A Princesa e o Mendigo escrita por Soluço a lenda


Capítulo 6
Você já foi longe demais Melequento!




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UM TEMPO DEPOIS...

O Melequento havia acabado de chegar no seu esconderijo, que não era nada além de um galpão velho, ele desceu da vã, olhou em volta pra ver se não tinha sido seguido e abriu a parte de trás da vã, onde estavam seu amigos e a Astrid.

Melequento- Bora, antes que alguém apareça!

Os dois pegaram a Astrid, que além de amarrada, estava com um lenço sobre os olhos, que a impedia de ver alguma coisa e a levaram para dentro do balcão. Lá, eles a colocaram sentada em uma cadeira. Daghur estava com uma das mãos no rosto, tapando seu olho, a Astrid se debatia um pouco, mas em vão, estava muito bem amarrada.

Alvin- Ela é durona, gosto do estilo dela.

Daghur- Você pode dizer isso! Você não levou um chute na cara!

Daghur mostra seu olho totalmente roxo e o Alvin começa a rir disso.

Alvin- Eu queria ter gravado isso.

Melequento- Tá legal, chega de papo!

O Melequento entra no galpão logo em seguida e olha para o Daghur e se espanta com o que vê.

Melequento- Cara! O que aconteceu com o seu olho?

Daghur- Pergunte pra Hofferson!

Melequento ri baixinho do comentário do Daghur e vai até a Astrid, ele tira sua venda e a fita adesiva de sua boca.

Melequento- Beleza, presta atenção no que eu vou te falar, se você colaborar, se você fazer exatamente o que eu mandar, você vai sair de boa dessa história, certo?

Astrid- Me tira daqui!

Melequento- Se não o que? Se você ainda não percebeu, você tá amarrada ai e a gente faz o que quiser com você, então eu sugiro que você coopere pra você sair ilesa dessa.

Em seguida, o Melequento enfia a mão no bolso da Astrid e pega seu celular.

Alvin- Vai pedir o resgate agora?

Melequento- Não, vou deixar os pais dela sofrerem um pouco, assim, vão pagar qualquer coisa para ter a filinha de volta.

MAIS TARDE, NA CASA DOS HOFFERSON...

Os Hofferson estavam na casa, junto com os policiais, esperando pela ligação, pedindo o resgate, a cada minuto que passava, eles iam ficando cada vez mais preocupados.

O tempo passa e fica de noite, e nenhuma noticia de sua filha, até que finalmente, o celular do pai toca, nesse momento, a família entra em desespero.

Pai- O que eu faço?

Perna-de-peixe- Atenda e o mantenha na linha o máximo de tempo possível, com sorte, conseguimos rastrear, precisamos que fique com ele por 1 minuto.

O pai respira fundo e atende o celular, com o coração a mil por hora.

Pai- Alô.

Melequento- Iai doutor, tudo em cima!

Pai- Cadê minha filha?!

Melequento- Calma, você vai ter sua filha, é só colaborar.

Pai- O que você quer?

Melequento- É o seguinte, eu quero 1 milhão de dólares.

Pai- 1 milhão?!

Melequento- É isso mesmo que você ouviu e nem tente fazer nenhuma gracinha, se não, é a sua filha que leva a pior!

Pai- Tá bem, mas eu quero falar com a minha filha!

Melequento- Tudo bem.

O Melequento põe o celular no ouvido da Astrid.

Astrid- Pai!

Pai- Astrid! Tá tudo bem com você?! Eles te machucaram!

Astrid- Não, não se preocupa, eu estou bem.

Pai- Aonde você tá?!

Antes que a Astrid respondesse, o Melequento tira o celular de seu ouvido.

Melequento- Viu, sua filha tá bem, por enquanto, amanhã eu ligo e agente combina o local e o horário do regate.

Pai- E por que não agora?!

Melequento- Porque eu sei que os policiais ai tão tentando me rastrear, amanhã eu ligo e se eu vir um policial, é a sua filha que vai pagar!

O Melequento desliga o celular e o pai fica ainda mais aflito.

Pai- Conseguiram alguma coisa?

Perna-de-peixe- Não, foi por pouco!

Os pais começaram a se abraçar e a chorarem e a Elsa logo se juntou ao abraço, também ao choro.

ENQUANTO ISSO...

O Melequento havia acabado de desligar o celular, estava feliz, amanhã ele estaria rico. Astrid estava de cabeça baixa na cadeira, temendo o que ia acontecer com ela.

Daghur- Melequento, eu já vou indo, eu tô consado.

Alvin- Eu também já vou.

Melequento- Tá, vão, amanhã voltem aqui bem cedo.

Alvin- Certo.

Eles foram embora e o Melequento ficou lá e tentou dormir.

Astrid- Ei!

Melequento- O que você quer?!

Astrid- Quero que você me solte!

Melequento- Escuta! Eu tô cansado e amanhã o dia vai ser cheio, então vê se dorme.

Astrid- Pra que tudo isso? Só por dinheiro?

Melequento- É, por dinheiro, você não sabe como é, você sempre teve tudo, nunca te faltou nada, quanto a mim, eu sempre tive que roubar pra sobreviver, mas com esse dinheiro, eu nunca mais vou passar fome.

Astrid- Então, por que não vai pra um orfanato?

Melequento- Por que eu quero ter liberdade, coisa que os orfanatos não dão, e eu já cansai dessa conversa! Me deixa dormir!

Astrid- Não enquanto você não me tirar daqui!

Melequento- Ah é?

O Melequento colocou novamente a fita na boca da Astrid, que tentava gritar, mas em vão.

Melequento- Pronto, talvez assim, eu consiga dormir.

De repente, o Melequento ouviu uma voz, ele ficou espantado, não esperava ouvir nenhuma voz, especialmente aquela voz.

Soluço- Você já foi longe demais Melequento!

O Melequento se vira e olha para o Soluço, como ele chegou aqui?

Melequento- O que você tá fazendo aqui?!

Soluço- Escuta, roubar é uma coisa, mas sequestro? Você tem noção do quanto você tá ferrado?!

Melequento- Isso é problema meu!

Soluço- Solta ela!

Melequento- Não! Eu tô muito bem aqui!

Soluço se aproxima dele, o encarando com seriedade, Melequento faz o mesmo, um tenta intimidar o outro, sem sucesso, até que Soluço toma uma atitude.

Soluço- Você tá bem ai? Então deixa eu dificultar um pouquinho as coisas.

Soluço o agarra e ambos começam a brigar com chutes e socos, um mais forte que o outro. Melequento o empurra na parede e lhe acera um soco bem na sobrancelha, que começa a sangrar, em seguida, Soluço o empurra para a parede também e começa a lhe agredir com vários chutes e socos.

ENQUANTO ISSO...

Jack estava andando pela cidade, se perguntando aonde o Soluço se enfiou, quando de repente, ele vê a Elsa passando pela rua, ele vai até lá e a cumprimenta.

Jack- Oi Elsa, o que tá fazendo por aqui a essa hora da noite?

Elsa- Eu só tô dando uma volta pra clarear a mente.

Jack- Entendi, aconteceu alguma coisa?

Nesse momento, a Elsa desaba e abraça o Jack ao choro.

Elsa(choro)- É a minha irmã, ela foi sequestrada, e eles querem 1 milhão de resgate e eu não sei o que fazer!

Jack- Calma Elsa, vai ficar tudo bem, tenho certeza que sua irmã está bem.

Elsa(choro)- Será?

Jack- Claro! Ela logo vai aparecer, sã e salva.

Elsa abraça o Jack com mais força ainda e ele corresponde o abraço instantaneamente.

ENQUANTO ISSO...

Soluço e Melequento ainda estavam brigando, Soluço lhe acerta um soco na cara e o mesmo cai no chão.

Melequento- VOCÊ VAI ME PAGAR!

Melequento sai correndo e foge, em seguida, Soluço vai até a Astrid, que presenciou tudo, ele se agacha e com toda a delicadeza, tira a fita da boca da Astrid.

Soluço- Tá tudo bem?

Astrid- Sim, eu estou bem.

Em seguida, Soluço desamarra as mãos e os pés da Astrid, ela se levanta lentamente e o abraça com todas as suas forças.

Astrid- Obrigada, por tudo.

Soluço- Calma, agora tudo acabou.

ENQUANTO ISSO...

Os Hofferson estavam reunidos na sala, todos os policiais haviam ido embora, eles estavam muito preocupados com a filha, em seguida, a Elsa entra na sala, também triste, todos ficam em silencio, quando de repente, o telefone toca. Todos se olham e o pai atende.

Pai- Alô

Astrid- Pai, sou eu, a Astrid.

Pai- ASTRID! Tá tudo bem? Eles te fizeram alguma coisa? Onde você tá?!

Astrid- Calma pai, tá tudo bem, eu já chamei a policia, logo eles vão chegar, eu tô em uma parte pobre da cidade, perto da estrada ao sul, em um galpão.

Pai- Tá bom, entendi, já estamos indo!

UM TEMPO DEPOIS...

NARRAÇÃO DA ASTRID

Eu estava dando meu depoimento a policia, tudo que aconteceu comigo, como eram eles, contei cada detalhe a eles. Em seguida, olhoei para o Soluço, ele estava sentado em um banco que havia ali, a sobrancelha dele ainda sangrava um pouco. Eu pedi um pedaço de algodão para um policial e fui em sua direção, sentei bem ao seu lado e segurei seu rosto com uma mão.

Astrid- Fica parado, que eu vou limpar esse ferimento.

Eu comecei a passar o algodão em seu machucado, e olhei em seus olhos, eles brilhavam tanto, quando eu estou com ele, simplesmente me passam coisas que eu não entendo, ele nunca saiu dos meus pensamentos, eu passava com toda a delicadeza e ele segurou minha mão e sorriu e eu também sorri, estava um silencio agradável entre agente.

Eu continuei limpando até que meus pais chegaram. Eu corri na direção deles e os abracei, nós nos abraçamos e consegui ouvir meus pais chorando.

Pai- Que bom que você tá bem.

Mãe- Nós ficamos tão preocupados.

Astrid- É, tudo graças e ele.

Eu apontei para o Soluço, que estava dando seu depoimento a um policial.

Pai- Nós sabemos, um policial nos contou e como eu disse, nem todos os meninos de rua são ruins, não é mesmo.

Foi uma indireta a minha mãe, que não tinha como negar.

Mãe- É, mas quem a sequestrou também era um menino de rua, então nós dois estávamos certo.

Nós rimos dessa situação e nos abraçamos mais ainda e fomos pra casa, o Soluço pegou carona em uma viatura que estava na nossa frente, eu vi a viatura parar e pedi pro meu pai parar também.

Eu desci e vi um beco, onde ele estava entrando.

Astrid- É aqui que você mora?

Soluço- É, eu e o Jack.

Em seguida, vejo um cachorro preto vindo em nossa direção.

Soluço- E é claro, o Banguela.

Ele acaricia o cachorro, ele era bem bonitinho, após isso, ele acha um cantinho e se deita nele.

Astrid- Certo, então, até mais.

Soluço- tchau.

Eu não sei por que, mas eu parei, me virei pra ele e beijei sua bochecha, ele corou na hora, era até fofo.

Astrid- Obrigada mais uma vez.

Em seguida, eu vou pra minha casa, mas eu olhei pra trás e vi ele se deitando em um monte de lixo, eu queria saber como ajuda-lo, ele fez tanto por mim e o que eu posso fazer por ele?

NARRAÇÃO DO SOLUÇO

Hoje foi um dia daqueles, eu andei por horas até encontra-los e levei uma surra, mas aquele beijo que a Astrid me deu, foi como se toda a dor sumisse, eu nunca me senti assim, ela me congela só de olhar pra mim e desde então, a vida era mais do que trabalhar e fugir dos guardas, eu não sabia o que ia acontecer agora, mas uma coisa é certa, esquece-la não é uma opção.


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Notas finais do capítulo

Caramba! Agora que eu vi o tamanho desse capitulo, comentem ai o que acharam.