CARTA AO LEITOR

Sábado, algum dia desse mês do ano atual.

Estou tentando descobrir por que escrevo de trás para frente em meu caderno de histórias diárias. Talvez seja porque ele também tem outras coisas escritas como textos de Operações e Serviços, Empreendedorismo e Estatística, ou talvez porque o meu caderno seja o reflexo de minha própria vida: completamente bagunçada e misturada. Vivo um pouco de tudo. Vivo várias “vidas” para experimentar todas e escolher a melhor para se viver a cada momento. Às vezes sou a menina meiga que todos gostam, menos eu. Pessoas meigas me dão enjôo. Na faculdade sou a que não permite brincadeiras ou gozações. Na família sou a menininha que todos gostam, mas sabem que me estresso por qualquer coisa e viro a mais chata da família. Podem até me chamar de falsa, mas eu prefiro o termo “atriz”, porque sei bem como agir em cada momento e conheço todas as armas persuasivas, além de saber bem como usá-las. Mas por que minha vida anda tão bagunçada?! Existe um conflito de sentimentos dentro do meu peito que me fazem parecer bipolar, além de me fazer acordar cada dia com um humor diferente. Existe também o “não sei em quem acreditar”, onde cada um forma uma opinião diferente da minha, e todas tendem a ser adversas às minhas. Tenho também uma voz interior que não tem um pingo de coragem. Às vezes penso em fazer algumas loucuras que a certo ponto de vista serviriam para me ajudar, mas meu “eu interior” é fraco e egoísta... Não me permite fazer nada. Muitas vezes penso que essa voz interior é Deus tentando me impedir de cometer erros que possam mudar meu destino ou me fazer passar muita vergonha. Palavras são muito difíceis, às vezes elas nos salvam, mas em outras, elas nos derrubam do alto. Como diria meu querido professor Dumbledore: “Palavras são nossa inesgotável fonte de magia”.

Como a perfeição do sol sob a luz do dia, acima das nuvens e atmosfera, o magnifico desempenho como um velho amigo que irradia e se faz por servir. Aquele que surge em meio a escuridão, se faz presente à multidão, como um persistente dado como um desertor, que provou ser mais que um simples individuo perdido sob suas escolhas. Mais um com lembranças à tona em seu céu, repleto de estrelas sem entendimento, se sentindo distante de uma constelação. Um ser que procura por si mesmo em outros, que não sabe que dom destacar entre tantos, que busca respostas de questões inexistentes, ou pelo menos desconhecidas de si. Dançando nas nuvens como um livre pássaro sem dia nem hora, só penas nas asas para voar, com seus semelhantes a acompanhar sem campo provável para pouso, só um destino incerto a ser seguido sem fim, pedindo retorno ou algo assim, um desapego aperta sem fim, sob olhares penetrantes que julgam sem dó. Um anseio de retorno de si e os demais, sem tempo de olhar ao lado e pensar em mais um. Dor de desapego aperta sem fim, pedindo retorno ou algo assim, um desequilíbrio que atinge os demais, por uma falta que não consegue suprir. Voando ao luar sem hora a voltar, um único pedido, só a paz infinita, sabe-se que é impossível, mas não custa pedir, só seguir voando e limpar a mentem um perigo constante a ser ignorado, pois só assim vive-se por pensar. Volta-te aqui, não vá para todo o sempre, tente viver sozinho como os outros tentaram e verás o quão ruim o caminho será. Acabarás arrependido e pedirás socorro, e por fim os únicos que lhe estenderão uma mão, serão aqueles que tentaram antes dizendo-te um não.

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