~ P.O.V. Nico

Nico estava deitado na sua cama quando ouviu uma batida na porta. Ele levantou e foi atender algo lhe dizia que era importante. Assim que abriu, tinha uma garota com aparência de 16 anos, corpo com curvas e pele branca, cabelos pretos com mechas prateadas preso em um rabo de cavalo com uma faixa prateada na cabeça. Os olhos azuis elétricos com um círculo dourado em volta estava o encarando, sua boca vermelha cereja com um sorriso.

– Você está muito melhor! – disse ela.

– Night? – perguntou espantado.

– Eu mesma! – disse a garota.

Nico não podia acreditar... Ela estava tão diferente! Ele a abraçou com força, mesmo que isso fosse contra suas regras de contato físico. Nico estava (infelizmente) feliz por ter uma de suas únicas amigas ali. Ele se afastou o suficiente pra olhar nos olhos daquela deusa.

– Por onde você esteve? – Ele perguntou.

– Olimpo. Uma deusa tem seus compromissos. – Ela piscou pra ele e se afastou.

– Sei. Eu não estava aqui no Acampamento, voltei hoje.

– Onde estava? – ela perguntou.

– No Mundo Inferior e no Acampamento Júpiter. – Nico deu de ombros. – Quer entrar?

Ela pareceu confusa, mais entrou. Ela se jogou na cama de Nico e observou o chalé. Como uma deusa pode parecer tão normal? Ele perguntava pra si mesmo. Ela parece não ligar para sua origem. Nico invejava a capacidade dela de conseguir se encaixar tão facilmente ali. Ele não tinha esse luxo. Night assoviou.

– Pelo visto reformaram o chalé. – ela falou calmamente.

Nico olhou em volta. É tinham reformado sim. Estava agora com paredes de cor cinza e as camas eram bem mais confortáveis, sem ser o estilo “vampiro” que tinha antes.

– Eu fui reclamar. Eles estavam achando que os filhos de Hades eram vampiros. – Nico abriu um meio sorriso, o que raramente fazia.

– Esta bem melhor.

Nico concordou com a cabeça. Eles ficaram em silêncio. Night estava perdida em pensamentos. O que será que uma deusa pensa?

– Penso em várias coisas. Minha mente é igual a de vocês. Só que sou imortal.

– Pode ler minha mente? – Nico recuou, olhando pra ela com raiva.

– Vamos dizer que você pensa alto. Mas sim, posso ler sua mente. Mais acho isso errado.

Ok. Pensou Nico. Night era sua deusa favorita, e possivelmente uma de suas únicas amigas, além de Reyna, Annabeth, Hazel e Piper. Se bem que ele não gostava muito de Piper. Mas Night... Ela lia seus pensamentos, era uma deusa, contou seu maior segredo para Nico – o que ajudou ele a ter confiança nela – e era a mais normal dos deuses, e além de ele e sua irmã, era a única que tinha poderes do Mundo dos Mortos.

– Agradeço. Eu acho. – ela murmurou.

– Pode parar? Não gosto que leia meus pensamentos. – disse Nico.

– Come vuoi, principe delle tenebre. – falou Night em italiano. (N/narradora: tradução: “Seja como for, príncipe das trevas”).

– Mia principessa, vi è anche il buio in voi. – respondeu Nico também em italiano. (N/narradora: tradução: “Minha princesa, também há escuridão em você”).

Night sorriu se levantou e veio pra perto de Nico que estava encostado na parede.

~ P.O.V. Night

Parei na frente de Nico. Dei um meio sorriso e o abracei. Ele hesitou antes de passar os braços ao meu redor. Encostei a cabeça no seu ombro e olhei pra ele. Seu maxilar estava flexionado, o que indicava que ele estava nervoso. Nico me encarou e deu um meio sorriso, como sempre. Seus olhos eram completamente negros. Talvez seja estranho pra você, mais eu gostava muito daquele semideus. Faria de tudo para ajudar ele. Mais eu precisava dele. Não como os deuses precisavam dos mortais. Eu precisava dele ao meu lado, como o único que me entendia. Ouvi, lá no fundo da minha mente, a risada de Tia Dite (Afrodite). “Ah, sim querida, você precisa dele e do seu solzinho.” Sussurrou ela.

– Muito engraçado... – murmurei.

– O que? – perguntou Nico que estava me observando até aquele momento.

– Nada. Estou pensando alto. – respondi e enterrei mais o rosto no seu pescoço.

Nico relaxou e me apertou um pouco. Ele confiava em mim o bastante para não perguntar. De repente, lembrei que tinha que fazer ronda pelo Acampamento e ver se não tinha ninguém fazendo nada que não pode.

Beijei a bochecha de Nico. O que o assustou. Me soltei dele esfreguei a testa.

– Tenho que ir. Tchau. – e desapareci.

Enquanto ia ouvi o sussurro dele na minha mente e sorri comigo mesma.

“Tchau, mia principessa” ele tinha sussurrado.