Sophia escrita por Belle17


Capítulo 10
Bullying


Notas iniciais do capítulo

Bullying é um termo em inglês derivado do "Bully", que traduzido para português significa "valentão". Uma pessoa sofre bullying quando está sendo perseguida, agredida (verbalmente ou fisicamente), isolada, etc. Se conhecer alguém que passe por isso, em hipótese alguma deixe de avisar a um adulto. Às vezes a vítima se sente tão mal quando passa pelas humilhações, que não tem coragem de pedir ajuda. Diga não ao Bullying!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/612945/chapter/10

21 de abril

Querido diário,

Hoje é terça-feira. Na escola, alguns coordenadores estão reunindo depois das aulas os alunos que querem participar do show de talentos. Ele será na próxima segunda-feira, então nós estamos recebendo uma preparação dos professores de canto, música, dança, artes, entre outras modalidades.

Às 14:00, papai me deixou no colégio. Entrei e fui à quadra infantil. Encontrei o grupo, onde havia crianças desenhando para seus professores -e eles davam dicas para elas melhorarem o máximo que podiam-, dançando, tocando instrumentos musicais... o ginásio estava repleto de mestres contratados para nos ajudar.

Diário, eu sei que você está se perguntando: por que há uma preparação se é um show de talentos?? Ou seja, para que treinar se você vai mostrar seu talento?? Mas é porque tem muita gente que se acha o máximo, e na hora do "vamos ver", não manda muito bem. Tipo, tem gente que se acha o cantor pop star - seja lá o que isso for - , mas na realidade é desafinado pra caramba. Então se o professor vir que você realmente é talentoso e está apenas nervoso, ele vai te ajudar psicologicamente e também a melhorar ainda mais.

Como cheguei recentemente àquele colégio, não consegui me enturmar muito bem. Quer dizer, tem a Isabel, a Maria Clara, Juliana e Marcela... mas elas não estão participando do show de talentos. Então fiquei sozinha no grupo de preparação.

Uma das professoras veio até mim e perguntou:

– Oi! É Sophia, não é?

Afirmei com a cabeça e ela perguntou o que eu iria fazer na mostra de talentos.

– Vou cantar - respondi, com a língua um pouco enrolada.

Ela fez uma cara de espanto - não entendi o motivo, acho que foi por causa da minha língua estranha - e lançou um sorriso falso. E como era falso.

– Ok, Sophia. Vou chamar a professora de canto - disse ela, se retirando.

Naquele mesmo instante, senti uma coisa estranha dentro de mim. Será que ela ia rir da minha música? E se eu fosse reprovada no exame preparatório? Eu quero muito, muito cantar! Eu amo fazer isso! É um dos meus desejos da lista de desejos...

Depois de cinco minutos, uma mulher magra, morena e alta se aproximou de mim. Usava um coque no alto da cabeça, escondendo seus cabelos negros enrolados. Pensei: "nossa, chamaram a professora errada. Vou cantar, não dançar balé"! Mas para minha surpresa, ela disse:

– Olá, garotinha! Meu nome é Pauline e sou professora de canto na Universidade Federal. Você vai querer cantar no show de talentos?

De alguma forma, aquela mulher me inspirou confiança. Estava sorrindo para mim. Não me tratou de forma estranha como a outra professora. Sorri de volta e disse que sim.

– Qual é o seu nome, linda? - perguntou Pauline.

– Sophia - respondi, enquanto mexia em meus próprios dedos, nervosa.

– Ok, Sophia. Vamos a um lugar mais reservado? Olhe, o lado esquerdo do ginásio está vago. Vamos até lá, para eu te avaliar!

Dei mais um sorriso tímido e olhei para baixo, envergonhada. Caminhamos calmamente até o lugar indicado. A professora sentou-se em uma cadeira e eu fiquei em pé.

– Pode começar, anjinho - disse ela, com um bloco de folhas e um lápis na mão.

Esperei três segundos, respirei lentamente, olhei para baixo e comecei a cantar.

– Além do arco-íris... pode ser que alguém veja em meus olhos o que eu não posso ver...

Olhei rapidamente para Pauline, e vi que ela sorria e anotava alguma coisa em seus papeis. Sorri automaticamente também, e novamente olhei para baixo. Sem perceber, estava meio que dançando para um lado e para o outro, como os violinistas fazem. Continuei a cantarolar, mesmo com o sotaque enrolado por causa do meu problema de dicção:

– Além do arco-íris... só eu sei... que o amor poderá me dar tudo o que eu sonhei... um dia a estrela vai bri...

Nesse mesmo momento, fui interrompida. Uma garota que estava correndo esbarrou em mim e caí no chão.

A professora de canto rapidamente se levantou da cadeira e repreendeu a menina:

– Daniela! Olhe o que você fez!!!

Pauline me ajudou a levantar. Como minha pele é muito sensível devido a minha doença, me machuquei bastante. Vi as feridas sangrando e comecei a chorar.

– Ô minha querida... não chora, amor... - disse a professora, me abraçando levemente.

Vi que mais umas meninas se reuniram ao meu redor. Daniela sorria maliciosamente para as colegas, que começaram a rir de mim.

– Que pamonha! Está chorando! Hahahahaha!

A professora gritou com as meninas e ameaçou chamar o diretor da escola. Depois da bronca, a Daniela e as amigas se afastaram.

Meu braço e minhas pernas estavam realmente muito machucadas. Ainda não tinha parado de chorar, então a professora resolveu me levar à enfermaria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que estão achando? :)
—-------
Além do Arco-íris ( Luiza Possi ): https://www.youtube.com/watch?v=weInPLgOvWY

P.S.: Não sei se é permitido postar link de vídeos aqui, então se não puder, ME AVISEM, POR FAVOR :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sophia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.