Noivo Em Fuga escrita por Teen Spirit


Capítulo 14
Capítulo 14 - Melissa


Notas iniciais do capítulo

~Aquele momento que você percebe que já está no capítulo 14~

Olá pessoas! S2
Eu só queria agradecer pelos acompanhamentos, favoritos e reviews novamente, pois eles que me motivam ainda me motivam bastante. Queria também saber dos meus mudinhos que não mandam um review e são verdadeiros fantasmas, tudo bem com vocês? E agora para acabar de perturbar vocês, eu quero mandar um IMENSO AGRADECIMENTO para Anne Lander que comentou em todos os capítulos que leu e em todas divou lindamente S2
Boa leitura!



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Como se de repente fosse a atividade mais complicada para se fazer, não consigo de forma alguma abrir meus olhos sem fazer um certo esforço, é como se eles quisessem me prevenir de uma imagem que nunca esqueceria. E assim que os abro, tenho a vontade irremissível de voltar atrás e entender seus avisos.

Richard cochilava de costas para mim, inspirando o ar lentamente. Nossas pernas estavam estralaçadas de uma forma estranha e eu mantinha meu rosto apoiado em seus ombros, os fazendo de travesseiro. E mesmo que fosse por alguns segundos, parecíamos um casal de filme romântico. Contudo, eu tenho quase certeza que nos filmes o parceiro não está cheirando á bebidas alcoólicas, e muito menos com marcas de arranhões pela extremidade de suas costas.

Detesto afirmar que presenciei a cena em que Richard beijava,até então, uma estranha completa. Detestava também ter sentindo uma dor imensa na cabeça pelo cheiro que exalava aquela festa: Bebidas, farra e cigarros. E para me tornar uma pessimista completa, eu odeio afirmar que eu derramei lágrimas quando a dor estava tão grande que parecia que minha cabeça estava prestes a explodir e Rick havia desaparecido da face da terra quando eu necessitava de sua carona, deixando eu e meu coração vazio andando pela estrada escura a voltar para o hotel, aguentando olhares de preocupação.

Com resquícios da dor ainda mantendo-se em minha cabeça, levanto-me da cama assutada com a figura dele, é como se aquele não fosse Rick. Tropeço em seus sapatos, e antes de ir ao encontro ao chão, apoio miseravelmente numa mesinha, fazendo um copo de vidro tombar e estilhaçar sob meus pés.

–Mas que merd..- Antes de eu terminar de completar a frase, percebo uma marca vermelha feita com lábios de uma mulher no pescoço de Richard, e então eu tive certeza que aquele beijo que eu presenciei não foi a única coisa que ele fez com a aniversariante, e que talvez ele não tenha desaparecido da festa, apenas estava em uns dos quartos com ela. Esqueço a dor que sinto em meus pés e gelo ao ver aquilo, qual dor era mais grave?

Ele se mexeu na cama, acordando tão assustado quanto eu acordara. Olhou ao redor do quarto me procurando com os olhos e torci que não me achasse, queria de algum modo sumir assim como ele fez na festa. Porém, quando me acha, piscou os olhos repetidamente para mim, estranhando o que tinha saído da minha boca, e então seus olhos foram atraídos para o sangue que começou a escorrer onde os cacos de vidros perfuravam meus pés.

–Você está bem? - Perguntou com os olhos arregalados. Ele quis se aproximar, mas o empurrei com os braços querendo-o mais longe possível, ele estava me dando nojo, um nojo tão grande por saber que estava se tornando um completa canalha. Ainda por cima estava sem camisa, talvez esquecera no quarto ou aquela moça quis de presente por ter seu cheiro. Sua calça estava suja e abarrotada, com o zíper aberto chamando atenção. Em seu rosto, uma expressão de cansaço e desespero preencheram ao mesmo tempo, fazendo-o retorcer.

O encaro friamente, sustentando seus olhos assustados.

–Estaria melhor se não me abandonasse sozinha naquela merda de festa. - Solto. Minha língua estava ríspida como a de uma serpente, e sinto que meus olhos o fuzilaram. A dor lastimável em meus pés faziam com quê lágrimas brotassem em meus olhos sem meu comando.

Ele desvia de meus braços que impediam sua aproximação e puxou minha cintura,colocando-me sobre a mesa em um movimento rápido e certeiro. Observo ele com as mãos ágeis tirar os cacos maiores de meus pés, provocando gritos que eu conseguia prender em minha garganta. Então ele examinou meu rosto em uma expressão confusa.

–Por que tamanho ódio? Não fora eu que vim para um hotel em plena madrugada, Melissa. Essa estrada é perigosa, e você sabe o que podia ter acontecido. -Aumentou o tom de voz rigorosamente. Ainda se mantinha ajoelhado na minha frente, e continuava a tirar os cacos ignorando o sangue em suas mãos.

–Você é um idiota. - Um sorriso sínico brinca em meus lábios, logo em seguida um grito escapa deles. Semicerro os olhos apertadamente pela dor aguda que invade-me. Aproveito para completar com a voz falhando. -Eu estava te procurando, mas você devia estar se divertindo bastante, não é mesmo?

Examino sua cara de surpresa, e aproveito sua distração para sair do quarto tremendo de raiva, batendo a porta com força. Os corredores do hotel pareciam um engenhoso labirinto no escuro, desisti de me guiar pela parede e apenas caminhei arrastando meus pés doloridos, como se eu pisasse em milhares de espinhos constantemente. Alguns vislumbres passavam por mim despercebidos, e eu pouco me importava com o que viam.

Então meus olhos foram apontados para a lua que derramava sua luminosidade em um homem na sacada. A noite se estendia como um longo véu e o homem não parecia ter se importado com o grande aviso em vermelho de não se apoiar na cerca da varanda, por ser perigoso. Aproximando-me melhor pude ver uma fumaça cinzenta esvaindo de seus lábios, e então percebo que ele ignorou outro aviso; proibido fumar.

Percebendo minha aproximação, o homem se vira tirando o cigarro de seus lábios, e fico surpresa imediatamente. Brad me encarou com uma expressão de espanto cruzando seu rosto. E adiante dele, ali bem na minha frente, penso em outra regra que ele quebrou: Jamais brinque com meu coração.

Ele franziu o cenho com os olhos vagando em meu rosto. Segurava uma garrafa de Whisky com os nós dos dedos brancos, como se temesse que a garrafa fugisse. Já apresentava sinais de esgotamento, mas não de embriaguez.

–Posso te acompanhar? - Pergunto involuntariamente, lutando para que minhas lágrimas secassem antes de ele as percebessem. Dou um passo para sua direção, arrastando os pés em um entediante jogo. Ele não pareceu se comover, então continuei andando adiante.

Ele ofereceu o cigarro que estava encaixado em seus lábios, olhando-me nos olhos. Brad estava com olheiras profundas e olhos cansados, e um sentimento de pena tomou posse de mim. Quando ia apanhar o cigarro sem ao menos saber como se tragava aquilo, ele o retira do meu alcance com um sorriso maldoso nascendo em seus lábios.

–Você não fuma, e não é agora que vai fumar. - Jogou-o no chão rapidamente, apagando-o com o sapato. Fiquei surpresa com seu ato, mas mesmo assim concordei, abaixando meu rosto com as bochechas coradas. - Agora só me restam 17 melhores amigos.

Ele analisou o cigarro que estava no chão, comovido, como se perdera um familiar. Percebo que ele fez um trocadilho com os cigarros, que ao todo, são vendidos 20 na embalagem. Ele já fumara três cigarros, e esses três foram sua companhia nesta varanda. Não pude deixar de ficar triste com esse pensamento.

–O que é isso nos seus pés? -Ele perguntou curioso, mirando seus olhos no meu rosto. A lua estava iluminando ele, o dando um ar mais fantasmagórico. Respondo o imprevisto que acontecera alguns minutos atrás, mas não digo sobre Richard.

–Isso vai ficar bem feio. - Os cantos de seu rosto se retorceram num sorriso falso, dolorido. Então, como se fosse a coisa certa a fazer naquele instante, eu o abraço fortemente, escondendo meu rosto em seu peito. Brad soltou um grunhido de surpresa, mas envolveu seus braços na minha cintura calorosamente, e no fundo eu sabia que ele não estava bem, oras, nem eu estava.

E naquele momento me permiti voltar no tempo em que eu me protegia do mundo nos braços dele, em meu porto seguro. E então passávamos o resto da noite assim, abraçados e desejando que as horas passassem mais devagar para ostentar a companhia um do outro.

Ouço ele fungar em meu ombro, fecho meus olhos querendo liberar calmaria para ele, vi numa pesquisa que abraços podem liberar sensações boas, e sem dúvidas era disso que ele mais precisava.

–Está tudo bem, eu estou aqui. - Digo em um tom frágil. - E sempre vou estar.

–Não. - Nos separamos, observo ele limpar algumas lágrimas com as costas da mão. - Eu te perdi, para sempre. A unica coisa que restava na minha vida.

– Você não desistiu da faculdade de medicina, não é? -Questiono preocupada, o forcei a me encarar na escuridão daquela sacada.

Brad queria ser médico, e isto chegava a ser irônico por ter machucado tantos corações. Mas ele possuía este sonho que todas de suas namoradas ficavam rindo de sua cara. Menos eu, sua melhor amiga na época; que fiz com quê este sonho se concretizasse, e, de alguma forma, ele reconheceu que não importava as opiniões delas e começou a seguir meus conselhos. Namoramos algumas semanas depois, e devo confessar que me sentia nas nuvens com ele. Antes de tudo desabar como uma tempestade.

–Fui aceito naquela universidade que ficávamos "zuando" o professor careca. - Começamos a rir. - Umas das melhores. Mas o professor deixou o cabelo crescer. - Ele piscou atrevidamente, dando um sorriso presunçoso.

–Isso é triste, eu era seduzida pela careca dele. - Faço um biquinho. - Mas fico feliz que tenha decidido seguir a carreira.

–Obrigado Melissa, por tudo. - Ele me abraça novamente, desta vez mais intensamente. - E se tiver se perguntando o porquê de eu estar chorando, é porque percebi o quanto minha vida fez mais sentido depois de você.

– Não diz isso. - Dou um beijo em sua bochecha. - Tente ter uma boa noite, Brad.

–Boa noite, Mel. - Ele me acompanha até sairmos da sacada, dando seu ultimo sorriso enquanto eu me virava para voltar ao quarto.

O dia estava amanhecendo enquanto eu voltava para o quarto onde Richard já estava dormindo novamente, havia tomado banho e colocou uma camisa decente. E enquanto eu acompanhava o sol nascer pela janela, permiti afastar-me do homem que nos últimos dias fora minha diversão, estávamos longe o suficiente para eu sentir falta de seu toque caloroso enquanto caía no sono.


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