamente.

Os convidados ficaram de pé para aplaudir. Alguns com bom gosto, pois acharam a vista linda. Outros contorceram a boca como se tivessem provado uma coisa com gosto ruim. Ela é uma bastarda. Uma vergonha para nossa sociedade, pensaram.

Ao se separarem Maxon sorriu satisfeito. Nunca havia beijado alguém como America. Seus lábios eram tão macios e doces. Se pudesse beijaria de novo, mas teria que esperar algo mais. Isabel não sorriu, ou bateu palmas, apenas assistiu. No fundo de seu coração negro e controlador, ela estava feliz pela bisneta.

.

Agora não havia como voltar atrás. Eles eram marido e mulher. Marido e mulher de um casamento arranjado, que envolvia uma bastarda e um homem que já teve várias aventuras. Isso realmente daria certo?


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Notas finais do capítulo

AEHOOOOOOOOO! Teve primeiro beijo! *u* Alguém achou fofo? Eu achei, e muito. Tipo muuuuuito :3
Admito aqui que fiquei extremamente orgulhosa dessa capítulo, eu achei ele muito muito fofo. *0*

E vocês, o que acharam? Ficou legal? Não acharam chato ou forçado? Espero que não. :3

Favoritem a fic, e por favor meninas, comentem. Quero muito a opinião de vcs sobre a fic e o capítulo. Vi que tenho muitas leitoras que não comentam. Apareçam! Seria um prazer conhecer suas opiniões, não me desapontem viu?

Bjs e até o próximo cap! (: