Laura:

Alguns minutos antes:

Eu e Adriano chegamos ao café.

– Que tal esta mesa? – Ele perguntou.

– Para mim, parece ótima.

Nós fomos até a mesa e nos sentamos, ela era bem no meio do café, dava para ver perfeitamente quem entrava e quem saia do mesmo.

– Então o que você vai querer Laura? O que você acha de um brownie ou um cookie ou até talvez o seu preferido cupcake de chocolate. - Adriano falou.

Para tudo........ Como assim ele sabia que eu amava cupcake de chocolate….

– Como você sabe que eu gosto de cupcake de chocolate? – Eu perguntei meio assustada.

– É que eu meio.... Que reparo em você, ás vezes. – Ele disse, super envergonhado.

– Para você saber isso, você deve reparar bem em mim. – Eu falei e ele ficou vermelho, que fofo ele gostava mesmo de mim, se não fosse o Mário.

Aí eu lembrei eu não podia comer nada disso, afinal amanhã eu vou em uma médica especializada em emagrecer, a doutora Fernanda pichel, e eu estou de dieta a partir da hora do recreio de hoje, tenho que inventar algo rápido...

– Obrigada por me oferecer isso tudo, mas eu vou ficar só nó café mesmo, eu não estou com fome. – Eu inventei, torcendo para que ele acreditasse em mim.

– Você vai querer qual? O de canela seu preferido. – Ele disse, eu estou começando a achar que ele me persegue.

Que medo, só que não.

– Não, só um expresso, mesmo. – Eu falei, afinal o café de canela engordava mais, eu não podia arriscar.

– Ok, vou fazer os pedidos. – Ele disse, se levantando e indo até o caixa.

Uns minutos depois ele voltou com os cafés, ele também não comeria nada, em solidariedade a mim, só ele mesmo.

Estamos conversando e eu até que estava curtindo e me divertindo, apesar de pensar no Mário com a Marcelina num encontro hoje, agora, nesse segundo, era tão real meu pensamento que podia sentir como se o Mário me olhasse de longe, de repente eu olhei para o lado e vi, era ele, estava mesmo ali e me olhando, meu coração parou de bater.

Que Coincidência horrível, o encontro dele seria no mesmo local que o meu lanche entre amigos, pode se dizer assim, isso não é um encontro, está bem.

Agora:

– Oi, Laura. – Disse Marcelina entrando no café e vindo até mim, com o Mário sendo puxado é claro.

– E aí Laura. – disse Mário, meio envergonhado.

Ele achava mesmo que eu estava em um encontro com o Adriano, porém ele merecia achar isso, afinal ele convidou a Marcelina Primeiro para sair, não eu não estava saindo com o Adriano para fazer ciúmes no Mário, nem em meus piores pesadelos eu poderia imaginar que pararíamos no mesmo lugar, que azar.

– Oi. – Eu disse olhando os dois JUNTOS.

– Oi, Adriano. – Disse Mário.

– Oi, Adri. – Disse Marce.

– Oi. – Disse Adriano.

– Vocês dois hein... nunca imaginei. – Disse Marce.

– Isso não é um encontro, somos só amigos. – Eu disse e vi o Mário sorrir de lado, acho que ele gostava mesmo de mim, eu vou tomar coragem e vou dizer a ele amanhã o que eu sinto.

– É. – Falou Adriano triste, eu não queria magoa-lo, nunca devia ter aceitado sair com ele.

– Sei... – disse Marce.

– Licença, nós vamos procurar uma mesa. – Completou Marce, já puxando o pobre do Mário.

– Essa aqui está ótima, né, Mário. – Afirmou Marcelina.

A mesa era uma depois da nossa e dava para ouvir e ver tudo de lá.

Laura off

Marcelina:

Escolhi uma mesa estratégica, pois dava para ouvir e ver a Laura e o Adriano, e eles também escutavam tudo o que nós dizíamos, mas só a Laura nos via, será que a Laura finalmente esqueceu o Mário? Deve ter esquecido, afinal aquele papo de só amigos não colou.

– Então Mário, gostou do lugar? – Eu perguntei me aproximando dele.

– Sim, é legal. – Ele me respondeu sorrindo.

E quando ele menos esperava eu o beijei, um beijo rápido, mas para demostrar o quanto eu gostava dele.

– Então gostou? – Eu perguntei sorrindo.

Marcelina off

Mário:

Eu não acredito no que acabou de acontecer, a Marcelina me beijou mesmo e o pior a Laura viu, pois da mesa dela se vê perfeitamente, eu estava a olhando e nem vi a Marce se aproximando.

Eu não conseguia falar.

Mário off

Laura:

Estava confirmado, ele gostava mesmo dela, então se é assim, eu me aproximei do Adriano e o beijei, afinal agora nada, mas me impedia.

Laura off

Mário:

Ela beijou ele, eles se gostavam e eu gostava da Marcelina eu acho, então:

– Gostei muito, quer namorar comigo? – Eu perguntei, completamente inconsequente.

– Claro. – Ela disse me abraçando.

– Vamos. – Eu falei.

– Mas e o café? – Ela perguntou.

– Deixa para outro dia.

– Ok, afinal agora nós dois temos todo o tempo do mundo. – Ela disse.

Mas antes de sair ouvi.

Mário off

Laura:

– Então, Laura quer namorar comigo? – Adriano perguntou, que ódio.

Eu não gostava dele assim, se eu aceitasse eu estaria simplesmente brincando com os sentimentos de uma pessoa tão legal, tinha também minha vingança, mas não seria agora mesmo, talvez eu até desistisse, afinal eu sou fraca e além disso com o namoro eu poderia me apaixonar pelo Adriano, seria perfeito e o Mário gosta da Marce mesmo.

– Sim. – Eu disse e vi o Mário sair triste, por que ele estava triste?

– Tchau. – A Marce disse, depois que o Mário já tinha saído.

– Tchau. – Nós respondemos e ele saiu.

Porque será que eles estão indo embora? Eles nem pediram nada.

– O Mário saiu e nem falou com a gente. – Adriano comentou.

– Ele devia estar com pressa. – Eu o defendi.

– Eu nem acredito, que a gente está namorando. – Ele falou.

– Nem eu. – Eu disse meio triste e sendo muito sincera.

– Eles também, estão namorando, né. – Adriano falou.

– Eles quem? – Me fiz de desentendida, queria ouvir o nome deles para ter certeza, mesmo já tendo.

– O Mário e a Marcelina. – Ele disse e eu senti um aperto em meu coração.

– Sim, eles estão, eu ouvi e vi eles se beijarem.

– Eu só ouvi, pois estou de costas, eu não vi o beijo. – Ele falou.

Que bom. - eu pensei.

– Podemos ir Adri... namorado. – Eu disse, meio que sem acreditar.

– Claro, deixa eu só pagar a conta. – Ele falou.

– Nada disso a gente vai dividir. – Eu disse, já pegando a carteira.

– Eu faço questão. – Ele disse e eu guardei a carteira, eu não iria brigar com ele por nada.

– Já que você faz questão.

– Já volto. – Ele falou.

Nós fomos embora e chegamos à porta da minha casa e entramos:

– Tchau, boa noite.

– Tchau. – Ele disse e foi embora.

Ainda bem que ele não tentou me beijar.

Eu subi para meu quarto e fiquei pensando na besteira que eu fiz, mas eu não chorei, afinal era tudo culpa minha, somente minha.

Laura off