No dia seguinte eu praticam ente cai da cama, seis e cinco eu já estava tomando café e seis e quinze já estava saindo de casa, era muito cedo e eu sabia disso, mas minha curiosidade para saber se meu anonymous já tinha me enviado outra carta era maior que tudo. Não havia absolutamente ninguém na escola, mas ela já estava aberta, se eu estivesse recebido uma carta, ou meu anonymous chegou mais cedo que eu, ou ele tinha á colocado antes de sair da escola no dia anterior. Meu anonymous, foi exatamente assim que eu comecei á chama-lo. Cheguei ao meu armário e peguei no cadeado, excitei um pouco antes de abrir, será que ele me mandou mais alguma? E o que deve está escrito dessa vez? Eu nunca tinha me sentido assim antes e eu já estava começando á mudar antes mesmo de saber que isso estava acontecendo. Abri o armário e lá estava o envelope vermelho, eu sorri e o peguei e ainda com o riso no rosto eu o abri e li para mim mesma o que ali estava escrito.

“Vejo você todos os dias, caminhando se exibindo para tantos que te admiram.Eu sou apenas mais um que te olha, sente e implora sua atenção. Nesses momentos em que brilha ascendendo em toda a sua plenitude percebo o talento que se guarda em toda a sua existência. Pequena, menina, mulher que sonho, almejo em planos… Terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária.”

Assinado: anonymous

O sorriso ainda era persistente em meu rosto eu havia percebido que ele me conhecia mais que meus próprios amigos, eu nem ao mesmo sabia quem era, mas ele já me conhecia, isso era bom, eu achava que era bom. O sorriso ainda estava li, eu olhei para o corredor e vi um vulto, alguém me olhava. Eu corri sem me preocupar em fechar meu armário, queria saber quem me olhava, era ele, eu sabia que era, mas eu não o encontrei, procurei, procurei e nada, mas uma coisa eu tinha visto, ele usava uma pulseira dourada, uma simples pulseira, não deu pra ver mais que isso, mas isso já era uma pista, não é todos os homens que usam uma pulseira dourada. Eu voltei para o corredor onde ficavam os armários, resolvi tirar as outras duas cartas que eu havia recebido dali, as guardei com cuidado em cada envelope e coloquei-as dentro do meu caderno, eu as levaria para casa. Isso era para ser algo bobo para mim, eu era Karina Duarte a popular da escola, á que todos os meninos queriam na cama e todas as meninas invejavam, mas aquelas palavras mexeram comigo de um jeito diferente e aquele assunto ganhou grande importância na minha vida.

– Ele mandou? – Perguntou Bianca assim que eu adentrei á sala.

– Mandou.

– Passo ler?

– Não.

– Ahh Ka qual é – fez cara de pidona.

– Ahh Bi, não, sei lá cara prefiro deixar em off por enquanto.

– Sua chata – ela me deu língua.

– Eu descobri uma coisa.

– O que?

– Eu vi um vulto corredor e só poderia ser ele já que ainda não tinha ninguém na escola, eu fui atrás, mas não o encontrei, mas consegui ver que ele usava uma pulseira dourada no braço direito, uma simples pulseira.

– Hey, isso é bom.

– É ótimo, não há muitos homens que usam pulseiras.

– Pois é. E o que faremos?

– Ué, olhamos para o pulso dos garotos.

– Hummm, boa.

Aquele dia foi bem engraçado, Vicky não pôde ir á escola então só eu e Bianca “vasculhamos os pulsos dos garotos”, não encontramos nada, alguns usavam blusa de frio e a louca da Bianca teve á cara de pau de puxar o braço deles e levantar á blusa de frio. Lembro-me que naquele dia não vimos o pulso de Mateus, pois ele cabulou quase todas as aulas, o pulso do André, pois ele ficou com uma menina no pé dele o dia inteiro e eu que não ia atrapalhar e do Pedro, pois ele teve que ir embora mais cedo, eles não tinham entrado para á minha lista de suspeitos… Bom, ainda não tinham.