Thomas Ashford – distrito Sete.

Ele viu Nicole saindo correndo, desesperada, ele cuidava dela depois, o melhor a fazer era procurar Melody, Logan devia ter escondido ela em algum lugar.

Thomas refez seu caminho, quando chegou à mancha de sangue,com seu tato apurado tocou a mancha, não era sangue, era tinta de caneta, por que ele não testou que passavam de marcas forjadas?

Ele estava tão desesperado para colocar as mãos em Logan, que deixou passar, mas no momento ele estava na pista certa,ele seguiu até os rastros forjados e andou pé por pé,usando seu tato,achou uma pequena caverna,ele deu uma espiada dentro e tinha achado seu ouro.

Melody estava deitada embrulhada em casacos, dormindo profundamente, devia bem ser ideia do Logan, ele a pôs para dormir com aquelas folhas do sono, Thomas entrou na pequena caverna engatinhando e achou um velho manual da arena,abriu e achou uma mensagem rabiscada de vermelho e em uma letra masculina.

Cara Melody.

Eu te coloque aqui para te proteger.

Talvez se nossas idades fossem mais aproximadas e não vivêssemos a mercê da droga da capital, poderíamos ter dado certo.

Talvez quando ler isso posso estar ferido, vencedor ou um perdedor morto.

Se eu estiver morto vença por mim.

Logan Frost.

― Melody. ― Thomas se dirigiu a garota que dormia contra sua vontade. ― a culpa não é minha e nem do Logan, é da capital, desculpe, mas você é meu passaporte de saída desse pequeno inferno gelado.

Ele pegou sua ultima seringa e puxou a mão da garota para fora dos cobertores e espetou sua seringa.

― Você está apenas dormindo. ― ele sussurrou e começou a puxar seu corpo para fora para o aerodeslizador pudesse pegar e entregar para a família, assim que estava fora começou a gritar. ― Seus porcos coloridos da capital,vocês estão felizes? Por essa garota, por Alaerys, Por Alan, Por Ametisth.

Ele correu antes que os Gamemakers produzissem uma avalanche e acabassem com ele.

Nicole Storm – distrito Dois.

Logan, Alan, Avery e principalmente Alaerys, o que ela fizera e o pobre e pequeno Alan e sua amiga Alaerys.

Ela sabia desde o inicio, era uma regra carreirista, não se envolver, não se deixar levar e foi à regra que ela quebrou e correu feito uma desesperada, desceu muito bem e rápido a montanha em direção à floresta, correu o quanto pode, o quanto aguentou e quando percebeu estava escorada em uma arvore.

Ela ia lamentar depois, agora tinha que ganhar os jogos.

―Por Alaerys, Por Alan. ― ela ergueu o punho em vitória, em confiança, sua intenção não era matar Alan o choque era só para causar um susto, pra falar a verdade, ela nem pensava que chegaria até eles, madeira não é condutora de eletricidade.

Ela tinha que pensar, as árvores eram modificadas, ela não teria chance de ganhar contra os poderes de Thomas e logo ele o acharia, só tinha um lugar aonde ele não iria de boa vontade e lá ela tinha vantagem, a Cornucópia.

Obviamente ele não iria para lá intencionalmente, talvez os Gamemakers dessem um empurrão, mas ela não contava com a boa-vontade deles.

O disparo do canhão ecoou em cheio pela arena, Melody não seria maluca o suficiente para encarar Thomas, o garoto devia ter encontrado ela e dado um fim e logo ele chegaria.

Ela tinha que pensar e rápido, um sinal a Thomas, nada melhor que fumaça, ela juntou alguns galhos de madeira verde, os que produziam mais fumaça,os empilhou de qualquer jeito perto de uma arvore,acendeu os fósforos e logo aquela pilha de madeira molhada brilhava num tom laranja.

Ela escalou uma arvore próxima e de cima viu tudo que não tinha necessidade, ela sabia que sairia logo daquele inferno, viva ou morta.

A primeira coisa que foi era o casaco pesado, estava um calor infernal, não tinha necessidade, os remédios e as ataduras foram depois,ela tomou em um único gole todo o café que restara em sua garrafa térmica e preservou só o armamento e uma garrafa de água.

Todos aqueles objetos descartados ardiam em chamas na fogueira improvisada que baforava anéis de fumaça que subiam gradualmente.

Ela não teve que aguardar muito, logo Thomas apareceu, com seu sorriso manipulador.

― Desça daí. ― ele pediu gentilmente. ― podemos caçar a Melody juntos.

― Ela já está morta, eu ouvi o canhão. ― ela focou toda sua aspereza em direção a ele.

― Você que está pedindo. ― ele deu de ombros e começou a levantar o braço, ela sentia a arvore reverberando lentamente, ela pulou para arvore mais próxima, agora ela compreendia por que seus mentores na academia diziam que saber pular numa distancia boa era importante.

Ela pulava de arvore em arvore e elas continuavam a vibrar, ela saltou em direção ao chão, com Thomas em seu encalço, havia 50% que ele não usasse seu poder, afinal, podia esgota-lo e ele poderia morrer.

No ultimo segundo ela mudou de ideia em vez de ir para a Cornucópia continuou a se embrenhar na mata, ela mesmo admitiria, ela não teria coragem de enfiar uma faca no coração de Thomas.

O jeito era fazer ele se matar, se ele era um manipulador, ela também seria, o jeito era fazer parecer que ele tinha chance de derrota-la jogando arvores e convocando terremotos.

Isso!Terremotos devem esgota-lo bastante.

―Seu bocó. ― Nicole gritou em plenos pulmões. ― Não vai me acertar.

Geralmente ele era bem concentrado e não se deixava levar, mas se fosse considerar o estado mental e de espírito que os jogos deixavam as pessoas era bem provável que algum outro tivesse sobrevivido já estaria louco.

Ele continuava a jogar arvores e ela a se desviar.

Correr de ré. Ela se recordou de quando era uma garotinha na academia e foi ensinada a correr de costas,foi o que ela fez, girou os calcanhares e acessou as facas em seu colete.

― Por que não me acerta um terremoto? ― ela questionou. ― Ou é fraco demais para isso?

Ele parou de correr e ela fez o mesmo, foi o suficiente para ela lançar uma faca em cada mão, a da mão direita passou a centímetros da orelha e a outra parou no joelho de Thomas.

Nicole sentia a terra tremer e o garoto parecia tão concentrado que não devia nem processar a terra tremer, ela arremessou mais uma faca antes de tudo ir por água abaixo, talvez terra abaixo.

Correu,com uma rachadura a seguindo a terra tremendo e arvores oscilando e o que houve foi um canhão,Nicole se encolheu e apertou as pálpebras, quando abriu o que viu foi o ar preenchido de poeira,arvores estavam caídas e Thomas devia estar caído em algum lugar.

Nicole sentiu algo a erguendo, era um aerobarco e outro erguia o corpo de Thomas,ela chorou,berrou, ela devia estar perdida,mas algo parou seu choro,vendo a arena de cima,naquele momento em que Thomas devia estar concentrado não era para atingir Nicole, ele fez um desenho com arvores e rachaduras na terra, mas precisamente letras.

Death Capital.