Três anos depois [oitavo ano]

Maria Joaquina:

Em pensar que já faz três anos, que eu e a Vale finalmente viramos amigas, porque antes nós só brigávamos, nossa amizade começou no 5° ano e graças a Laura, que nos ajudou a ver como éramos companheiras, continua até hoje no 8° ano, tínhamos nove para dez anos, agora já estamos prestes a completar treze, agora não temos mais aulas de Ciências, mas temos aulas de biologia que é quase a mesma coisa, então agora biologia é minha matéria preferida.

– Filha se apresse, se não chegara atrasada. – Disse minha mãe entrando no quarto.

– Oi mãe, está bem, só falta eu colocar meus sapatos e pronto.

– Ok, hoje eu vou te levar para a escola, vamos. – Minha mãe informou.

Desde o dia em que ela sofreu aquele terrível acidente, toda vez em que ela me leva para a escola me dá um frio na barriga, descemos e eu vi a Joana.

– Olá, joana bom dia.

– Oi Maria Joaquina, bom dia e boa aula. – Joana desejou.

– Obrigado. - Eu disse, indo para o carro com a mamãe.

– Porque você me levará hoje na escola mãe? – Eu perguntei.

– Porque o nosso motorista James, está de cama, com um resfriado muito forte. – Minha mãe disse.

– Ah, coitado, manda um cartão em meu nome, lhe desejando melhoras.

– Pode deixar, mando sim, vamos filha. – Minha mãe disse, entrando no carro.

– Sim. – Eu falei, entrando no carro rapidamente.

Nós chegamos à frente da escola.

– Tchau mãe. – Eu disse, saindo do carro.

– Boa aula. – Ela falou.

Entrei na escola.

– Bom dia, menina. – Cumprimentou Firmino.

– Bom dia, Firmino.

Vi a Laura e me juntei a ela.

– Oi, Laura.

– Oi, Majo bom dia, como vai? – Ela perguntou.

– Muito bem, e você? – Eu perguntei.

– Bem. – Ela disse.

– Que bom.

Continuamos conversando até ver as meninas, a Vale ainda não havia chegado, será que ela se atrasaria, hoje.

– Bom dia, meninas. – Eu cumprimentei.

– Bom dia, Majo. – Elas disseram.

Maria Joaquina off

Valéria:

Estava caminhando até a escola e pensando, em pensar que poucos anos atrás eu e a Majo nos odiávamos agora somos melhores amigas, e não brigamos mais nem em relação a quem é a primeira voz da nossa banda, tivemos vários ensaios durante as férias, o Paulo mudou muito nesses últimos anos até parece outra pessoa, nem ofende mais a Laura, impressionante né, eu estou cada vez mais apaixonada pelo Davi e a Majo pelo Daniel, a professora Helena não é mais a nossa professora de todas as matérias, mas continua nós ensinando espanhol e dando aulas para o terceiro ano, ela nos deu aula integral até o sexto ano, eu estava perdida em meus pensamentos quando:

– Oi Vale. – Me cumprimentou uma voz que eu conheceria até no ártico.

– Oi Davizinho. – Eu cumprimentei de volta.

– Valéria eu já disse que Davizinho era quando a gente era criança, agora é só Davi. – Ele disse com uma voz de poucos amigos.

– Então só porque você resolveu dar uma de pré-adolescente em crise, eu que tenho que pagar, somos amigos ou não hein... – eu falei bem brava. – Como assim eu não podia chamar ele de Davizinho, como eu sempre chamei.

– Eu não resolvi dar crise nenhuma, é que é mó vergonha você me chamar assim, principalmente na frente dos meus amigos. – Ele disse.

– Somos amigos, sim, você sabe quanto eu gosto de você. – Ele completou e eu fiquei toda derretida, olhando naqueles belos olhos.

– Está bem, eu vou tentar não te chamar mais assim Daviz... quer dizer Davi. – Eu falei e ele sorriu para mim.

– Tenta mesmo hein... Valéria. – Ele disse.

– Vamos indo para a escola, se não chegaremos atrasados. – Eu falei segurando a sua mão.

– Ok. – Ele disse, nossas mãos estavam suando e o meu coração insistia em pular do meu peito.

Eu não sei o que sinto, será amor?

Continuamos caminhando de onde havíamos parado e chegamos na escola, e eu larguei sua mão para ir falar com as meninas.

– Oi meninas. – Eu as cumprimentei.

– Olá, Vale. – Disseram todas.

– Vi você chegando com o Davi hoje, quando vocês vão assumir o namoro? – Perguntou Majo rindo.

– E você e o Daniel vão assumir quando hein... – eu retruquei.

Apesar de sermos amigas, agora, velhos hábitos nunca mudam, não é mesmo?

– Nunca, nós somos só amigos. – Majo respondeu, vermelha.

– É melhor mesmo. – Disse a invejosa da margarida. – Era ridículo ela achar que tinha alguma chance com o Daniel, eu sei como a Majo se sente, afinal ela já deu muito em cima do Davizinho. – Em pensamento pode, né.

– Então, onde está a Laura? Eu não a vejo. – Eu perguntei mudando de assunto, pois percebi o quanto a Majo estava triste, com essa conversa.

– Ela está com o Mário. – Falou Marcelina, triste.

– Ah... O namorado dela. – Disse Alícia.

– Namorado não, amigo. – Marcelina falou com raiva.

A Marcelina era louca pelo Daniel, depois o esqueceu e se apaixonou pelo Mário, só ela não vê que o Mário e a Laura se amam....

Valéria off

Laura:

Eu tenho que descobrir se eu gosto mesmo do Paulo, ou se eu gosto do Mário, e só tem um jeito de descobrir, vou convidar o Paulo para sair, assim vou descobrir de quem eu gosto de verdade.

– Você está animada com esse novo ano? – Mário perguntou, me olhando, eu não consegui nem respirar, o olhando bem no fundo dos olhos.

– Muito. – Eu falei, meio sem graça.

– E você? – Eu perguntei, antes que ele pudesse falar qualquer coisa.

– Estou. – Ele disse, super animado.

– Eu sinto que este ano, muita coisa vai acontecer e mudar.

– Eu também. – Disse Mário, com aquele sorriso, que me faz sonhar.

Eu não aguento mais essa dúvida, eu vou chamar o Paulo para sair, agora, antes da aula.

– Eu já volto Mário, eu vou.... ver as meninas, é isso ver as meninas. – Eu falei apressadamente e sem muita certeza, em um tom bem falso.

– Ok. – Ele disse, meio desconfiado.

Fui atrás do Paulo, iria finalmente descobrir o que eu sinto de verdade e o vi sentado sozinho em um dos bancos, perfeito, tomei coragem e me aproximei dele, precisaria de muita para conversar com ele.

O que será que eu sinto amor ou ódio?

Eu estava com a minha alma na mão, será que ele será grosso comigo novamente?

Laura off