Assombrada por Ele escrita por Cintia SK


Capítulo 2
Capítulo O2


Notas iniciais do capítulo

oee galera

Mais um capítulo saindo. Nesse ainda tem bastante apresentações de personagens e como a Sakura se sai na primeira tarefa dela.
Nesse eu também começo com um diálogo.
Então é isso, beijos e boa leitura :*



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- SOLTA ESSE POTE DE SORVETE, HANI! – Berrei aos prantos enquanto Hani erguia o pote de sorvete do lado oposto da mesa.

ODEIO mesa redonda, ainda mais quando fica naquele jogo de vai-ou-não-vai.



Haji veio logo atrás para lhe dar cobertura. Hani pôs o pote atrás dela e Haji suas mãos, fazendo assim um joguinho de suspense.



Fora o fato de serem uma o focinha da outra, elas tem nomes parecidos e estão trajando a mesma roupa. Ai vem a pergunta: Como eu sabia que a que segurava o pote era Hani? Bom, foi ela quem gritou que tava com o pote e acabou falando o nome da irmã, então eu só soube por um minuto quem era quem.



- NA-NA-NI-NA-NÃO! FEIOSA. – Gritou uma delas. - Me dá, eu peguei as colheres! – Falou quando a irmã estava com as mãos pra trás.
- Comam uma colherada disso e vocês verão a minha versão de cão chupando manga com raiva. – Disse alto o suficiente para que prendesse a atenção das duas em mim.

Por um instante achei que elas finalmente iriam me obedecer e soltar aquelas colheres e o bendito sorvete, mas acho que foi uma ilusão, pois aquelas pestes acabaram por não me dar ouvidos e sim depositar suas atenções em algo melhor, o sorvete de baunilha.



- Mas é agora que vocês vão vomitar seus úteros, pirralhas. – E na mesma hora corri na direção delas.

Hani, que até então estava com o pote, tacou ele para Haji e as duas me deram um olé e correram em direção ao único banheiro da casa. AAAH, MAS NÃO VOU DEIXAR ESSAS DUAS COISAS DE CABEÇA DE NINHO ME ATRAPALHAR NÃO!



Quando finalmente pensei em abrir a maldita porta do banheiro, estava trancada. Girei a maçaneta três vezes até notar que usei força demais e, PUFT, quebrei a maçaneta. Ergui-a até meus olhos, vendo que meu desespero aumentava junto com o acúmulo de lágrimas. Meu primeiro e desastroso emprego, que happy!



Como eu havia arrancado a maçaneta deste lado da porta, eu ouvi um ruído que significava que a do outro lado também se desprendera da porta. Agora além de trancadas por uma chave, estavam também por falta de maçaneta.



- Hey, tia Sakura, por que a maçaneta saiu? – Perguntava uma das capetas dentro do banheiro, pareciam preocupadas.
- Bom... Usei um pouco de força pra tentar abrir a porta, né... Hehe. – Falei sem graça.

Senti que a porta estava tremendo. Ai meu Deus, tem espírito na casa!



- ABRA A PORTA SAKURAAAAAAAAA!!
- EU NÃO QUERO MORRER AQUI!! – Começavam a gritar. O grito delas é insuportável, fato. – Saiba que isso é culpa sua, Hani!
- Minha culpa? Você falou que queria sacanear a babá. – COMO É QUE É? SACANEAR A BABÁ? AGORA ELAS ESTÃO FER-RA-DAS.
- Que história é esse de sacanear a babá? – Disse com puro ódio das meninas. Ain que raiva delas agora!
- Hey... Não deveria prestar atenção na conversas dos outros, é feio.
- ESTÁ LOUCA É?! FALA DIREITO COMIGO, OOH FEDELHA! EU ESTOU RESPONSÁVEL POR VOCÊS DUAS ESTA NOITE! – Berrei enquanto batia forte na porta, lembrando: não é bom fazer isso.

Ficou um silêncio horroroso, devem estar tramando alguma coisa ou eu as matei asfixiadas. OH GOD, MATEI DUAS CRIANÇAS.



- Você é tãaaaaaaaaaaaaaaao responsável que deixou DUAS CRIANÇAS TRANCADAS NO BANHEIRO... EU QUERO MINHA MÃAAAE. – Por mais que ela tenha gritado, e bem forte, achei que a voz estava meio longe. Suspeito.

Bufei de raiva. Eu ein, parecem retardadas, credo. Mas sabe, essa da voz dela estar meio distante me deixou um pouco aflita. O que será que elas estão tramando? Grudei meu ouvido na porta até ouvir os cochichos baixos das fedelhas. Merda, elas estão aprontando.



- Ei, meninas. O que estão fazendo?
- Olhando pra você. – MANÉ, ESTOU TENSA! ELAS APARECERAM ATRÁS DE MIM DO NADA!

Está bem, não queiram imaginar a cara e nem o berro que dei quando olhei pra trás e vi as duas pestes sorrindo e comendo o amaldiçoado sorvete. Sim, eu amaldiçoei essa geleca de açúcar que eu amo só pra elas terem diarréias horrendas. Haha.



- O que foi? – Ainda pergunta a garota. Aff.
- Como vocês estão aqui sendo que vocês estavam lá dentro? – Taquei a merda da maçaneta no chão CHEEEEIA DE MENTALIDADE NEGATIVA. Qual eu esgano primeiro?
- OOH OOH, VOU CONTAR SABE!! FOI TIPO ASSIM, LEGAL LEGAL E MAIS LEGAL DO QUE... Do que... Chupar pirulito.
- Hã? NADA, MELHOR QUE COMER SOPA E DEPOIS FICAR DE CABEÇA PRA BAIXO. – Começou a pular empolgada a outra irmã. Oh god. – SAKURA, JÁ FEZ ISSO? É MUUUUUUUITO LEGAL SAI TUDO PELO NARIZ!!!

Eca, só isso a declarar.



- Que no-jo. – E fiz cara de quem ia vomitar. Certamente colocar tudo pelo nariz não é algo que me agrade a fazer, muito menos imaginar. – Mas independente. Como vocês saíram de lá? – E apontei pra porta do banheiro.
- Saímos pela janela, dã. – HÁ, QUE GAROTA ATREVIDA! ALÉM DE FAZER UM “DÔ VIROU A CARA PRA MIM. AAARGH, odeio crianças.
- Eu ein, parece que não pensa.

Um, dois, três... Vinte e sete... CEM!! AGORA ELAS TEM QUE CORRER E MUITO!



- AAAH, SUAS PESTINHAS! – E comecei a correr atrás delas.

xxxx

Crianças são crianças, fato. E sendo crianças elas brincam, fato dois. E brincando se corre e se você corre você acaba aprendendo a correr mais rápido. Mas quando você é uma garota adolescente que só sabe comer besteira, correr é a ultima coisa que você imagina fazer em sua vida. E realmente não é bom correr atrás de crianças extremamente energéticas sob o efeito da glicose, realmente não é algo bacana.



Pelo menos agora elas sossegaram. Também pudera, as fiz lavarem a louça todinha do jantar que eu fiz. Eu já fico cansada só de pensar em água mais a torneira mais a esponja e companhia. E como mandava as instruções, as mandei fazerem o trabalho, até parece crianças.



Pelo tempo que estou observando as garotas fazerem o dever de casa, já deve passar das nove da noite. Sim, essas pragas dão um trabalho horrendo.



- Tia Sakura. – Acabou o sossego. Olhei para uma das duas cópias e vi que ela tinha uma cara de piedade. Merda. – Não sei fazer a um.
- Ué, faça a dois. Na escola tire a dúvida com a professora, simples. – E abaixei a cabeça no tampo da mesa em que estávamos, até sentir um cutucão. CUTUCA A MÃE!
- Mas a dois também é complicada.
- Oh god, vai pulando as que não sabem. – É, ela não gostou da minha resposta. Fez um bico enorme de tucano e cruzou os braços.
- Tia Sakuraaaaaa. – Agora foi a vez da outra pentelha.
- Que quié? – Olhei com aquele olhar “falalogocassete”. Ela meio que ficou com medo. NOOOOOSSA, SAKURA VIROU JASON AGORA, HAHA.
- Estão realmente difíceis e está valendo nota, se não fizermos não teremos como ganhar ponto. – Oh terror psicológico.

E agora: ajudo ou não? Aiiin gente, os pais dela pediram-me que não ajudasse. AI QUE HORROR, POR QUE ELAS NÃO FAZEM QUALQUER RESPOSTA?



Peguei com força o caderno da mais próxima e olhei a questão um. Sério, ou elas são burras ou são como eu: não presta atenção em absolutamente na-da.



- Você não sabe calcular oito vezes três mais cinco? – Ela confirmou, oh céus. – Jura mesmo? – Agora ambas balançavam a cabeça afirmando. Gente, eu odeio o Murphy e sua maldita lei.
- Explica pra gente? – E a outra empurrou o caderno dela. OH O ABUSO CONECTANDO-SE!
- É tia Sakura, explica. – E sorriu largo pra mim. Ai como sou mole com sorriso de gente assim, sabe aquele sorriso meigo.

Acabei que comecei a explicar, né? Mas, como vou falar como se efetua uma conta tão... Tão básica?



- Olha... Oito vezes um é? – Me sinto aquelas professoras do primário gente, ai que tu-do! HAHA.
- Treze. – Morra. Eu não ouvi isso. Bati com a mão na testa, pois não é cabível que alguém responda isso!
- Ai que burra, Hani! É doze, não é tia Sakura? – Alguém me interne pelo amor de DEUS?
- TREZE? DOZE? ESTÃO LOUCAS? A PROFESSORA DE VOCÊS NÃO ENSINOU A TABELINHA DO OITO?
- Sim. – Disse juntas.
- Então... Ela não passou pra colar no caderno?
- Passou.
- ENTÃO! SE VOCÊS TEM NO CADERNO ESTÃO PERGUNTANDO A MIM POR QUÊ? – E bati as mãos na mesa. Observação: se ela for de granito, como essa, não recomendo.
- Por que eu não sei multiplicar. – Eu fiz A cara de lezada pra ela entender que não tinha entendido, fato. – Olha: Oito vezes dois é dezesseis, na verdade se pega o oito e soma-se mais oito, certo?

Cara, preciso realmente expressar como eu estou puta e surpresa com isso no momento?



- Então. Mas se eu somar oito mais um, é nove! E oito vezes um não pode ser nove, por que é contra as regras. Poréeeeeeeeeeeeem, se eu multiplicar oito por ele mesmo dá sessenta e quatro, e oito vezes um não pode ser isso tudo por que oito vezes dois é dezesseis, então a questão é: Por que oito vezes um dá ele mesmo se é impossível achar uma maneira? – Hã?
- É. – Falou a outra coisada que estava do seu lado. Agora terei que contornar, ooh shit.
- Você sabe por que você está respirando? – Rezando internamente pra ela ainda não ter aprendido respiração celular, óbvio. As duas balançaram a cabeça negativamente. VIVA! – Então... São coisas que é pra ser assim e você tem que aceitar isso porque se você não aceita a bruxa te pega.
- E papai Noel é meu pai. – Ai que abusada! Quando eu tinha a idade dela eu acreditava que ele era meu pai, eu ein, garota sem infância.
- Está bem. De qualquer forma você tem que aceitar por que se não, não ganha ponto, gostou neném? – HAHA. A cara dela foi cômica agora. Meio que de hã misturado com “fumoufoi”?
- Mas mesmo assim eu ainda não entendi.
- AI CASSETE ME DÁ ESSA POR... Caria de trabalho que eu faço. – Er, não deveria ter falado isso. – Vão brincar, vão.

Só ouvi o arrastar das cadeiras e depois uns gritos das coisas correndo. Realmente eu deveria ter lutado mais para fazer com que elas não ingerissem aquele açúcar todo.



Bom, eu não faço nem o meu dever de casa e agora estou me vendo fazer a dos outros. Pelo menos não é algo que eu use Pitágoras e muito menos cosseno, seno e tangente.



xxxx

- HANI E HAJI: DEITEM-SE AGORA NESSA BENDITA BELICHE ANTES QUE EU AMARRE VOCÊS LÁ! – Ordenei pro vento né? Já que as baratas tontas estavam rodopiando no corredor pra ver quem vomita o jantar primeiro. ECA!
- YO NO ESTOY ENTENDENDO O QUE TÚ HABLAS, CHICA! – Ai cassete, ainda são bilíngües. Azar o delas, eu presto atenção na aula de espanhol, haha.
- Y vosostros tienem que mi respeitar!
- Nombre de Díos, Hani! Ella habla español! – Finalmente a porra louca parou de rodar, mas como o líquido dos ouvidos dela estavam ainda sob o efeito mara de ficar rodando que nem patas chocas, ela ficou tonta e caiu. GENTCHÉ EU RI ALTÃO!

Fiquei tãaaaao embargada no riso que só me dei conta que estava rindo [?] quando parei de rir [?]. Motivo? Bom, a porta da casa estava sendo destrancada e isso era sinal que os pais chegaram. MERDAAAAAAAAA JÁ PASSARA DAS DEZ DA NOITE E EU AINDA NÃO PUS NENHUMA DELAS NA CAMA. Demissão, é o que há.



- UUR, PAPAI E MAMÃE CHEGARAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAM!! – Gritou... AH SEI LÁ QUEM GRITOU, AS DUAS TEM A FUÇA DA OUTRA. Só sei que fiz sinal de silêncio para ambas.

A outra mongolóide, que ainda estava rodando, parou no mesmo momento e por conseqüência caiu. Foi muito mais engraçado esse tombo que a da outra, maaaas... É, eu não podia rir por causa dos pais delas que acabaram de entrar.



- Psiu. – Sussurrei. – Finjam que estão dormindo que eu dou dinheiro pras duas. – Tenho nem pra mim, quanto mais pra elas.
- Oba. – Venci, haha. Abri a porta do quarto delas e depois que elas entraram fechei.

CASSETE, A MAÇANETA DO BANHEIRO! Cara, e agora? Estão lá os pais delas me chamando na sala e eu aqui parada no meio do corredor olhando a bendita maçaneta no chão.
HÁ, vou colocar no mesmo lugar fingindo estar normal, eles que se virem!



Corri pra sala já imaginando numa desculpa qualquer, mesmo a sala estando organizada. CLARO, ALGUÉM NESSA CASA TEM QUE SER RACIONAL!



- SAKURA! Pensei que tinha ido embora. – Falou desesperada a mãe delas. Cocei a cabeça sem graça e falei.
- Desculpa, estava verificando se as meninas estavam bem. – Merda, não deveria ter falado assim. Agora ela vai achar que elas estavam dando problema, o que não deixa de ser mentira.
- Elas estão bem? – Disse aflita. Não falei?
- Ah... Estão, só ficaram muito cansadas pelo dia. – Até eu ficaria né. Óbvio.

A mãe suspirou aliviada e agradeceu. Ai né, tenho que ser a “educadinha” da vez e falar: “ Oh, que isso! Elas não deram trabalho algum.” EU NÃO QUERO SABER DE PESSOAS QUE TENHAM A IDADE INFERIOR A MINHA POR UM LONGO TEMPO! Mentira, adoooooro dinheiro.



- Aqui está o pagamento do dia. – E retirou da bolsa dela uma quantia. UUR, GRANA GRANA! – E obrigado mais uma vez e desculpa qualquer coisa.
- Nada. – Falei já com a mão na porta para ir embora. O dinheiro já havia colocado no bolso, nem vi a quantia.
- Mary, por que a porta do banheiro não quer... – Er, conheço esse som que fez agora. Parece algo semelhante ao barulho da maçaneta desprendendo da porta. – Xii, Mary. Quebrou a porta.

OH GODEZINHO, FUI-ME.



Quando a mãe das meninas pensou em falar algo do banheiro comigo, já estava do lado de fora correndo que nem, sei lá, um cavalo marinho [?].



IÉEE, quanto será que a mulher me pagou? Sim, eu não estabeleci preço, me sentiria uma menina da vida, se é que me entende. Ou não.



Parei de correr - Claro, o velhinho que eu esbarrei xinga mais que a minha tia quando vê o jogo do time dela bêbada - e retirei do bolso da calça o bolo de notas que ela me deu. Meus olhos devem estar brilhando de espectativ... MAS QUE MÃO DE VACA! SÓ ME DEU QUINZE! QUIN-ZE!



AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH RAIVA, QUE... Ah sei lá, estou puta e ponto final. Cuidei de duas crianças, que sinceramente, deveriam ter nascido MU-DAS, e minha remuneração é tão... MIMIMIMI, BAIXA!
Estou totalmente desgostosa.



xxxx

Acordei com a macaca hoje. Não, não, não dormi com a Karin, não. Só acordei meio... Do mal. Se um mexer comigo sou capaz de encravar um lápis onde ninguém imaginaria que podia enfiar. UIE, TENSO.



Além de acordar cedo porque um idiota resolveu ficar ligando lá pra casa e desligar quando eu atendia, lembrei na metade do caminho indo pra escola que tinha prova. Oh BEATIFUL.



Agora eu já estava dentro da sala de aula, olhando aquela árvore em forma de papel com algo escrito que, basicamente, eu só entendia: BLÁBLÁBLÁ wiskas sache. HAHA PROPAGANDA, oi quê?



O FILHO DA RÉGUA MAL PARIDO! TEM ALGUÉM ME CUTUCANDO! Odeio quando fazem isso? Só por isso irei ignorar, eu ein. Abusado.



- PSIIIIIIIIIIIIIU. – Já ouviu alguém gritar baixo? Não? Nem eu. Mas já ouviu algum psiu que ERA pra ser baixo e saiu alto? A BESTA QUE ESTÁ ATRÁS FEZ ISSO, oh jegue.
- Quequie? – TUDO JUNTO E SEM ACENTO, OE. Virei né, óbvio, e fiz a minha melhor cara de “foda-se você”.

Claro que rezei pro professor não me ver, pois ele acharia que eu estou colando. Ai você pensa: MEU DEUS, MAS QUEM SENTA ATRÁS DELA É A KARIN! No presente momento, não. Só tem um retardado loiro dos olhos azuis – ui - me chamando.



- Qual é a resposta da quatro? – Lembrando: Wiskas sache de salmão está na promoção, ou seja, nem passei da um.
- Olha bem pra minha cara, acha mesmo que eu sei algo da prova, oh infeliz? – E um babaca do lado fez sinal de silêncio pra mim. AI GENTE TO DE TPM, mentira estou não.
- Você sempre tira boa nota nas provas. – Enquanto ele falava, ele olhava pro professor, que por sinal estava entretido olhando pro ventilador. Autista dos infernos.
- Dunedunetê faz bem. – Sorri.

Ou Naruto despirocou de vez, ou ele está se comunicando por sinais. Ah, dá no mesmo. Ele ficou rodando o dedo, gente, quem entende a mímica de rodar o dedo?



- Que foi? – Sussurrei desesperada.
- Senhorita Haruno, acompanhe-me por favor? – Me ferrei de verde e bolinhas.

Olhei pra cara do professor com mó sorriso colgate pensando em alguma desculpa pra falar. Mas aquele bicho resolveu não me ouvir e me interrompeu quando viu que eu ia falar alguma coisa.



Fez sinal para que eu levantasse e o acompanhasse, como ele mesmo havia dito. Porém antes de sair andando ele simplesmente pegou minha prova e a rasgou na minha frente. JESUS DE SAIA, COMO ELE PÔDE?



- HEY, É MINHA PROVA!
- Eu sei, por isso estou a rasgando. – E colocou os seus restos mortais no lixo. Cara, eu estava me embargando lendo as frases, isso é deprimente.
- E com qual finalidade? – Falei indo atrás dele, já que o doido saiu porta a fora.
- Peguei você colando, fato. – Ialá, professor cheio das gírias. UIÉ, GAMEI. Mentira, oh homem pra ser feio.
- Fato digo eu. Sabe quantas árvores foram cortadas só pra fazer aquela prova de cinco páginas? – Coloquei as mãos na cintura e parei de andar. Uns segundos depois, foi a vez dele de parar e olhar pra trás, já que eu não o seguia mais.
- Não sei. – E virou-se totalmente pra mim. – Por acaso você sabe? – Ai. Engoli em seco agora.

Meio que tentei pensar em um modo de não ir pra diretoria. Sei lá, falar que eu estava dando receita na aula talvez funcione. Não.



- Olha, vamos entrar em um acordo? – Ele cruzou os braços. Merda, ele vai querer ouvir. – Que tal se eu fizesse uma outra prova, pode até ser diferente da dos outros.
- E o que eu ganho com isso?
- Menos uma preocupação? Eu já não sou normal, se eu der piti hoje não vai dar certo. Eu sei onde você mora, ta?
- Isso é uma ameaça? – Sim, maaaaaaaaas, não posso falar que é.
- Não, só resolvi falar pra mudar o assunto... A senhora sua mãe está bem? – Sorri enquanto vi o professor revirar os olhos. Cara mais mal-humorado que eu, assim nasce rugas, velho.
- Está bem... Segunda sem falta. – Apontou enquanto retornava pra sala.

IUPÉEE, SAKURA AINDA NÃO SE FERROU DESSA VEZ!!!



- E você não entrará na sala no terceiro tempo. – Esqueça o que eu disse.

xxxx

Autistar é chato. Muito mais que ver os pirralhos da quinta série brincando de queimado. GENTE, ELES NEM TEM MIRA. Está bem que eu também não sou a rainha do queimado, mas pelo menos queimo a mim mesmo. [?]



Quer saber... Vou pro refeitório. Aqui é muito chato e nem tem graça ver esse pessoal correndo de um lado e pro outro com medo de bola.



Depois de andar BASTANTE, entrei na parte coberta e sentei em um dos bancos. Sentar não é beeem a palavra certa, está mais pra me larguei no banco.



Fiquei olhando pro teto, algo muito construtivo né?



AI CARALHO, UM IDIOTA ESBARROU EM MIM.



- AI CASSETE, VOCÊ NÃO OLHA POR ONDE ANDA NÃO, OOH LAFADO? – Gritei pra pessoa que esbarrou na minha perna. Claro, pouco se lixando se for a diretora.
- E se eu não puder enxergar? – Falou um rapaz.

Eu tive a vergonha na cara e levantei meu tronco do banco pra encarar o infeliz, até dar de cara com um garoto, que basicamente, nunca vi me zuar. Ou seja, era novo no pedaço.



Só que, bem, além de ficar um pouco desconcertada por ele olhar fixo pra um ponto distante de mim, o que comprovaria que ele era cego, tinha o fato dele ser bonito.

- Jura que você é cego? – Disse com ressentimento na voz.
- Não. – E não é que o viado olhou pra mim? AI QUE ÓDIO!

Ele simplesmente saiu andando com aquele ar de ... ARGH, SOU MELHOR QUE VOCÊ! Que ga-ro-to fúuutil. É gay, mando o papo.



Mas se fosse, bem... Desperdício né? Falei como se fosse a pegadora agora, oi quê?



Fiquei olhando pras costas dele, xingando de mil e um nomes possíveis só pela brincadeirinha de mau gosto. Até que de costas ele é mais bonito.



É, realmente de costas é mais bonito. Pelo visto tem bunda. Ta, apaga isso que eu falei.



Deitei novamente no banco e fechei os olhos, teto é muito monótono.



E por mais que seja engraçado, o rosto do débil mental do garoto ficou na minha mente. Um pouco quadrado, mas mesmo assim charmoso; olhos bem negros, tão negros que eu acharia que não teria fim se eu ficasse olhando; cabelos arrepiados atrás e umas mexas de franja na frente e por fim, sua pele branquiiiiiinha. God, tenho que parar de pensar nessas coisas. Vai que o garoto é psicopata e eu não sei? VAI QUE ELE É O JASON? Sonhei alto.



Alto eu diria que é esse sinal. ESTÁ BEM NANA, TIRA O DEDO DO INTERRUPTOR DO SINAL CASSETE, já entendi que é recreio. Mete o dedo no... Bolo de aniversário da tataravó.



- Hey... Sakura!

Meu dia pode ficar pior? Pode... Vem Naruto, Lee e a praga que esbarrou em mim. OH SHIT.



Eles chegaram perto o suficiente de mim, e eu tive que levantar, claro.



- Diga. – Eu e minha educação. Beijos.
- Este aqui é o Uchiha Sasuke, meu amigo. – E apontou pro cara que havia esbarrado em mim há poucos minutos. – Acredita que ele era de manhã e passou pra de tarde? Cara, você nem pra me avisar! – E bateu nas costas do menino.

Er... Ele pareceu não gostar muito não, pois mandou um olhar 43 pra ele beeeem tenso. Lee só riu da situação e falou a merda da frase que ele teima em fazer como bordão.



- Isso que é o fogo da juventude! – Fiz um sinal de menos pra ele, pra abaixar a bolinha dele. Naruto estendeu um largo sorriso para Sasuke e então repetiu o movimento de tapinha nas costas.
- E então cara, não irá falar com a Sakura não? – Sasuke só revirou a cara. Parece aquelas crianças que recusam papinha? Ta, chega de criança.
- Por que essa birra toda? – Agora foi a vez de Lee se intrometer.
- Porque já nos conhecemos, né? – E olhei pra ele cheeeeeeeeeeeeia de... Sei lá, toh com tédio de falar ódio. Mas sabe, a besta do Sasuke só revirou a cara de desgosto dele novamente, fazendo com que eu ficasse no mais puro vácuo.

É... Não gostei dele.



Fim.

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Notas finais do capítulo

Capítulo 2 aee gente ~~)o)

não sei se preciso comentar mais nesse capítulo '-', acho que é o suficiente, duvidas é so perguntarem que eu respondo.

espero que tenham gostado ♥, beijos galera o/



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