Passando um pouco das Uma Alice se encontrava em frente ao condomínio fechado, respirou fundo e o soltou todo o ar quase em seguida, estava quente naquele inicio de tarde, era um clima que particularmente a garota odiava, pois ela soava e o sol quente a deixava confusa e com preguiça, olhou para o céu azul sem quase nenhuma nuvem o sol forte queimava a sua cara e tentou arrumar alguma coragem para subir os pequenos degraus, se aquela rua fosse movimentada as pessoas provavelmente iriam a achar suspeita ali, não estava com as melhores das aparências, se encontrava suada e vermelha, visto que andou quase vinte minutos para chegar em frente ao condomínio e em certos momentos sussurrava algumas palavras.

– Vamos lá Alice! - Encorajou a si mesma - Isso é ótimo, um emprego! - Continuou fechou os olhos e então subiu os degraus, parou em frente a portaria, onde o mesmo porteiro da última vez se encontrava distraído com alguma coisa. - Boa tarde, senhor. - Ela lhe cumprimentou educada fazendo com que o homem de meia idade e com bigode lhe encarasse.

– Boa tarde, moça.

– Poderia informar aos Ishiwara que Alice está aqui.

– Ah, sim, Alice. Pode subir. - Falou o homem - Ele já me informou que você viria. Sabe o andar não é? - A garota mostrou uma feição confusa ao tentar se lembrar do andar ao qual a família morava. - Décima andar. - Soltou o homem e apertou um botão para que o portão fosse desbloqueado. - Final do corredor.

– Obrigada. - A garota assentiu e agradeceu.

Ao entrar no condomínio Alice notou que de dia aquele lugar era mais bonito, pois era possível ver melhor o jardim, as flores bem cuidadas que davam mais vida a entrada, os bancos que ela via de longe, algumas pessoas caminhavam do lado de fora com seus cachorros, o prédio parecia ser mais vivo e ela tinha a sensação de que não importasse quanta vezes entrasse ali sempre o acharia muito encantador.

Rapidamente ignorou o encanto sobre o local e atravessou aquela parte do prédio entrou no elevador, enquanto o elevador subia notou que a cabine fazia um barulho que por vezes parecia incômodo e chato como se houvesse um mosquito zumbindo no seu ouvido e parecia que a qualquer momento ele fosse parar e ela pediu mentalmente que não quebrasse quando ela estivesse ali, pois não seria algo muito agradável, ela olhou para o painel e viu que havia chegado no andar, o elevador parou e a garota foi até o final do corredor e mais uma vez deteve-se em frente a porta marrom, fechou os olhos e apertou o botão da campainha, de fora deu para ouvir o "Timdum" que ecoou por dentro do apartamento. Após uns minutos a porta foi aberta e Hana apareceu em frente a ela.

– Boa tarde, Alice. (Konichiwa) - A mulher sorriu e deu espaço para que a garota passasse. - Fico feliz que tenha resolvido aceitar o emprego.

– Boa tarde, Hana. - A garota lhe retribuindo o sorriso e entrou meio receosa no local, parou por um momento, tirou o tênis e encostou-os no inicio da porta.

– O Seiji está te esperando lá na cozinha, vamos lá. - Soltou a mulher guiando-a pelo apartamento, Alice sentiu suas meias brancas deslizar por um momento pelo chão liso e pensou que aquele chão marrom seria ótimo para sair deslizando por toda a casa, principalmente o corredor enorme ao qual da última vez Seiji saíra, devia ser legal escorregar ali e acabou sorrindo com a ideia, adentrou a cozinha e viu Seiji mexendo em alguns papéis sentado na mesa, ele sorriu ao vê-la entrar.

– Olá, Alice. - Cumprimentou o homem lhe indicando a cadeira ao seu lado, Hana se sentou em frente a garota. - Fiquei surpreso quando você me ligou, sinceramente pensei que não iria aceitar.

– Acho que todos da família pensou isso. - Comentou Alice tirando outro sorriso do homem. - O seu filho já sabe?

– Não, eu não disse nada ainda e quando estava próximo de você chegar eu pedi para ele sair com o Naoki.

– Ele ficará muito bravo quando souber.

– Sim, mas geralmente ele não é tão ruim quanto parece, ele se parece muito comigo, só que ás vezes faz o que faz para ser do contra - Falou Seiji - Acho que tem prazer nisso. - Alice deu uma pequena risada - Mas vamos falar dos negócios.

– Certo.

Eles começaram a falar sobre como seria o trabalho, as horas e qual seria o salário, Alice ficou meio surpresa com tudo aquilo, principalmente com o salário, claro, pois pensou que seria pouco devido as horas trabalhadas, mas a todo momento Seiji falou que gostaria de poder pagar um pouco mais, porém Alice ficava imensamente bem por aquilo que tinha.

– Então - Começou Seiji - Será três horas de segunda á sexta e se o Hiro precisar podemos aumentar as horas para quatro horas de estudos. - A garota assentiu - Das uma as três o horário está bom para você?

– Está ótimo. - Falou Alice.

– E também se quiser pode vir mais cedo e almoçar aqui. - Ofereceu Hana.

– Obrigada, seria gentileza sua.

– E seus pais já sabem sobre esse emprego temporário? - Perguntou Seiji.

– Não. Eu ainda não contei para eles.

– Você acha que eles não vão ficar satisfeitos com isso? Quero dizer - O homem fez uma pausa para pensar por um tempo - Esse com certeza não vai ser o melhor emprego de todos por não ter muitos benefícios e inicialmente não será nada agradável.

– Acho que eles não vão se importar. - Alice passou as mãos pelos cabelos - Faz um tempo que eu procuro algo e eu sempre disse que aceitaria o primeiro que me chamasse, por isso creio que eles não irão se importar, afinal é um emprego.

– Entendi. - Concordou Seiji, falaram por mais alguns minutos sobre o resto do assunto - Então vejo você segunda-feira e não se atrase, pois eu sou um chefe chato. - Ele deu um pequeno sorriso - E a minha secretária me contara tudo ouviu? - Acabou apontando para Hana.

– Certo, Senhor, não vou decepcioná-lo. - Falou a garota, sorrindo para ele e levantando-se fazendo uma posição de sentindo como se estivesse em um quartel general e ela pensou por um momento que se Hiro fosse igual ao seu pai, tudo estaria muito bem ao menos para ela, mas aquele obviamente não era o caso. Seiji lhe esticou a mão em um cumprimentou formal.

– Confio em você como professora do meu filho, Alice. - A garota pegou a mão do homem que apertou sem muita força. - Sua mão é muito pequena, tenho medo de quebrar se apertar muito. - Ele falou sorrindo soltando a pequena mão, os três seguiram para a sala. - E qual será a cara do Hiro ao vê-la segunda-feira?

– Nada agradável - Comentou Alice e fez cara de dor ao imaginar a cena

– Acho que eu vou me atrasar um pouco para o trabalho só para ver como será.

– Você ama ver seu filho se irritando não é, Seiji? - Perguntou Hana e O homem esboçou um sorriso para a esposa.

– Por que é divertido e engraçado. - Eles pararam quase ao pé da porta - Então Alice, até mais. - Despediu-se o homem.

–Até - A garota se despediu-se.

– Mas fique mais um pouco. - Convidou Hana.

– Ela não pode ficar, ou senão Hiro irá vê-la e segunda não será divertido. - Mal Seiji terminou a frase a porta na frente deles se abriu, todos ficaram parados por um momento, Alice piscou e entreabriu a boca, enquanto Hiro franziu o cenho, Hana e Naoki sorriram e Seiji ficou sério vendo que sua diversão de segunda havia terminado.

– Chegou cedo. - Começou Hana, depois de um tempo notando que o filho ainda encarava a garota a sua frente.

– O que ela está fazendo aqui? - Perguntou Hiro, vendo o irmão soltando a sua mão e correndo para abraçar Alice enquanto gritava seu nome.

– Bem pelo jeito a surpresa vai ser agora mesmo. - Seiji falou - Ela está aqui por que acabou de aceitar o trabalho como sua professora - O pai sorriu - Espero que você dois se deem bem. - Todos encararam Hiro, porém ele não disse nada, seu rosto tornou-se ilegível e Seiji não gostou nada daquilo. - Você não está irritado? - Perguntou o pai depois de um minuto de silêncio.

– Eu deveria está? E espero que a gente se de muito bem, Alice. - Hiro falou quase demostrando um sorriso, ou foi o que a Alice achou que aquilo fosse e então passou diretamente por eles a garota ficou meio perplexa, enquanto Seiji comentava como o filho ás vezes era sem graça e a garota teve certeza de que aquilo não era algo bom e que o garoto por dentro provavelmente estava pronto para matar alguém.