A Love Like Ours escrita por Sky


Capítulo 11
Cards On The Table


Notas iniciais do capítulo

Olá olá...
Boa leitura!



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...

— Eu sei que é difícil, eu enlouqueci quando finalmente admiti para mim mesma que sentia algo por você – Emma deixou um sorriso amargo escapar enquanto falava – Eu estava sufocando, sabe? Parecia que toda vez que eu encontrava com você meu coração tentava sair do peito, eu até cheguei a pensar que era você fazendo alguma gracinha com meu coração, e de certa forma foi... – Emma continuava a falar, pensou que talvez se continuasse a explicar, Regina iria ceder – Eu sei que você está com medo, já sofreu tanto por amores errados, eu não a culpo por se sentir assim, mas quero que saiba que não sou como os outros, não sou Daniel, não sou Robin, ou qualquer outro que passou por vida e deixou uma cicatriz. Eu jamais te machucaria, jamais deixaria o mundo fazer com você o que fez comigo, eu estarei ao seu lado, segurando sua mão e te ajudando a seguir em frente, quando tudo parecer pesado demais. –

Regina não tinha dúvidas de que Emma a protegeria de tudo, apesar dela poder se proteger sozinha melhor do que ninguém, mas só de saber que alguém se importava o suficiente para pôr sua vida em sacrifício, a deixava ainda mais segura.

— Eu prometi que te ajudaria a encontrar o seu final feliz, realmente achei que poderia ser comigo, mas estava errada mais uma vez – Emma aproximou- se de Regina e levou seus lábios a testa da mulher, plantando um beijo que ficaria marcado em Regina para sempre, a prefeita segurou os braços de Emma quando a loira encostou sua testa com a dela – Você precisa que alguém cuide do seu coração machucado, Regina, já que não sou eu a fazer isso, deixe outra pessoa fazer. Você merece ser feliz, e se sua felicidade for com Robin eu ficarei feliz, porque é isso que se faz quando ama alguém, a deixa ser feliz, mesmo se não for com você. – Emma sussurrava enquanto sentia a respiração pesada de Regina se fundir com a sua – Você é incrível, não deixe que suas atitudes no passado digam quem você é hoje – Emma deu alguns passos para trás, tirando delicadamente as mãos de Regina de seus braços, a xerife enxugou as lágrimas e mostrou um sorriso que deveria ser de felicidade, mas não foi como Regina entendeu – Seja feliz, Rainha. – Emma não esperou nenhuma palavra de Regina, e saiu do quarto da prefeita. A xerife não queria esperar Regina responder sua perguntas, na verdade estava com medo de ouvi-las, preferia o silêncio do que Regina dizendo para que ela fosse embora de sua vida e deixasse-a em paz –


Regina só percebeu que Emma havia saído depois que ouviu um barulho vindo do céu, uma tempestade repentina tirou a prefeita do transe, a morena correu para fechar a janela, quando olhou para rua, viu a figura loira andando em meio à tempestade que ela mesma estava causando. Regina não conseguia dizer nada, parecia que tudo o que estava planejando falar simplesmente havia ficado preso em sua garganta, ouvir Emma se declarar foi como tirar um peso do coração, ela finalmente ouvira da boca da xerife como ela realmente se sentia, o que fez uma diferença significativa, ela ouvira os pensamentos da loira uma vez, ouvia seu filho, mãe e outros dizerem que Emma estava apaixonada, mas ouvir diretamente de Emma fez com que tudo parecesse real, concreto e não apenas suposições ou boatos. Pensou em sair de casa e correr chamando por Emma, ela iria dizer como se sentia e depois as duas iriam se beijar na chuva, como ela cansara de ver em filmes românticos no qual sempre assistia sozinha em seu quarto, mas Regina não era do tipo clichê, ela usaria a noite para pensar e poder dormir um pouco, depois de um dia inesperado, prometera a si mesma que no outro dia estaria preparada para responder a pergunta de Emma, ela não queria que Emma saísse de sua vida, não iria deixá-la ir, ou desistir.

...
— Bom dia, meu am – Snow parou ao ver o estado de Emma. A mais velha resolveu fazer uma rápida visita a sua filha em seu trabalho, ficou espantada, levou sua mão à boca quando encontrou a salvadora deitada sobre a mesa do escritório, com óculos escuros e as mãos entrelaçadas sobre o abdômen, exatamente como Snow havia ficado depois de comer a maçã envenenada – Emma! De novo não, Regina envenenou você! – Snow gritava enquanto chacoalhava sua filha que parecia adormecida –


— Céus, mulher! Estou bem, só estava tirando um cochilo – Emma pulou da mesa sentando em sua cadeira, deixando sua mãe mais aliviada – A que devo a honra, Sra. Charming? – perguntou a loira ainda com os óculos escuros –

— Nunca mais me assuste desse jeito, Emma! – Snow sentou diante de sua filha, repousando sua mão no coração, na tentativa de acalmá-lo – Bom, como parece que não vejo mais minha filha, resolvi fazer um jantar em família e não se atreva a recusar, não se preocupe com Henry, Charming ficou de buscá-lo –

— Bom, se é uma jantar em família, Cora e Regina deveriam está também, já que Regina é sua madrasta e bom, Cora é a mãe de Regina, o que faz de nós uma grande família – Emma falou apenas para irritar sua mãe, o que havia dado certo, pois Snow estava furiosa com a menção do nome de Regina –


— Você sempre tão engraçadinha, não é? – Snow tinha os olhos semicerrados para filha, logo substituindo por um sorriso amoroso, levantou e se aproximou da loira, beijando seu rosto – Ás 19h40, não se atrase. Amo você – Emma sorriu e assistiu sua mãe caminhar para fora, até que parou na porta, voltando a olhar para xerife – Ah, e nada de óculos escuros – concluiu, deixando a xerife sorrindo –


Emma fechou os olhos tentando voltar a tirar uma soneca, já que na noite anterior não dormira nada, quando estava para adormecer ouviu o toque de seu celular, quando viu a foto no visor, sentiu seu coração acelerar um pouco e quase caiu da cadeira, o nome "Queen" aparecia em seu celular e a foto de Regina estampava a tela.

— Desculpa, mas não estou preparada para falar novamente – Emma ignorou a ligação com um sorriso nos lábios – Se você quiser falar comigo, que seja pessoalmente – respondeu como se estivesse conversando com alguém. Regina voltou a ligar, uma, duas, dez vezes e Emma ignorou todas, porém depois ficou com a consciência pesada, por uma fração de segundos passou por sua cabeça que poderia ter acontecido alguma coisa com seu filho – Nah, se fosse algo com Henry ela já teria aparecido e jogado uma bola de fogo em mim por não ter atendido as ligações – concluiu Emma, guardando o celular e voltando para seu sossegado sono -


...

— Mamãe! Você tem que me ajudar, que espécie de mãe é você? – Zelena andava de um lado para outro no jardim dos Mills, enquanto Cora tomava sua limonada e apreciava a bela visão do rapaz sem camisa cortando a grama – Mamãe! Dá para me ouvir e para de olhar para esse cretino?! – gritou Zelena recebendo atenção do rapaz que sorria para Cora –


— Não se incomode, querido Hook. Continue com seu trabalho, não dê atenção a essa minha filha – respondeu Cora sorrindo para o rapaz, Zelena girou os olhos e Cora voltou sua atenção para a filha – Ele trabalha muito bem para quem tem só uma mão – comentou a mais velha, fazendo sua filha cruzar os braços e sentar ao lado da mulher - Prossiga, querida – pediu –

— Mamãe, você tem que me ajudar com Emma. Eu realmente gosto dela, mas não sei como fazer, eu me atirei para cima dela, a beijei e achei que ela estaria aos meus pés pedindo por mais, porém não saiu como planejei – Cora tomou mais um gole de sua limonada, não poderia ajudar Zelena, pois já estava certa de que o coração da salvadora pertencia à outra Mills –


— Querida, você já parou para pensar que Emma esteja interessada em outra pessoa? Ela deve está cega de amor por outra, tenho certeza de que se não fosse por isso, ela estaria se arrastando em seus pés, afinal, se tem algo que eu caprichei foi nas minhas filhas – Zelena corou com o comentário, mas não apoiou o que sua mãe havia lhe confidenciado –


— Regina não serve para Emma – Cora quase engasgou ao ouvir sua filha, não tinha menor ideia de que Zelena sabia – Não se surpreenda, percebi no jantar, o modo como Emma se comportava diante de Regina, e todos aqueles olhares amorosos que ela lançava para minha irmã. O fato é, Regina está brincando com os sentimentos de Emma e isso não é justo com ela. Eu jamais faria isso, Emma será mais feliz ao meu lado, mamãe... Só não sei como fazê-la enxergar isso – Zelena parou de falar quando viu o homem sem camisa e com um gancho no lugar da mão, se aproximar –

— Sra. Mills, já terminei – respondeu Hook sem tirar os olhos de Cora, que sorria como uma adolescente com desejos a flor da pele –


— Se importa de limpar a piscina? – pediu Cora, o homem olhou para a piscina e deu de ombros –


— Você se importa se eu me refrescar um pouco? Usando a mangueira? – Zelena quase engasgou, podia jurar que os dois a sua frente estavam flertando –

— Fique a vontade, querido – respondeu Cora. O homem foi em direção ao objeto ao chão que estava a poucos metros da piscina, girou a torneira liberando a água e apontou a mangueira para seu rosto, depois para seu abdômen definido, lentamente, como se estivesse fazendo algum show privado – Esse calor de Storybrooke está insuportável, não concorda? – comentou Cora usando suas mãos para abanar, Zelena gargalhou com a cena –


— Sei muito bem o calor que está sentindo, Cora Mills – Zelena gargalhou ainda mais quando viu o olhar desaprovador que sua mãe lhe lançou –

— Querido! – chamou Cora o rapaz que já estava limpando a piscina – Depois preciso que você dê uma olhada no vazamento no banheiro do meu quarto – pediu Cora, Hook apenas concordou com a cabeça e piscou para mulher. Zelena tossiu chamando atenção de sua mãe – O quê? Aquele vazamento está um desastre – respondeu Cora com um sorriso malicioso, o que fez Zelena pensar no quão parecida as duas eram - Voltando para a querida xerife, meu conselho é que desista, aquela adorável criatura já pertence a alguém – aconselhou a mulher segurando a mão de sua filha que estava sobre a mesa –

— Acho que não posso fazer isso, mamãe. Não enquanto eu tenho chances, Regina vai casar com aquele homem e Emma estará completamente livre, preciso conquistá-la agora – disse Zelena decida – Já que não tenho apoio da minha própria mãe, tive que procurar em outro lugar – Cora fez uma cara de ofendida, logo dando uma rápida espiada no homem próximo a piscina – Conheci Snow, e ela me achou perfeita para Emma, até me convidou para um jantar hoje. Ela pode ser de grande utilidade – Cora gargalhou ao ouvir sua filha –

— Snow White, quem diria que um dia ela apoiaria outra Mills entrando para sua família – Cora suspirou e passou a mão pelo rosto da filha – Me perdoe, querida. Mas não quero entrar nessa briga de vocês para ter o coração da salvadora. A única coisa que posso fazer é acolhê-las em meus braços quando estiverem chorando por Emma Swan. – Zelena beijou a mão de sua mãe e suspirou, tudo seria mais fácil se ela e sua irmã tivessem gostos diferentes –


— Desculpe interrompê-las, mas a piscina já está limpa – comentou Hook ao se aproximar das mulheres –

— Querida, sua visita foi muito agradável, mas preciso deixá-la sozinha. – Cora levantou e plantou um beijo no rosto da filha, que observava toda interação dos dois – Querido, me acompanhe, meu banheiro está uma zona, não sei o que seria de mim sem seus serviços –


— Estou a seu dispor, minha rainha – respondeu Hook, mas apenas para Cora ouvir. Zelena levou sua mão à boca em surpresa ao ouvir os cochichos e risadas dos dois –


...


— Snow, não acho que você deveria interferir na vida amorosa dela – Charming andava com Neal em seus braços, enquanto Snow colocava ingredientes de sua receita na cesta do supermercado –


— Meu amor, Emma precisa de uma ajudinha nesse quesito, nossa filha precisa de alguém ao seu lado, Zelena é uma pessoa maravilhosa e ela já me confidenciou que sente algo por nossa filha. Elas formam um lindo casal – comentava Snow com um entusiasmo que deixava Charming ainda mais chateado –


— Você só está esquecendo que Emma não sente absolutamente nada por ela, Emma é apaixonada por outra pessoa – respondeu Charming, Snow virou imediatamente para o marido, estava surpresa com a confissão do homem –

— Quem?! – perguntou curiosa, Charming se deu conta de que havia falado demais – Não me diga que é a RUBY?! – Charming continuou calado, o que Snow entendeu como uma confirmação – Não pode ser! Ruby é... não, não pode ser! – Charming segurou o braço de sua esposa com uma mão, chamando sua atenção –


— Não é a Ruby, eu não sei quem é, mas é obvio que ela está apaixonada por alguém – o homem estava torcendo para que sua mulher acreditasse em sua desculpa esfarrapada –

— Bom, seja lá quem for não merece minha filha, senão já estaria com ela – concluiu Snow voltando a procurar pelos ingredientes – E você não vai me impedir de bancar o cupido, você vai ver, por mais que eu não goste muito dos outros membros, logo seremos a grande família Swan Mills Charming, ou algo assim – respondeu –

— Oh Snow, nós nos juntaremos aos Mills, mas não pela Zelena – comentou Charming em um tom baixo, apenas para ele e seu filho ouvirem – Nós somos do time Swan Queen, não é rapaz? – perguntou Charming ao filho, que sorriu fazendo um barulho em entusiasmo – Esse é meu garoto – o homem sorriu e andou a procura de sua esposa pelo supermercado –

...

— Argh! – Regina jogou seu celular no chão, estava frustrada, era a quadragésima vez que tentava falar com Emma por telefone, mas a loira simplesmente estava ignorando suas ligações. A principio ficou preocupada, porém sabia que a mulher estava no trabalho e bem, estava ignorando suas chamadas por puro capricho, ou orgulho. Regina voltou a sentar e logo ligou para sua secretária – Localize a xerife Swan e diga que estou a sua procura! – foi tudo o que Regina falou antes de desligar rudemente a ligação, não deixando Ashley sequer fazer alguma pergunta –


Quatro minutos depois o telefone começou a tocar, mostrando o ramal de sua secretária no visor.

— Senhora prefeita, consegui falar com a xerife Swan, mas ela se recusou a falar com a senhora. Quando tentei transferir ela desligou, sinto muito – respondeu Ashley, Regina apenas terminou de ouvir e desligou. – Educação seria bom de vez em quando – comentou Ashley para si –


— Você vai falar comigo, Swan, ah vai! – Regina deixou um suspiro sair, desejando que o peso em suas costas fosse embora enquanto apanhava seu celular do chão – Eu não passei a noite preparando um discurso para você querer fugir de mim –

...


— Olá... – Emma abriu a porta do seu antigo apartamento que dividia com a mãe, olhou ao redor e não tinha nenhum sinal dos Charmings – Neal? Pai? Mãe? Alguém? – Emma passou por cada cômodo e não encontrou ninguém, viu uma mesa preparada, mas não parecia feita para um jantar em família e sim para um jantar a dois, e romântico – Isso cheira a confusão... – disse Emma dando um longo suspiro, se aproximou da mesa, viu que tinha um bilhete ao lado das rosas no jarro e abriu – "Querida, por favor, não se chateei. Fiz sua comida preferida, sei que pode parecer que estou me intrometendo em sua vida, mas só quero ajudar. Por favor, relaxe e divirta-se com sua companhia, seja gentil, lembre-se que você é uma Charming. Amo você, mamãe. P.s: Emma, sou eu, seu pai, não fiz parte desse plano da sua mãe" – Emma leu o bilhete e por mais que estivesse chateada com a atitude de sua mãe, não pôde deixar de rir com a situação – Ah Snow White... Você é impossível – Emma se perguntou quem seria a companhia, foi quando ouviu batidas na porta e foi atendê-la –


— Oh, Emma? – a figura a sua frente parecia surpresa – Não esperava encontrar você, Snow me convidou para um jantar... – explicou-se envergonhada –


— Entra, parece que nós duas fomos enganadas. – Emma deu espaço para a mulher entrar, que logo percebeu o ambiente romântico – Snow White planejou um jantar para nós duas, pelo que parece. –


— Sua mãe é... Como posso dizer... – Zelena tentava encontrar palavras certas para descrever a mulher, estava considerando seriamente em fazer da mulher sua melhor amiga –


— Não se dê o trabalho, enfim, já que estamos aqui. Aceitaria minha companhia para o jantar? – perguntou Emma educadamente, fazendo Zelena sorrir –

— Seria um prazer, xerife – Emma sorriu e acompanhou a mulher até a mesa –

...

— Ruby! Ruby! – Regina entrou na Granny's procurando pela única pessoa que ela tinha certeza que saberia o paradeiro de Emma –

— Regina? Vai pedir o de sempre? – perguntou Ruby enquanto andava para entregar os pedidos dos Charmings –


— Não, quero saber onde Emma está, preciso falar com ela – respondeu Regina, Ruby percebeu que era algum assunto sério para a prefeita sair por aí perguntando sobre Emma, quando estava abrindo a boca para responder, foi interrompida –

— Regina, você não pode incomodar Emma. Ela está extremamente ocupada – Ruby olhou para Snow que falava com um tom de implicância –

— Até onde eu lembro essa conversa não envolvia sua presença, Snow – respondeu Regina, sendo rude o bastante para deixar Snow com os nervos à flor da pele – Ruby, onde Emma está? – perguntou novamente Regina. Charming e Ruby trocaram olhares, mas Snow novamente se adiantou –

— Emma está em um encontro romântico com sua irmã, no meu apartamento – respondeu Snow, o sorriso vitorioso nos lábios ficou maior ainda quando percebeu a fúria nos olhos castanhos da prefeita –

— Regina... – Ruby tocou no braço da prefeita querendo explicar toda situação, mas Regina foi mais rápida e saiu do estabelecimento se odiando por não ter falado com Emma quando teve a chance –

...


— Você só pode está brincando! – Emma gargalhava ao ouvir as histórias hilariantes de Zelena, nunca pensou que a ruiva poderia ser tão engraçada – Sua infância foi bastante divertida, pelo jeito. Você e Regina devem ter enlouquecido Cora naquele castelo – comentou a loira se recuperando da crise de risos, bebeu um gole d'água enquanto era observada por Zelena –


— Mamãe às vezes até deixava as brigas irem longe demais, ela dizia que iria nos fortalecer no futuro, e como sempre, ela tinha razão – comentou Zelena, a ruiva estava tendo uma noite maravilhosa com Emma e até arriscava dizer que a xerife também estava se divertindo –

— Eu não posso dizer que tive uma boa infância, na verdade foi o pior momento da minha vida. Eu era frágil, não sabia me defender sozinha e aproveitavam disso... – Zelena queria abraçar a mulher a sua frente, Emma parecia tão frágil naquele momento – Mas enfim, não quero falar sobre isso... –


— Eu queria dar uma lição em Regina por ter feito isso com você, foi ela que lançou a maldição e tirou toda a vida gloriosa que você teria... – Zelena segurava a mão de Emma sobre a mesa, a xerife odiou ouvir tais palavras de Zelena, ela não culpava Regina por isso, não admitia que ninguém também o fizesse –


— Não, Zelena. Não culpe Regina por isso, o importante é que tudo ocorreu bem, eu quebrei a maldição e todos estão a salvos – respondeu Emma recuando sua mão –

...


— Essa megera verde! Eu deveria ter a empurrado da escada quando éramos crianças, assim ela teria morrido de uma vez e não estaria atrapalhando minha vida hoje – Regina estava em seu carro estacionado de frente para o prédio onde Snow morava, a prefeita olhava fixamente para janela que tinha a luz acesa, via duas sombras sobre o tecido da cortina horrenda de Snow – Argh! Como eu vou saber o que está acontecendo? – Regina rapidamente deslizou seu corpo sobre o banco, impedindo que fosse vista pelas pessoas que passavam naquela hora pela rua – Maldita Snow! Eu deveria ter a deixado seguir com aquele cavalo descontrolado, assim hoje ela não estaria atrapalhando minha vida! – Regina voltou a sua posição normal, abriu o porta-luvas e viu que o brinquedo de Henry ainda estava ali, pegou o binóculo do filho e direcionou a janela – Grande coisa, agora vejo duas sombras maiores! – Regina bateu no volante em frustração e sem querer buzinou, percebeu que as sombras agora olhavam em direção a janela e se abaixou, com medo de que as duas resolvessem ver o que era –


— TE PEGUEI! – falou uma voz batendo na janela do carro da prefeita. Regina pode jurar que tinha falecido por alguns segundos com o susto que acabara de levar –

— Você foi a única que chegou perto de me matar! – respondeu Regina levando a mão ao peito sentindo seu coração acelerar – O que está fazendo aqui?! – perguntou a mulher sussurrando e abaixando a janela –

— Eu estava pensando em fazer a mesma pergunta. O que uma mulher da sua classe está fazendo dentro de um carro parado, em uma rua deserta e com um binóculo na mão? Está vigiando alguém, prefeita? – Regina endireitou-se no carro, jogou o binóculo no banco ao seu lado enquanto era observada atentamente pela mulher de olhos grandes –


— Claro que não, só estava passando pela rua e resolvi estacionar, estava um pouco tonta. O que você faz aqui? Não era para está trabalhando? – Ruby sorriu e abriu a porta do carro onde Regina estava –

— Pensei que talvez você precisasse de ajuda, e pelo visto eu estava certa – Regina cruzou os braços recusando admitir que estava vigiando alguém – Vamos, Regina. Meu apartamento é ao lado da Snow, você pode fazer alguma mágica de transparência e podemos assistir de camarote – respondeu Ruby parada ao lado da porta aberta –

— Não sei por que você insiste dizer que estou espiando alguém... – respondeu Regina sem olhar para a mulher –

— Tudo bem, se você quiser continuar aqui e assistir aquelas sombras se beijarem, fique a vontade... – Ruby fechou a porta e andou lentamente em direção ao seu apartamento. Regina bufou algo e se deu por vencida –


— Espera! – disse Regina saindo do carro e acompanhando Ruby – Você não me viu aqui – comentou a prefeita, Ruby apenas deu de ombros e guiou Regina até seu apartamento –


As duas subiram as escadas, chegando ao apartamento de Ruby, Regina se aproximou da porta de Snow, estava tudo em silêncio e depois gargalhadas que Regina logo identificou ser de Emma, e depois de Zelena.

— Quem diria que eu viveria para um dia ver Regina Mills espionando alguém descaradamente – comentou Ruby assistindo a prefeita colar sua orelha na porta de Snow, na tentativa de ouvir algo – Regina, vem... – sussurrou Ruby, a prefeita hesitou um pouco e depois acompanhou a mulher – Fique a vontade, já volto –

Regina observou o lugar, se perguntou como alguém poderia ter tão mal gosto em uma decoração, tirou a almofada do sofá e sentou-se com uma postura ereta, os apartamentos era realmente colados, Regina podia ouvi as vozes de Emma e Zelena, não claramente, mas se aproximasse um pouco da parede ouviria perfeitamente. Minutos depois Ruby apareceu com um balde de pipoca.

— Bom, isso vai ser melhor do que qualquer filme, vai Regina, faz seu truque – respondeu sentando ao lado da prefeita, Regina girou os olhos e levantou-se, passou sua mão pela parede que separava os apartamentos e de repente, parecia que a parede tinha desaparecido, parecia que elas estavam no apartamento de Snow – Wow! Isso é incrível! –


Regina voltou a sentar e observava toda interação das duas, como sempre, sua irmã fazia tudo e inventava qualquer desculpa para tocar Emma, a prefeita sorriu ao ver que Emma não correspondia os sinais que Zelena estava dando.


— Céus! Emma tem um autocontrole de dar inveja – comentou Ruby levando sua mão cheia de pipoca à boca –

— Por favor, quem seria o tolo a cair nos encantos de minha irmã? – respondeu Regina com desdém em sua voz, Ruby olhou para prefeita segurando a gargalhada ao ver Regina com ciúmes –


— Olha, eu não sou fã da sua irmã, mas não posso negar que ela é bem... Atraente – Ruby engoliu com dificuldade quando Regina lhe lançou um olhar que a garçonete poderia jurar que iria lhe matar – Então, Emma se declarou... – Ruby tentava ter uma conversa com Regina, mas a prefeita parecia ser bem fechada com seus assuntos pessoais –


— Sim, aquela idiota fez isso. – respondeu Regina sem tirar os olhos de sua irmã e Emma, viu Zelena limpar o canto da boca de Emma que estava sujo de sobremesa, estava se segurando para não bater na porta de Snow e expulsar Zelena do lugar – O que ela tem na cabeça? Se apaixonar por mim... Foi a pior coisa que ela poderia ter feito, não consigo pensar em outra palavra a não ser idiota para descrevê-la – Ruby sorriu ao perceber uma curva quase imperceptível nos lábios da prefeita –

— Bom, mais idiota ainda é quem se apaixona por uma idiota... – Ruby se arrependeu por ter falado isso, Regina virou-se bruscamente, lançando um olhar que lhe causou calafrios – Olha, parece que Zelena está indo embora – apontou Ruby para sua frente, mostrando as duas –

...

— A noite foi magnifica, obrigada – respondeu Zelena, Emma ajudou a ruiva a pôr seu casaco – Deveríamos fazer isso mais vezes –


— Claro que sim, foi uma noite agradável, me diverti muito – Emma acompanhou a ruiva até a porta – Ah, você está me devendo uma torta de maçã... – comentou Emma, queria saber se Zelena era melhor na sobremesa do que Regina –


...

— O quê?! Ninguém faz torta de maçã melhor do que eu! – respondeu Regina com o orgulho magoado, levantou-se furiosa, acabara de ouvir Emma pedindo para que sua irmã fizesse sua sobremesa, imediatamente lembrou-se do dia em que leu os pensamentos da loira, ela admitindo odiar sua torta. Ruby se afastou da prefeita com medo de que algo com chamas saíssem de sua mão –


...


— Não se preocupe, vou fazer especialmente para você. Sabe qual meu segredo para fazer uma torta mais saborosa que a de minha irmã? – Emma balançou a cabeça, Zelena se aproximou do rosto da xerife e sussurrou – Uso outro tipo de maçã, maçãs verdes são mais suculentas do que as vermelhas, você vai ver quando provar – Emma engoliu a seco, podia jurar que Zelena não estava se referindo a maçãs –

...


— Mais que vadia! – respondeu Ruby assistindo a cena, Zelena estava se jogando descaradamente em Emma –

— Não poderia concordar mais – disse Regina assistindo toda a cena – Maçã verde - comentou com desdém - Todos sabem que as vermelhas são as mais suculentas... – Regina andava de um lado para o outro impaciente, queria que a ruiva fosse embora –


...


— Boa noite, xerife – Zelena abraçou Emma, querendo prendê-la em seus braços para sempre –


— Boa noite, Zelena. Tem certeza de que não quer que eu a acompanhe? – perguntou Emma, Zelena negou, por mais que quisesse, precisaria falar com uma pessoa no caminho de casa, não queria que Emma presenciasse – Tudo bem, até mais... – Emma beijou a testa da mulher, que sorriu com o gesto. Zelena desceu as escadas enquanto era observada por Emma –

...

— Eu vou lá – respondeu Regina decidida – Como estou? – perguntou Regina à Ruby, nunca pensou que se mostraria insegura na frente de "estranhos" –

— Sério? Você é Regina Mills, você está sempre deslumbrante – respondeu Ruby levando algumas pipocas à boca, Regina inflou o peito com o elogio que ela bem sabia que era verdade – Agora vai lá! – disse a garçonete apontando para porta, Regina antes de ir desfez o feitiço de transparência, deixando Ruby chateada – Qual é Regina?! Eu te ajudei e você vai me privar de ver uma cena épica que vai ficar na história dos contos de fadas? – Regina girou os olhos e ignorou o comentário, respirou fundo o máximo que pôde e foi de encontro com seu destino –

...

— Esperando por outra pessoa? – Emma ficou alguns segundos parada quando abriu a porta, achou que seria Zelena ou seus pais, mas a figura era muito mais agradável do que qualquer outro – Por quê você não atendeu minhas ligações? Estava fugindo de mim? – Emma deu as costas para Regina deixando a porta aberta, o que Regina entendeu como um convite –

— Bom, não diria fugindo... Estava evitando – respondeu Emma colocando os pratos sujos na pia, queria evitar olhar nos olhos de Regina –

— Você foi embora... Não esperou eu dizer absolutamente nada – Regina apoiou suas mãos no balcão de Snow, acompanhando Emma com os olhos –


— Não me culpe por isso, você ficou em silêncio por uma eternidade, só poupei você de inventar alguma desculpa – Emma colocou os últimos pratos sujos na pia e lavou as mãos, logo dando atenção a prefeita – Olha Regina, não precisa okay? Não precisa me dizer que sente muito por não corresponder meus sentimentos, não preciso da pena de ninguém, muito mesmo da sua – Regina percebeu a tensão nos ombros da xerife, e o tom firme de suas palavras –

— Eu já sabia, na verdade desconfiava que você sentia algo por mim, e isso me apavorava, mas depois de ontem, quando você confessou, quando ouvi aquelas palavras saírem de seus lábios, eu nunca havia sentido tanto medo na minha vida como senti ontem... – apenas o balcão separava as duas, Emma queria se aproximar, mas achou que não seria boa ideia, prestava atenção em cada palavra que saia da boca da prefeita, sabia que no final tudo levaria a uma desculpa por não corresponder seus sentimentos – Por muito tempo achei que jamais encontraria alguém que me amasse, alguém que eu pudesse compartilhar o meu dia e ouvir minhas reclamações – Regina deixou um sorriso amargo aparecer no canto direito de seu lábio – E havia me conformado com isso, eu tinha Henry na minha vida e era o que bastava, pedir por algo mais seria abusar da boa vontade do destino, afinal, vilões não têm finais felizes – Emma queria argumentar com a afirmação da rainha, mas decidiu não interrompê-la, era a primeira vez que Regina parecia tão frágil, mas ao mesmo tempo confortável na presença de Emma – Mas então, um belo dia Henry desapareceu... – Regina descolou suas mãos do balcão e andou até a sala, sendo acompanhada por Emma – O medo de perdê-lo me deixou completamente despedaçada, a única coisa boa na minha vida e que eu tenho um amor inigualável tinha ido embora... Foi então que ele voltou, e trouxe uma visitante inesperada, não sabia o porquê, mas naquele momento eu entendi que ele não havia me abandonado, e sim tinha ido em busca do meu final feliz... – Emma não gostava de tirar suas próprias conclusões, mas tinha quase certeza que Regina estava se declarando, Regina olhou para mulher procurando algum sinal de que ela estava entendendo o que estava dizendo –

— Você está dizendo que... – Emma comentou enquanto sentava no sofá, ouvindo a voz de Regina repetir em sua cabeça –

— Você nunca desistiu de mim... – Regina sorriu e sentou ao lado de Emma, a xerife olhava para o chão ainda com uma expressão surpresa - Quando todos duvidaram de mim, quando queriam me matar, quando eu estava caindo aos pedaços por um amor superficial, era você que estava sempre de braços abertos para me acolher, mesmo quando eu insistia em dizer que não precisava de você – Regina delicadamente levantou o rosto de Emma, fazendo-a olhar em seus olhos, ficaram algum tempo em silêncio, Regina queria que ela percebesse através de seus olhos o que estava querendo dizer, mas lembrou de que Emma era idiota demais para entender algo subliminar – Eu não mereço seu amor, eu não sou suficiente para você, Emma... – Emma tinha um sorriso trêmulo, sabia que chegaria essa hora em que ela se desculpava por não amá-la – Mas você é tudo o que eu preciso... –

Regina não aguentou e deixou uma lágrima solitária descer de seu olho esquerdo, a morena levou sua mão ao coração de Emma que fechou os olhos com o toque, parecia que Regina estava segurando seu coração nas mãos, e era a melhor sensação que já havia sentido, estava em uma paz que jamais sentira antes.

— Seu coração é puro, é valioso, eu ainda não posso acreditar que sou quem você escolheu para amar, não posso acreditar que você está ao meu lado depois de tudo que eu fiz. – Regina se aproximou de Emma, estava praticamente ocupando o mesmo espaço, a prefeita enxugou as lágrimas da xerife e novamente a fez olhar em seus olhos – Emma Swan, tudo o que sei é que me apaixonei por você, e nunca tive tanto medo de alguma coisa em toda minha vida – Emma piscava repetidamente, definitivamente não estava acreditando –

— Oh não, estou dormindo? Estou sonhando? Será que ainda estou cochilando na delegacia? – Emma agora andava de um lado para o outro, a única explicação para aquilo era que estava sonhando, não era real, Regina franziu a testa e foi de encontro com Emma, parando seus passos irritantes – Acorda SWAN! – disse Emma para si mesma, dando uma tapa em seu rosto –


Regina segurou os braços de Emma e pressionou seus lábios com os da xerife, uma explosão interna fez suas pernas fraquejar, beijar Emma sempre parecia uma experiência nova e cada vez mais prazerosa, sentiu a língua de Emma invadir sem pedir permissão, poderia continuar com aquele beijo por toda sua vida que não iria se importar, se afastou da xerife percebendo que ela parecia, agora, acreditar que não era um sonho.

— Você está apaixonada por mim? – perguntou ainda próxima de Regina, tentando acalmar sua respiração e o coração –

— De alguma maneira, eu e você colidimos... Ainda não está claro? Mesmo você sendo uma idiota, sim, estou apaixonada por você, xerife – Emma sorriu com uma criança que acabara de ganhar seu doce preferido, passou sua mão na nuca de Regina e selou seus lábios novamente –


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Notas finais do capítulo

Fim...hell no! Agora que esta começando ;) o que acharam do capítulo? Gostaram da aparição do Hook?, gente já quero um nome pra Hook+Cora kkkk me falem o que acharam, corações...
Bjors