Bellarke - Antes dos 100 escrita por Commander


Capítulo 10
Nós não somos inimigos.


Notas iniciais do capítulo

Gente, tive que dividir esse cap porque 4 mil palavras em um capítulo é tenso né?
Então, espero que gostem dessa parte, pq tá daora



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Quando o pai de Clarke morreu, sua mãe a fez prometer que, depois daquele dia, ela nunca mais choraria por coisas idiotas.

E lá estava ela, derramando lágrimas por causa de um imbecil como Bellamy Blake.

Clarke se amaldiçoou por dar tanta importância a um idiota como aquele, se amaldiçoou por não querer voltar para a nave, e, por último, por estar nesse maldito lugar. Tudo porque alguma vadia – provavelmente sua mãe – decidiu que seria muito legal mandar alguém sozinho em uma nave (nem tão sozinha...).

Ela só queria que aquela nave estúpida tivesse explodido, assim que entrou em contato com a atmosfera. E tudo estaria bem agora.

Clarke caminhou em direção ao lago novamente, sentindo sua perna pulsar. Ela provavelmente não deveria estar caminhando com os pontos tão recentes, mas não dava a mínima para isso.

Ela não estava com medo, poucas coisas lhe dariam medo agora. Era mais raiva. Raiva de quase tudo que acontecia a sua volta. A garota só esperava que tudo aquilo que ela havia passado fosse compensado mais tarde, era a única coisa que ela desejava naquele momento.

Ela se sentou na rocha, observando a água calmamente refletindo o sol, que deveria se pôr em algumas horas. Ela deixou que a água quente refrescasse seus pés, enquanto suspirava baixinho. Se havia um lugar que ela se sentia tranquila, era aqui.

— Esse é só um daqueles dias, Clarke. – ela disse para si mesma, seus dedos fazendo carícias em sua própria perna. – Você vai passar por isso, como sempre fez.

Eram nos dias que as lembranças de seu pai vinham com toda a força em sua mente. Ela sentia tanto sua falta que seu peito chegava a doer. Sentia falta de ver reprises de jogos de futebol (mesmo que já tivessem visto várias e várias vezes), sentia falta de ficar na ala médica ajudando sua mãe, sentia falta de quando Jaha e Jake eram amigos.

Então, grunhidos interromperam seus pensamentos. Grunhidos...humanos? Seria um terra-firme?

Ela se levantou da rocha, apressada demais para ver o que grunhia na floresta.

Só foi preciso andar alguns metros, para ter uma plena vista da floresta, de cima da pedra. Mesmo de longe, Clarke enxergou um amontoado de gente (talvez dez ou onze "pessoas") em volta de um único terra-firme.

Quando ela observou seus rostos, pôde ver o quão deformados eles eram. Suas roupas assemelhavam-se as dos terra-firmes, mas seus trajes, assim como suas mãos, estavam sujos de sangue e outras partes de animais.

Clarke conteve um grito de pavor, quando eles começaram a comer o terra-firme. No sentido mais literal da frase. Eles estavam arrancando pedaços de sua carne, com máxima brutalidade, e devorando. Eram canibais.

De onde vieram aquelas coisas?

Clarke não entendia muito bem a situação, mas supôs que aqueles fossem os "ceifadores", de quem Bellamy havia falado. Terra-firmes e os ceifadores eram rivais? Isso era tudo que ela conseguir pensar.

E, então, do outro lado da floresta, mais terra-firmes vinham. Não em grande número, talvez um pequeno exército. Eles chegavam com uma fúria que até agora Clarke não havia visto. Todos gritavam e brandiram suas espadas e facões. E os ceifadores corriam ao encontro do exército terrestre.

Clarke se abaixou atrás de uma moita. Eles iriam batalhar, ceifadores contra terra-firmes. E, quando acabassem, iriam atrás de Bellamy e Clarke.

Ela não ficaria aqui para ver isso.

(X)

Clarke viu dois terra-firmes nas árvores, próximo ao acampamento, provavelmente esperando uma ordem de ataque.

Na altura do acampamento, a chuva finalmente havia parado. Mas o céu estava tão escuro, que mais parecia noite. O sol não se encontrava tão visível entre as nuvens, quanto antes.

Eles sairiam dali. Para onde, Clarke ainda não sabia. Mas a nave não era mais segura. Não com terra-firmes tão perto e esses novos inimigos. Pelo que ela sabia, os dois podiam morrer agora mesmo.

Bellamy estava do lado de fora da nave, sentado á mesa e recalibrando duas das armas que os dois mais usavam. Era o que ele sempre fazia, todas as manhãs.

Ela teria esquecer seu orgulho, esquecer que eles haviam brigado, se quisesse sair dali viva. Ela ignorou os dois terra-firmes nas árvores, claramente armados, que, certamente, arrancariam sua cabeça em segundos.

Ignorando a vontade de pôr as mãos sobre a cabeça num escudo improvisado, Clarke caminhou até Bellamy. Ele notou que havia algo errado ao perceber que as mãos da garota tremiam.

Clarke sentou sobre a mesa e simplesmente pôs a cabeça no colo de Bellamy, encostando-se em sua coxa. Blake franziu a testa, ele realmente não esperou que ela fizesse isso, e viu a expressão de terror da garota.

Apesar de tudo, ele não havia estranhado a sua aproximação, não havia estranhado que ela tinha "esquecido" a discussão... Ele estava surpreso porque Clarke parecia realmente indecisa. E ela nunca se encontrou assim, não na frente dele.

— Aja naturalmente. Estão nos observando. – ela pediu, pondo a mão do garoto sobre seu cabelo loiro. Bellamy não questionou, apenas continuou olhando para ela. – A floresta está cheia deles...no lago...próximo ao arsenal... Vi os ceifadores. Eles parecem um tipo de mutação, provavelmente por causa da radiação, e são todos canibais. Os terra-firmes e eles estão em guerra, em algum lugar perto do lago. T-tem dois tocaias em dois pinheiros, bem na frente do portão.

Bellamy estava em choque, olhando para detalhe do rosto da loira, uma lágrima sem vida desceu pela bochecha de Clarke. Ele observou dois terra-firmes nas árvores. Ambos tinham arcos em mãos.

— O que vamos fazer? Não temos munição o suficiente para cuidar dos ceifadores e dos terra-firmes. Talvez as granadas aguentem por um tempo, mas teremos que chegar ao arsenal antes, e se tivermos que passar por todos eles... Nós não vamos conseguir.

Clarke se levantou e se sentou de frente para Bellamy, ficando em seu colo. Ela sentiu seu rosto queimar em vergonha, mas os terra-firmes na árvore não poderiam saber que havia algo errado (caso contrário, atirariam). Seus quadris e rostos estavam realmente próximos. Outra atitude que deixou Bellamy surpreso, mas ele tentou não demonstrar.

— O acampamento não é seguro. Não mais. Iremos fugir para o lado oposto ao lago, antes que eles decidam invadir. Pegaremos apenas o necessário e muita, muita munição. Mas, antes, temos que passar sem sermos vistos pelos das árvores, então não podemos dar suspeitas. Tem alguma ideia?

— Se você não se importar... Eu posso... - ele disse, não deixando de reparar nos lábios da garota, e como ela ainda estava corada.

Bellamy se levantou, entrelaçando as pernas de Clarke em seu quadril. Ele tinha que lembrar toda hora que estavam apenas "fingindo", principalmente enquanto tinha suas mãos nas pernas da garota.

Vamos lá... Clarke estava bem ali, sua cintura colada com a dele, suas mãos envolviam suas pernas, e ele estava há milímetros de seu pescoço. Pedir para Bellamy se acalmar era pedir muito, em uma situação como aquela.

Os dois entraram na nave. Clarke pôs os pés no chão, se afastou e murmurou um pequeno obrigado. Sem dizer mais nada, e cortando completamente o resto de clima que ficou entre eles, Bellamy começou as esconder facas no interior da jaqueta e Clarke recarregou a pistola


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Notas finais do capítulo

Ah, e eu to escrevendo uma nova fanfic de Bellarke *-* Se der, eu posto essa semana ainda
Kisses :3