Trapaça escrita por Sara Carneles


Capítulo 26
Amanhecer


Notas iniciais do capítulo

Oi meu amores!
Primeiramente, MUITO, MUITO OBRIGADA por todos os comentários lindos de vocês sobre o capítulo 25. Eu fiquei tão feliz.
Queria deixar meu mega abraço virtual pra Ingret (Luna) e a Ju, que fizeram recomendações lindas de morrer e que me deixaram quase explodindo de alegria. kkkkkkkkkk obrigada meninas, amei de coração!
Bem, estamos chegando na reta final da fic, gente. Não tenho um número certo, mas suponho que mais uns 4 capítulos (sem contar esse) e teremos chegado ao fim de Trapaça. :(
Maaas, podem ficar tranquilos, porque eu já estou planejando algumas coisinhas muito especiais para o futuro, vocês logo saberão.
Enfim, esse capítulo volta com o plot do livro.
Apertem os cintos kkkkkkkk



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A chuva foi meu despertador.

Foi a primeira coisa de que me dei conta, antes mesmo de abrir os olhos, pude ouvir o barulho calmante dos pingos caindo contra o piso na varanda do meu quarto.

A segunda coisa que eu percebi, foi que estava nua. E então todas as lembranças da noite anterior explodiram em minha mente.

Olhei ao redor, mas não vi ninguém. As roupas de Oliver não estavam jogadas pelo meu quarto.

Eu estava sozinha.

Levantei-me rapidamente e peguei uma camiseta velha e puída em minha gaveta. Saí do quarto e vasculhei cada centímetro de meu apartamento. Mas ele realmente não estava ali.

Uma dor estranha e inconveniente apareceu em meu peito.

Eu tinha sido apenas mais uma. Era isso, Oliver Queen teve o que queria de mim e então foi embora, sem sequer dizer adeus.

Não conseguia acreditar em quão estúpida eu estava sendo por imaginar que comigo seria diferente.

Eu não queria ficar em minha cozinha parada olhando para o nada, então resolvi tomar banho.

Liguei o chuveiro e torci para que meu remorso escorresse com a água pelo ralo. Não sei quanto tempo fiquei ali, imaginando o que eu faria no outro dia, como eu pediria demissão, se ele iria me demitir, ou se ia apenas mandar Sara me despachar. Eu apostava em Sara. Ele obviamente não gostava de lidar com seus casinhos depois de usados, eu mesma já tinha visto.

E agora eu era um deles.

Enrolei-me na primeira toalha que encontrei e saí do banheiro; o vapor da água quente ainda emanando de meu corpo.

– Se eu soubesse que você saía tão linda e sexy apenas enrolada em uma toalha, eu nunca teria saído desse apartamento hoje.

Ergo meus olhos e encontro Oliver escorado na porta de meu quarto, os braços cruzados sob o peito, um sorriso brincalhão nos lábios. Sua roupas não são as mesmas. A jaqueta de couro foi substituída por um blazer, a camisa azul, por uma branca, e os jeans, por outro par, mais escuro.

Sinto minha cabeça rodar.

– O que está fazendo aqui? – pergunto, soando meio rude.

O sorriso dele imediatamente desaparece e uma ruga de preocupação surge em sua testa. Ele desmancha sua posição despojada e vem em minha direção.

– Felicity? – ele me chama, mas eu não o olho.

Estou assimilando o fato de que Oliver voltou para mim. Ergo meus olhos para encontrar os seus.

– Eu pensei que você tinha me deixado. – falei – Quero dizer, não me deixado como um namorado deixa uma namorada, porque nós não somos isso ainda, e não seremos, eu não sei, eu...

Oliver está rindo, rindo tanto que eu paro de me atrapalhar com as palavras apenas para ouvir o som de seu riso.

– Você achou que eu tinha ido embora sem me despedir. – não era uma pergunta, era uma afirmação. Oliver ficou com a expressão vazia por alguns segundos, e por fim, suspirou – Bem, eu não me admiro com isso. – ele sorri, meio tristonho.

– Desculpe. – falei – É só besteira minha...

– Não, não é. – ele me assegurou, aproximando-se ainda mais – Você está certa. Eu já fui esse tipo de cara. Mas não com você, Felicity. Eu nunca te machucaria desse jeito.

Sua mão acariciou minha bochecha e eu sorri, seus dedos desceram até meus lábios enquanto ele me olhava seriamente.

Meu coração já estava fora do ritmo novamente. Oliver tirou sua mão de meu rosto e colou seus lábios aos meus num beijo terno, calmo e demorado. Que não ficou terno por muito tempo.

Eu tinha plena consciência de que estava usando apenas uma toalha enrolada ao meu corpo, e tinha certeza absoluta de que Oliver também estava bastante ciente disso.

Nos separamos para tomar fôlego e Oliver riu.

– Eu fiz nosso café. – falou ele, a testa ainda encostada na minha. Eu me afastei um pouco para encará-lo – O que foi? – perguntou ele ao ver minha expressão incrédula.

– Oliver Queen, CEO das Indústrias Queen, playboy e pegador, sabe cozinhar? – eu perguntei, rindo.

– Eu tenho muitos talentos, Senhorita Smoak. – ele falou, um sorriso malicioso nos lábios, senti um arrepio no estômago quando ele falou meu sobrenome daquela forma – E eu quero mostrar todos eles à você.

Ele depositou uma fileira de beijos em meu pescoço até voltar para a minha boca. Eu ri, mal acreditando que aquilo estava mesmo acontecendo.

Oliver agarrava minha bunda com as duas mãos, me puxando para mais perto dele. Eu podia sentir que as coisas estavam ficando quentes demais.

Coloquei um espaço de centímetros entre nossos rostos, mas ainda estávamos agarrados um ao outro. Eu precisava de ar.

– Acho melhor você se vestir, ou eu vou arrancar essa sua toalha e comer você de café da manhã. – ele riu e eu ri também, imaginando que a opção parecia ótima para mim.

Mas eu estava realmente com fome, de comida. Sentia meu estômago vazio, ainda mais depois da noite que tivemos.

Mordo meu lábio ao me recordar do que fizemos em minha cama durante horas, e rio. Acho que nunca ri tanto à essa hora da manhã, ainda mais em um domingo.

Oliver se afasta, um sorriso dançando em seus lábios também. Ele sai do quarto e eu volto a tentar recuperar o fôlego.

Visto uma blusinha rosa e um shorts confortável. A chuva não havia feito o clima esfriar tanto, apenas deixou-o menos quente.

Segui o cheiro de ovos e bacon que vinha da minha cozinha. Oliver estava terminando de encher um copo de suco quando eu apareci e me sentei no banco em frente à ele.

– Uau. – falei, observando o prato à minha frente.

Oliver sorriu e deu a volta na bancada, sentando-se ao meu lado.

– Eu te disse. – sussurrou ele no meu ouvido, fazendo cócegas em meu pescoço.

O café estava realmente muito bom. Eu o parabenizei com um beijo.

Quando eu parava para encarar seu olhar alegre, algo em mim jurava que tudo aquilo não passava de um sonho. Eu realmente não conseguia acreditar que Oliver Queen estava tomando café da manhã comigo depois de uma noite de sexo incrível.

– O que foi? – perguntou ele, rindo enquanto eu o admirava.

– Não sei. – confessei.

– Eu sei. É realmente surreal dormir com um cara tão bonito. – ele piscou para mim, brincalhão.

Eu ri.

– Convencido. – dei um soco leve em seu ombro e fui em direção à pia para largar as louças. – Não fui eu quem foi embora, não aguentou e voltou. – acusei-o.

Oliver riu.

– O plano sempre foi voltar. – falou ele.

Eu me virei para encará-lo, levantando uma sobrancelha e pedindo-lhe que explicasse melhor.

– Eu não tinha planejado tudo aquilo. – falou ele, dando de ombros – Voltei para casa para trocar de roupa, já que minha camisa teve todos os seus botões arrancados. – seus olhar malicioso acendeu meu corpo, ele levantou-se e começou a vir lentamente em minha direção – E também, a sua geladeira estava vazia, então eu tive que comprar algumas coisas para o café da manhã.

Eu ri.

– Você foi ao supermercado? – debochei.

Ele assentiu, finalmente ficando de frente para mim. Seus olhos percorriam o meu corpo, distraído, enquanto ele continuava falando. Agarrei com força a bancada da pia atrás de mim, minha respiração já pesada.

– Da próxima vez eu levo você comigo. – sua mão colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

Senti as borboletas em meu estômago expandirem-se ao me dar conta de que ele cogitava uma próxima vez. Sorri.

Mas então o meu sorriso desapareceu, senti um arrepio ao me lembrar de que eu tinha um compromisso antes de Oliver aparecer aqui ontem.

– Oh meu Deus! – falei, correndo para o telefone do outro lado da cozinha.

– O que foi? – perguntou ele, nervoso.

– Tommy! – falei – Eu fiquei de me encontrar com ele ontem à tarde, mas aí você apareceu e... eu esqueci. Completamente.

Senti meu rosto queimar de vergonha. Mas Oliver riu.

– Do que você está rindo? – perguntei, a voz soando brava.

Ele retirou o telefone de minhas mãos, a expressão leve.

– Não se preocupe com ele. Nós nos falamos antes de eu aparecer aqui ontem. Eu o avisei que você estaria ocupada comigo.

Fiquei sem reação.

– Mas você... você disse que não planejou nada. – o acusei quando me recuperei de sua afirmação.

– Eu não planejei a noite de sexo. – ele riu – Mas a conversa, sim.

Suspirei, aliviada de que não tinha deixado Tommy plantado numa cafeteria por horas. Mesmo assim, eu tinha que ligar para ele, precisava conversar sobre Sara.

– Eu ainda tenho que falar com ele. – afirmei.

– Mesmo?

Oliver se aproximou lentamente, sua mão tirou meu cabelo do lado direito, abrindo espaço para que seus lábios alcançassem meu pescoço. O familiar calor se espalhou por meu corpo e eu gemi.

– Tem certeza? – perguntou, a voz rouca e baixa em meu ouvido.

– Talvez... mais tarde. – falei num suspiro logo antes de beijá-lo com paixão.

***

Desci as escadas do porão da Verdant com Oliver logo atrás de mim. Meus olhos correram pelo local, até que se depositaram na mesa de metal onde eu havia ficado sentada menos de quarenta e oito horas atrás. Ouço o riso de Oliver ao perceber a direção de meu olhar, mas não me viro para observá-lo.

– Aqui está. – digo, pegando meu tablet na mesa ao lado das três telas de computadores. – Eu disse que ele estava aqui. – falei, virando-me para Oliver. –Podemos ir almoçar agora... – parei minha frase ao observá-lo.

Ele estava do outro lado do local, olhando seriamente para o pequeno livro em suas mãos.

– Eu não entendo a ligação desses nomes. – confessou, folheando o livro enquanto eu me aproximava.

– Nós vamos entender. – falei.

Oliver assentiu, mas continuou folheando-o.

– Ei, ei, espera. – falei, o fazendo parar de mexer no livro. – O que é isso?

Apontei para a parte de trás da capa do livro, que estava meio solta e mostrava alguma coisa escrita por baixo. Oliver puxou o papel, revelando uma frase.

"Dê o play"

Embaixo da frase, estava um micro cartão usd preso por uma fita. Oliver olhou para mim, espelhando a mesma expressão confusa que eu tinha.

Rapidamente peguei o livro e entreguei meu tablet à ele. Tirei o pequeno adaptador da minha bolsa, que eu sempre carregava – uma garota de TI tem que se manter preparada – e Oliver o pegou, colocando o cartão nele e então plugando-o ao meu tablet.

Um único arquivo surgiu na tela. Um vídeo, do pai de Oliver.

Observei-o ficar tenso no mesmo instante em que a imagem de Robert Queen apareceu, esperando para rodar assim que fosse dado o play.

De repente me senti meio invasiva e não quis parecer intrometida nos assuntos de Oliver com o pai. Dei alguns passos para trás, mas ele pegou minha mão e me puxou para perto novamente.

– Preciso de você aqui. – falou ele, a voz mal soando audível.

Encarei seu olhar aflito e assenti. Ele deu um leve toque na tela e então o vídeo começou a rodar.


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Notas finais do capítulo

O que será que o Dad Queen tem a dizer? Alguma suposição? hahahahaha
O próximo capítulo tem previsão para domingo. Então até lá.
Beijos!