Assombrada por Ele escrita por Cintia SK


Capítulo 1
Capítulo O1


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é meio como uma apresentação, aparece algumas pessoas e etc, mas não todos os principais. A Sakura ela gosta de comparar as coisas, mas as vezes sai coisas bem fora do normal.
Esse capítulo começa já com um diálogo, particularmente não gosto de iniciar assim, mas dessa vez foi necessário.
Boa leitura :*



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- Lee, é pedir demais pra você parar de cheirar meu lápis? – Perguntei ao “animal” que estava sentado na carteira da frente.

Olha, sinceramente, as vezes me pergunto o porquê de andar com ele. Lee é um garoto muito anormal, ainda mais quando ele pede meu material emprestado. Mas mesmo sendo um garoto tão esquisito, ele é legal, só quando não fica cheirando as coisas como se fosse um drogado, como por exemplo agora.



- Ah, desculpe-me Sakura. – Virou-se para trás devolvendo meu lápis. – É que é interessante o cheiro do seu lápis.
- Vai me dizer que tem cheiro de lápis? – Levantei uma das sobrancelhas.
- Hã, não. Só esqueça.

Virou-se para frente voltando a prestar atenção na aula, ou pelo menos fingia muito bem estar. Eu também não estava muito interessada em saber as leis de Newton e muito menos pra quê eu iria usá-las em minha vida, mas parecia que Naruto estava bem mais interessado que eu. Está até fazendo exercício.

Mas como eu nasci com o mundo me odiando, tive que ser escolhida pra resolver a questão 7 do trabalho, do qual eu não fiz, como sempre.

- Ande, senhorita Haruno, execute o trabalho no quadro. – Falava Kurenai estendendo-me o giz.

Ai que ódio dessa mulher. Olhei bem pra ela com aquela cara de ‘oieunãogostodevocê’ e peguei o giz de sua mão feia, só pra constar. OMG, a sete é feia, acho que sei fazer não.

Comecei a ouvir um ruídos estranhos atrás de mim, tipo murmúrios, até que um e.t. lá do fundão gritou.

- COMO É QUE É CHICLETE, VAI ESCREVER A CORREÇÃO NO QUADRO NÃO?
- Vem fazer melhor, neném. – Na mesma hora a professora me olhou séria, já estou ligando para os sentimentos dela.

O mesmo idiota que gritou comigo no fundo levantou-se de seu lugar e veio até onde eu estava e retirou com ‘delicadeza’ o giz de mim e empurrou-me para o lado, permitindo que ele escrevesse no quadro.

Claro que a Kurenai não gostou, já que ela sabia que aquele aluno tinha feito o trabalho e eu não. Azar o dela, eu tenho meus esquemas para convencer. Está bem, foi pura sorte dessa vez, já que normalmente as pessoas nem falam comigo.

Acabei por voltar pra minha belíssima cadeira. Mentira, eu sento na fileira do meio na sala, com Lee à minha frente e Karin atrás, o que não é boa coisa.

E por falar em péssima coisa, está lá a retardada de trás chutando minha cadeira. Gente, tem matéria no quadro, ela não copia não?

Virei para trás e encarei seus olhos por trás de um grosso aro de óculos, quem vota pro grau deles ser semelhante ao de um fundo de garrafa, eu ouvi um eu?

- O que tanto olha, aberração? Minha beleza cansa de ver tanta coisa horrenda na minha frente. – Dizia enquanto seu rosto era apoiado pelas mãos, que por sua vez estavam apoiadas na mesa.

Eu só fingi um sorriso e virei pra frente com mó cara de tacho. E eu vou lá perder meu tempo em discutir com um projeto de sucupira?

xxxx

O sinal toca e a mulambada fica toda ouriçada, êêê coisa boa.

Recreio é tudo de bom, junta todas as turmas e todo mundo perturba a vida de todo mundo, nada de matéria durante 25 minutos curtíssimos. Eu ainda irei estender o recreio por um período inteiro. Haruno pra diretora, VIVA. Ai, eu estou ficando horrível com piadinha, isso que dá andar com o Uzumaki.

Falando no diabo, aparece ele correndo até onde eu estava sentada lanchando meu toddynho e meu pão com mortadela, haha pobre.

- Está fazendo o que? – Perguntou enquanto se ajeitava do meu lado no banco.

Nesse exato momento eu estava com a boca aberta ansiosa pra dar mais uma mordida naquele pão. Mas não, tive que ser interrompida para olhar Naruto por causa da sua bendita pergunta.

Enquanto minhas mãos ainda erguiam o pão incompleto no ar, Naruto simplesmente pegou meu toddynho, o que já é abuso, e começou a ler a caixinha em voz alta.

- Cara, já reparou que se a gente fazer o achocolatado não sai com o mesmo gosto do da caixinha? – Desviava pela primeira vez seus olhos azuis e me encarava, enquanto eu ainda permanecia na mesma posição incrédula pela sua bipolaridade.
- Dá pra soltar meu toddynho? – Ordenei enquanto abaixava o lanche, o meu precioso lanche, e tentava roubar das mãos de Naruto meu doce chocolate líquido.
- Ah, que isso amor! Isso aqui é o manjar dos deuses, a nossa ambrósia na Terra. Deveria compartilhar, sabia? – Falou encostando aquela boca no canudo. AAH ELE ESTÁ MORTO!
- UZUMAKI, SEU CORNO, VIADO, MALDITO! TOME MAIS UM GOLE DESSE TRECO E VOCÊ MORRE NA CERTA! – Tentei mais uma vez uma investida contra ele para ganhar novamente minha caixinha, até ver que das mãos do Naruto não estavam mais e sim nas de Lee. – AH, OLHA A PUTARIA, OH!
- Qual foi, se o Naruto pode eu posso. – E bebericou mais um terço do meu chocolate, puft acabou. - E tenha mais fogo da juventude dentro de você, menina.
- Como eu os odeio. – Falei enquanto observava Lee botar a caixinha, agora já vazia, na mesa.

Levantei pegando a embalagem e o restante do pão e os joguei fora. Perdi o ânimo para retroceder minha idade. Vi que os dois meninos me seguiam fielmente, como sempre fora.

Fui para a parte externa do colégio e fui pra mesma área que eu gosto de ficar, a área dos exclusos dos excluídos. É, sou tão aclamada que nem os rejeitados gostam da minha presença, tudo isso por culpa do meu cabelo, haha, preconceito é crime.

- Fiquei sabendo que você arrumou emprego, Sakura. – O loiro puxava assunto enquanto eu me sentava em um dos bancos de concreto.
- Eu te contei isso ontem. – Relembrei-o. Naruto fez um gesto de ‘hã, lembrei’ e depois ficou quieto, dois segundos.
- Te contei que eu fiz um gol ontem? – Perguntou todo animado a Lee. Me pergunto também se açúcar faz bem pra Naruto.
- Eu que te mandei a bola pra você fazer o gol. – Falou Lee sentado no chão.

Como Naruto ficara em pé, resolvi deitar um pouco. Como sempre, Naruto ia ficar fazendo perguntas inúteis sobre coisas que ele faz conosco. Já o perguntei se ele tinha Alzheimer, mas ele falou que batatas quentes era tenso, então resolvi ficar quieta. É, só atraio louco pra minha vida.

Acabei por deixar eles conversando sozinhos e comecei a pensar um pouco, o que já é difícil.

Não é muito legal ser rejeitada por todos. Você acaba ficando limitada de amigos, por exemplo: eu não vou falar de intimidades com Naruto e nem com Lee, por mais que sejam meus amigos, são homens. Por algum acaso você viu a Oprah falando de sua vida abertamente com o Michael Jackson? Não, e também se visse seria tenso demais.

Acho que o que mais eu sinto falta é de uma presença feminina, sabe. Minha mãe trabalha o dia inteiro fazendo os benditos plantões dela. Isso que dá trabalhar na emergência de um hospital público. Acabou que eu estou tendo que morar com a minha tia. Não que ela seja um carrasco, longe disso. Mas se minha mãe pediu pra eu morar com ela porque a própria não ficava em casa. Deu na mesma, pois minha tia acha que tem 20 anos na cara e vai pra balada. Ainda volta pra casa contando dos gatos que pegou, ai que inveja. Enquanto eu, além de ter um cabelo absurdamente rosa, tenho A testa e A tábua de corpo. Ui catz, me pega?

- Está falando de quê, Sakura? – Perguntou-me Naruto. Está bem, não entendi.
- Do quê o quê? – Ergui um pouco o rosto. Lee me olhava um pouco tenso.
- “Ui catz, me pega?” – Imitou-me o cabelo de tigela. Eu apenas o fulminei com os olhos. Eu não tenho essa voz gay dele.
- Eu só pensei em voz alta, só isso. – Levantei ao ouvir o som de término do intervalo.
- Tenho medo do que você pensa. – Disse Lee enquanto me seguia. - Você tem muita juventude em sua mente.
- Haha, meu amor, se vocês soubessem o que eu penso... – É melhor que eles nunca saibam, é mais saudável.

Os meninos acabaram por ignorar e saíram correndo para ver quem chegava primeiro na sala. Por mais que os dois sejam mais velhos que eu, são crianças aprisionadas em corpos de adolescentes. Como diria Lee: é o fogo da juventude!

Antes de chegar na escadaria principal que dava acesso as salas, encontrei com o projeto de sucupira, digo, Karin.

- O Trident ainda está doce ou azedou? - Perguntava ironicamente.
- Haha. - Fingi um riso e comecei a subir as escadas. Não tenho muita paciência com as asneiras da Karin não.

Subi sem muito ânimo. História era a próxima matéria. É legal, mas não estava mais com pique pra fazer as coisas. Sim, eu faço trabalho de história.

xxxx

- Tchau. – Falei aos meninos enquanto tacava as coisas dentro da mochila e a fechava.

Ambos repetiram o que eu falei e parti para o lado de fora da sala, visando o portão de saída e já imaginando um belíssimo banho e depois cama. Sonho alto.

Comecei a descer uma escadaria quando topo com uma garota cheia de livros empilhados, e com o baque fraco e o pouco equilíbrio que a menina estava tendo, acabou que os livros conheceram o chão rapidamente.

Pedindo desculpas a ela, ajudei-a arrumar os livros novamente empilhando um sobre o outro novamente. A garota, que até agora não tinha visto quem batera nela, falava simplesmente um ‘tudo bem’.

Quando terminei de ajudá-la, ela suspendeu os livros pesados novamente, mas agora ela viu quem foi a sua alma ‘bondosa’, eu.

- Hã, então você que é a Sakura, não é? – Perguntou a menina dos olhos claros. Gente, o olho dela é tão claro, que eu diria que era branco.
- Depende, se for pra falar mal de mim, é a pessoa que estiver atrás de mim. – A garota chegou a olhar para o além de mim, só pra constar se tinha alguém.
- Não é pra falar mal, jamais faria isso. – Disse ficando vermelha que nem tomate. Fiquei meio desconfortada por um assunto tão, louco?
- Anh... Tudo bem então e desculpa mais uma vez... – Fiz uma pausa tentando saber seu nome, ela percebeu então me disse.
- Hinata.
- Sim, Hinata. Bom, vou indo e tenha cuidado. – Disse quase esbarrando nela novamente, acho que o cuidado é pra mim.

Acabei que passei por ela rapidamente e logo após já estava chegando ao portão. É quase uma maratona atravessar esse colégio. Eu levanto as mãos pro céu em agradecimento por usarmos calças, saia é um ‘toba’ pra usar quando se tem escadas e mais escadas compondo o lugar.

Já na rua, pude ver alguns dos alunos indo para suas casas, enquanto eu tinha que fazer meu trabalho. Cuidar de gêmeos enquanto os pais comemoram o aniversário de casamento. Estou torcendo pra que eles não sejam encapetados.

xxxx

Chuveiro, te amo. Acho que a melhor invenção feita até hoje, tirando a internet, cama e geladeira, o chuveiro é a coisa mais suprema quando se está com calor e quando se tem um dia péssimo. Claro que banheira é um luxo nessas horas, mas quem não tem cão e nem gato, caça com jabuti.

Depois de sair de um banho que, possivelmente, contribuiu pra acabar com a água do mundo, me vesti e já fui em direção a cozinha, a segunda coisa mais bacana de se ter em uma casa.

Abri e por sorte tinha algo que não tinha passado nem da validade e nem de alguma outra anormalidade. Optei por uma maçã e fechei a porta acabando com o meu divertimento da luzinha ligada e do ventinho fresco saindo. Não, não sou drogada.

Peguei a bolsa que eu já tinha organizado encima da mesa e fui embora, ainda torcendo pra não me meter em uma furada esta noite.

Demorei um pouco até chegar no endereço certo. Bati umas duas vezes, ou três, sei lá, eu não conto quantas vezes eu bato na porta dos outros. Detalhe, tinha campainha.

Depois de ter me mancado de ter algo que reproduza uma onomatopéia, sim eu assisti a aula de português nesse dia, eu simplesmente afundei meu dedo no interruptor para que alguém abrisse a porta. Uns segundos após uma senhora quase do meu tamanho, porém aparentando ter uns trinta e lá vai cassete de idade, abre a porta com cara de ‘fazissodenovo,pentelha’.

- Sou a babá que contrataram. – Tive que pensar em algo pra dizer, não? Acabei por lembrar de um filme que vi outro dia que a babá falava isso.
- Ah sim, claro, entre. – Abriu um espaço entre ela e a porta para que eu entrasse.

Fiquei muda ao observar a casa. Simplesmente era bela, mesmo tendo somente um andar a casa. Poderia ter a área pequena, mas só com a mobília certinha, com a casa perfumada e etc, já mudava o aspecto. Se a casa estava tão bem ajeitada, com certeza os filhos devem ser calmos.

O suposto marido da mulher vinha de um dos cômodos que, certamente, seria um dos quartos.

- Olha, Hani e Haji devem ir para a cama exatamente às 22h. Se passarem disso elas perdem o sono e ficam a madrugada toda acordadas e ficam cheias de sono durante a aula. Sem açúcar algum durante a noite, elas ficam hiperativas. Faça com que elas respondam o trabalho de casa e não dê qualquer resposta, elas tem que aprender a pensar. Boa sorte. – E saiu porta a fora. Não entendi o porquê do boa sorte.

Enquanto eu pensava comigo mesma, fechei a porta tranqüila, mas essa paz sumiu quando ouvi uma voz fina de uma das gêmeas gritar para a outra.

- HAJI, TEM SORVETE NA GELADEIRA! - Ferrou.

Fim.

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Notas finais do capítulo

Pareceu que teve partes que era pra encher lingüiça, nao é? Mas era necessário.
Então foi isso pessoal, próximo capítulo devo postar amanhã.
Comentem, tá? Deixe uma autora feliz /o/