Cartas Anônimas escrita por Massie


Capítulo 49
Capítulo 49 - Obrigada por me escutar


Notas iniciais do capítulo

Cheguei, gente amanhã eu não vou pra escola :3, então eu vou postar 2 capítulos de manhã, 1 de tarde e 2 de noite, ou seja 5. 5 capítulos em um dia só é muita coisa eim? Espero que aproveitem. Obrigada a Liliane por favoritar a fic, esse capítulo é pra você gata. Espero que gostem e boa leitura!



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Sai daquela casa destruída, andava pelas ruas chorando horrores. Meus amigos haviam me abandonado e a coisa que mais me entristecia era saber que eles desconfiaram de mim, que eles não acreditavam na minha palavra. Cheguei em casa e subi para meu quarto, deitei em minha cama e chorei todas as lágrimas que tinha para chorar. O dia já havia amanhecido e eu continuava ali, até que ouço minha porta abrir.

– Minha filha, eu ouvi seus soluços o que houve? – Minha mãe sentou em minha cama e afagou meus cabelos. Eu pensei em dizer tudo a ela, em chorar em seu colo até doer o peito e lastimar minha vida, mas eu fiz diferente.

– Mãe – Sequei meu rosto e me sentei – Eu me lembro que a senhora disse que tem uma irmã na Califórnia, em São Francisco e queria muito visita-la, certo?

– Sim.

– Você também havia me dito que estaria tudo só a nossa espera e que ela queria muito que nós fossemos…

– Sim filha, onde você quer chegar?

– Eu quero ir pra lá mãe, você está de férias e o papai pode ir com a gente… Vamos mamãe, por favor.

– Mais filha, assim de uma hora para outra?

– É mãe, eu preciso disso, eu preciso me afastar, preciso respirar novos ares. Vamos comigo, me ajuda.

– Claro minha filha, eu faço tudo por você – Ela se levantou - Bom, vai arrumando suas malas que eu vou falar com seu pai, arrumar as coisas em sua escola e resolver mais alguns impedimentos.

– Tudo bem.

– Tem certeza que é o certo?

– Tenho sim.

Ela depositou um beijo em minha bochecha e saiu. Eu respirei profundamente e me levantei, arrumei toda minha mala, me troquei e ajudei minha mãe com tudo. Já estava no fim do ano e eu tinha certeza que passaria na escola, conversamos com o diretor e tudo foi resolvido. Já estava de noite quando meu pai me ajudou a retirar minhas malas do meu quarto. Nossa casa continuaria sendo nossa, minha mãe a alugaria. Olhei uma ultima vez para meu quarto e peguei duas caixas que estavam sobre a cama. Na caixa vermelha estava todas as cartas que recebi de Pedro e na caixa azul estavam todas as minhas fotos com meus amigos. Eu pensei em me desfazer daquelas coisas, mas eram as únicas lembranças que eu teria deles, então eu guardei. Sai de casa e entrei no carro, o caminho inteiro eu olhei pela janela deixando minha mente vagar, pensando como seria minha vida, como eu viveria longe dos meus amigos que eu tanto amava. Mais algumas lágrimas saíram dos meus olhos e eu fechei os mesmos. Bom Eu passei cinco anos em São Francisco, conheci gente nova, mas amizades passageiras, eu não conseguia me firmar com ninguém. Lá eu cursei publicidade e propaganda, então um dia quando eu havia acabado de voltar da minha formatura eu recebi um telefone, eu ainda tinha poucos contatos no Brasil. Quem me ligou foi Olavo, um velho companheiro da vida, ele sabia que eu havia me formando e me disse que seu primo tinha uma empresa de publicidade, mas ele não queria aquilo, ele iria mudar de ramo, mas sua empresa já estava erguida e ele não poderia abandonar tudo, então me propôs compra-la, eu disse que não teria o dinheiro, mas ele disse que não precisava eu pagar tudo de uma vez só. Foi muito caro, mas eu tinha uma boa quantidade de dinheiro guardado dos trabalhos que já fiz e quando cheguei aqui no Brasil eu fiz um empréstimo e coloquei a empresa como garantia. Tudo deu certo como você pode ver, comecei a trabalhar com o que eu gostava e ai eu te conheci. Acho que terminei.

– Ual – Eu olhei para Katarynne e ela parecia estar chocada. O sol já havia acordado e já era nove da manhã – Caracas Karina, que história menina.

– Pois é – Suspirei – Essa é minha triste história.

– E até hoje você não sabe de ninguém?

–Não.

– Você não pensou em procura-los?

– Não, eles com certeza não querem saber de mim.

– Ka, tantos anos se passaram.

– Katy as pessoas são surpreendente, elas podem guardar rancor por anos e anos, seus corações ficam frios… Duros…

– Mas Ka, eles são seus amigos, devem entender.

– Eu não sei, melhor não mexer em nada né, do jeito que eu tenho sorte é capaz da minha vida tornar-se pior do que já é.

– Você… Ainda pensa no Pedro? – Fiquei em silêncio e suspirei

– Todos os dias… AHHHHHHHHHHH eu não aguento pensar nele, mas é inevitável.

– Karina, você realmente é uma guerreira garota – Eu sorri – Serio mesmo, gostei de saber de tudo.

– Você é a única pessoa que sabe tudo isso.

– E eu me sinto honrada de ser confiável pra você… E onde estão seus pais?

– Ahh eu disse para minha mãe largar o emprego e eu estou, digamos que patrocinando, a viajem dela e do meu pai pelo mundo.

– Serio??

– É, eles merecem, merecem ser feliz… Mas mês que vem eles estão porai, depois de cinco anos fora do Brasil eles vão voltar, ai eu apresento eles para você.

– Vou adorar conhecê-los… Mas vem cá – Ela incorporou um ar zombeteiro – Agora tá explicado todas as coisas que você faz, é vadia desde pequena – Eu gargalhei alto.

– Hey, não é só porque eu vivi tudo aquilo que eu tinha que ficar na seca né.

– Ahh Karina, mas vamos combinar que você exagera um pouco, você pega todos os teus clientes.

– Opa, todos não, tira os casados e os velhos dessa sua listinha ai.

– Ok, mas temos muito clientes solteiros e bonitões.

– Não tenho culpa se sou desejável ok.

– Aham sei… Você tem um encontro daqui duas semanas né safada, logo com aquele milionário lá.

– Temos que manter os contratos né querida – Katarynne abriu a boca incrédula.

– Vadia! – Gargalhamos.

– Nem vem tá, eu conheço os seus podres.

– Digamos que eu tenho uma boa professora – Gargalhamos novamente.

– Bom, vamos dormir?

– Ka, tínhamos que trabalhar.

– Tá maluca? Eu virei à noite querida, to morta de sono, vamos nos dar folga.

– Mas…

– Mais nada, eu sou a dona daquilo tudo e tem a Nanda, ela pode tomar conta das coisas.

– Se você diz – Deu de ombros.

– Digo, agora vamos dormir – Nos ajeitamos em minha cama – Nossa, to me sentindo até mais leve… Obrigada por me escutar.

– Obrigada por falar.

Sorrimos uma para a adormecemos.


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