A prometida das sombras escrita por Katy Tonnel, Katy Chin


Capítulo 18
Capítulo 18 - Não revisado


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores.... Mais uma capítulo.

Boa leitura.

Músicas: Fleurie - Hurts Like Hell || Ruelle - Invincible

https://www.youtube.com/watch?v=pUlX8ltm_JU
https://www.youtube.com/watch?v=zTytLNYMNZ4



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Capítulo 18

David olhava para à pequena tela, onde mostrava Kate a andar. Ela Parecia temer algo. Andava como um predador, pronto para atacar, que ao mesmo tempo estuda o que vai capturar, no auge de seu entusiasmo e curiosidade.

Ela estendia à mão para alguma coisa.

Ele sorriu, queria ver até onde ela poderia chegar.

Até onde poderia aguentar os seus medos mais obscuros. Do nada seu corpo tremeu. Saia sangue de seus ouvidos e um pouco no nariz. Ela gritou, caindo de joelhos, como se algo a atingisse de dentro para fora.

Ele olhou espantado. Nunca havia acontecido tal coisa. Aquela era à floresta da verdade, onde você mostrava seus medos e seus maiores sonhos. No entanto, Kate não demonstrava nem um, nem outro. Era como se ela se controlasse, como se ela mandasse na floresta, sem ao menos se dar conta daquilo.

Chamas começaram e aparecer em seu corpo. Ela gritou. Ele sentiu o corpo tremer de medo.

Sem saber o que fazer, ele observava tudo, segurando com força a cadeira. O fogo fazia o corpo dela ficar translucido, virando pó, de pouco a pouco.

Ele observava abismado. Temendo por sua meia irmã, ele apertou um botão alarmando perigo. O céu começou a ficar negro, o vento circulava em seu rosto.

Ele via Kate gritar, pondo a mão nos ouvidos, como se a dor a dilacerasse de dentro para fora e visse e versa.

Então, como se tivesse acontecido uma explosão, uma luz alaranjada fez o corpo dela sumir.

Ele pegou um rádio e tentou se comunicar com alguém.

— Ela sumiu! Ela não está mais aparecendo... – Gritou exasperado para qualquer pessoa que estivesse do outro lado.

— David?

— Ela sumiu... Jamie, não consigo vê-la.

— Cara o que aconteceu?

— Não sei, ela começou a gritar, seu corpo estava em chamas... Do nada teve uma explosão e ela sumiu.... Como se o fogo a tivesse deixado em cinzas.

— Já acionou o botão o vermelho?

— Sim.

— Estou indo.... Me espere onde está!

Jamie não disse mais nada. Transformou-se em lobo e correu até David, sentindo apreensão pela moça. Quando chegou, ficou em forma de homem, sem se preocupar com a nudez.

— Ela voltou?

— Não. – Respondeu David sem olhar para Jamie, ele prestava a atenção somente na pequena tela, tentando ver se ela voltava.

— Precisamos ver onde ele foi... Não é normal. Alguma teoria, sobre o que pode ter acontecido?

— Não. – Respondeu fechando a mão e dando um soco na tela da TV. – Vou ir atrás dela. A culpa é minha... Eu a coloquei ali dentro... Queria ver até onde ela poderia ir... O quão forte ela poderia ser. Eu...

— Não foi sua culpa, amigo. – Jamie gargalhou com presunção, parecendo cético, descrente de que poderia acontecer. – Você não pode entrar lá, você sabe que ainda não esta pronto para ver... Tudo de novo.

— Eu preciso ir até ela, não posso lidar com a morte de mais uma pessoa por meus caprichos.

— Eu vou.

— Não se atreva. Eu a coloquei lá, eu vou tira-la.

— Então observe.

Jamie correu até a entrada da floresta e sem virar o corpo olhou para trás, como se desafiasse David e transformou-se no ar sumindo dentro da incomensurável.

Ele correu em forma de lobo, sentindo o cheiro de Kate, que parecia cada vez distante. Quando mais ele corria na direção na direção que seu faro o mandava, mais parecia ficar distante da mulher.

Ele sabia. Seus medos iriam aparecer. Ele teria que enfrentar os obstáculos, para chegar no final e assim, se o for concedido, na fonte da deusa, ele poderia ver o que mais almeja.

Ele não estava preparado, mas ao mesmo tempo estava disposto a passar pela provações, se assim pudesse se redimir com todos que se feriram por sua causa, salvando àquela que lhe davam esperança em um mundo sem dor, onde poderiam ser aceitos, sem guerra.

Ela transformou-se em humano. Abrindo caminho entre as folhas altas.

Ele avistou uma clareira, que em círculos, tinha espelhos com molduras de prata. Porém, os espelhos não mostrava seu reflexo. Eram opacos, como aço num grande tabuleiro. Ele ficou no meio dos espelhos e olhou para qualquer um. Ele não sabia o que iria ver... Mas sabia que aquele lugar sabia cutucar na ferida mais profunda de um ser.

— Mostre-me. – Rugiu, sentindo-se ansioso e ao mesmo temeroso, desejando que a tortura logo começasse e enfim terminasse.

— Mostre-me! – Gritou mais alto, porém nada aconteceu.

Música do capítulo

Ele começou a pensar em coisas aleatórias. Seu coração estava culpado. Se sentia apreensivo demais com o que poderia acontecer. Então uma foto veio voando, parando em seu pé.

Ele abaixou, pegou a fotografia, olhando a moça morena, de cabelos curtos e batom vermelho, sorrindo para ele, enquanto estavam abraçados num parque, perto de sua antiga moradia.

Então aquele era o seu maior amor?

Então, em seguida, mais fotos começaram a voar aos seus pés, ele ainda segurava a foto em mãos com ternura. Abaixou-se e pegou mais outra. Nesta ela sorria junto ao seu filho, ainda recém-nascido. Ele sentiu as lágrimas caírem de seus olhos. As fotos não paravam de rodar à sua volta.

Ele se sentia vazio, como aquelas fotos vinda de sua imaginação... Vazio, oco, opaco...

— Jamie? Jamie... Apareça... Vamos... Não seja mal comigo! – Era a voz dela. Aquela voz fazia sua alma rachar.

Ele fechou os olhos, amassando a foto nas mãos. Jamie olhou para um dos espelhos, onde ela parecia olhar para ele e sorrir como um anjo numa manha de inverno.

— Vamos... Quero ver os fogos de perto. – Ela sorria genuinamente. Ela sempre sorria.

Então o espelho se apagou. Apareceu eles deitados numa cama, ela abraçada em seu corpo e ele acariciando os cabelos da moça.

— Foi perfeito, Jamie. – Ela sorriu e olhou nos olhos dele. – Eu te amo... Sempre amarei. – Ela voltou a deitar no peito dele.

— Eu também te amo, Tessa. – Ele sussurrou sentindo a dor quase igualada com o inferno surgir em seu peito. Ele não se importava em chorar, em mostrar seus sentimentos.

Ele era fraco como uma folha, porém forte como o tronco de uma árvore.

A imagem desapareceu tão logo como começou.

O outro, começou a mostrar um bebe, seguido do choro cessante e insistente. Ele segurava o filho e meio desajeitado abria a porta do apartamento.

— Calma, garotão... Estamos em casa e logo a mamãe também vai estar. – O menino parecia prestar a atenção no grandalhão, parando de chorar.

— Viu? É só ficar calminho... A gente vai ter que dar um jeitinho de deixar tudo legal, pra quando a mamãe voltar. – O menino sorriu. – Hum... Vejo que gosta de quando falo de Tessa.

Jamie seguia com o menino para o quarto, deixando-o no berço ao lado de sua cama. Ele tomou um banho e quando voltou, viu o menino dormir tranquilamente. Ele tocou na criança, parecendo um bobo.

Jamie sorriu vendo a cena... Ele amou tudo enquanto durou... Enquanto pode aproveitar.

Em seguida, o outro espelho mostrou ele e Tessa deitados na grade cama olhando para o menino no meio que dormia. Ambos admirando o bebe.

— Ele é perfeito, não é?

Sim... Ele é.

Ambos sorriram e deram as mãos.

— Você está feliz?

— Estou... e você?

— Mais do que poderia imaginar!

A imagem sumiu, sobrou apenas dois espelhos.

Surgiu então a imagem do apartamento sendo invadido, na época da guerra. Tessa estava agarrada ao bebe, que chorava com o barulho de tiros do lado de fora. Os punhos de Jamie se fecharam e ele se sentia no extasie da raiva.

— Coloquem as mãos pra cima!

— Somos cidadãos, senhores... Por favor... Não machuque eles.

— Revistem a casa... Andem. – Disse um que parecia ser o líder. – Vocês, para o canto.

Os soldados revistaram a casa e pegaram dinheiro e comeram algumas coisas que tinha nos armários e na geladeira.

Jamie sentia-se apreensivo pela sua família. Tessa olhava para as armas com medo do que poderia acontecer.

— Olhe só, olhe o que achei. – Disse um dos soldados trazendo duas armas, que não eram de Jamie.

O homem que parecia ser o líder, deu um golpe na cabeça de Jamie, que caiu no chão pela brutalidade.

— Acabe com eles. – Cuspiu no chão e saiu do local fechando a porta.

— Não! – Gritou tentando levantar sentindo a visão embaçada, ele queria desmaiar. Mas estava sendo forte por eles. – Vocês não podem fazer isso... não temos armas... vocês colocaram isso em minha casa.

Um dos homens vieram e deram-lhe um soco.

— Cale-se... Segurem-no... – Riu perversamente.

Dois dos homens vieram até eles e deram alguns socos e chutes, antes de o por em pé segurando-lhe a cabeça, enquanto o homem vinha até ele.

— Vocês, ratos, merecem morrer. – Deu o primeiro soco de muitos.

— Nunca fizemos nada a vocês... – Disse e cuspiu contra o cara.

Então ele escutou um grito, secado de um choro, o choro de seu filho e o grito da sua mulher.

— Não toque neles... Não toquem neles. – Ele gritou tentando se soltar dos homens.

Ele viu tirarem a criança do colo de Tessa e um dos homens levarem o bebe para o quarto, logo em seguida voltar.

— O que fizeram com ele? Seus bastardos, eu vou acabar com vocês... Eu vou estraçalha-los... Vocês vão virar pó.

Um dos homens riu.

— Ora, mal começamos e já faz promessas? – Todos riram, e seguravam a mulher para ver o marido ser surrado, até ficar gravemente ferido.

— Conspiradores imundos! Vocês vão apodrecer no inferno! – Gritou a mulher quase no seu limite.

Ela recebeu um soco e Jamie sem conseguir falar ou se mexer chorava usando o máximo de sua força para tentar se mover um músculo que fosse.

Jamie olhava para o espelho e sentiu uma profunda raiva. Ele foi até ele e socou com o máximo de força que pode usar. Porém de nada adiantou.

Ele tentou sair, não querendo ver o que viria a seguir. Porém, como se tivesse uma barreira invisível que o prendia ali, não o deixou sair. Quando tentava, era arremessado para dentro.

— Não... Não... Não... – Ele repetia diversa vezes. Ele tampava o ouvido, porém mesmo que o fizesse, ele poderia ver através de lembranças e os sentimentos ainda estavam presentes.

Logo cansaram, deixaram-no caído no chão. E foram para cima da mulher como abutres, subindo o vestido da moça até a cintura, enquanto ela se debatia e um a um usaram o corpo dela, usando da força e da pura violência.

Jamie gritou o mais alto que poderia seu lobo se libertou, ele uivava de dor. Uivava se lamentando. Ambos sentiam a dor.

A mulher machucada, ferida tanto por fora, quanto por dentro, na alma. Sabia que não iria viver, que aquela seria a ultima vez que veria Jamie. Olhou para ele , nos olhos. Jamie olhava para eles com ódio, até encontrar os olhos da mulher que chorava. Eles se encaravam, enquanto ele lhe tentava passar confiança.

Então Jamie gritou, gritou tentando parar com tudo... Ele queria que tudo aquilo fosse um sonho. Um pesadelo... Não poderia ser real... Não poderia.

Então, depois de muito se 'divertirem', os homens atiraram na mulher e saíram do apartamento, sem nem olhar para Jamie ou dizer uma sequer palavra.

Jamie ainda podia ouvir o choro do filho, que parecia se engasgar com as lágrimas. Jamie tentou rastejar até a mulher, que tinha a respiração fraca, em sua volta tinha uma poça de sangue.

— Tessa... Por favor... Não me deixe... Tessa... – Ele chorava. Chorava de dor... Chorava por culpa. – Tessa... Diz alguma coisa...

Ela olhou nos olhos dele e tentou parecer calma. Porém acabou cuspindo sangue.

— Não era assim que eu imaginava a nossa morte... Eu pensei que veria Tony crescer... Se casar... – Ela tinha a voz rouca, fraca, como se se esforçasse para se manter acordada. – Pensei que teria uma vida ao seu lado. Pensei que... eu só... imaginei algo mais do que isso. Eu quero viver... Eu quero vive, Jamie. – Ela tossia e chorava ao mesmo tempo.

Ele nada disse.

— Puta que pariu... Como está doendo ver que a nossa vida acabou assim. – Ela chorou.

— Ainda não acabou, não ainda.

— Jamie... – Ela tentou tocar nele. – Eu to sentindo que vou ir embora... Estou sentindo a vida em meu corpo morrer de pouco a pouco.

— Não... Não diga isso... Vamos ser felizes, numa casa só nossa, numa varanda com o por do sol esplêndido. Vamos ver Tony crescer e dizer as primeiras palavras.

Diga-me mais sobre nossa varanda... Quero poder imaginar como vai ser. – Jamie tocou a mão dela e a viu fechar os olhos.

Mesmo que se negasse a aceitar, sabia que ela estava morrendo.

Chorando e tentando disfarçar a voz, ele começou a narrar a casa dos sonhos.

—... Ela vai ser linda... Irei colocar uma rede, aquela, daquela loja que você viu e disse que queria por aqui em casa. A casa será branca, como você quer... A vista vai ser linda, o céu vai ser sempre azul de dia e estrelado à noite. Quando chover, vai subir aquele cheiro de terra e grama molhada. No fim do dia, quando quisermos sair, vai ter um lindo arco-íris para admirarmos.

— Vai... ser perfeito... – Ela tossiu. – Vai ser perfeito, Jamie. Conte-me mais, por favor.

Ela sorriu de olhos fechados sentindo-se sonolenta.

— Tony vai brincar no balanço de nosso quintal, você vai brigar com ele por correr demais e sempre se machucar. Vai poder tirar várias fotos, escrever as poesias de manha e ler todos os livros que puder. Vamos envelhecer juntos, vamos viver uma vida feliz, repleta de coisas boas. Eu, você e tony.

Então ele não ouviu nenhuma resposta. Nenhum soluço. Ele não quis soltar a mão dela. Chorou em silêncio sentindo sua vida acabar. Sentindo tudo o que se deixou construir cair em ruínas.

Jamie ainda em forma de lobo, olhava para a imagem que a cada instante sumia, como se não tivesse aparecido. Mas a dor ainda estava lá. O ultimo espelho não mostrou nada. Apenas ele. A fera.


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Notas finais do capítulo

08.08.2016

Olá, bom... me sinto muito sozinha aqui... Será que tem alguém ai? Ainda sobrou alguém? Bom... Peço desculpas pela demora... Mas... sinto saudades de vocês.

Se alguém estiver ai, se manifeste, por favor. :3

A T E N Ç Ã O: ESTE CAPÍTULO NÃO ESTÁ REVISADO NEM BETADO. CASO ENCONTRE ALGUM ERRO, ME AVISE, OBRIGADA.



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