Na curva da estrada há um caminho. Um caminho estreito de terra batida que não atrai olhares de quem por ela passa. Uma trilha que não se sabe para onde leva, nem o que pode haver no fim ou meio. Tão esquecido quanto o Sol, que está ali todos os dias, mas só admiramos a Lua. Bem assim acontece ali. Despercebida por olhos alheios, mas tão lindo quanto um quadro pintado. Aqueles poucos que voltam um dia, para saber o que se exibe ali, ficam maravilhados por tamanha beleza. Beleza aquela que o homem ainda não tentou destruir. No meio dela se vê um riacho tão transparente quanto a água de nascente, que ao cair da tarde banha as pedras como uma mãe banha a sua criança, sem pressa ou descuido a água escorre por todo o canal até sumir de vista. No fim do caminho há uma capela. Sem imagens ou bancos, só uma cruz perto do altar. Tão esquecida que até o mato cresce por lá. Ali é um lugar que não se deve divulgar, não é preciso por placas na entrada nem convidar alguém até lá, só deixar que continue despercebida, que vai atrair os olhares daqueles que se importam ou precisam por algum motivo chegar até aquela capela escondida entre o mato verde brilhante, para entender que o sentido da vida se encontra nas pequenas coisas, nos pequenos gestos, não em bens ou viagens distantes com direito a hotel cinco estrelas, mas naquela flor arrancada no chão da calçada e entregue à alguém com um sorriso bobo. Está na mensagem que chega de surpresa, que mesmo sendo um “oi”, lembra-te de que és especial. Não se divulga expansivamente um sorriso verdadeiro, porque não há nada pior que o sorrateiro mundo para destruí-lo ou esquecê-lo.

Aqui estou eu, Jade West, escrevendo ‘poesias’ em formas de textos para tentar expressar tudo que está preso em meu coração, e é tudo por culpa.....

Do BECK!