Dois seres distintos enfrentando diferentes rumos na vida. Ele sabe que ela pode nunca querer nada em nenhum momento, mas a cada manhã que nasce ele tenta ser melhor. Ele é bom. Sabe que é bom, mas não tão bom quanto ela quer. Ela procura um ser maduro, que consiga lhe entender mesmo em momentos indescritíveis. Ele a observa tanto que quase nem se lembra de piscar os olhos. Ela não o conhece. Não tanto quanto precisa, mas nem imagina que o terá como seu por tempo o suficiente para o conhecer direito. Eles se encontraram novamente. Ele não vai aguentar, não sem falar tudo o que está guardado para ela. São três da manhã, ela foi embora e nem sequer notou seu profundo desespero sob agonias internas pela ação das palavras. Amanheceu o dia e lá está ele, a tentar medir suas palavras para deixa-las saírem. Ela que nem esperava por um dia a mais que o outro, recebe uma carta com belas palavras... Meio desajustadas, disfarçadas em meio ao desespero, misturadas à ansiedade de espera da resposta. Ela está lendo.

Ah, o tempo. O maior rival dos apaixonados, o melhor amigo dos inesperados. À medida que vai lendo, se choca com as atropeladas palavras de seu amor. Ele contou tudo. Revelou o mais profundo de seus sentimentos à ela. Ela não o conhece. Não o suficiente para separar e identificar suas emoções. Logo eles se encontram, e em seus olhos ela viu o quão bonito era o seu amor. O amor verdadeiro de quem ela nem imaginava receber. Ele está parado a encarar os seus olhos, dizendo por eles que aquele momento era um sonho realizado, ela não tinha certeza de que era ali que deveria estar, mas sabia que era ali que ‘queria’ estar, e com ele se sentir segura e feliz. Eles pararam por um instante e sem trocar uma palavra, se beijaram. Ele não a conhecia o bastante, mas viu que era ali que ela era feliz.