Apesar das reclamações da princesa, naquele mesmo dia um bom apartamento em Gotham foi alugado em nome de Diana Prince. Alfred argumentou que seria estranho se a secretária de Bruce Wayne fosse um fantasma, sem qualquer residência fixa ou algo do tipo. A amazona não pôde revidar.

Depois de tanto tempo no Patriarcado, ela foi forçada a interagir com a maioria dos objetos que as pessoas dali usavam. Porém, isso só acontecia ocasionalmente. Se ver sozinha numa casa cheia daquelas coisas estranhas intimidou a amazona mais do que ela gostaria de admitir.

Não demorou muito até que ela percebesse que não iria memorizar nada do que tentava fazer naqueles aparelhos tecnológicos se não descansasse logo. Os olhos da amazona pesavam e ela se sentia tentada pela macia cama que a esperava no cômodo vizinho. A cama se tornara o móvel predileto de Diana dentre todos os outros da casa: não exigia qualquer macete ou instrução para usá-lo e era muito, muito confortável.

Passou pela sacada em seu quarto e observou a cidade. Parecia muito mais sombria do que o normal. Quis saber se Bruce estaria ali. De fato, as aparições do Batman diminuíram consideravelmente, mas ela conhecia o colega a ponto de saber que nada o impediria de estar nas ruas da sua cidade, fazendo justiça.

Ela caminhou para a cama enquanto se despia. Com toda a sua roupa espalhada pelo quarto, ela caminhou até a cama e sentiu o colchão macio aderir o formato de seu corpo. Suspirou.

Diana fechou os olhos e antes que adormecesse, uma corrente de ar gélida passou pela sacada e atingiu a amazona. Incomodada, ela envolveu-se no lençol e apanhou o óculos no criado-mudo, os cabelos ainda presos. Ela fechou uma das portas da sacada e se dirigiu à próxima. Entretanto, algo a deteve. Uma enorme sombra negra repousava no topo de um dos prédios mais altos de Gotham. Mesmo distantes Diana reconheceu o Homem Morcego. Ele estava de costas para ela e sua capa negra voava, seguindo o vento. Ela o observou por alguns segundos, antes de fechar a segunda porta da sacada e seguir para a cama. Sem nada para interrompê-la desta vez, a princesa logo adormeceu. Ela ressonava e suspirava vez ou outra.

Parecia ainda mais bonita dormindo, serena, com os longos cabelos negros espalhados pelo travesseiro. Entretanto, era inegável: o que deixava-a mais bonita naquele momento era o grande sorriso em seu rosto.