Noivo Em Fuga escrita por Teen Spirit


Capítulo 13
Capítulo 13 - P.O.V


Notas iniciais do capítulo

~Oi, oi meus amores!
Mil desculpas mesmooo pela demora, sei que sumi por um longo tempo, mas eu estava na minha semana de provas :(
Desculpem mesmo, ok? :(
E, por isso, que fiz este capítulo com mais de 2000 palavras para vocês se alegrarem *u* (e também como pedido de desculpas) espero que vocês gostem tanto quanto eu gostei de escrever :3
*Obrigado a todos pelos reviews *--*
*Boa leitura S2
*Desculpem pelos erros



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/611830/chapter/13

Melissa.

Continuação

–Ei, moça. - Sinto puxões na minha blusa. -Você pode me dá meu desenho?

Uma garotinha de 4 anos me encarava com interesse. Morena dos cabelos longos e pele branca como folha de papel, em seus olhos, duas pupilas castanhos profundos e eletrizantes brilhavam como as luzes de uma cidade. Sorriu para mim, um sorriso banguela.

Um casal começou a correr aos tropeços para nossa direção. O homem, um pouco fora de forma, recuperava o fôlego com as mãos apoiadas nos joelhos, gotas de suor brotavam em sua testa e percorriam até o colarinho da sua camisa. A mulher era morena como a garotinha, e possuía também os mesmos olhos castanhos, contudo, era mulata, e sua pele escura reluzia na luz do sol. Ela tomou a dianteira e veio em passos rápidos em nossa direção, com o desespero esvaindo em seu olhar, sorriu quando a garotinha ergueu os braços carinhosamente para ela, pedindo colo.

–Muito obrigada, você não faz ideia o quanto ficamos aflitos ao ver Jane atravessando a rua sozinha. - Ela diz aterrorizada com um forte sotaque francês, aninhando sua filha em seu ombro. O homem nos agradeceu com as bochechas vermelhas, provavelmente o descuidado fora da parte dele. Entreguei o desenho para a pequena Jane, que beijou-me na bochecha.

A garotinha sorriu torto olhando para mim, e depois para Richard. Enquanto sua mãe a levava no colo segurando-a com os braços apertadamente, como se temesse que ela fizesse isso novamente, os dois se viraram para agradecer novamente, em seguida, desapareceram pelo bosque.

–Melissa. - Richard disse, virando em minha direção com um sorriso iluminando seu rosto. - Você pensa em ter filhos?

Passaram turbilhões de pensamentos em minha mente ao mesmo tempo - Eu estava ultimamente tão preocupada com meu futuro que esquecera do meu sonho de infância: Ter uma criança que posso ter a liberdade de chamar de minha. Nomes que eu imaginava enquanto a professora de álgebra tagarelava sem parar- Theo ou Will?– Escrito nas linhas azuis do meu caderno em uma letra caprichada. -Beatriz ou Nattaly?. - E não era muito diferente quando eu me tornei adolescente; sonhava com um filho chamando-me no meio da madrugada por causa dos monstros embaixo de sua cama. Mas tudo isto nunca fora possível pelo meu terrível histórico com namorados, e este sonho escapou dos meus pensamentos assim como um passarinho escapa de uma gaiola.

–Não. - Admito. Embora essa fosse uma questão que eu deixaria por último em alguma prova, pensando muito bem antes de responde-la. Mas Rick me olhava ansioso pela resposta e então respondi a primeira coisa que veio na minha cabeça, e ele pareceu surpreso com a minha resposta. - E você?

–Quando estivesse pronto, talvez. - Ele disse, olhando para baixo. Acabamos caminhando até a ponta da praia, que não era uma área totalmente isolada, porém, com mais tranquilidade. Então, imaginei Richard sendo um pai, sem dúvidas, seria um pai preocupado, atencioso; que observaria seu filho crescendo e iria desejar que os anos passassem devagar para a infância dele durar mais. Seria um pai engraçado, que sempre estaria rindo e de bom-humor, aprenderia mais com o próprio filho do que com a vida. Além de tudo, seria um bom marido, e desejei que ele fosse feliz com uma mulher que realmente o faça feliz, e eu sabia que Susan não seria essa mulher.

–Você seria um bom pai. - E ele sorriu, talvez por realmente saber disso.

Algumas mulheres tomavam sol reclinadas sobre suas cadeiras rosas, com uma revista nas mãos, folheando-as tediosamente. Um grupo dessas garotas abaixaram os óculos escuros que usavam para analisar Richard, com olhares sugestivos. As ondas do mar provocavam estrondo altos, chamativos e logo se quebravam. A brisa marítima assoprou em nossos rostos, nos convidando.

Sabendo que não gostei das mulheres, Richard resolveu se sentar perto delas, dando uns de seus melhores sorrisos maliciosos para mim. Parei na sua frente com os braços cruzados, como uma criança recusando a se sentar por teimosia. Fitei-o zangada, ele devolveu um olhar de inocência.

–O que está esperando para sentar com essa bunda aqui? - Perguntou, semicerrando os olhos pela claridade do sol e fazendo sombra com a mão sobre a testa. O sol estava escondido sobre as nuvens, mas já dava para sentir o calor que ele emergia. Percebendo o quanto aquilo não faria ele mudar de ideia, resolvi sentar, soltando um suspiro de derrota que o fez rir.

–Vocês, nova-iorquinos, são muitos frescos. - Comentou irônico, fazendo uma careta logo em seguida por perceber que todas as pessoas da praia o repreendiam com o olhar, já que Nova York era considerado uma cidade especial em Jersey City.

–Se eu fosse você nunca mais falava isso. - Sussurro, abafando minha risada com a mão. - E quem te disse isso?

–A forma como vocês são chatinhos para alguma coisa: Ai isso, ai aquilo. Não devo mergulhar porque lavei meu cabelo ontem. - Imitou minha voz, fazendo gestos femininos com as mãos. Começo a rir, deixando minha cabeça despencar para trás.

–Vamos então, garanhão. - Me levanto, limpando minhas mãos cheias de areia nos joelhos. Quando Richard perguntou para onde iríamos, tirei minha blusa, a passando sobre meu pescoço fazendo o meu coque se desfazer. Ele ergueu uma sobrancelha, perfurando-me com o olhar.

–Irá mergulhar? - Perguntou idiota, tentando concentrar seus olhos nos meus com uma certa dificuldade.

–Caçar javalis que não é. - Digo, sorrindo de orelha em orelha.

Ele negou a mão que o ofereci para se levantar e levantou-se sozinho, animado por eu aceitar mergulhar com ele. Tirei meu short jeans, o deixando na areia mesmo, Richard tirou a camisa que usava e a colocou junto com a minha blusa.

–Me leva. - Faço um biquinho triste, erguendo os braços como a garotinha fizera.

De repente, ele me ergueu sobre os braços e me pôs sobre seus ombros, soltei um gritinho de susto. Ele me segurou apertadamente pela parte interna das coxas, e começou a andar gargalhando dos gritos que eu soltava. Quando vi que a areia começou a ganhar uma coloração mais escura e também comecei a ouvir as ondas se quebrando adiante de nós, sabia que chegamos. Richard me pôs no chão e logo sinto a água gelada em contato com meu corpo, rangi os dentes.

Richard se pôs a jogar água em meu rosto, em uma brincadeira infantil que eu não perderia. E então iniciamos uma pequena guerra de água; eu tentei inutilmente fugir enquanto me esquiava ao mesmo tempo, no entanto, ele fora mais inteligente ao mergulhar e ir ao meu encontro, agarrando-me nos ombros. Devo dizer de passagem que caímos, pois estávamos indo para o fundo, onde as ondas ficam imensas e derrubam tudo o que se encontra pela frente.

–Abram alas para o bombeiro. - Ouço ele gritar em um tom sarcástico, já emergido da água. Solto uma risada esquecendo que ainda estava sob a água, e em questões de segundos a água salgada invade minha boca, me fazendo soltar a respiração instantaneamente, assustada. Quando sinto a água preencher minhas narinas lentamente, sinto seus braços me puxando com desespero.

–Ai meu Deus, você quer me matar do coração, Melissa? - Ele perguntou paralisado, deixando para trás o tom humorístico. Começo a tossir engasgada pela água, afundando meu rosto no vão de seu pescoço. Ele envolve meu corpo em um abraço aconchegado, espalhando ondas de alívios em meu corpo.

–Bombeiros não dizem isso. - Permito um sorriso bobo, me divertindo com a situação.

–Idiota. - Ele aprofunda o abraço carinhosamente, pondo seu queixo em meu ombro. Devolvi o abraço sem jeito, fechando meus olhos enquanto sussurrava um pedido de desculpas pela brincadeira. Nos mantemos assim até algum tempo, o abraço era intenso e me fez sentir por acaso que seus braços se tornou meu lugar predileto, um porto seguro.

–Hã... oi, desculpem-me. - Sinto um toque tímido em meus ombros, chamando atenção. Eu e Richard nos separamos, encarando uma mulher de um corpo esbelto e deslumbrante ao nosso alcance. Ela sorriu envergonhada com um pedido de desculpas de ter nos interrompido.

–Ér... Hoje vai ter uma festa aqui na praia, meu aniversário. Vocês estão super convidados, okay? - Disse sorrindo, mostrando fileiras de dentes perfeitamente brancos e alinhados. Ela usava um biquíni azul-marinho que deixava escapar mais o que deveria, suas pernas bronzeadas chamavam atenção de quem quer fosse, acompanhados com olhos cinzas-tempestuosos como um dia de inverno, e é claro que Rick também estava impressionado com sua beleza.

–Claro, claro. Obrigado. - Richard a fitou nos olhos descaradamente descendo o olhar e estendendo-o, voltando novamente a pousar nos olhos dela, disfarçando. Percebendo que chamou atenção dele, ela abriu mais o sorriso.

–Posso deixar vocês sozinhos se quiserem... - Assisto os dois saírem dos devaneios que criavam e me fitarem como se descobrissem que eu ainda estava ali.

–Bem, até. - Ela virou-se, voltando para suas amigas todas bronzeadas e parecidas com modelos. Dou um tapa no Richard ao perceber que ele a acompanhava com o olhar.

–Tudo falso: Peito, bunda e bronzeado. - Revelo.

–Dá pra perceber, mas ela é bem bonita, - Diz, e completa a frase. - só que usa muito aquele treco lá.

–Maquiagem.

–Exato.

–Você tem uma festa para aí, então vai se arrumar. - Digo ironizando, já que ela mostrou que queria ele na festa, e não se importaria se eu não fosse.

–Ela convidou nós. - Ele corrige, ignorando meu sarcasmo.

❄️

Richard.

A estrada de terra estava escura, deserta e difícil de seguir, haviam buracos que faziam o carro saltitar e as alças do vestido de Melissa deslizarem pelos ombros nus, e era isto que no momento mais dificultava minha atenção na estrada.

No fundo, já conseguíamos ver algumas luzes e a música eletrônica tocando em um volume nem tão baixo, mas também nem tão alto. Na terceira vez que as alças do vestido dela caíram novamente, permito observar pelo cantos dos olhos ela coloca-los nos ombros delicadamente e, involuntariamente, solto um suspiro profundo e ela percebe:

–O que foi? - Na escuridão que se instalava no carro, o que mais possuía atenção eram seus olhos azuis, que pareciam ter uma luminosidade que só pertenciam a eles.

–Nada. - Minto, concentrando meus olhos na estrada repetidamente. Me lembrei do episódio no hotel em que ela tropeçou apenas de toalha em mim, de seu ex estar a encarando como se a comesse com os olhos, do nosso abraço hoje de tarde, lembro-me de como conseguimos conquistar uma amizade tão grande em tão pouco tempo, e contudo, recordo também que logo seguiríamos caminhos diferentes; e por mais que seja estranho, só ouviria sua voz pelo telefone que trocamos. Apenas isto.

Melissa me contou para me distrair que Susan esbarrou com ela no final do casamento, mas nem dirigiu uma palavra diretamente para ela, provavelmente nem sabia que foi contratada para tirar fotos em seu casamento, e pouco se importava com isso. Apenas mandou que todos os fotógrafos excluíssem as fotos, e nem a olhou nos olhos, evitava encarar as pessoas para não verem os seus olhos inchados e vermelhos, mas Melissa viu, e, instantaneamente, me achou um idiota.

Porém, quando viu na tela do celular que perdera seu voo, e avistou-md do outro lado, não viu outra escolha.

O que me deixou surpreso nessa estória toda, era que quando ela disse o que estava usando e onde ela estava no momento, eu me lembrei que eu vi ela, sabe aquele momento que você está pensando em algo (no meu caso, dizer não para aquela farsa toda) e percebe que na verdade está encarando uma pessoa, com o olhar cravado o tempo inteiro enquanto pensava? E então, esta pessoa era Melissa, que me fitou de volta, com um sorriso encorajador. Ela disse que não lembrava deste detalhe, mas eu me lembro intensamente.

Saímos do carro quando já conseguimos distinguir pessoas dançando com copos para o alto, e claro que estacionei meu carro longe, não queria ver um casal de adolescentes bêbados fazendo relações sexuais na Allysson, ela ainda não merece saber de onde vêm os bebes. Melissa me chamou de fresco, e ficamos alguns segundos discutindo sobre isso. Por fim, Allysson continuava protegida de "informações demais".

Melissa estava fascinante naquela noite, não que não estava nas outras noites... Mas enfim, Mel estava incrivelmente linda naquele instante; O cabelo louro arrumado em uma trança que caía em seu ombro esquerdo com franjas soltas, o vestido cintilante que ela usava era de um tecido delicado, acho que era renda, dava para ver o biquíni rosa que usava sob ele, brincando com a mente masculina.

A fiz dar uma voltinha segurando sua mão no alto, dizendo o quanto parecia com uma princesa que fugira do castelo da Disney.

–Não quero ficar segurando vela, então vou andar por aí. - Disse quando viu a aniversariante, a mesma que nos convidou, se aproximando com cautela. Quando revirei os olhos novamente para Melissa, ela já havia sumido.

Um sorriso preencheu o rosto da moça ao me ver ali, e isso fez com quê um sorriso também escapasse dos meus lábios ao ver que ela havia tirado o excesso de maquiagem e parecia um pouco mais real. Um pouco, pois ainda parecia uma boneca feita em uma fábrica exclusiva.

–Olá, moço bonito! - Ela se aproximou, entrando em meu campo de visão. Segurava um copo plástico com uma bebida escura ocupando-o. Mesmo sabendo que seus olhos eram bonitos, que seu corpo era esbelto, e que parecia uma Barbie humana, não pude deixar de comparar ela com Melissa, e admitir que Melissa era muito mais bonita por possuir uma beleza natural, não precisando dos produtos que ela usava.

–Ei. - Sorrio educadamente. - Não pudia vim aqui com mãos vazias, certo? - Entrego o pacote com uma marca bem conhecida de jóias.

Na verdade, tudo que eu fiz foi comprar comida enquanto Melissa entrava na joalheria e escolhia um cordão para uma pessoa que nem conhecia, então ela escolheu esse, que era um cordão dourado com um pingente de uma estrela bonita, mandou-me dizer algo assim que ela abrisse o pacote e fizesse a cara de surpresa que as mulheres sempre fazem quando gostam de algo:

–Combina com seus olhos. - Digo, como Melissa treinou comigo enquanto comíamos.

–Eu adorei. - Ela diz com os olhos marejados de emoção. - Ninguém havia me dado um presente tão.. lindo. -Sorriu verdadeiramente, com as bochechas vermelhas.

–Deixa eu colocar em você. - Ela me entrega o cordão e afasta o cabelo para o ombro direito, deixando a área de seu pescoço livre. Coloco o cordão e o prendo, percebendo Melissa no outro lado com o dedão levantado, em um sinal positivo.

Assim que termino de pôr, ela vira rapidamente e toma seus lábios no meu, pressionando seu corpo contra o meu. E então, iniciamos um beijo feroz ali mesmo, sobre olhares de todos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que Richard foi um ~cof, cof~ safado ~cof, cof~ o capítulo inteiro (aliás, ele sempre é u.u ), e também que a fanfic está tomando uma reviravolta que todos vocês queriam (ou não, ahsuahs') E é por isso que deixo esta questão para vocês responderem nos reviews:
—Qual seria o nome do shipp de Melissa e Richard?
Beijoos >



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Noivo Em Fuga" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.