Trapaça escrita por Sara Carneles


Capítulo 25
Estrelas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Mais um capítulo pra vocês.
Sim, eu não consegui esperar até o sol nascer e decidi postar às 3:30 da manhã kkkkkkkkkkk acabei de terminar (meus dedos estão virando pedras de gelo enquanto eu digito), e já estou publicando porque estou suuuuuper ansiosa pra ler a reação de vocês sobre esse capítulo.
Fiz o meu melhor, e espero de coração que esteja à altura.
Pra quem gosta de ouvir música enquanto lê, sugiro que esse capítulo seja lido ao som de Fire Meet Gasoline, da Sia. :D
Enfim, vamos ao que interessa!



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Minha noite foi longa.

Assim que vi Sara do lado de fora da Verdant, tive cem por cento de certeza de que algo estava realmente errado. Tommy não estava com ela, então nós pegamos um táxi para voltar ao meu apartamento.

Assim que chegamos, ambas nos preparamos para ir para cama. Eu arrumei o quarto de hóspedes para que Sara pudesse ficar o mais confortável possível. Mas quando chegou a hora de dizermos boa noite e seguirmos cada uma para um quarto, não conseguimos.

Foi então que Sara desabafou. E tudo fez muito mais sentido para mim depois disso.

Ela me contou que estava saindo com Tommy desde a noite em que resgatei Oliver da Verdant, meses atrás. Ambos só queriam se divertir no início, por isso não comentaram com ninguém, mas depois de um tempo as coisas ficaram sérias. Imaginei que quem havia ficado com um pé atrás fosse Tommy, mas Sara revelou que era ela quem tinha medo, que ela é quem havia pedido um tempo distante dele.

– Sara... eu sinto muito. – falei à ela – Se eu soubesse... nunca teria aceitado te colocar nessa situação de hoje a noite.

– Não é sua culpa, Felicity. – ela disse, olhando-me com tristeza. Ambas estávamos em minha sala, de pijamas, falando sobre homens. Eu não queria pensar muito em como clichê isso soava. – Fui eu quem quis se afastar. Ele só estava me dando o que eu pedi, e você não sabia de nada. Ninguém sabia.

– Mas por que você quis se afastar? – perguntei – Claramente você não está bem com isso.

– Eu não sei... – ela respondeu, a expressão cheia de confusão – Eu nunca consegui ter um relacionamento sério. Acho que eu fiquei com medo do que ele estava me fazendo sentir, não sei, não consigo entender esse sentimento, é...

Suspirei.

– Você está apaixonada. – falei, interrompendo-a e dando de ombros. Era óbvio.

Sara me encarou com um olhar assustado, parecendo aceitar a verdade.

– Felicity, acho que estraguei tudo. – seus olhos encheram-se de lágrimas.

– Não, você não estragou. – eu a consolei, pegando em suas mãos e a fazendo olhar para mim.

– Mas eu beijei outro cara na frente dele!

– E ele dançou com outra na sua frente! – falei, meu rosto queimando de vergonha – Sara, se eu soubesse...

Ela ergueu um dedo para mim, me fazendo ficar quieta.

– Nós já discutimos isso. Está tudo bem.

Suspirei. Era verdade que eu não fazia ideia desse relacionamento entre Sara e Tommy, mas se fosse parar pra reparar só um pouquinho, tudo ficaria muito óbvio.

Não era por Oliver que Tommy vinha com frequência à empresa, muito menos por mim – graças à Deus –, era por Sara.

Imaginei ambos juntos e sorri. Eles tinham muito em comum, e realmente formariam um belo casal.

– Do que você está rindo? – perguntou.

– Eu estava imaginando vocês dois juntos. – confessei. Sara bufou, ainda fungando por causa do choro, mas riu.

– Acho que essa imagem vai ficar só na sua cabeça. – respondeu ela, tão baixo que se eu não estivesse perto, não ouviria.

Balancei minha cabeça em negativa e apertei suas mãos, obrigando-a a voltar a erguer seus olhos para mim.

– Vocês só precisam conversar. – falei – Você precisa revelar os seus sentimentos para ele. Não estou dizendo que precisar se declarar nem nada disso, mas fazer com que ele saiba que você quer ter algo sério, que quer tentar fazer isso que vocês tem funcionar...

Sara me ouvia com atenção, seus olhos nem piscavam enquanto eu a aconselhava sobre sua vida amorosa.

– Você tem razão. – ela sorriu.

– Ei. – alertei com um sorriso – É claro que eu tenho.

Ambas rimos, e então Sara me abraçou.

– Obrigada, Felicity. Você é uma amiga e tanto.

– Sempre que precisar... – respondi, retribuindo ao abraço.

Não tardamos à ir dormir depois disso. Sara até tentou redirecionar a conversa, querendo saber pra onde eu tinha ido depois que abandonei Tommy na pista de dança. – isso me lembrava que eu devia à ele um pedido de desculpas, embora achasse que deveria vir de Oliver, não de mim – Mas eu desconversei, não estava pronta para falar sobre o que havia acontecido. Eu nem havia tido tempo de analisar por mim mesma.

Então nos despedimos e eu fui para o meu quarto, esperando que minha mente parasse de pulsar com todos os acontecimentos, não só da noite, e sim de todos os últimos meses.

Mas é claro que eu não consegui me desligar. Ao invés disso, quase amanheci pensando no que faria na segunda de manhã.

Acabei optando por me deixar levar pelas reações de Oliver quando nos víssemos novamente. Se ele falasse sobre o assunto, eu falaria, mas se ele fingisse que nada aconteceu – como foi em Barcelona, apesar de que naquela vez a escolha foi minha – então era isso que eu faria também.

***

Sara foi para casa logo no início da tarde, depois de termos nos encontrado para almoçar com Caitlin e Helena, que eu ainda não conhecia, mas que logo simpatizei.

Passei o resto do dia vendo filmes. O clima durante toda a manhã pareceu bastante aberto, mas quase no fim da tarde, as nuvens começaram a surgir e o sol desapareceu mais cedo.

Foi quando recebi uma mensagem de Tommy, me pedindo para encontrá-lo numa cafeteria no centro, à seis quadras de meu apartamento. Liguei para ele e confirmei que estava indo.

Eu não sabia bem sobre o quê ele queria conversar, mas eu pretendia aproveitar minha inspiração para conselhos amorosos para dar uma forcinha à Sara.

Tomei um banho, coloquei uma calça jeans e uma jaqueta por cima de uma blusinha branca. Peguei meu celular e as chaves do apartamento, mas quando já estava na porta, pronta para abri-la e sair, alguém bateu do outro lado.

Pensei que Tommy havia mudado de ideia e acabou decidindo ir até ali. Abri a porta calmamente, mas meu coração parou logo em seguida.

– Oliver?

– Oi. – respondeu ele com um sorriso tímido. Eu nunca havia visto aquele sorriso antes.

– O que está fazendo aqui?

– Precisamos conversar. – ele me encarava, os olhos nos meus – Posso entrar?

Engoli em seco. Não percebi que estava parada e sem reação até que ele deu um passo para dentro. Pigarreei.

– Claro. – falei, deixando que ele entrasse.

Eu estava com medo de me virar para ele. Estava com medo de ter essa conversa. Mas uma parte de meu coração – na verdade todo ele, o medo era exclusivo de minha mente – estava saltitando de alegria por perceber que dessa vez não fingiríamos que nada estava acontecendo.

Achei que Oliver já estava em minha sala quando me virei para ir em sua direção. Mas ao invés disso, ele continuava ali parado, perto demais. Tão perto que eu me trombei nele quando ficamos frente à frente.

Oliver me segurou pelos ombros quando eu quase caí para trás com o choque. Ele parecia uma parede perto de mim. Respirei fundo com o calor que seu toque provocou e tentei colocar algum espaço entre nós; mas Oliver manteve suas mãos em mim.

– Felicity... – ele sussurrou – Acho que estou enlouquecendo.

Eu finalmente o encarei, totalmente confusa com suas palavras.

– Do que você está falando?

Ele fechou os olhos por alguns segundos, e então soltou meus ombros, respirando profundamente enquanto se afastava alguns centímetros.

– Não consigo parar de pensar na noite passada. – confessou ele, meu coração saltitou – Não consigo parar de imaginar se as coisas não poderiam estar diferentes se eu tivesse admitido em Barcelona o quanto eu quero você.

Tenho quase certeza de que minha cara paralisou numa expressão de espanto.

Ele havia dito aquilo mesmo? Oliver me queria! Meu Deus.

O som de meu coração parecia tão alto aos meus ouvidos que eu senti minhas bochechas queimarem só de imaginar a possibilidade de que ele pudesse ouvi-lo também.

– Oliver... – comecei, mas não sabia o que falar, só ouvi um riso nervoso escapar por meus lábios.

Ele se aproximou novamente, seu rosto ficando à centímetros do meu.

– Tudo bem. – ele passou um dedo por minha bochecha, tentando me acalmar ao perceber que eu não conseguia dizer nada. Mas ele estava redondamente enganado se pensava que seu toque iria me acalmar. – A única coisa que eu preciso saber é se você sente o mesmo. – ele falou, seus olhos prendendo-me enquanto ele colocava a palma de sua mão do lado direito de meu rosto – Você sente isso? – ele sinalizou para sua mão, que parecia queimar minha bochecha com o toque – Você também sente esse pequeno incêndio entre nós?

Eu sentia. Sentia todo o meu corpo pulsar com a sua aproximação. Meu peito doía, ansiando por mais. Precisando de mais.

– Oliver... – fechei meus olhos, sentindo a outra mão dele ir para a minha cintura – Eu tenho que ir à um lugar...

– Não. – ele sussurrou em meu ouvido, sua barba por fazer roçando em meu rosto, fazendo cada pedacinho do meu ser tremer – Nós não temos nenhum momento além desse.

E eu ruí.

Minha mente evaporou.

Meu corpo foi ao pó.

Só restou meu coração. Tão quente e tão vivo, como jamais esteve antes.

Senti um arrepio chegar até os nervos quando seus lábios tocaram os meus. Foi como se uma descarga elétrica corresse dele para mim e vice versa, meu sangue pulsava tão alto que eu podia ouvi-lo claramente.

A língua de Oliver invadiu minha boca enquanto suas mãos erguiam-me contra a parede logo atrás de mim. Um leve fulgor da lembrança de um sonho percorreu minha mente, mas eu não conseguia pensar em nada muito longe do que isso. Meus sentidos todos preenchiam-se com ele.

Imediatamente cruzei minhas pernas em seu quadril, em um encaixe perfeito. Suas mãos apertavam minhas coxas e eu sentia o desejo percorrer minhas terminações nervosas, me despertando para uma vida cheia de sensações nunca antes conhecidas.

Notei a parede sumir de trás de mim quando Oliver começou a andar em direção ao quarto. Não demorou muito para que meu corpo voltasse a ficar prensado pelo dele, só que desta vez, já na cama.

Separamos nossos lábios para tomar fôlego. Meu coração estava palpitando. Oliver afastou-se alguns centímetros e me olhou, os olhos brilhavam e ele tinha um sorriso que desconcertava qualquer um. Não pude deixar de sorrir também.

– Você não sabe... – falou ele, ainda ofegante – quantas vezes eu quis fazer isso.

E então ele me beijou novamente. E eu retribuí, sentindo a maciez de seus cabelos muito bem cortados enquanto o tocava. Minhas mãos passeavam por ele, e ele fazia o mesmo. Mas ainda haviam muitas peças de roupas entre nós.

Tirei minha jaqueta e então corri meus dedos por sua camisa, atrapalhando-me com os botões – claro que eu ia me atrapalhar com os malditos botões – por fim perdi a paciência e a puxei com força, fazendo os botões voarem para todos os lados. Oliver beijava meu pescoço e riu com minha impaciência. Ele se afastou para terminar de tirar a camisa, e então era minha vez de tirar a peça.

Sentei-me na cama e ergui os braços enquanto Oliver a puxava e a jogava para longe, voltando à me beijar. Ele me deitou novamente e começou uma sessão torturante de beijos que começavam em meu pescoço, iam até meu ventre e então voltavam até minha boca.

As mãos dele estavam no cós de meu jeans, e queimavam, queimavam como o inferno enquanto eu implorava com o olhar para ele tirá-los de uma vez. Oliver depositou uma fila de beijos logo acima de onde começava o cós da calça. Eu gemia com aquele toque leve. Nem notei que enquanto ele me beijava, suas mãos abriam os botões e o zíper.

– Erga-se, amor.– sussurrou ele com a voz rouca.

Levantei meu quadril e Oliver puxou o jeans lentamente, levando minha calcinha junto. Seus olhos não desgrudavam-se dos meus por nenhum momento.
Mais duas peças minhas estavam no chão.

Era a vez dele.

Corri minhas mãos por seu abdômen, sentindo a firmeza de seu corpo até alcançar o botão da calça, mas não fui muito mais longe. Oliver rosnou baixo e agarrou meus braços com uma mão, erguendo-os acima de minha cabeça, eu gemi em meio aos seus beijos. Ele soltou minhas mãos e se afastou, ficando de pé na beirada da cama. Eu estava confusa, procurando por ar enquanto também procurava por ele, o vi olhando para mim com uma ferocidade inigualável.

Deus, eu queria aquele homem, e queria agora.

Levantei-me e inverti as posições. Ele se deixou cair no colchão enquanto eu montava nele, usando apenas meu sutiã. Comecei minha própria sessão de beijos até o caminho da alegria. Oliver rosnava e ofegava baixo e isso só me deixava ainda mais ousada. Puxei sua calça com muito menas calma do que ele. Absorvi a imagem de Oliver usando apenas uma boxer cinza. Eu podia ver o quanto ele estava excitado e aquilo me dava água na boca.

Acariciei seu membro lentamente, ainda por cima do tecido. Senti a firmeza.

– Caralho! – Oliver rosnou.

Aquilo foi a perdição para mim. Não consegui aguentar mais tempo.

Puxei a boxer, deixando seu membro à vista e com uma rapidez que me surpreendeu, montei nele, forte, de uma vez só.

– Porra! – gritou ele com minha primeira investida.

Eu gritei também, mas não consegui formar palavra alguma. Aquilo era tão bom, eu me sentia tão poderosa com aquele homem.

Permaneci alguns segundos apenas absorvendo a sensação de ter Oliver dentro de mim, me preenchendo duramente. Ele tirou meu sutiã nesse meio tempo, e quando suas mãos depositaram-se em meu quadril, comecei a me mover, lentamente no começo, e aumentando o ritmo, até que nenhum de nós conseguia mais controlar nada.

E então éramos apenas dois corpos, levados pelo desejo e por um sentimento que nenhum de nós conseguia entender. Éramos suor e adrenalina e corações pulsantes e sentidos explodindo e colidindo com emoções desconhecidas.

Oliver mantinha contato direto com meus olhos, e eu sabia que naquele momento, o único fio que mantinha minha sanidade no lugar eram a imensidão daqueles olhos azuis brilhantes e límpidos.

Eu já não conseguia manter o ritmo, minhas pernas tremiam tanto que eu sentia que iria desmoronar a qualquer instante. De uma forma extremamente rápida, Oliver tomou novamente o controle, ficando por cima de mim outra vez, sem sequer separar nossos corpos e a junção perfeita entre eles.

Sua boca abocanhou a minha, tomando posse dela, enquanto ele reiniciava as investidas.

Lentamente.

Saindo.

Entrando.

Saindo.

Entrando.

Eu estava enlouquecendo. Até que ele desceu seus lábios até meu seio, sua mão esquerda deslizou de minha cintura, passando por minha bunda e agarrando a parte de trás de minha coxa, logo acima do joelho, dobrando minha perna. Ele me beijava suavemente enquanto me penetrava duramente, rápido, forte e tão fundo que toda vez que ele chegava ao fim da linha, minha mente parecia ter vislumbres das estrelas. Uma noite linda e brilhante.

Eu era como um castelo de areia à beira mar desmoronando com as ondas de prazer que se intensificavam a cada segundo, a cada estocada dele.

– Felicity... – ele gemeu e investiu uma última vez enquanto meu corpo tremia e o corpo dele tremia e nós dois não éramos mais castelos, éramos apenas areia.

Os gemidos misturavam-se, os ofegos se perdiam e meu coração parecia querer explodir no exato momento em que Oliver e eu chegamos ao ápice juntos.
– Cristo! – ele suspirou, seu rosto ofegando na curva de meu pescoço.

Meus pulmões buscavam ar, mas não parecia haver oxigênio suficiente no mundo naquele instante.


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Notas finais do capítulo

E aí gente? O que acharam da minha versão de sex scene olicity? kkkkkkkk só vou deixar claro que essa é a primeira vez que eu escrevo uma cena hot, então eu peço desculpas se ela não foi à altura ou se não foi bem desenvolvida.
Comentem, porque dessa vez eu realmente preciso da opinião de vocês. E para os fantasminhas lindos que não tem conta aqui no Nyah, já sabem, meu twitter (@bitchcomwifi) está à disposição para receber críticas e opiniões de todos.
Acho que é isso. Nos falamos em breve. Beijões!