Quarta-feira começou e eu a odiava, agora você me pergunta. Karina o que você tem contra quarta-feira? Simples, é um dia que fica no meio da semana, você fica meio que perdido, como todos os dias eu tenho que me levantar para ir trabalhar e não é fim de semana, está bom ou quer mais? Apesar que hoje eu até que acordei de bom humor. Ontem eu e Katy não fomos trabalhar (Mas isso você já sabe né?), passamos a tarde aqui na minha casa de bobeira e comendo todas as porcarias possíveis, então eu sabia que hoje teria trabalho até a alma e o dia seria cheio. Logo me arrumei e desci para tomar o café da manhã, eu praticamente o engoli e sai ouvindo os gritos de Rita dizendo que eu ia ter má digestão ou algo do tipo, mas nem dei bola. Peguei o mesmo trânsito infernal de sempre e cheguei até a Duart Design, o nome da minha empresa pode ser esquisito para uma empresa de publicidade, mas ela também não é só isso. No prédio há três alas, uma que só trabalha com publicidade, outra que trabalha somente com fotografias e outra que trabalha somente com moda, por isso eu sempre vivo atolada de trabalho apesar de ter escolhido três pessoas para ficarem responsáveis por cada ala. Assim que sai do elevador um mar de gente se aproximou de mim,todos falavam ao mesmo tempo e eu não entendia nada, mas sabia que provavelmente eu madrugaria no escritório.

– Ai socorro – Consegui entrar na minha sala e me joguei no sofá.

– Nossa pensei que estava acontecendo uma briga – Disse Katarynne.

– Quase que não chego viva aqui, todos estão em cima de mim.

– Eu disse que ia dar problema se faltássemos. Karina ultimamente estamos atolados de trabalhos, isso é ótimo,estamos tendo várias contratações, o nome da sua empresa está ficando famoso e tal e por isso não devemos dar mole e temos que pegar muito pesado.

– Ok, só me deixa respirar porque tá foda. Ahhh e me lembre de comprar uma cafeteira para eu colocar aqui no meu escritório, uma não, duas, sinto que vou precisar de muito café.

– E de muito calmante também, porque temos um problema.

– O que é dessa vez? – Me levantei e caminhei até minha mesa.

– Os Ramo’s, aconteceu um imprevisto então eles quiseram adiantar a reunião e ela será amanhã.

– Que? ! Garota você bebeu? E numa hora dessas, cuidado hein, a coisa pode ficar séria.

– Olha só, eu só não te xingo porque eu ainda amo esse trabalho e porque você também é minha amiga – Gargalhei.

– Uma coisa que eu sempre quis saber, é como você conseguiu ser minha amiga, como você consegue me suportar.

– Ahh é muito fácil, é como se você adestrasse um cachorro, é só você dar uma recompensa pra tudo, no seu caso comida e xingar e falar alto nas horas que precisa – Gargalhei novamente.

– Sério, qualquer dia eu te demito.

– Ahh faça isso e você vai a beira da loucura, a final, você joga todos os problemas nas minhas costas.

– Eu não jogo nada e esse novo problema foi você que causou, você é louca Katarynne? Como é que eu vou pra essa reunião amanhã?

– Karina nem vem ok, você com certeza conseguirá ajeitar tudo que tem para ser ajeitado e eu sei também que toda quinta-feira você sai mais cedo da empresa.

– Ahh qual é Katy, toda quinta-feira à noite eu gosto de ficar de bobeira, de descansar, de ler de assistir filme e a última coisa que eu quero é participar de uma reunião porque eu vi na papelada deles que a reunião será á noite e no restaurante Carême que por sinal é caro pra caramba, eu não vou pagar não, já vou falando.

– Deixa de ser mão de vaca mulher, você tem dinheiro o suficiente pra comprar aquele restaurante e todos os funcionários – ela disse abismada e eu gargalhei – E pode ficar tranquila porque são eles que vão pagar.

– Ahh mais eu ainda não quero ir, poxa Katy é quinta á noite cara.

– Karina eles vão pagar o dobro. Eles ligaram e me disseram que poderiam escolher outra agência, mas preferiram essa aqui, porque ultimamente eles ouviram vários elogios sobre como trabalhamos bem e rápido.

– Ok, ok, eu vou, fazer o que né.

– Isso garota e vai bem arrumada viu, o filho do chefão vai estar lá e se ele for tão bonito como dizem, você vai estar feita.

– Como pode uma mulher só pensar em homem hein?

– E tem coisa melhor para se pensar? – Eu gargalhei – Ka qual sua cidade natal mesmo?

– Rio das flores.

– A capital é o Rio mesmo né?

– Isso. Por quê?

– Por que você me contou toda sua história, me disse da onde saiu, mas não disse o nome da cidade.

– É mesmo.

– Você nunca mais voltou lá?

– Eu fui á dois anos atrás para ver como a casa estava. Ela ainda está sendo alugada, pois minha mãe não quis a vender e nem eu queria que ela fizesse isso, todas as recordações da minha infância estão ali e apesar de tudo, aquele lugar ainda me transmite uma paz incrível.

– Entendo… Bom agora vamos ao trabalho né?

– Fazer o que – Disse com a voz de choro.