Uma Atrapalhada História de Amor escrita por Gabi


Capítulo 4
A coisa irritante veio coisar para cima de mim!




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LARI

  - Me desculpa, Lari. Me desculpa mesmo!

  O Beto estava me segurando pelas costas e tapando minha boca! Quem esse babaca pensa que é? Me prendendo no banheiro e agora falando essas coisas tão, mas tão sem sentido que eu tenho vontade até de... de estourar!

  - Não me chame de Lari! – Mordi sua mão – Você não merece me chamar assim!

  - Tudo bem! – Beto concordou, mas ainda me segurando pelas costas.

  Me senti constrangida.

  - Eu estou atrasada e a culpa é toda sua!

  - Toda!

  -E você é um babaca! – Ele continuava apenas concordando – Que droga Roberto! Que babaca que você é! Eu estou me coçando aqui para te dar outro tapa! ME SOLTA!

  - Chega Larissa! – Ele me interrompeu!

  Não me soltou como mandei, me girou e me prensou contra a parede ao invés disso. O ar ficou escasso. As palavras fugiram. Meu peito doía porque meu coração batia forte.

  - Você ainda gosta de mim! Para de se esconder! Eu vejo isso toda vez que olho para você!

  - Você NUNCA olha para mim! – Grunhi irritada.

  - Eu estive, estou e estarei sempre olhando para você! – Rebateu num tom mais grave – Larga dessa valentia toda, consigo ver o que queremos nos seus olhos...

  Estava corada e a poucos milímetros do meu inimigo. Me agarrei ao pouco chão que ainda era meu.

  - Você não vê o que quero! Não vê! – Voltei a me debater, mas nesse instante ele colou nossos lábios e alisou minha nuca.

  Meu chão caiu. O empurrei.

  - Larissa, você é a garota mais madura e mais idiota que conheço!

  - Ei!

  - Não, cara! Idiota mesmo! Muito, muito idiota!

  - O que são essas ofensas todas agora?

  - Calma, você é idiota por não ter notado que... que... sou mais idiota do que você!

  - Roberto... – Suspirei. Ele já estava todo enrolado e acho que foi pena o que senti.

  - Eu fui! Mas não serei mais. Não gostei de ter te tirado da minha vida! De não poder mais te abraçar, dar risadas com você, não poder mais beijar essa boquinha linda. Eu não serei mais idiota com você. Nunca mais! Mas preciso que me ajude nessa mudança. Eu nunca fui bom com novidades.

  Eu não soube o que responder. A mão dele ainda estava em minha nuca, sua respiração quente batendo forte no meu nariz, sua outra mão brincando com meu vestido em minhas costas. Eu simplesmente não sabia! Então ele me puxou e nos beijamos devagar. Eu, ainda de olhos abertos, passei uma de minhas mãos por seus cabelos dourados e notei o quanto senti saudades dele. Segurei seus cabelos mais forte e minha outra mão foi direto para seus ombros. Só conseguia me perguntar o que raios estava acontecendo, mas nada de conseguir parar! Então sua mão desceu de minhas costas para minha cintura e me apertou forte. Eu suspirei e mordi seu lábio. Queria mais! Mais beijos! Mais velocidade! Mais intensidade! Estávamos em tanta sintonia que nesse instante nos aquecemos mais.

  - Larissa, você ainda gosta de mim! Vamos, me diga isso! – Distribuiu alguns beijos pelo meu pescoço e depois que parou, disse isso e me observou.

  - Beto, eu...

  - Ai! Graças às fadas que está destrancado e... – Alguém entrou quase que derrubando a porta.

  Era a Jo. Joana é nossa amiga... Bem, ela é meio doida, meio excêntrica, estava inclusive um ano adiantada, porém repetiu uma vez por problemas familiares e simplesmente decidiu morar sozinha. E conseguiu! Não se vê muitas Jos por aí, ela é de fato muito corajosa, talvez um pouco doida.

  - Uau! Cho-quei! Achei que a historinha de vocês já tinha acabado então... que que tá rolando aqui?

  Só consegui encará-la.

 Que. Droga!

  - Não, não me respondam sapequinhas! Eu só preciso usar esse vaso aqui rapidinho, dá para me darem licencinha? Grata! Beijundinhas!

  Enquanto eu permanecia estática, o Beto me puxou pela mão para fora do banheiro reclamando:

  - Puta merda!

  Só consegui pensar em "puta merda" também.

Hoje em dia nem no banheiro tenho privacidade mais! Tudo bem que, né? Podíamos estar numa cabine e tal... E bem... O Beto não é uma garota e é o banheiro feminino... MAS PRIVACIDADE, MUNDO! PRIVACIDADE PRA QUE TE QUERO!

  Assim que saímos esbarrei em algo no corredor. É, em “algo”. Certas coisas não podem ser tratadas como pessoas, mesmo que se pareçam com uma.

  - Aiiii! – Gemeu como se estivesse morrendo.

  - Quebrou um braço, foi?

  - É capaz, tamanha brutalidade!

  - Ótimo, então minha força não foi desperdiçada.

  Estava me dirigindo assim à "coisa Letícia". Letícia é a antiga namorada do Beto. Não estou com saco de falar sobre ela. Nossa! Como o Beto ficou com alguém tão de plástico? Ah, para!

  - Você não se cansa de ser ridícula não, garota?

  - Me cansarei de ser ridícula quando você se cansar de me importunar e de parar de ficar correndo atrás de machos que não te querem... OPA, acho que isso não vai acontecer, né? – Sorri.

  Eu consegui ver nos olhos dela ardendo em flamejantes chamas e isso só me deu mais prazer. O Beto estava segurando meu braço e sussurrou:

  - Cara, deixa para lá Larissa, não vale a pena!

  - O que está acontecendo aqui? Voltaram?

  - Não é da sua conta!

  - De fato! Só quero acrescentar que ele não me quer agora, digo, nesse minuto, ou dia talvez, mas quando ele me quer, querida, e, acredite, ele muita das vezes me quer, ele me quer por inteiro, ele me quer com toda a vontade que tem! Você pode ser até uma distração básica, admito, tem lá sua beleza, mas não passa de uma mulher pela metade. – A coisa terminou de falar e me tirou do sério.

  Eu soltei meu braço da mão do Beto com tamanha força que me senti sendo arranhada, porém valeu a pena, porque minha mão voou direto na cara dessa infeliz, com o tempo apenas de eu dizer:

  - Ah, sua atrevida!

  De imediato duas mãos agarraram meus braços, mas não eram as do Beto, já que ele correu para o meio antes que eu pulasse nesse inseto e fizesse um favor para a humanidade.

  - Chega! – Escutei a voz do Sam.

  Ele me segurou ainda mais forte e dessa vez não consegui me soltar. Senti minhas costas tocando a frente do Sam por completo e foi esquisito demais. Me distraí por um instante dessa ridícula e me senti ainda mais envergonhada por estar prestando atenção nisso, principalmente depois de ter acabado de beijar o Roberto.

  – O que está acontecendo aqui? – Sam perguntou.

  - Sei lá, são malucas! – Respondeu o Beto ofegante de preocupação.

  - Essa doida me atacou! – Mugiu a vaca.

  - Doida é você, querida! Eu sou apenas meio doida, lembra? – Disse com toda a calma (e cinismo) que eu pude usar no momento. – Pode me largar Sam. Parei por aqui.

  Ainda assim ele não soltou meus braços. "Esperto" pensei. Me conhece até melhor do que eu para saber que eu não resistiria a encher essa jovem de porrada.

  Ela, por sua vez, vendo que o Beto estava entre nós duas, o agarrou e fingiu começar a chorar feito uma criança.

  - Que ceninha desprezível... – Reclamei.

  Sam relaxou as mãos, mas ainda me prendia perto dele e eu me pergunto o porquê.

  Olhei para a multidão que tinha se formado ao redor. Essa gentalha realmente curte um tumulto, né? No meio da multidão vinha a Joana correndo. Aparentemente ela saiu do banheiro mais rápido do que queria ao saber do alvoroço todo.

  - Chega! Chega! Estrelinhas não podem discutir se não perdem um pouco do seu reflexo da minha eterna e cintilante luz! Acaboou a briguinha! Larica e Betinho vão fazer as pazes! E você, Letícia, faça o favor de tomar Activia e vá cagar! Beijinhos com muito amor e luz! SE AMEM MAIS!

  A tensão foi rompida pela minha risada. Bem ao menos a minha tensão foi.

  - Sabe que odeio esse apelido, sua vaca! – Brinquei.

  - Laricazinha, se reclamar o apelido será pior. – Ela piscou para mim.

  A Joana continuou com sua atuação perfeita do Gabriel e jogava o cabelo pro lado e pro outro, balançava sua saia invisível freneticamente. O Gabi começou a reclamar que isso era difamação e tal e eu não consegui aguentar minhas risadas. Minha barriga já doía! Olhei para o Beto, que por sua vez apenas moveu os lábios:

  - Eu amo você!

  Eu sorri e mesmo com a cabeça a mil, movi os meus sem pensar:

  - Eu amo você também!

  - Vocês todos só podem ser malucos! – Gabriel continuou reclamando. – Eu hein!


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