Filha da Noite e do céu escrita por LayL


Capítulo 18
O filho da escuridão.


Notas iniciais do capítulo

Briguinhas....



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Eu estava na sacada, já tarde da noite, observando o Acampamento. As harpias voavam em volta, mas de vez em quando eu via um semideus que conseguia escapar. Óbvio que não era meu trabalho comer semideuses que saiam depois do horário, por isso eu só sorria ali sozinha. Meu trabalho era cuidar da lua e da noite. Por isso estava na sacada, hoje era noite de lua cheia. O domínio de Nyx. Então também era meu.

Um movimento na floresta me chamou atenção. Alguém tinha saído do Acampamento ou queria entrar. Minha visão se adaptou e vi o rosto do semideus. Era um que ainda não foi reconhecido pelo parente divino, e estava lutando contra monstros. Assoviei e uma harpia veio perto de mim.

– Tem um semideus fora da barreira. Ele está com problemas. – observei mais de perto (mesmo eu estando a cem km do garoto) – ele quer entrar no Acampamento. Avise Quirón.

Ela assentiu e foi voando para a casa grande. Eu apareci na entrada do Acampamento e observei o garoto. Ele estava lutando com três ciclopes. Quirón já estava do meu lado.

– Ele não vai conseguir. – falei preocupada.

– Sim. Mas você não pode ajuda-lo esse é um teste para ele. – falou Quirón no mesmo tom de voz.

Levantei as mãos e a lua iluminou o caminho do garoto, que tinha acabado de matar o segundo ciclope. Ele não pensou duas vezes e correu para dentro da barreira, parou sem fôlego do meu lado. Abaixei as mãos e observei o garoto. Ele tinha pele clara, corpo atlético e cabelo negro bagunçado. Os olhos eram do mesmo tom de negro e tinham círculos dourados em volta, igual aos meus. Esqueci-me de falar desse detalhe nos meus olhos? Bom ele apareceu uma noite atrás.

– Onde está seu sátiro? – começou Quirón.

– Foi transformado em pedra por uma górgona que eu decapitei logo em seguida. Eu escapei. – falou como se fosse a coisa mais normal do mundo.

– Você tem idéia do que é? – perguntei séria.

– Claro. Meu pai me guiou sem o sátiro. – ele falou calmamente. Sombras dançaram envolta do garoto, e eu senti uma enorme escuridão.

– Érebo. – rosnei. Eu sabia, senti uma escuridão no garoto. E os olhos... Somente semiprimordiais tinham aquilo.

O garoto sorriu. E Quirón deu dois passos para trás – ou o que é que um cavalo dá quando anda – e estava extremamente confuso.

– Filha de Nyx, é uma honra conhece-la. Meu pai falou muito de você. – disse o garoto fazendo reverência.

– Como? Érebo é um deus primordial. Não pode sair no mundo humano. – perguntou Quirón.

– O equilíbrio está solto, depois que essa aqui nasceu. – falou apontando pra mim sem respeito algum.

Quirón arregalou os olhos. Eu sem perceber estava já com Sombra na mão. Balançando na frente do garoto como quem não quer nada. Quirón olhou espantado para a espada.

– Oh, meus deuses... – murmurou.

Eu girei bati com o punho da espada no garoto que caiu no chão. Desejei que virasse uma lança e encostei a ponta dela no garoto.

– Fale comigo com respeito, moleque. Só por que seu pai é Érebo não significa que pode faltar com respeito a uma deusa. – digo, minha voz vibrando de poder, e bem alta.

Campistas saíram dos chalés para ver oque eu estava fazendo falando daquela altura e tão brava. O garoto soltou um som abafado que eu percebi ser uma risada. Apertei a lança e fez um corte no peito do garoto. Ele se dissolveu em sombras e apareceu na minha frente sem nenhum ferimento. Sombra voltou a ser um anel. Ele me encarou com um sorrisinho. Ah, mas aquilo não ia ficar assim. Nyx era mais poderosa que Érebo, pois nasceu primeiro. Ainda mais quando estamos em noite do seu domínio.

Soltei um grito e um raio jogou o garoto longe. Sombras seguraram ele no lugar. Levantei voo e parei na frente dele. Assoviei e o garoto gritou, pois estava sendo enfeitiçado. Rosnei e um raio caiu nele de novo. Ouviu-se um trovão ao longe que balançou o chão.

– Nunca brinque comigo! – gritei e a terra tremeu. Eu estava levitando e segurei ele pelo pescoço, o garoto estava tremendo e todo machucado. Ouviu-se um rugido na barreira. – Vou dar você para os cães infernais, o que acha? – perguntei no tom de voz mais sombrio.

Joguei o garoto e pousei no chão. Ele caiu no chão inconsciente. Virei para os campistas. Percebi que eu estava brilhando e os cabelos totalmente prateados. Todos no Acampamento estava me olhando com medo. Quirón estava com a boca entreaberta. Dionísio estava rindo do garoto. Encontrei os olhos negros de Nico, que estava curioso e preocupado. Mas não com o garoto, mas sim comigo. Ele desapareceu e apareceu na minha frente, o único que teve coragem e me abraçou. Eu relaxei e parei de brilhar, meu cabelo ficou totalmente preto e meus olhos ficaram normais, com um circulo dourado em volta.

Ele me soltou e se afastou. Virei para o garoto inconsciente e a raiva voltou.

– Fechem os olhos. – gritei, e sem pensar duas vezes todos fecharam.

Assumi minha forma divina iluminando o Acampamento todo, e desapareci dali.


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Notas finais do capítulo

Cuidado ao brincar com os deuses....



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